O que é o Advento e como podemos vivê-lo?

O Advento é o tempo de preparação para celebrar o Natal e começa quatro domingos antes desta festa. Além disso, marca o início do novo Ano Litúrgico católico e em 2016 começará no domingo, 27 de novembro.

Advento vem do latim “ad-venio”, que quer dizer “vir, chegar”. Começa com o domingo mais próximo da festa de Santo André (30 de novembro) e dura quatro semanas.

O Advento está dividido em duas partes: as primeiras duas semanas servem para meditar sobre a vinda do Senhor quando ocorrer o fim do mundo; enquanto as duas seguintes servem para refletir concretamente sobre o nascimento de Jesus e sua irrupção na história do homem no Natal.

Nos templos e casas são colocadas as coras do Advento e se acende uma vela a cada domingo. Do mesmo modo, os paramentos do sacerdote e as toalhas do altar são roxos, como símbolo de preparação e penitência. A exceção é o terceiro domingo, o Domingo Gaudete (da alegria), no qual pode se usar a cor rósea.

A fim de fazer sensível esta dupla preparação de espera, durante o Advento, a Liturgia suprime alguns elementos festivos. Na Missa, não é proclamado o hino do Glória.

O objetivo desses simbolismos é expressar de maneira tangível que, enquanto dura a peregrinação do homem, falta-lhe algo para seu gozo completo. Quando o Senhor se fizer presente no meio do seu povo, a Igrejaterá chegado à sua festa completa, representada pela Solenidade do Natal.

Muitos católicos sabem do Advento, mas talvez as preocupações no trabalho, as provas na escola, os ensaios com o coral ou teatro de Natal, a arrumação do presépio e a compra dos presentes fazem com que se esqueçam do verdadeiro sentido deste tempo. Por isso, é preciso recordar que a principal preparação neste período deve ser interior, na espera da vinda de Jesus.

No tempo do Advento, faz-se um apelo aos cristãos, a fim de que vivam de maneira mais profunda algumas práticas específicas, como: a vigilância na fé, na oração, na busca de reconhecer o Cristo que vem nos acontecimentos e nos irmãos; a conversão, procurando consertar os próprios caminhos e andar nos caminhos do Senhor, para seguir Jesus em direção Reino do Pai; o testemunho da alegria que Jesus traz, através de uma caridade paciente e carinhosa para com os outros; a pobreza interior, de um coração disponível para Deus, como Maria, José, João Batista, Zacarias, Isabel; a alegria, na feliz expectativa do Cristo que vem e na invencível certeza de que Ele não falhará.

5 detalhes que talvez não conhecia sobre a Coroa do Advento

A Igreja se prepara para iniciar o tempo do Advento neste domingo, 27 de novembro. Como é tradição, os fiéis se reunirão para rezar e acender a primeira vela da Coroa do Advento.

Confira a seguir, 5 detalhes que todo cristão deve saber sobre a Coroa.

1. É exemplo da cristianização da cultura

A Coroa do Advento tem a sua origem em uma tradição pagã europeia, que consistia em prender velas durante o inverso para representar o fogo do deus sol e pedir-lhe que voltasse com sua luz e calor.
Os primeiros missionários aproveitaram esta tradição para evangelizar as pessoas e lhes ensinaram que deviam aproveitar esta Coroa do Advento como meio para esperar Cristo, celebrar seu nascimento e lhe pedir que infunda sua luz em suas almas.

2. Sua forma circular é sinal do amor de Deus

O círculo é uma figura geométrica que não tem princípio nem fim. A Coroa do Advento recorda que Deus também não tem princípio nem fim, por isso reflete sua unidade e eternidade. É sinal do amor que se deve ter pelo Senhor e pelo próximo, o qual deve se renovar constantemente e nunca acabar.

3. Os ramos verdes representam Cristo vivo

Verde é a cor da esperança e da vida. Os ramos significam que Cristo está vivo entre nós. A cor verde também recorda a vida de graça, o crescimento espiritual e a esperança que devemos cultivar durante o Advento. O desejo mais importante deve ser querer chegar a uma união mais forte com Deus, nosso Pai, assim como a árvore e seus ramos.

4. As quatro velas representam cada domingo do Advento

As velas permitem refletir sobre a escuridão provocada pelo pecado, o qual deixa o homem cego e o afasta de Deus. Depois da primeira queda do homem, Deus foi dando pouco a pouco uma esperança de salvação que iluminou todo o universo, como as velas da Coroa.

Neste sentido, assim como as trevas se dissipam com cada vela que acendemos, os séculos foram se iluminando cada vez mais com a proximidade da chegada de Cristo ao mundo.

As quatro velas colocadas na Coroa de Advento são acesas semana a semana, nos quatro domingos do Advento e com uma oração especial.

5. Uma das velas é rosa

Tradicionalmente as velas da Coroa de Advento são três roxas e uma rosa, esta é acesa no terceiro Domingo do Advento. Este dia é conhecido também como “Domingo Gaudete”, ou da alegria, devido à primeira palavra do prefácio da Missa: Gaudete (regozijem-se).

A cor roxa representa o espírito de vigilância, penitência e sacrifício que devemos ter para nos prepararmos adequadamente para a chegada de Cristo. A cor rosa representa a alegria que sentimos diante da proximidade do nascimento do Senhor.

Em alguns lugares, todas as velas da Coroa são substituídas por velas vermelhas e, na Noite de Natal, é colocada no centro da coroa uma vela branca, simbolizando Cristo como centro de tudo que existe.

Sugestões

a) Recomenda-se fazer a coroa de Advento em família, aproveitando a ocasião para ensinar as crianças o sentido e o significado de tal símbolo do Natal.

b) A coroa deverá estar em um lugar especial da casa, de preferência onde seja facilmente visível por todos, recordando assim a vinda cada vez mais próxima do Senhor Jesus e a importância de se preparar bem para este momento.

c) É conveniente fixar um horário para se fazer a liturgia da Coroa do Advento de maneira que seja uma ocasião familiar e ordenada, com a participação consciente de todos.

d) Recomenda-se repartir as funções de cada membro da família durante a liturgia. Um acende a vela, outro lê a passagem bíblica, outro faz algumas preces, a fim de que todos possam participar e que seja uma ocasião de encontro familiar.

Conheça o nefasto legado da esquerda na luta contra a vida e a família no Brasil.

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Grupo de estudo para implantar o aborto

Já em 2007, foi criado o GEA (Grupo de Estudos sobre o Aborto) que diz em seu próprio site, que é “uma entidade multidisciplinar que reúne médicos, juristas, antropólogos, movimentos de mulheres, psicólogas, biólogos e outras atividades. Não é uma OnG e não tem verbas próprias. Conta com inestimável apoio do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Seu foco é capilarizar a discussão do tema ABORTO sob o prisma da Saúde Pública e retirá-lo da esfera do crime.”.

