Estado Laico, o que significa isto?

O episódio final do Big Brother Brasil 5 conquistou 47 pontos de audiência, um recorde. Ainda mais se comparado à média do principal produto da emissora, a novela das nove, que hoje se equilibra entre os 25 e 30 pontos. A disputa ficou entre a ex-Miss Paraná Grazi Massafera, uma loura estonteante de 1,73m e futura estrela global, e um baiano do interior sem qualquer carisma, homossexual assumido e socialista radical, chamado Jean Wyllys.

O Brasil “homofóbico” escolheu Jean Wyllys, atualmente no segundo mandato de deputado federal, para receber o prêmio de R$ 2 milhões (valores atuais). Agora tente imaginar esta mesma disputa envolvendo eleitores da Arábia Saudita, Somália ou Iêmen. Ou explique para um islâmico salafista que aqui a loura perdeu. É este Brasil que os organizadores da 21ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo sugerem que é preconceituoso e intolerante com gays por ser cristão.

A passeata de ontem, segundo o noticiário, pede “estado laico”. É um país realmente curioso. Aqui se faz manifestação pedindo algo que, até a última vez que eu chequei, já existe, está consolidado na Constituição, e que ninguém discute ou ameaça. É como fazer passeata em favor na construção de Brasília ou pela substituição do Cruzeiro pelo Real.

A primeira Constituição brasileira, de 1824, instituía em seu artigo 5º uma religião oficial do império, a católica apostólica romana. As outras religiões eram permitidas desde que praticadas em cultos particulares. Na segunda Constituição, de 1891, o estado já era oficialmente laico.

Não há nada no Brasil remotamente parecido com o que existe numa teocracia, tanto no ordenamento jurídico como nos costumes do país do sincretismo religioso, da festa de ano novo com milhões vestindo branco e jogando oferendas para Iemanjá, do budismo e da cabala de butique dos endinheirados, do povo que cultua o espírita Chico Xavier com o mesmo fervor que reza para Nossa Senhora Aparecida.

Segundo o último censo (2010), 65% dos brasileiros se declaram católicos e 22% protestantes, num total de quase 90% de cristãos. Mesmo assim, a participação da igreja católica na política brasileira é praticamente irrelevante, exceção feita ao lobby pela manutenção dos feriados religiosos tradicionais e da estátua do Cristo Redentor no topo do Corcovado. A organização católica mais influente na política brasileira, CNBB, por seu alinhamento quase total com a Teologia da Libertação e com a esquerda, dificilmente pode ser associada aos cânones do catolicismo.

Os protestantes controlam ao menos dois partidos políticos atualmente (PRB e PSC). Diversos pastores e políticos oriundos da comunidade evangélica como Anthony Garotinho, Marina Silva, Magno Malta, Marco Feliciano e Eduardo Cunha já ocuparam ou exercem cargos políticos de destaque. O prefeito do Rio de Janeiro, desde o início do ano, é o Bispo Marcelo Crivella. Ainda assim, não há absolutamente nada que aproxime o Brasil de um estado religioso como se vê no mundo islâmico.

A Constituição brasileira, não custa lembrar, já garante que vivemos um estado laico (“leigo”), ou seja, no Brasil há total liberdade de crença, inclusive a liberdade de não tem crença alguma. No artigo 19, inciso I, artigo 5, lê-se: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.”

Se o estado é laico na lei e nos costumes, o que diabos está por trás desse pedido?

Por que a Avenida Paulista foi tomada, num domingo, por uma multidão que pedia algo que é desnecessário pedir? Como uma manifestação de “Orgulho LGBT” autorizada pela prefeitura da maior cidade do país, apoiada por grandes empresas, realizada na sua principal avenida em pleno domingo, celebrada pelos principais órgãos de comunicação e artistas, estaria de alguma forma servindo para protestar contra qualquer tipo de perseguição? Para entender o que está em jogo é preciso abrir mão do sentido literal do que é dito e buscar nas entrelinhas.

