Células-tronco do fluxo menstrual podem inibir câncer

Breast cancer cells
As células-tronco contidas no fluxo menstrual apresentam propriedades antitumorais que poderiam ser utilizadas para melhorar as terapias atuais contra o câncer, afirma um estudo científico divulgado nesta quarta-feira em Santiago.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade dos Andes concluiu que os exossomas – pequenas vesículas secretadas por vários tipos de células que são encarregados da comunicação intercelular – inseridos no fluxo menstrual inibem a propagação dos tumores cancerígenos.

O exossomas do fluxo menstrual “são capazes de inibir a formação de vasos sanguíneos”, comentou Francisca Alcayaga, uma das cientistas que participou da pesquisa realizada pelo projeto Cells for Cells da universidade chilena.

Desta forma, se corta a rota do tumor, “que gera vasos sanguíneos para poder se nutrir e se oxigenar, com o objetivo de continuar crescendo”, de acordo com o estudo.

As células-tronco do fluxo menstrual são recuperadas da parede do útero antes da menstruação, em um momento em que ainda apresentam “propriedades antiangiogênicas, sendo capazes de inibir a vasculatura tumoral”, afirmou Alcayaga.

Segundo os estudos preliminares, se constatou que o câncer de próstata é uma das patologias que reagem mais facilmente à presença dos exossomas.

Com a presença dos exossomas do fluxo menstrual, “o crescimento do tumor é mais lento, por isso vamos continuar a pesquisa e ver a atividade complementar destes exossomas com as terapias convencionais que existem hoje”, disse a cientista.

Como falar de sexo com meus filhos?

Não sabe como conversar com seus filhos sobre sexo? Confira as dicas do Pe. Paulo Ricardo

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Falar de sexo com os filhos, hoje mais do que noutros tempos, é não somente uma prerrogativa, mas um grave dever dos pais, porque é apenas no ambiente doméstico, em que se resguarda o pudor e o respeito à pureza de cada um, que se encontram as “condições psicológicas e morais para uma educação sadia e eficiente em matéria tão delicada” [1].

Não se trata, porém, de iniciar precocemente as crianças nos mistérios da vida, despertando-lhes imagens e curiosidades malsãs, mas de saber vaciná-las o quanto antes contra o que o mundo e a sociedade atuais, hipnotizados por diversão e prazer fácil, vão querer ensinar-lhes no futuro. Os pais de hoje em dia precisam, pois, vencer a vergonha que este tema naturalmente suscita e, “sem exposição solene nem cerimônias misteriosas” [2], mostrar aos adolescentes que sexo tem a ver, antes e sobretudo, com família.

Sim, com família. Porque é por meio da maturidade física que Deus vai preparando os corações para a maturidade do espírito, para a plena formação da vontade e das forças morais do indivíduo. Entrar na puberdade implica não apenas umas tantas alterações no corpo, mas também uma verdadeira transformação interior; implica, fundamentalmente, entrar na vida adulta, ou seja, tornar-se capaz de viver para o outro, com o espírito de entrega e autodoação que se encarna na figura de um pai ou de uma mãe.

Por isso, os adolescentes têm de compreender que o ato sexual, longe de ser um divertido passatempo, está essencialmente vinculado à capacidade procriativa do homem e, portanto, à sua vocação a ser família, a sair de si mesmo para dar-se sem reservas à esposa ou ao esposo, aos filhos e filhas frutos da união entre os dois. Falar de sexo — ainda mais para nós, católicos — é falar das vidas que Deus confia aos cuidados do pais, a fim de que estes as levem consigo para aquela Vida que nunca há de ter fim.

Referências

  1. Leonel Franca, “Educação Sexual”, inA Formação da Personalidade (Obras Completas, vol. 15). Rio de Janeiro: Vozes, 1954, p. 34.

De onde vêm as críticas a Madre Teresa de Calcutá?

De onde vêm as críticas a Madre Teresa de Calcutá?

De onde vêm as críticas à figura de Madre Teresa de Calcutá, canonizada há poucos dias no Vaticano? Por que uma freira que passou a vida inteira servindo aos mais pobres incomoda algumas pessoas?

Sim, talvez você não soubesse, mas há quem não goste de Madre Teresa de Calcutá, a freira que estava sempre sorridente, sempre servindo aos outros e sempre falando de Deus. Embora tenha falecido há quase 20 anos, a sua figura ainda é uma “pedra no sapato” de muitas pessoas.

Por ocasião de sua canonização, realizada neste domingo pelo Papa Francisco, alguns jornais ao redor do mundo fizeram questão de ressuscitar algumas antigas polêmicas, em uma tentativa patética de desacreditar seja a santidade de Teresa, seja a idoneidade da Igreja, acusada de propor ao culto de seus fiéis personagens controversas ou moralmente duvidosas.

Mas de onde vem, afinal, o burburinho de revolta contra a religiosa de Calcutá?

Ainda que as vozes dissonantes se tenham espalhado por toda a mídia ultimamente, o crítico mais famoso de Madre Teresa já morreu. Seu nome era Christopher Hitchens e ele se encontrava, não por acaso, nas fileiras do chamado “novo ateísmo”. Em 1994, três anos antes da morte da religiosa albanesa, esse jornalista produziu um documentário atribuindo-lhe o infamante título de “Anjo do Inferno” (engraçado até, para quem não acredita nem em anjos, nem em inferno).

Quando ela foi beatificada pelo Papa São João Paulo II, ainda em 2003, Hitchens voltou a soltar seus cachorros: “Nós acabamos de presenciar a elevação e consagração do dogmatismo extremista, da fé cega e o culto de uma personalidade humana medíocre”, ele dizia. “Ela era uma fanática, uma fundamentalista, e uma fraude, e uma igreja que oficialmente proteja aqueles que violam os inocentes (sic) acaba de nos dar outro claro sinal de onde ela realmente se situa em questões morais e éticas”.