Ainda em 2010, o coordenador do Grupo de Estudos para legalizar o aborto no Brasil, constituído pelo governo brasileiro, pago com recurso público, disse que a intenção não é apenas despenalizar o aborto, mas “a ideia é ir mais longe e não fazer mais do aborto um crime”. Grupo este formado por militantes e OnGs que promovem o aborto no Brasil, inclusive fez parte o Dr. Adson França, representante do Ministério da Saúde.

A reeleição de Dilma e as últimas cartadas

Em 26 de agosto de 2010, a Comissão Episcopal Representativa do Regional Sul 1 da CNBB acolheu e recomendou a “ampla difusão” do documento intitulado “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”, elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1, alertando a população sobre a agenda abortista do Partido dos Trabalhadores. Na ocasião, o documento recebeu o pleno apoio de diversos bispos, entre eles Dom João Wilk, Bispo Diocesano de Anápolis.

Mas, infelizmente a candidata do PT foi eleita presidente da República e pudemos presenciar quatro anos de investidas da cultura da morte. Foi durante o seu governo que o Supremo Tribunal Federal (cujos ministros em sua maioria foram nomeados por Lula ou Dilma), usurpando função do Congresso Nacional, legalizou a “união estável” de pessoas do mesmo sexo e o aborto de crianças anencéfalas. Foi durante o governo Dilma (junho de 2012) que o Ministério da Saúde anunciou que iria “restringir os danos” do aborto através da oferta às mulheres do abortivo misoprostol (Cytotec) e do atendimento hospitalar às gestantes após terem provocado aborto em si mesmas. O plano, porém, foi barrado pela bancada pró-vida do Congresso Nacional, que solicitou ao Ministério da Saúde informações sobre o contrato celebrado – e várias vezes prorrogado – com a Fundação Osvaldo Cruz para “despenalizar o aborto no Brasil”.

Em 1º de agosto de 2013, logo após a saída de Papa Francisco do nosso país, Dilma sancionou a Lei 12.845/2013, que “dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual”. Essa lei, que ficou conhecida com Lei Cavalo de Tróia, tinha sido proposta em 1999 pela deputada petista Iara Bernardi (PT/SP), mas foi o Ministro da Saúde Alexandre Padilha que em 20/02/2013 pediu ao presidente da Câmara deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN) que votasse e aprovasse a proposta em regime de urgência, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O texto foi aprovado às pressas, tanto na Câmara como no Senado, sem que os parlamentares pudessem perceber que, na verdade, o único objetivo da proposição era expandir o aborto ilegal por todo o país[1]. Com a lei agora em vigor, “todos os hospitais da rede integrante do SUS” deverão fornecer às (supostas) vítimas de violência a informação falsa de que elas têm direito ao aborto e deverão indicar “todos os serviços sanitários” disponíveis para praticá-lo.

Para “regulamentar” a lei de expansão do aborto ilegal, o Ministério da Saúde, editou a Portaria n. 415, de 21 de maio de 2014, que “inclui o procedimento interrupção da gestação / antecipação terapêutica do parto previstas em lei (!?) e todos os seus atributos na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais do SUS”[2]. Para cada aborto ilegal a portaria prevê o financiamento de R$ 443,40, a serem extraídos dos nossos impostos.

Talvez percebendo o impacto negativo dessa portaria sobre a população neste ano eleitoral, o governo resolveu revogá-la por meio da Portaria 437, de 28 de maio de 2014[3].

Comentando sobre a Lei 12.845/2013, que continua em vigor, Dilma disse que ela passou a garantir que o “atendimento” (que inclui o abortamento) seja “imediato e obrigatório” em todos os hospitais do SUS[4].

Em caso de reeleição, porém, o Ministério da Saúde deve editar uma nova portaria para “regulamentar” a lei de expansão do aborto ilegal. É o que pensa a União de Juristas Católicos de São Paulo:

A União dos Juristas Católicos de São Paulo (UJUCASP) previu que após as eleições de 2014, caso Dilma fosse reeleita, os brasileiros seriam surpreendidos com uma nova portaria do Ministério da Saúde regulamentando o aborto nos hospitais conveniados com o SUS.

Segundo o Dr. Ives Gandra Martins, presidente da entidade católica que atualmente reúne 80 sócios entre desembargadores, juízes e advogados, “não devemos nos iludir com a revogação da portaria 415 por parte do Governo Federal, que pressionado pela má repercussão política da medida, atuou em modo de evitar desgaste político eleitoral”.

E foi o que aconteceu, em 21 de maio de 2014, Dilma Rousseff publicação a Portaria nº 415, que sancionou a Lei 12.845, abrindo assim brechas para a prática do aborto no sistema SUS, com recurso público.

Existem atualmente em trâmite no Congresso Legislativo cerca de seis diferentes projetos de lei que visam regulamentar a matéria do aborto no Brasil. Em parte, o efeito político negativo se deu porque a Portaria 415 do Ministério da Saúde foi baixada a revelia do debate que ocorre no Legislativo. ‘Na eventualidade de ser veiculada nova portaria após as eleições, os projetos em tramitação no Congresso Nacional simplesmente perderão relevância em face do fato consumado, sem passar pelo necessário debate público’, explicou o jurista[5].

O deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), depois de ter pedido publicamente perdão por ter votado pela aprovação da Lei 12845/2013, apresentou um projeto para revogá-la. É o Projeto de Lei 6033/2013. O deputado Givaldo Carimbão (PROS/AL) apresentou um requerimento de urgência para a votação do PL 6033/2013.

No dia Internacional das Mulheres deste ano, um ato com o tema: “Mulheres nas ruas por liberdade, autonomia e democracia para lutar pela legalização do aborto, contra o ajuste fiscal e reforma da previdência e o fim da violência” foi amplamente apoiado e promovido pelo PT. Mas, felizmente, o tema sequer foi novamente adiado para votação na Câmara dos Deputados.

Em 2015, o O deputado federal Victório Galli (PSC) denunciou que o Governo do PT patrocinava o ativismo de extrema-esquerda. “Além de defender a legalização de drogas, o desarmamento civil e a liberdade sexual, incluem como bandeira a legalização do aborto”, disse o parlamentar mato-grossense que vê no governo a defesa de um lado só do debate.

“Estão patrocinando a destruição de valores que permearam a construção da civilização ocidental”, disparou Galli. O deputado denuncia que muitos destes movimentos patrocinados pelo governo usam do direito de se manifestar para agredir a sociedade. O último caso grave foi produzido pela Parada Gay, “que debochou do próprio Deus, Jesus Cristo”, disse.