O que fica sugerido, especialmente pelo noticiário, é que, de alguma forma, o Brasil, pela influência do cristianismo, é intolerante com gays. É mesmo? Vejamos. O Brasil é um país que:

1) Criminaliza e persegue o homossexualismo, como vários países islâmicos hoje?

2) Proíbe ou não reconhece a união civil entre adultos do mesmo sexo?

3) Exclui gays da fila de adoção de crianças?

4) Mesmo com incríveis 60 mil homicídios por ano, sofre algo parecido com um surto de violência contra gays?

5) Discrimina a comunidade LGBT na cultura, na música, na academia e nos espaços públicos?

Se você respondeu “não” para todas as perguntas acima, entenda que a pauta é muito mais sutil e insidiosa. É o preconceito religioso e, especialmente, anti-cristão que exala enxofre por trás do discurso alegadamente laicista. Para os ativistas que pedem “estado laico” no Brasil, que já existe, é preciso que ele seja ateu. Para combater o cristianismo, sonham ressuscitar o jacobinismo.

“O homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre”

Jean Meslier (1664-1729)

Como queriam os iluministas franceses, intelectuais como Nietzche, Sartre ou Foucault, toda esquerda desde os jacobinos, passando por Marx, Mao, Lênin, Stálin e Castro, e como defendem hoje muitos cientificistas neoateus e radicais islâmicos, a meta é eliminar qualquer traço dos valores e preceitos judaico-cristãos que construíram o Ocidente. É a autofagia da sociedade mais livre e próspera que humanidade concebeu e que acolhe até quem se volta contra ela.

Um estado laico e secular, liberal e democrático, é perfeitamente compatível com o cristianismo e com o judaísmo, e não é coincidência. Ele é filho legítimo destas religiões, com alguns acréscimos de preceitos filosóficos da Grécia antiga incorporados pelos próprios pensadores cristãos como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Como disse um dos pais fundadores dos EUA e seu segundo presidente, John Adams, “nossa Constituição foi feita apenas para um povo moral e religioso, sendo totalmente inadequada para governar qualquer outro”. A cópia de aspectos meramente formais e normativos da lei de outros povos desprezando a cultura e tradições que produziram aquele ordenamento social e jurídico é meio caminho para o caos.

Foram as tradições judaico-cristãs que criaram as bases para a tolerância e o respeito que gozam homossexuais no Brasil. Abrir mão delas, por mais que os líderes do braço político do movimento LGBT não entendam ou aceitem, é namorar com o risco de um retrocesso como se vê em alguns regiões da Europa que começam a ser ocupadas por povos com culturas distintas e que não demonstram qualquer inclinação para assimilação ou aceitação dos costumes e do ordenamento social e jurídico dos país anfritriões. Os verdadeiros defensores dos gays sabem disso.

Richard Dawkins, ícone máximo da militância ateísta no mundo, declarou semana passada que a educação religiosa é “crucial” para as crianças britânicas. Aterrorizado com a invasão islâmica do seu país, o biólogo passou a reconhecer publicamente a importância da cultura cristã para a preservação do Ocidente no choque atual de civilizações. Nada mais que o óbvio, mas o óbvio não costuma ser popular no Brasil.

Sem uma cultura de tolerância e respeito, sem “amar ao próximo” e considerar todos “filhos de Deus” e cada vida sagrada, optando por proibir a discriminação com a mão de ferro da coerção estatal, é abreviar o caminho para o totalitarismo, já que a lei não refletirá os valores e crenças da população. E isso é tudo menos democracia.

Uma passeata pedindo “estado laico” poderia ser mais impactante em Riad, capital da Arábia Saudita, mas não é preciso explicar porque a Parada do Orgulho LGBT de ontem prefere mostrar sua revolta contra as tradições culturais da religião cristã num país cristão que permite que essa manifestação ocorra.

Ao final, a passeata serviu como prova involuntária de tudo que seus líderes insistem em negar sobre o cristianismo. Deus sabe ser irônico.

