Anunciado pelo Papa João XXIII no dia 25 de janeiro de 1959
Mons. Vitaliano Mattioli*
CRATO, sexta-feira, 17 de agosto de 2012 (ZENIT.org) – A quarta sessão: aberta no dia 14 de Setembro de 1965, terminou no dia 8 de dezembro de 1965, festa da Imaculada Conceição.
No discurso de abertura caracterizou dessa forma o Concílio: “Não parece difícil dar ao nosso Concílio Ecuménico o caráter de um ato de amor: de um grande e tríplice ato de amor: para com Deus, para com a igreja, para com a humanidade”.
Nesta sessão, no dia 4 de outubro de 1965, Paulo VI visitou a Assembléia das Nações Unidas em Nova York, oficialmente convidado para celebrar o vigésimo aniversário da ONU.
No dia 18 de novembro de 1965 Paulo VI, perto do encerramento do Concílio deu um discurso falando da atitude que se deveria ter no pós-concílio, quase que prevendo a confusão que aconteceria em seguida. “Veneráveis Irmãos, não devemos tanto prestar atenção a essas reformas necessárias, mas sim àquelas morais e espirituais, que nos façam mais em conformidade com o nosso Divino Mestre e mais aptos para os deveres da nossa respectiva vocação. Devemos principalmente esperar isso: a nossa efetiva santificação e a real capacidade de difundir entre os homens do nosso tempo a mensagem evangélica”.
No dia 7 de dezembro de 1965, véspera do encerramento, celebrou-se a Santa Missa da última sessão. Paulo VI na homilia resumiu dessa forma todo o Concílio: “No rosto de cada homem deve-se ver o rosto de Cristo, e neles, aquele do Pai Celestial. Para conhecer a Deus é preciso conhecer o homem. Amar a Deus para amar o homem. Todo este Concílio resume-se no seu significado conclusivo religioso, como um poderoso convite à humanidade de hoje a encontrar, através do amor fraterno, a Deus”.
No final da celebração eucarística aconteceu um fato importante. Paulo VI com a Carta Apostólica Ambulate in Dilectione, aboliu a excomunhão imposta no dia 16 de julho de 1054 ao Patriarca de Constantinopla Miguel Cerulário. Ao mesmo tempo em Constantinopla (Istambul), o Patriarca Atenágoras, revogava a excomunhão do Seu predecessor ao Papa Leão IX. Assim a Carta de Paulo VI: “Queremos eliminar da memória da Igreja a sentença de excomunhão emitida então, tirá-la do caminho, e a queremos enterrada no esquecimento e apagada. Temos o prazer de que nos seja dada a oportunidade de realizar este ato de caridade fraterna aqui em Roma, ao lado do túmulo do Apóstolo Pedro, no mesmo dia em que o mesmo acontece em Constantinopla (Istambul), que é chamada de Nova Roma.” O Card. Johannes Willebrands leu a Declaração Conjunta da Igreja Católica Romana e da Igreja Ortodoxa de Constantinopla. Logo depois, o Cardeal Agostino Bea leu a carta citada Ambulate in Dilectione.
Os documentos conciliares são:
Quatro Constituições:
Sacrosanctum Concilium (sobre a Liturgia), 4 de dezembro de 1963 (2178 eleitores, 2159 placet)
Lumen Gentium (sobre a Igreja), 21 de novembro de 1964 (2145 eleitores, 1921 placet)
Dei Verbum (sobre a Revelação Divina), 18 de novembro de 1965 (2350 eleitores, 2344 placet)
Gaudium et Spes (sobre a Igreja no Mundo contemporâneo), 7 de dezembro de 1965 (2373 eleitores, 2309 placet)
Nove Decretos:
Inter Mirifica (sobre as ferramentas da comunicação social), 4 de dezembro de 1963 (2124 eleitores, 1960 placet)
Orientalium Ecclesiarum (sobre as Igrejas Orientais católicas), 21 de novembro de 1964 (2149 eleitores, 2110 placet)
Unitatis Redintegratio (sobre o Ecumenismo), 21 de novembro de 1964 (2148 eleitores, 2137 placet)
Christus Dominus (sobre os bispos), 28 de outubro de 1965 (2322 eleitores, 2319 placet)
Perfectae Caritatis (sobre os religiosos) 28 de outubro de 1965 (2325 eleitores, 2321 placet)
Optatam totius (sobre a formação sacerdotal) 28 de outubro de 1965 (2321 eleitores, 2318 placet)
Apostolicam Actuositatem (sobre o apostolado dos Leigos) 18 de novembro de 1965 (2342 eleitores, 2340 placet)
Ad Gentes (sobre a atividade missionária), 7 de dezembro de 1965 (2399 eleitores, 2394 placet)
Presbyterorum Ordinis (sobre o ministério e a vida dos Presbíteros), 7 de dezembro de 1965 (2394 eleitores, 2390 placet)
Três declarações:
Gravissimum Educationis (sobre a educação cristã), 28 de outubro de 1965 (2096 eleitores, 1912 placet)
Nostra Aetate (sobre a relação com as Religiões não-cristãs), 28 de outubro de 1965 (2312 eleitores, 2221 placet)
Dignitatis Humanae (sobre a liberdade religiosa), 7 de dezembro de 1965 (2386 eleitores, 2308 placet)
Em 1966, o jornalista italiano Alberto Cavallaria escreveu em um livro-entrevista: “O verdadeiro significado do Concílio Vaticano II só será reconhecido depois de muitas décadas e toda conclusão rígida torna-se imprudente” (Il Vaticano che cambia, Mondadori, p. 27).
Hoje, após 50 anos desde o início do Concílio, essa reflexão aparece verdadeira.
(Para ler a primeira parte do artigo clique aqui)
* Mons. Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma em 1938, realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e na Escola Clássica Apollinaire de Roma e Redator da revista “Palestra del Clero”. Atualmente é missionário Fidei Donum na diocese de Crato, no Brasil.
[Tradução do Italiano por Thácio Siqueira]