Segundo ele, “perderam a noção”. Galli denuncia ainda que estão usando de crianças nestes manifestos, como ocorrido na “marcha das vadias”. O parlamentar afirmou que atitudes como estas contrariam o próprio estatuto da criança e do adolescente. Estes movimentos defendem a legalização de drogas, do aborto e da prostituição. “Isso destrói lares, famílias e vai contra os princípios cristãos”, disparou.

O parlamentar denuncia que o governo do PT está apoiando, financiando e patrocinando ONGs ligadas a grupos abortistas internacionais, como Cfemea; Instituto Patrícia Galvão; Cunhã Coletiva Feminista entre outras.

Galli lembrou que a maioria esmagadora dos brasileiros é contra o aborto. Pesquisas de opinião avaliaram diversas bandeiras ideológicas do PT e, mesmo o Governo apoiando instituições abortistas, tendo diversos veículos de comunicação na mesma linha de pensamento, a população continua firme na proteção da vida e dos valores cristãos. “Recentemente tivemos uma propaganda onde atores da Rede Globo declaram apoio a causa abortista e anti-cristã, além de debochar de Maria, mãe de Jesus Cristo, o vídeo postado no Youtube foi um dos mais rejeitados, pelos internautas, no ano de 2015, com mais de 206 mil cliques de repúdio contra 35 mil curtidas”, informou.

Um decreto pró-totalitarismo

A agenda abortista do PT seria muito mais facilmente posta em prática se não houvesse a oposição do Congresso Nacional. O Decreto 8243, assinado pela Presidente Dilma em 23 de maio de 2014, pretende, na opinião do jurista Ives Gandra, tornar inexpressivo o Congresso Nacional e aparelhar o Executivo com movimentos sociais aliados do governo (por exemplo, o MST e a UNE)[6]. Esse decreto institui a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS)[7]. Tudo isso para “consolidar a participação social como método de governo” (art. 4º, I), fortalecendo a “atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil” (art. 1º, caput). No conceito de “sociedade civil” estão incluídos os “movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados” (art. 2º, I). Serão criados “conselhos” e “comissões” de políticas públicas, compostos por “representantes eleitos ou indicados pela sociedade civil” (art. 10, I; art. 11, I). Não se diz o modo como se dará essa eleição ou indicação, mas certamente não será pelo “sufrágio universal” nem pelo “voto direto e secreto, com valor igual para todos” (art. 14, caput, CF), como prevê nossa Constituição. Segundo editorial do jornal O Estado de S. Paulo, “a mensagem subliminar em toda essa história é a de que o Poder Legislativo é dispensável”[8].

Com a intenção de sustar os efeitos desse decreto pró-totalitarismo, o senador Álvaro Dias (PSDB/PR) apresentou em 2 de junho de 2014 o Projeto de Decreto Legislativo n. 117 (PDS 117/2014). O relator da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Senador Pedro Taques (PDT/MT), deu parecer favorável ao projeto. Aguarda-se a entrada na pauta para votação.

A Ideologia de Gênero e a luta do Governo para destruir a família brasileira

Além da luta para aprovar amplamente o aborto no Brasil, o Governo trabalhou com afinco em busca da criação de leis que ameaçam a família, exemplo disso é o Projeto de Lei da Câmara n. 122/2006, conhecido nos meios cristãos como lei da “mordaça gay”e originariamente apresentado pela deputada Iara Bernardi (PT-SP) modificando várias normas do Direito brasileiro e criminalizando a chamada “homofobia”, recebeu um substitutivo, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS).

O relatório do parlamentar petista pretende colocar panos quentes em toda a discussão gerada pelo projeto original. “Ouvimos todos e não entramos na polêmica da homofobia. Essa foi a primeira mudança para elaboração desse relatório”[9], diz o texto do novo projeto. No entanto, mesmo sem entrar “na polêmica da homofobia”, o novo PLC 122 traz uma arma perigosa e ainda mais letal: a ideologia de gênero. O instrumento para ludibriar a população continua sendo a manipulação da linguagem, pelo qual é inoculado em termos aparentemente inofensivos um conteúdo ideológico e revolucionário. Assim, se o antigo texto disfarçava sob a expressão “homofobia” qualquer discordância da agenda homossexual, o novo texto esconde a ideia de que as pessoas não apenas recebem sua sexualidade como um dado biológico, mas são responsáveis por construir sua “identidade de gênero” – o termo aparece 5 vezes no substitutivo do senador Paulo Paim. Ou seja, embora a ênfase tenha mudado, a perversão continua.

As modificações introduzidas no texto do projeto de lei integram um script pré-concebido para desestabilizar totalmente a família tradicional. Ao contrário do que os meios de comunicação mostram, este processo de subversão não é algo “automático”, como se o reconhecimento de “novas configurações” de família fosse uma expressão do zeitgeist (“espírito dos tempos”) ou do “progresso” da civilização. Trata-se de um programa de ação sistemática idealizado justamente para destruir a família, já que esta, da forma como é concebida pela moral judaico-cristã, é um empecilho para que aconteça a revolução comunista tanto querida por Karl Marx. Para identificar isto, basta que se leia o famoso “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, iniciado por Marx, mas concluído por Engels; basta que se procurem as obras dos ideólogos de gênero, para descobrir quais são seus verdadeiros intentos.

Já que a família tradicional não está tragicamente fadada a desaparecer, a menos que os seus defensores fiquem de braços cruzados, é importante que os cristãos e conservadores deste país se juntem neste esforço político comum: combater a implantação da agenda de gênero na sociedade brasileira.

O que os socialistas realmente querem é a destruição da moral judaico-cristã, e não o reconhecimento de supostos “direitos homossexuais”. Os marxistas estão a utilizar os homossexuais como “ponta de lança”, pois é sabido que, nos regimes comunistas de Stálin, Mao e Fidel Castro, foram justamente os homossexuais os primeiros a morrer, ora fuzilados em “paredões”, ora oprimidos em campos de concentrações. Isto explica por que, diante de padres e pastores tentando ser fiéis à sua religião, o movimento gayzista faz um alarde, mas, diante dos crimes perpetrados pelas ditaduras socialistas contra os homossexuais, eles se calam: o movimento LGBT é amplamente subvencionado pelo marxismo cultural.

Em resumo, muitas foram as ações do governo e dos partidos aliados da esquerda para promover uma cultura contra a vida e contra a família. Continuaremos nossa luta em favor da vida contra toda e qualquer influência política e ideológica que deseje promover a nefasta cultura de morte em nosso país e no mundo inteiro.