Alexandre Borges

Alexandre Borges é analista político, escritor, palestrante, profissional de marketing e diretor do Instituto Liberal. 

Senado manifesta-se contra a liberação do aborto via STF.

Com o novo parecer, o poder legislativo une-se à presidência da república e à AGU que também não querem a legalização via Judiciário

Geral do Plenário durante a Ordem do Dia.

Segundo o jornal O Globo, o Senado Federal manifestou-se contra a liberação do aborto via STF, conforme pede a ação protocolada pelo PSOL. Com este parecer, o poder legislativo une-se à presidência da república e à Advocacia Geral da União, que igualmente afirmaram ser contrários à intervenção pedida pelo partido socialista ao Judiciário.

De acordo com o Senado, os dois artigos do Código Penal questionados na Arguição por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no STF são aplicados no país há décadas.

Além disso, o Senado argumenta também que, “sob a égide da Constituição da República de 1988”, o artigo 2º do Código Civil assegura o direito à vida.

Fonte: semprefamilia.com.br

STF e ABORTO – O golpe está preparado!

STF está pronto para impor a nós a descriminalização do aborto

Em 29 de novembro de 2016, quando a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal julgava um habeas corpus (HC 124.306-RJ)impetrado contra a prisão preventiva de uma quadrilha que praticava abortos em uma clínica em Duque de Caxias – RJ, o Ministro Luís Roberto Barroso, aproveitando-se da ocasião, fez em seu voto-vista um tratado de “direitos humanos” e concluiu que os réus deveriam ser soltos não apenas por razões processuais, mas por haver “dúvida fundada sobre a própria existência do crime” (sic). Segundo ele, os artigos 124 e 126 do Código Penal (que incriminam o aborto), deveriam ser interpretados “conforme a Constituição” (sic), a fim de excluir o aborto praticado nos três primeiros meses de gestação.

Barroso

Mas a Constituição não protege o nascituro? Sem dúvida protege, admite Barroso. Mas protege do mesmo modo como protege a fauna, a flora e os monumentos históricos, ou seja, de maneira objetiva, como um bem a ser preservado, não como uma pessoa sujeito de direitos. Segundo o (des)entendimento do ministro, o nascituro não goza de proteção subjetiva da qual gozamos nós, pessoas, mas de uma proteção puramente objetiva. E mesmo essa proteção objetiva não é completa, mas varia ao longo da gestação. A proteção é maior quando a gestação está avançada e o “feto” (assim ele chama o nascituro) adquire “viabilidade extrauterina”. No início da gestação, porém, a proteção é ínfima. Tão pequena que Barroso considera um absurdo obrigar a gestante a não matar um bebê de poucas semanas (!). A proibição do aborto no primeiro trimestre feriria o direito da mulher à sua “autonomia”, à sua “integridade física e psíquica”, os seus direitos “sexuais e reprodutivos” e a sua igualdade com o homem (igualdade de “gênero”).

O lamentável voto de Luís Barroso foi acompanhado por Rosa Weber e Edson Fachin. Marco Aurélio e Luiz Fux também votaram pela soltura dos acusados, mas não se pronunciaram sobre a não existência do crime de aborto. Ou seja, a Primeira Turma do STF decidiu, por maioria, que não há crime se o aborto é praticado até o terceiro mês de gestação. No entanto, essa era uma declaração puramente incidental de inconstitucionalidade, e valia apenas para os acusados. Faltava estender essa declaração para todos os praticantes de aborto no primeiro trimestre e dar a ela um efeito vinculante.