As palavras de Hitchens são pesadas, é verdade, mas seria possível, afinal, esperarmos algo diferente de alguém que não acreditava nem em Deus, nem em santidade, nem no conceito cristão de “caridade”? Como esperar que um ateu, descrente na vida eterna, compreendesse uma mulher que se gastou completamente por isso? Como esperar que um materialista, para o qual nada havia além deste mundo, compreendesse o discurso e a obra de uma pessoa que testemunhava diariamente o Céu?

Alguém poderá dizer que essas questões não contemplam a totalidade da crítica de Hitchens. Mas, para o teólogo e escritor americano Thomas D. Williams, que consultou toda a literatura “dedicada a manchar o legado de Madre Teresa”:

“Todos os argumentos contra ela, na verdade, podem ser resumidos em duas coisas que, para a esquerda, são absolutamente imperdoáveis: sua firme e intransigente oposição ao aborto e sua espiritualidade abertamente cristã que a fazia entregar-se por seus irmãos. Todas as outras razões apresentadas — que ela prestava uma assistência médica precária, que ocasionalmente se irritava com suas ajudantes, que aceitava doações de personagens moralmente ambíguas — não passam de uma máscara para cobrir essas razões que levam a esquerda ao ponto da histeria.”
Trocando em miúdos, a razão por que muitos não gostavam — e ainda não gostam de Madre Teresa — é o fato de ela ser profundamente católica.

Santa Teresa de Calcutá não tinha medo de dizer, por exemplo, que “o maior inimigo da paz hoje é o aborto, porque ele é uma guerra direta, um assassínio direto feito pela própria mãe”. A religiosa disse-o uma vez, quando foi premiada com o Nobel da Paz, em 1979, e voltou a falar do assunto em 1994, nos Estados Unidos: “Se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo seu próprio filho, como vamos dizer às outras pessoas para que não se matem?”, ela perguntava, com destemor, a uma plateia que incluía o casal Bill e Hillary Clinton. “Com o aborto, a mãe não ensina a amar, mas mata inclusive o próprio filho para resolver seus problemas. Qualquer país que aceite o aborto está ensinando seu povo não a amar, mas a usar de qualquer violência para chegar aonde quer.”

As palavras incisivas dessa humilde freira sobre o aborto, é preciso dizer, não têm nada de religiosas. Madre Teresa não invoca nenhuma revelação divina ou dogma católico para condenar o aborto e a sua legalização. Para se opor a essa prática, basta o bom senso. Mas, quando boa parte da sociedade está cega e incapaz de compreender os elementos mais básicos da lei natural, denúncias como essa inevitavelmente fazem inimigos. O próprio Hitchens não conseguia disfarçar o seu horror a esse discurso.

Outra coisa que o inquietava a respeito de Madre Teresa era o modo como ela tratava os pobres. Hitchens afirma que ela “não era uma amiga dos pobres, mas da pobreza”, porque “dizia que sofrer era um presente de Deus e passou a vida toda se opondo à única cura conhecida para a pobreza (sic), que é o empoderamento das mulheres e a sua emancipação de uma vida inteira de reprodução compulsória”.

Nesse ponto, porém, as acusações provêm de outra confusão elementar: congregações religiosas e instituições cristãs de caridade não são ONGs ou entidades meramente seculares; não são o Ministério da Saúde, para sair às ruas distribuindo contraceptivos, muito menos alguma sucursal do Partido Comunista ou da Teologia da Prosperidade, para ficar prometendo riquezas e felicidade neste mundo. As Missionárias da Caridade são católicas e, como tal, são regidas pela lei suprema da Igreja, que é a salvação das almas. Por isso, as irmãs de Madre Teresa não só cuidam de aliviar o sofrimento dos pobres, mas também de ministrar-lhes os sacramentos e ensinar-lhes a se unirem a Cristo crucificado; não só empenham seus esforços em trabalhar, mas principal e soberanamente em rezar; não operam somente tendo em vista o pão terreno, mas buscando em primeiro lugar o Pão do Céu.

Aqui reside, enfim, a razão central de todas as críticas a Madre Teresa de Calcutá. O que incomodava particularmente em sua vida era justamente o seu olhar dirigido ao Céu, quando todos hoje em dia insistem em manter os olhos fixos nas ninharias deste mundo. “Ela aberta e destemidamente invocava o amor de Jesus Cristo como a razão por trás de tudo o que fazia, uma prática repugnante para um mundo completamente desprovido de qualquer piedade religiosa”, observa Thomas Williams, em artigo publicado no site Breitbart.

Emblemática nesse sentido é a história do jornalista americano que, desconcertado ao ver Teresa lavando um homem coberto de chagas, disse a ela: “Eu não faria isto nem por um milhão de dólares”, ao que ela lhe respondeu: “Nem eu”.

Era, afinal, tão somente por amor de Deus que Santa Teresa de Calcutá fazia tudo o que fazia. Se já é difícil que muitos de nós, católicos, hipnotizados que estamos pelos amores das criaturas, compreendamos e aceitemos isso, quanto mais não deve ser difícil, então, para aqueles que andam a esmo e não acreditam em Deus! Como sempre há esperança, porém, para eles e também para nós é que Teresa está no Céu. Que, pela sua intercessão, os que não crêem passem a ter fé, porque “quem não crer será condenado” (Mc 16, 16), e os que já crêem, enfim, passem a amar, uma vez que “a fé sem obras é morta” (Tg 2, 26).

Por Equipe Christo Nihil Praeponer