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[1] Falo em aborto ilegal por redundância, uma vez que no Brasil, todo aborto é proibido por lei. O artigo 128, II do Código Penal contém apenas uma escusa absolutória, ou seja, uma não aplicação da pena após o delito consumado quando a gravidez resulta de estupro, mas nunca uma permissão prévia para abortar.
[2]http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=22/05/2014& jornal=1&pagina=60&totalArquivos=104
[3]  http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=40&
data=29/05/2014
[4] http://oglobo.globo.com/brasil/dilma-defende-aborto-na-saude-publica-por-motivos-medicos-legais-12712379
[5] Padre Michelino ROBERTO. União dos Juristas Católicos de São Paulo adverte: ‘Teremos surpresas após as eleições’, O São Paulo, Edição 3006 – 10 a 16 de junho de 2014, p. 11.
[6] http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/06/1467665-ives-gandra-da-silva-martins-por-um-congresso-inexpressivo.shtml
[7] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8243.htm
[8] http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,mudanca-de-regime-por-decreto-imp-,1173217

[9] Substitutivo do Projeto de Lei da Câmara nº 122, de 2006 – Senado

Vitória pró-vida: ONU rejeita incluir aborto como “direito humano”.

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Apesar do insistente lobby, documento sobre combate a aids foi aprovado sem considerar a eliminação de bebês em gestação como medida que todas as nações deveriam adotar.

O movimento pró-vida do mundo todo comemora a conquista obtida na ONU com a versão aprovada da Declaração Política sobre o HIV e a Aids, documento que frustrou, mais uma vez, a insistente tentativa do poderoso lobby para que sejam contemplados como “direitos humanos” seus alegados “direitos sexuais” ou “reprodutivos”, que incluiriam a prática do aborto como algo a ser necessariamente aceito por todas nações que compõe a entidade. Com isso, põe-se um freio na agenda ideológica que atenta contra o direito à vida, a família e a liberdade, ao mesmo tempo em que se protege a soberania dos Estados em uma matéria que escapa à competência da ONU.

A Declaração Política sobre o HIV e a Aids foi aprovada em 8 de junho na ONU, dentro da Reunião de Alto Nível 2016 sobre a Erradicação da Aids, um dos encontros mais influentes da comunidade internacional sobre a questão do HIV, que ocorre a cada cinco anos.

Para entender o que essa declaração tem a dizer no que se refere aos valores inegociáveis, o site Actuallsolicitou a análise da ADF Internacional, organização internacional perita no desenvolvimento de estratégias legais integrais para proteger o direito à vida, o casamento, a família e a liberdade religiosa no mundo inteiro.

“Manifestamos nosso pleno respaldo ao objetivo subjacente da Declaração Política aprovada neste ano, isto é, pôr um fim à epidemia de Aids”, disse a diretora de promoção da ADF Internacional junto às Nações Unidas, Elyssa Koren.

Os “direitos reprodutivos” não são direitos humanos

Ao mesmo tempo, porém, Koren alerta que esse fim “não exime do fato de que a UNAIDS, os Estados Unidos e alguns outros países tiveram a oportunidade de incluir pontos polêmicos”, com o fim de abalizar “agendas ideológicas” em matérias relacionadas ao direito à vida, à família e à sexualidade, com repercussões também sobre a liberdade religiosa, “promovidas às custas do sofrimento humano de milhões de pessoas que sofrem com a Aids”.

Dessa maneira, Koren lamenta as alusões do texto à “anticoncepção de emergência” independentemente da idade e ao “aborto seguro” e a ausência de uma linguagem relacionada à abstinência ou à fidelidade conjugal, “que continuam sendo nossos grandes cavalos de batalha”.

Por outro lado, a ADF Internacional celebra que “mesmo que alguns Estados tenham lutado novamente sem descanso pela inclusão de referências aos ‘direitos reprodutivos’ vinculadas aos direitos humanos, tudo isso foi rechaçado ao fim, por entender que os ‘direitos reprodutivos’ não são de nenhuma maneira competência do organismo internacional nem matéria de direitos humanos”.

Aborto, comportamento sexual e educação

Esse êxito foi conquistado especialmente “pela resistência dos países árabes, africanos e alguns outros, que insistiram que o foco deveria permanecer na no objetivo de acabar com o HIV e a Aids”, diz a ADF Internacional, que ao mesmo tempo lamenta que “infelizmente, esses países não demonstraram a mesma vontade política para excluir as referências ao aborto”.

Mesmo assim, todas as referências ao aborto são feitas com a correspondente referência às legislações nacionais, como é norma nos documentos da ONU, “o que serve precisamente para proteger os Estados membros que dão proteção ao direito à vida em suas leis”, comemora Koren.

Outra conquista que a ADF Internacional destaca é a referência no texto a “uma conduta sexual responsável”. “Nesse sentido, os Estados membros compartilham o fato de que o comportamento sexual responsável afirma a dignidade inata de cada pessoa e demonstra ser a via de maior êxito para deter a Aids em cada contexto nacional”, analisa a perita.

Koren afirma, porém, que “lamentavelmente os inexperientes conseguiram evitar qualquer referência à abstinência ou à fidelidade na declaração, afirmando de forma incorreta que esses termos representam um ‘experimento social falido’”.

Finalmente, Koren celebra que mesmo que o texto modifique a sua formulação em relação à educação sexual, obteve-se uma clara vitória diante da doutrinação ideológica na escola, “por incluir a referência aos pais e pela ausência de uma linguagem ‘sexual’ vinculada à educação”.

Com informações de Actuall.

Colaborou Felipe Koller.

Por Jônatas Dias Lima (Blog da Vida)

Mãe de menina com síndrome de Down rebate médico que sugeriu aborto: “Ela é perfeita”.

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Segundo a norte-americana Courtney Baker, o especialista disse que a criança dificultaria a qualidade de vida do casal. “A minha prece é para que nenhuma outra mãe tenha que passar pelo que passei”, disse na carta aberta, que já foi compartilhada milhares de vezes nas redes sociais.

Mais de um ano após o nascimento da pequena Emersyn Faith, a norte-americana Courtney Baker decidiu que era hora de responder ao médico que tentou encorajá-la a interromper a gestação.

Emmy, como foi apelidada ao nascer, foi diagnosticada com síndrome de Down durante o pré-natal. Assim que a notícia foi dada aos pais, Courtney diz ter sido aconselhada pelo médico a abortar. “Ele disse que a nossa qualidade de vida e a dela seria horrível”, escreveu em seu perfil do Facebook.

Ainda tomada por esta lembrança, Courtney decidiu escrever 15 meses depois do nascimento de sua filha uma carta ao especialista. O conteúdo foi publicado na página Parker Myles, que destaca conteúdos inspiradores sobre crianças com Down, e já foi compartilhada milhares de vezes. “Ele estava tão equivocado”, disse ela.