Com este fim, no dia internacional da mulher (8 de março de 2017), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) propôs diante da Suprema Corte a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442 (ADPF 442). Os argumentos são os mesmíssimos já usados pelo ministro Barroso, e o pedido refere-se exatamente aos artigos do Código Penal por ele citados (arts. 124 e 126). Pede-se que seja declarada a “não recepção parcial” de tais artigos pela Constituição de 1988, “para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção da gestação induzida e voluntária realizada nas primeiras 12 semanas”.

rweber

O que o PSOL fez foi imitar o que Barroso fizera em 2004, quando, ainda como advogado, ajuizou uma ADPF junto ao Supremo (a triste ADPF 54) para obter a descriminalização do aborto de anencéfalos “com eficácia geral e efeito vinculante”.

Adivinhe quem foi sorteada como relatora da ADPF 442: a ministra Rosa Weber, a mesma que já havia acompanhado o voto-vista de Barroso no habeas corpus julgado em 29 de novembro de 2016. Pode-se assim prever que o voto da relatora será pela procedência do pedido.

 

“Não devemos satisfação a ninguém”

Em 5 de dezembro de 2016, durante o 10º Encontro Nacional do Poder Judiciário, realizado na sede do TSE, o Ministro Luiz Fux, respondendo ao jornalista William Waack, assim se pronunciou sobre o “ativismo judicial”:

O Parlamento não quer pagar o preço social de decidir sobre o aborto, sobre a união homoafetiva ou sobre outras questões [a] que nos faltam capacidade institucional. Então, como eles não querem pagar o preço social, e como nós não somos eleitos, nós temos talvez um grau de independência maior porque não devemos satisfação, depois da investidura, a absolutamente mais ninguém. […] O Judiciário decide porque há omissão do Parlamento[1].

Ao contrário do que disse Fux, o Parlamento (o Congresso Nacional) não se tem omitido em decidir sobre o aborto. A decisão ao longo dos anos tem sido constante: uma sonora negativa ao aborto.

Na verdade, o que o ministro lamenta é que o Congresso não tenha decidido a favor do aborto. A falta de uma decisão favorável é chamada por ele de “omissão”. Fux deveria corrigir sua frase e dizer: “o Judiciário descriminaliza o aborto por que há recusa do Parlamento em descriminalizá-lo”. E, convenhamos, é muito mais prático usar o STF para descriminalizar o aborto, uma vez que nenhum dos onze ministros foi eleito pelo povo nem representa os cidadãos. A frase de Fux é sintomática: “não devemos satisfação, depois da investidura, a absolutamente mais ninguém”.

Palhaço

Se os outros dez ministros também pensam assim, então eles acham que não devem satisfação à Constituição, nem à consciência, nem aos cidadãos, nem a Deus. Estamos, portanto, diante de uma verdadeira ditadura da Suprema Corte.

Neste espetáculo circense, os onze ministros não são palhaços. Palhaços somos nós, os cidadãos. Os juízes sentam-se na arquibancada e riem de nós quando nos manifestamos contra o aborto. Riem e dizem: “não devemos satisfação a ninguém”.

 


O parecer de Michel Temer

Diante de toda essa orquestração para se descriminalizar o aborto, é consolador saber que o presidente Michel Temer, intimado pela ministra Rosa Weber a se manifestar, tenha-se posicionado contra o aborto e favorável ao direito do nascituro à vida:

Michel Temer

Não se ignoram as angústias e os sofrimentos das gestantes que não desejam prosseguir em uma gravidez, mas o valor social protegido é a vida do nascituro.

[…]

A mulher deve ser protegida e acolhida, jamais acossada. Mas a vida do nascituro deve prevalecer sobre os desejos das gestantes[2].

Palavras como essas seriam impensáveis em um presidente petista. O PT saiu do governo, mas deixou como herança sete ministros do Supremo indicados por Lula ou Dilma. São eles: Carmen Lúcia, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Luiz Fux, Rosa Weber, Roberto Barroso e Edson Fachin. Somente três ministros são anteriores à era petista: Celso de Mello, Marco Aurélio e Gilmar Mendes. E um único ministro foi indicado por Michel Temer: Alexandre de Moraes. Pode-se perceber como a atual composição facilita a perpetuação da ditadura da Suprema Corte.