A seguir, leia a carta na íntegra:

“Caro Doutor,

Uma amiga me disse recentemente que, quando seu especialista em pré-natal via o seu filho nas ultrassonografias, ele sempre comentava: ‘Seu filho é perfeito’. Assim que seu filho nasceu com síndrome de Down, ela visitou o mesmo médico. Ele olhou para o bebê e voltou a dizer: ‘Eu te disse. Seu filho é perfeito’.

Essa história me tocou profundamente. Apesar de eu estar feliz pela experiência da minha amiga, me enchi de tristeza ao pensar no que eu deveria ter feito. Gostaria que você tivesse sido este médico.

Te procurei no momento mais difícil da minha vida. Eu estava assustada, ansiosa e completamente perdida. Ainda não sabia a verdade sobre meu bebê, e era isso que eu precisava desesperadamente de você. Mas em vez de apoio e coragem, você nos sugeriu acabar com nossa filha. Eu te disse o nome dela, e você nos perguntou novamente se havíamos entendido o quão baixa seria nossa qualidade de vida com um bebê com síndrome de Down. Sugeriu que a gente reconsiderasse nossa decisão de seguir com a gestação.

Deste encontro em diante, nós passamos a temer nossa responsabilidade. O momento mais difícil da nossa vida se tornou quase insuportável, porque você nunca nos disse a verdade.

Minha filha era perfeita.

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Não estou brava. Não estou amargurada. Só estou muito triste. Estou triste porque os corações minúsculos que você vê todos os dias não o enchem de admiração. Estou triste que os intrincados detalhes e o milagre daqueles pequenos dedos e pés doces, pulmões e olhos e orelhas nem sempre lhe dão uma pausa. Estou triste que você estava tão errado para dizer que um bebê com síndrome de Down iria diminuir a nossa qualidade de vida. E eu estou de coração partido por pensar que, ainda hoje mesmo, você pode ter dito a mesma coisa para uma mãe. Mas estou ainda mais triste porque você jamais terá o privilégio de conhecer a minha filha, Emersyn.

Porque, veja, Emersyn não só está dando mais qualidade à nossa vida, como também tocando os corações de milhares de pessoas. Ela nos deu um propósito e uma alegria que é impossível expressar. Nos deu sorrisos maiores, mais risadas e os beijos mais doces que já tivemos. Abriu os nossos olhos para a verdadeira beleza e o amor puro.

Assim, a minha prece é para que nenhuma outra mãe tenha que passar pelo que passei. Minha prece é para que você também veja agora a verdadeira beleza e o amor puro em toda ultrassonografia.

E a minha prece é para que, quando você se deparar com o próximo bebê com síndrome de Down, cuidadosamente escondido no ventre de sua mãe, você olhe para que mamãe, que me veja em seguida, e diga a verdade: ‘Seu filho é perfeito’”.

Em entrevista à ABC News, Courtney disse desconhecer o efeito que a carta possa ter surtido ao médico, mas espera que ele possa “ver a verdadeira beleza do amor puro em cada ultrassom”.

Se a vida começa na concepção, como explicar os gêmeos univitelinos?

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Este é um argumento que sempre aparece nos debates sobre o aborto.

Após a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, surge um novo indivíduo, um embrião unicelular chamado ovo ou zigoto. Na quase totalidade das vezes, o zigoto desenvolve-se passando pelas fases de mórula, blástula, gástrula etc… rumo a um indivíduo humano adulto. Mas em um em cada 250 zigotos que se desenvolvem[1], ocorre a gemelação monozigótica ou univitelina, ou seja, o embrião primitivo sofre uma espécie de “divisão” e dá origem a dois ou mais indivíduos humanos. Ora, argumenta Josef Donceel, “uma pessoa humana não se divide em duas ou mais pessoas”[2]. Logo, segundo ele, o zigoto não poderia ser uma pessoa humana. Não teria uma alma racional e espiritual.

Esse argumento foi usado insistentemente (e quase obsessivamente) por Norman Ford, a fim de negar a tese da criação e infusão da alma racional no momento da fecundação do óvulo pelo espermatozoide (tese da animação imediata): “Quando o zigoto forma gêmeos, cessa a continuidade do mesmo indivíduo. Como indivíduo ontológico, o zigoto não pode considerar-se idêntico a nenhum dos dois gêmeos que se formam por efeito do seu desenvolvimento”[3].

Essa conclusão Ford estende a quaisquer das duas células (blastômeros) originárias da primeira mitose do zigoto, haja ou não gemelação: “o zigoto não sobrevive à primeira divisão mitótica, independentemente do fato de que depois haja ou não uma divisão gemelar”[4].

A primeira mitose seria então, uma espécie de suicídio, de cujo cadáver emergiriam dois novos indivíduos sem continuidade com o primeiro. Essa ideia, porém, suscita dificuldades:

1. Em que momento o zigoto “morre” e os dois blastômeros passam a “viver”?

2. Quem controla o processo da mitose: o zigoto moribundo ou os blastômeros recém-chamados à vida?

3. Onde estão os sinais de descontinuidade semelhantes ao “big bang” da fertilização?[5]

A primeira mitose é realmente uma “divisão” do zigoto?

Angelo Serra, ao descrever sucintamente o desenvolvimento embrionário humano, fala da fusão dos gametas, mas evita falar em “divisão” do zigoto. Diz que do zigoto se forma uma segunda célula:

O primeiro evento na formação de um novo indivíduo humano é a fusão de duas células altamente especializadas e programadas, o óvulo e o espermatozoide, através do processo de fertilização. A célula que dele resulta no próprio momento da fusão é chamada “zigoto” e com ela inicia o desenvolvimento embrionário de um novo ser humano. Nela se desenvolvem de modo altamente coordenado processos diversos que em 15-20 horas levam à formação de uma segunda célula[6].

Quem melhor rebate o argumento de Ford, porém, é John Billings, aquele que, com sua esposa Evelyn Billings, sistematizou o célebre método de regulação da procriação baseado na observação do muco cervical. Vejamos como ele rebate Ford:

Na divisão celular a célula não quebra nem seu material genético é ‘compartilhado’; o DNA dos cromossomas produz uma réplica de si e essa réplica é dada, junto com uma porção do citoplasma, para a nova célula. A célula original não deixou de existir absolutamente[7].

É assim que Billings responde ao argumento de que “o zigoto não sobrevive à primeira divisão mitótica”. Mas então parece que é impróprio falar de “divisão” celular. Melhor seria talvez dizer “replicação” celular, ou seja, a produção de uma célula (réplica) a partir de outra célula (original). Vejamos agora como Billings explica a formação de gêmeos.

Se o citoplasma doado é tal que faça a nova célula totipotente, ela pode desenvolver-se como um gêmeo, ou mesmo, de igual maneira, produzir mais pessoas geneticamente idênticas. Novamente, as células progenitoras não cessam de existir. Com o tempo a formação de um outro indivíduo não é mais possível; as células adaptam-se a seus específicos papéis quando o crescimento e o desenvolvimento prosseguem. A identidade do zigoto como um ser humano, uma pessoa humana que continua a existir, nunca foi comprometida[8].

O momento da criação da alma racional

Ordinariamente a geração humana se dá pela fusão dos dois gametas. A criação e infusão da alma humana ocorrem no instante em que os gametas deixam de existir enquanto tais e surge um novo indivíduo humano. Esse instante está contido no evento da penetração espermática.

A gemelação monozigótica é um modo excepcional (assexuado) de geração humana. Em tal caso, a criação da alma se dá no momento em que uma parte se separa do embrião primitivo e torna-se um novo indivíduo humano.

Conclui-se daí que dois gêmeos univitelinos não são “irmãos” entre si. Um deles (não sabemos qual) é pai (ou mãe) do outro. O gêmeo pai (ou mãe) teve origem no momento da fecundação. O gêmeo filho (ou filha) originou-se no momento em que se separou do gêmeo pai (ou mãe).

Anápolis, 9 de junho de 2016.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Presidente do Pró-Vida de Anápolis

[1] Cf. Angelo SERRA, “Quando è iniziata la mia vita?”, La Civiltà Cattolica, 4 (1989), p. 581.
[2] Joseph DONCEEL, “Immediate animation and delayed hominization”, Theological Studies 31/1 (1970), p. 98.
[3] Norman FORD, Quando comincio io? Il concepimento nella storia, nella filosofia e nella scienza, Baldini & Castoldi, Milano 1997, p. 184-185 (tradução italiana de When did I begin? Conception of the human individual in history, philosophy and science, Cambridge University Press, Cambridge 1988).
[4] Ibid., p. 324.
[5] No momento da fusão dos gametas (fertilização) há vários sinais que indicam descontinuidade ou salto: a “onda de cálcio” no citoplasma do zigoto, a “reação cortical” para evitar a penetração de novos espermatozoides, a expulsão do segundo glóbulo polar, a formação dos pronúcleos e a duplicação do DNA.
[6] Angelo SERRA, “Quando è iniziata…”, p. 576. O destaque é meu.
[7] J. BILLINGS, “When did I begin”, Anthropotes, 5/1 (1989), p. 126.
[8] Ibid.

Por que a esquerda é tão viciada em falar de aborto?

esquerda

Outro dia desses bombou no Twitter a hashtag #PrecisamosFalarSobreAborto. A temática do aborto deixou de ser periférica ou juízo de valor em meio a propostas mais concretas, por seu apelo popular quase nulo, para estar sob os principais holofotes dos debates políticos. A esquerda empurrou a agenda progressista do aborto para o proscênio, dando a impressão hoje de que não há tema político mais urgente na boca do povo do que a legalização do aborto.

O maior filósofo político de todos os tempos, Eric Voegelin, recomendava o exercício da Anamnese, o “esquecimento” das nossas próprias convicções e idéias estabelecidas, para conseguirmos enxergar a realidade de maneira mais pura, buscando a origem de nossos pensamentos – aquilo que Thomas Sowell demonstra bem sobre idéias de direita e de esquerda em Conflito de Visões. Parece que o caso com o aborto nunca foi feito no Brasil.

Proletários vendem a prole

A esquerda surge da idéia de que a Revolução Industrial permitiu um avanço em relação à aristocracia feudal, mas gerou uma nova classe social: os proletários, pessoas que só tinham a prole para “vender” como força de trabalho, na miséria associada à Revolução Industrial.

O mundo anterior à industrialização, contudo, era um mundo em que tais crianças nasciam e morriam às pencas no ambiente agrário e de “harmonia com a natureza” sem penicilina e tantas invenções da Revolução Industrial, sem as quais uma simples infecção ou virose geraria uma morte lenta e dolorosa.

A mortalidade infantil pré-Revolução Industrial em algumas regiões européias ultrapassava os 80%. Aquelas crianças que vemos em filmes que formam nosso imaginário (e, por conseguinte, nossos sentimentos) sobre o “horror” da Revolução Industrial eram, na verdade, sobreviventes. A industrialização e suas benesses permitia que a tradicional extensa prole campesina sobrevivesse, o que nunca foi esperado pelas camadas desassistidas da população.

É a primeira lição que Ludwig von Mises, o maior economista do mundo, ensina em suas palestras para não economistas, compiladas no opúsculo As Seis Lições. Com a definição correta dos termos, a mágica do sentimentalismo da visão até hoje ainda derivada do marxismo se obnubila. Ao contrário do apocalipse profetizado por Marx, ao invés de os ricos ficarem mais ricos e os pobres mais pobres com o capitalismo, a renda média do trabalhador inglês foi multiplicada por 40 em um século de Revolução Industrial.

Contudo, o apelo psicológico em falar de “proletários”, mesmo quando eles rapidamente deixaram de existir (não sendo sinônimo de “pobres”), permanece. Até Ernesto Laclau, marxista argentino envolvido nos modelos de agitação política como junho de 2013, hoje preconiza que é o discurso que cria a classe, já que elas não existem na vida real. Assim, qualquer rico pode se considerar “proletário” para manter a propaganda.

Mas como uma ideologia que nasceu com o apelo ao sofrimento da prole pode, no golpe seguinte, defender o aborto como uma causa progressista?

O Estado se torna maior do que a família

Mesmo naquilo que foi chamado de Absolutismo pelos historiadores, o núcleo da sociedade permaneceu sendo a família. Já no Manifesto Comunista, Karl Marx e Friedrich Engels diagnosticam que a nova sociedade progressista precisa retirar o poder da família, com todos os seus valores tradicionais, para transferir toda a organização social para o Estado. Os filhos não seriam mais criados por pai e mãe, amando avós e parentes, mas sim em barracões, coletivamente, como “companheiros”.