Anápolis, 10 de abril de 2017.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Presidente do Pró-Vida de Anápolis

“O direito à vida é incondicional”, afirma CNBB em nota contra o aborto.

“O aborto jamais pode ser considerado um direito da mulher ou do homem, sobre a vida do nascituro”, afirmam os bispos.

cnbb aborto

Na tarde desta terça-feira, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu Nota Oficial “Pela vida, contra o aborto”. Os bispos reafirmam posição firme e clara da Igreja “em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural” e, desse modo lembra condenam “todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil”.

“O direito à vida permanece, na sua totalidade, para o idoso fragilizado, para o doente em fase terminal, para a pessoa com deficiência, para a criança que acaba de nascer e também para aquela que ainda não nasceu”, sublinham os bispos.

Os bispos ainda lembram que “o respeito à vida e à dignidade das mulheres deve ser promovido, para superar a violência e a discriminação por elas sofridas. A Igreja quer acolher com misericórdia e prestar assistência pastoral às mulheres que sofreram a triste experiência do aborto”.  E afirmam: “A sociedade é devedora da mulher, particularmente quando ela exerce a maternidade”.

Atitudes antidemocráticas

Na Nota, os bispos afirmam: “Neste tempo de grave crise política e econômica, a CNBB tem se empenhado na defesa dos mais vulneráveis da sociedade, particularmente dos empobrecidos. A vida do nascituro está entre as mais indefesas e necessitadas de proteção. Com o mesmo ímpeto e compromisso ético-cristão, repudiamos atitudes antidemocráticas que, atropelando o Congresso Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal-STF uma função que não lhe cabe, que é legislar”.

A CNBB pede: “O Projeto de Lei 478/2007 – “Estatuto do Nascituro”, em tramitação no Congresso Nacional, que garante o direito à vida desde a concepção, deve ser urgentemente apreciado, aprovado e aplicado”. E conclama: as “comunidades a unirem-se em oração e a se mobilizarem, promovendo atividades pelo respeito da dignidade integral da vida humana”.

Leia a Nota:

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

Presidência

NOTA DA CNBB PELA VIDA, CONTRA O ABORTO

“Não matarás, mediante o aborto, o fruto do seu seio”

(Didaquê, século I)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, através da sua Presidência, reitera sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural . Condena, assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil.

O direito à vida é incondicional. Deve ser respeitado e defendido, em qualquer etapa ou condição em que se encontre a pessoa humana. O direito à vida permanece, na sua totalidade, para o idoso fragilizado, para o doente em fase terminal, para a pessoa com deficiência, para a criança que acaba de nascer e também para aquela que ainda não nasceu. Na realidade, desde quando o óvulo é fecundado, encontra-se inaugurada uma nova vida, que não é nem a do pai, nem a da mãe, mas a de um novo ser humano. Contém em si a singularidade e o dinamismo da pessoa humana: um ser que recebe a tarefa de vir-a-ser. Ele não viria jamais a tornar-se humano, se não o fosse desde início. Esta verdade é de caráter antropológico, ético e científico. Não se restringe à argumentação de cunho teológico ou religioso.

A defesa incondicional da vida, fundamentada na razão e na natureza da pessoa humana, encontra o seu sentido mais profundo e a sua comprovação à luz da fé. A tradição judaico-cristã defende incondicionalmente a vida humana. A sapiência  e o arcabouço moral  do Povo Eleito, com relação à vida, encontram sua plenitude em Jesus Cristo . As primeiras comunidades cristãs e a Tradição da Igreja consolidaram esses valores . O Concílio Vaticano II assim sintetiza a postura cristã, transmitida pela Igreja, ao longo dos séculos, e proclamada ao nosso tempo: “A vida deve ser defendida com extremos cuidados, desde a concepção: o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis” .