O “modelo de gestão” tentou ser aplicado já no início da Revolução Russa: Orlando Figes, talvez o maior estudioso contemporâneo do período soviético, conta em Sussurros: A vida privada na Rússia de Stalin, que a tentativa de aplicar o socialismo na Rússia agrária sempre esbarrava na família, famélica, mas rigorosamente contrária ao totalitarismo socialista:

Como viam os bolcheviques, as famílias eram o maior obstáculo à socialização das crianças. “Por amor a criança, a família a torna um ser egotista, encorajando-a a ver-se como o centro do universo”, escreveu a pensadora educacional soviética Zlata Lilina. Teóricos bolcheviques concordavam com a necessidade de substituir esse “amor egotista” pelo “amor racional” de uma “família social” mais ampla. O ABC do comunismo (1919) vislumbrava uma sociedade futura na qual os pais deixariam de utilizar a palavra “eu” em referência a um filho, pois se importariam com todas as crianças na comunidade. (…)

A noção pedagógica de hoje, como o debate público brasileiro escancarou, voltou ao modelo soviético que nem mesmo a União Soviética conseguiu consubstanciar. Pedagogos do porte de Marilena Chaui repetem o que apenas a China maoísta e a Coréia Norte dos Kim conseguiu consubstanciar.

Em uma sociedade em que o Estado, e não o núcleo familiar, é controlador e diretor, a empatia pelos entes e pelos infantes e mais fracos, o “amor egotista”, é substituída pelo pragmatismo do planejamento central, o “amor racional”. Nesta sociedade, o valor do indivíduo não é mais sentimental, como na aristocracia ou no romantismo: o indivíduo é visto como peça de uma engrenagem, pela sua utilidade para o sistema.

Se um indivíduo não poderia ser produtivo – por exemplo, nascesse com deficiências de mobilidade – seu destino era ser abortado da sociedade. Ao invés da empatia, do pathos – a paixão cristã, o “Vinde a mim, todos cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mt 11:28) –, tratava-se antes de auferir o indivíduo pelo seu valor para o Estado, como ser produtor e trabalhador para a sociedade comum.

O racionalismo da Revolução Francesa até a Revolução Russa esquece-se que racionalmente, há argumentos para mandar deficientes físicos, filhos indesejados, idosos e doentes para a vala comum. O que os mantém vivos nas sociedades judaico-cristãs não são argumentos: é a empatia.

Da mesma forma que a escravidão permitia condições sub-humanas para os escravos negando sua vida, o Estado diretor pode negar o valor de “vida” a qualquer “amontoado de células” que julgar conveniente, escorraçando a família a uma cria do capitalismo – para Marx, a família só existe para proteger a propriedade; a Escola de Frankfurt que nota o erro e inverte a noção marxista de infra-estrutura e superestrutura, passando a atacar a família, e não a propriedade, ao perceber corretamente que esta que só existe para proteger aquela.

Rapidamente, com a noção de sagrado e profano imiscui-se em uma só, a vida se torna matéria-prima (“força de trabalho”), gerenciada em planilhas e os Estados totalitários e seu controle social absoluto legalizam o aborto com rapidez espantosa. Esta é uma das críticas de Nassim Nicholas Taleb em Antifrágil: coisas que ganham com o caos: sistemas baseados em alma, e não apenas em pele, acabam possuindo uma moralidade e um arranjo social incrivelmente superior.

Nossa pedagogia, que de Zlata Lilina a Marilena Chaui (ambas ainda em nível pré-Escola de Frankfurt) se foca tão fortemente na destruição da família para o controle estatal absoluto, acha estranho a noção de que o nazismo, mesmo sendo abreviação de nacional-socialismo, seja uma espécie de socialismo (foi apelidado a posteriori de “extrema-direita” justamente por socialistas como E. P. Thompson, um dos que notou ser impossível distinguir na realidade proletários de burgueses).

O nazismo, “gêmeo heterozigoto” do socialismo, segundo feliz expressão do historiador Pierre Chaunu, praticou exatamente o mesmo que o socialismo com sua sociedade dirigida, apenas seguindo o “princípio do nacionalismo”, como explica o fascista convertido do socialismo Robert Michels.

Para os nazistas, os “elementos estrangeiros”, como judeus e ciganos, seriam uma não-vida, algo inútil e improdutivo (ciganos) ou êmulo do sistema (judeus e seu capitalismo mercantil burguês). Como mesmo “arianos” com deficiências físicas, no sistema de guerra, eram vistos como pouco menos do que cartas a serem descartadas, a “solução final” para judeus e ciganos não poderia ser muito diferente de um aborto coletivo, uma eutanásia en masse.

Socialistas e nacional-socialistas, voltando à adoração aos rituais de sacrifício de Moloch, passam à admiração exabundante do corpo. Uma das primeiras medidas de ambos é a legalização do sacrifício de “fetos”, considerados “não pessoas” para o sistema. O aborto, ao contrário do que a propaganda de esquerda tenta fazer crer, nasce como uma proposta racista.

Aborto e racismo

Se o Estado deve gerir a sociedade, e não mais o “amor egotista” da família e seus valores ultrapassados geridos pelo “capital” e pelo “ópio do povo”, a pragmática de uma “vida profissional” se sobrepõe à sacralidade de uma vida. Além dos argumentos hedonistas, que determinam a tônica do debate político contemporâneo, o argumento é defendido pela ótica de que uma mulher não é obrigada a dar continuidade a uma gravidez indesejada.

É a linguagem totalitária, como estudada por Viktor Klemper sobre a Linguagem do Terceiro Reich, com um eufemismo forçoso para “matar uma criança no útero”, transmutada para um agradável e singelo “interromper uma gravidez”, como se interrompe uma música desagradável no rádio.

O paradigma para o aborto no Ocidente, contudo, não poderia se espelhar no totalitarismo socialista ou nacional-socialista. Prefere-se então olhar para o mundo livre, usando-se sempre como exemplo da “normalidade” do aborto a sua prática no coração do capitalismo: a América.

O aborto nos Estados Unidos é permitido até qualquer momento até o nascimento. Estima-se que mais de 1 milhão de abortos são realizados anualmente. Como lembra a página Escolástica da Depressão,

O aborto foi extensamente legalizado depois da farsa Doe x Bolton e Roe x Wade, onde Mary Doe, que era de origem humilde e sem instrução, foi pressionada pela advogada e por sua mãe a abortar seu quarto filho. Já Jane Roe mentiu ter sido violentada e foi militante abortista por anos, hoje trabalha para esclarecer as mulheres sobre as conseqüências de se fazer um aborto.

Roe x Wade é um caso estudado no mundo inteiro não pelo seu conteúdo, mas pela forma: foi o maior caso de ativismo judicial da História, quando juízes inventam leis de estro próprio, que não foram debatidas, eleitas e decididas pela população.

O que pouco se comenta é que a farsa, nunca “desfeita” mesmo depois de o público descobrir a tramóia que permitiu a jurisprudência para o aborto ser legalizado, tinha como objetivo o aborto de negros, para que se diminuísse seu percentual na população. Continua a página:

A Planned Parenthood é a maior clinica de aborto do mundo e foi acusada recentemente de vender as partes do corpo de bebês abortados, inclusive preferiam abortos cujo crânio do feto fosse preservado, pois o valor era mais alto.

A Planned Parenthood foi criada pela feminista Margareth Sanger. Sanger era membro da Klu Klux Klan, declaradamente racista, tinha como objetivo em fundar a clinica de abortos para reduzir a população negra americana. Hoje a maioria das clinicas da PP se encontra nas periferias onde predomina negros.

A esquerda americana, com o mesmo vezo pelo controle da sociedade que os soviéticos ou os nazistas e suas ganas pelo aborto, também queria controlar a população.

Sem os floreios “multiculturalistas” que a propaganda revolucionária ganha no exótico Terceiro Mundo, a esquerda americana, que já foi contra o fim da escravidão (o Partido Republicano foi criado para abolir a escravidão, o que conseguiu com Abraham Lincoln), os indivíduos “improdutivos” da sociedade dirigida, do “amor racional” e da “causa social” eram reconhecidos como a população negra, sempre se focando na alta criminalidade encontrada em bairros negros.

Para a massa falante brasileira, acostumada a associar “racismo” imediatamente à direita conservadora (sem perceber que Lincoln aboliu a escravidão na América e o maior conservador brasileiro, Joaquim Nabuco, foi o líder abolicionista no Brasil), ainda acreditando que o nazismo é uma “extrema-direita” (como se eles próprios assim se enxergassem e se definissem), é chocante perceber que a Ku Klux Klan era e é, na verdade, um braço paramilitar do Partido Democrata, que enxerga nos negros “parasitas” de um sistema social, algo como “não merecedores do Bolsa Família” que querem para si. Tal como os nazistas, são chamados de “extremistas de direita”, sem terem qualquer conexão com a direita, os conservadores ou o Partido Republicano.

O historiador George C. Rable define que a KKK só foi “descartada” pelo Partido Democrata quando falhou como braço armado para derrotar os sulistas Republicanos, e sua apreciação por God, Family, Country.

O historiador Eric Foner declara sem meias palavras que a Ku Klux Klan é “uma força militar servindo aos interesses do Partido Democrata”. O líder da KKK Nathan Bedford Forrest declarou ainda no século XIX que os principais inimigos da Ku Klux Klan eram as Union Leagues do Partido Republicano na Guerra Civil ou o governador republicano William Gannaway Brownlow. Desconhecendo completamente a verdadeira história, a esquerda brasileira, que tanto grita “vá estudar História”, acredita que basta associar “racismo” à direita e crer que a KKK é um grupo de extrema-direita, a um só tempo em que defende o aborto, a tônica da própria KKK.

Para a moralidade esquerdista, dessacralizada e racionalista (ao contrário do que seus críticos usualmente afirmam, a esquerda é mais “intelectual” do que a direita, mas tenta intelectualizar e “problematizar” até o valor indiscutível da vida), tudo se resume a uma injustiça de poderosos privilegiados contra oprimidos explorados. Daí surge a grita por feminismo, ou contra preconceitos, cada vez menos delimitados.

É normal hoje ver o movimento negro, anti-racista, gritar que o aborto deve ser legalizado pois muitas mulheres negras morrem fazendo abortos clandestinos. Sem notar que ignoraram a vida de seus filhos, acabam comprando uma propaganda que veio diretamente da Ku Klux Klan para fazer o controle populacional da população negra, aquela que seria “mais criminosa” por ter mais filhos.

Entre o feminismo e o racismo, quando colocados na realidade lado a lado, como fica o discurso progressista para defender o aborto?

Aborto e o globalismo de George Soros

A idéia da sociedade dirigida e controlada pelo Leviatã moderno em escala global não é estudada no Brasil. Trata-se do globalismo, que já apresentemos no 10.º episódio de nosso podcast: Não é você que pensa o que pensa – George Soros pensa por você.

Uma hashtag como #PrecisamosFalarSobreAborto não dispara para o primeiro lugar dos Trending Topics do dia para a noite sem planejamento, pela “horizontalidade” das redes. Basta ver quem teve um planejamento estratégico para usá-la e repeti-la, para o público em geral crer que ele próprio é que pensou na questão e foi protagonista de seu destino e dono de suas próprias idéias. Mais uma vez, a página Escolástica da Depressão:

George Soros, um metacapitalista americano, financiador a PP, da candidata à presidenda dos EUA Hillary Clinton, financia também grupos militantes pela legalização do aborto, como “Católicas” pelo direito de decidir, Mídia “Independente” Ninja e Quebrando o Tabu. Qual o interesse dele na legalização do aborto no Brasil?

Sob argumentos “científicos” como “se não há sistema nervoso desenvolvido, pode abortar”, pesquisas financiadas por fundações globalistas, como a Open Society, sempre chancelam a prática do aborto como normal, natural e mesmo saudável. Seu linguajar é sempre eufemístico, ultrapassando as raias do ridículo, como falar em “controle geracional” para não usar a temível palavra aborto. Suas “conclusões” científicas são aquelas que aparecem coincidentemente em sites e blogs progressistas antes de qualquer publicação científica onde possa haver debate.

Por fim, mais um parágrafo da Escolástica da Depressão:

Dr. Bernard Nathason, conhecido o Rei do Aborto, responsável por mais de 50.000 abortos nos EUA, ele afirmou que eles mentiam dados, inflavam o número de aborto para afirmar que era caso de saúde pública.

A sociedade de controle total pode não ter mais a forma soviética: planificação total da economia (George Soros não é senão um hiperinvestidor), Gulags e o totalitarismo aberto. Mas basta analisar a linguagem moderna, “livre”, que sabe o quão ridículo é se definir como “comunista”, mas defende ainda o mesmo que os pedagogos soviéticos cada vez mais desabridamente na sociedade para pregar rigorosamente o mesmo.

É uma nova forma de 1984, de George Orwell. O ministério da Verdade de 2016 é feito pela própria Rede Globo, para que a esquerda grite no segundo seguinte que “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, que divulga o mesmo globalismo de George Soros.

Enquanto a esquerda usa pais de família pobres como propaganda, prega entre os seus a destruição da família para seu objetivo de controle social total.

Enquanto a esquerda grita contra o racismo, prega um modelo de controle populacional para diminuir o percentual de negros, até apoiando-se no argumento racista da criminalidade futura.

Enquanto a esquerda fala em “feminismo”, ignora a feminilidade mais suprema: a maternidade e a empatia por um filho.

Enquanto a esquerda prega a defesa do oprimido sem privilégio, prega a matança da minoria mais desprotegida que existe: uma criança na barriga da mãe, enxergada apenas como um “amontoado de células”, como os nazistas enxergam os judeus.

 

Flavio Morgenstern

sensoincomum.org