O respeito à vida e à dignidade das mulheres deve ser promovido, para superar a violência e a discriminação por elas sofridas. A Igreja quer acolher com misericórdia e prestar assistência pastoral às mulheres que sofreram a triste experiência do aborto. O aborto jamais pode ser considerado um direito da mulher ou do homem, sobre a vida do nascituro. A ninguém pode ser dado o direito de eliminar outra pessoa. A sociedade é devedora da mulher, particularmente quando ela exerce a maternidade. O Papa Francisco afirma que “as mães são o antídoto mais forte para a propagação do individualismo egoísta. ‘Indivíduo’ quer dizer ‘que não se pode dividir’. As mães, em vez disso, se ‘dividem’ a partir de quando hospedam um filho para dá-lo ao mundo e fazê-lo crescer” .

Neste tempo de grave crise política e econômica, a CNBB tem se empenhado na defesa dos mais vulneráveis da sociedade, particularmente dos empobrecidos. A vida do nascituro está entre as mais indefesas e necessitadas de proteção. Com o mesmo ímpeto e compromisso ético-cristão, repudiamos atitudes antidemocráticas que, atropelando o Congresso Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal-STF uma função que não lhe cabe, que é legislar.

O direito à vida é o mais fundamental dos direitos e, por isso, mais do que qualquer outro, deve ser protegido. Ele é um direito intrínseco à condição humana e não uma concessão do Estado. Os Poderes da República têm obrigação de garanti-lo e defendê-lo. O Projeto de Lei 478/2007 – “Estatuto do Nascituro”, em tramitação no Congresso Nacional, que garante o direito à vida desde a concepção, deve ser urgentemente apreciado, aprovado e aplicado.

Não compete a nenhuma autoridade pública reconhecer seletivamente o direito à vida, assegurando-o a alguns e negando-o a outros. Essa discriminação é iníqua e excludente; “causa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais ver a luz, vítimas do aborto” . São imorais leis que imponham aos profissionais da saúde a obrigação de agir contra a sua consciência, cooperando, direta ou indiretamente, na prática do aborto.

É um grave equívoco pretender resolver problemas, como o das precárias condições sanitárias, através da descriminalização do aborto. Urge combater as causas do aborto, através da implementação e do aprimoramento de políticas públicas que atendam eficazmente as mulheres, nos campos da saúde, segurança, educação sexual, entre outros, especialmente nas localidades mais pobres do Brasil. Espera-se do Estado maior investimento e atuação eficaz no cuidado das gestantes e das crianças. É preciso assegurar às mulheres pobres o direito de ter seus filhos. Ao invés de aborto seguro, o Sistema Público de Saúde deve garantir o direito ao parto seguro e à saúde das mães e de seus filhos.

Conclamamos nossas comunidades a unirem-se em oração e a se mobilizarem, promovendo atividades pelo respeito da dignidade integral da vida humana.

Neste Ano Mariano Nacional, confiamos a Maria, Mãe de Jesus, o povo brasileiro, pedindo as bênçãos de Deus para as nossas famílias, especialmente para as mães e os nascituros.

Brasília-DF, 11 de abril de 2017.

Cardeal Sergio da Rocha

 Arcebispo de Brasília

Presidente da CNBB

             Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ

 Arcebispo de São Salvador

Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo U. Steiner, OFM

Bispo Auxiliar de Brasília

Secretário-Geral da CNBB

Frei Raniero: fenômeno pentecostal e carismático tem vocação e responsabilidade particulares

“Todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na nossa própria língua” foi o tema da Pregação do Frei Raniero Cantalamessa na Vigília ecumênica de Pentecostes realizada no Circo Máximo, em Roma, na presença do Papa Francisco. Eis a íntegra:

Dos Atos dos Apóstolos, capítulo Dois:

“Moravam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua. Cheios de espanto e de admiração, diziam: ‘Esses homens que estão falando não são todos galileus? Como é que nós os escutamos na nossa própria língua? Nós que somos partos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e da parte da Líbia, próxima de Cirene, também romanos que aqui residem; judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na nossa própria língua!’ Todos estavam pasmos e perplexos, e diziam uns aos outros: ‘Que significa isso?’ ” (At 2, 5-13).

Esta cena se renova hoje entre nós. Também nós viemos “de todas as nações do mundo”, e estamos aqui para proclamar juntos “as maravilhas de Deus”.

Porém, há um mensagem a se descobrir nesta parte da narrativa de Pentecostes. Desde a antiguidade, entendeu-se que o autor dos Atos – ou seja, em primeiro lugar, o Espírito Santo! – com esta insistência no fenômeno das línguas, quis fazer-nos entender que, em Pentecostes, aconteceu algo que inverte o que tinha acontecido em Babel. O Espírito transforma o caos linguístico de Babel na nova harmonia das vozes. Graças a ele, escrevia Santo Irineu no século III, “todas as línguas se uniram no mesmo louvor de Deus”[1]. Isso explica porque a narrativa de Babel, em Gênesis 11, é tradicionalmente inserida entre as leituras bíblicas da vigília de Pentecostes.

Os construtores de Babel não eram, como se pensava há algum tempo, ímpios que pretendiam desafiar Deus, algo equivalente aos titãs da mitologia grega. Não, eram homens piedosos e religiosos. A torre que queriam construir era um templo à divindade, um daqueles templos feitos em terraços sobrepostos, chamados zigurates, dos quais ainda restam ruínas na Mesopotâmia.

Então, onde estava seu pecado? Escutemos o que dizem entre si ao porem mãos à obra: “E disseram: ‘Vamos, façamos para nós uma cidade e uma torre cujo cimo atinja o céu. Assim, ficaremos famosos, e não seremos dispersos por toda a face da terra’ ” (Gn 11,4). Martinho Lutero faz uma observação esclarecedora a propósito destas palavras:

“ ‘Construamo-nos uma cidade e uma torre’: construamos para nós – não para Deus (…). ‘Façamos um nome’: façamo-lo para nós. Não se preocupam para que o nome de Deus seja glorificado, eles estão preocupados em engrandecer o próprio nome”[2].

Em outras palavras, Deus é instrumentalizado; deve servir à sua vontade de potência. Pensavam, talvez, segundo a mentalidade do tempo, que oferecendo sacrifícios a partir de uma maior altitude, poderiam arrancar da divindade vitórias sobre os povos vizinhos. Eis porque Deus é forçado a confundir suas línguas e mandar pelos ares o projeto deles.

Isso faz, de um só golpe, a experiência de Babel e de seus construtores muito próxima a nós. O quanto das divisões entre os cristãos foi devido ao desejo secreto de fazer-nos um nome, de nos elevarmos acima dos outros, de tratar com Deus a partir de uma posição de superioridade em relação aos demais! O quanto foi devido ao desejo de fazer para si um nome, ou de fazê-lo em nome da própria Igreja, mais do que a Deus! Eis aqui a nossa Babel!

Passemos, agora, a Pentecostes. Também aqui vemos um grupo de homens, os apóstolos, que se põem a construir uma torre que vai da terra ao céu, a Igreja. Em Babel, ainda se falava uma única língua e, em um dado momento, ninguém compreende mais o outro; aqui, todos falam línguas diversas, e todos entendem os apóstolos. Por quê? É que o Espírito Santo operou neles uma revolução copernicana.

Antes deste momento, também os apóstolos estavam preocupados em se fazer um nome e, por isso, discutiam frequentemente “quem fosse o maior entre eles”. Agora, o Espírito Santo lhes descentralizou de si mesmos e reorientou-os em Cristo. O coração de pedra foi despedaçado e, em seu lugar, bate “um coração de carne” (Ez 36,26). Foram “batizados no Espírito Santo”, como tinha prometido Jesus antes de deixá-los (At 1,8), isto é, completamente submersos pelo oceano do amor de Deus derramado sobre eles (cf. Rm 5,5).

Estão deslumbrados pela glória de Deus. O falar em diversas línguas se explica também pelo fato de que falavam com a língua, com os olhos, com o rosto, com as mãos, com o estupor de quem viu coisas que não podem narrar. “Todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na nossa própria língua”. Eis porque todos os compreendiam: não falavam mais de si mesmos, mas de Deus!

Deus nos chama a atuar em nossa vida a mesma conversão: de nós mesmos a Deus, da pequena unidade que é a nossa paróquia, o nosso movimento, a nossa própria Igreja, à grande unidade que é aquela do corpo inteiro de Cristo, ou seja, a humanidade inteira. É o passo almejado que o Papa Francisco está impulsionando-nos, católicos, para fazer, e que os representantes de outras Igrejas aqui presentes demonstram querer compartilhar.

Santo Agostinho já tinha evidenciado que a comunhão eclesial se realiza em degraus e pode ter diversos níveis: daquele pleno, visível e interior, àquele interior, que é o próprio Espírito Santo. São Paulo abraçava em sua comunhão “todos que, em qualquer lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1Cor 1,2). Uma fórmula que talvez devamos redescobrir e voltar a valorizar. Ela se estende hoje também aos nossos irmãos Judeus messiânicos.

O fenômeno pentecostal e carismático tem uma vocação e uma responsabilidade particulares, em relação à unidade dos cristãos. A sua vocação ecumênica se mostra ainda mais evidente, se repensarmos no que aconteceu no início da Igreja. Como fez o Ressuscitado para impulsionar os apóstolos a acolher os pagãos na Igreja? Deus mandou o Espírito Santo sobre Cornélio e sua casa do mesmo modo e com as mesmas manifestações com que o tinha enviado no início sobre os apóstolos. Assim, a Pedro não restou senão tirar a conclusão: “Deus concedeu a eles o mesmo dom que deu a nós que acreditamos no Senhor Jesus Cristo. Quem seria eu para me opor à ação de Deus?” (At 11,17). No concílio de Jerusalém, Pedro repetiu este mesmo argumento:  “Deus não fez nenhuma distinção entre nós e eles” (At 15,9).

Agora, nós vimos repetir-se diante de nossos olhos este mesmo prodígio, desta vez, em escala mundial. Deus derramou seu Espírito sobre milhões de fiéis, pertencentes a quase todas as denominações cristãs, e, a fim de que não restassem dúvidas sobre suas intenções, derramou-O com as mesmas idênticas manifestações, inclusive a mais singular, que é o falar em línguas. Também a nós, não resta senão tirar a mesma conclusão de Pedro: “Se, portanto, Deus concedeu-lhes o mesmo dom que a nós, quem somos nós para continuar a dizer de outros cristãos: não pertencem ao corpo de Cristo, não são verdadeiros discípulos de Cristo?”.

*   *   *

Devemos ver em que consiste a via carismática à unidade. A nossa contribuição à unidade é o amor recíproco. São Paulo traçou este programa à Igreja: “Ater-se à verdade com a caridade” (Ef 4,15). O que temos que fazer não é passar por cima do problema da fé e das doutrinas, para nos encontrarmos unidos nas frentes de ação comum da evangelização. O ecumenismo tem experimentado, em seus inícios, esta via, e constatou seu fracasso. As divisões logo reapareceram, inevitavelmente, mesmo na frente de ação. Não devemos substituir a caridade pela verdade, mas tender à verdade com a caridade; começar a nos amarmos para melhor nos compreendermos.

O que é mais extraordinário, a respeito desta via ecumênica baseada no amor, a qual é imediatamente possível, é que que ela está totalmente aberta diante de nós. Não podemos “queimar etapas” quanto à doutrina, pois as diferenças existem e devem ser resolvidas com paciência, nos devidos lugares. Podemos, contudo, queimar etapas na caridade, e ser unidos desde agora.

Não apenas nada nos impede de nos amarmos e de nos acolhermos, ao contrário, é-nos ordenado fazê-lo. É a única “dívida” que temos uns para com os outros, uma dívida que não admite prorrogações no pagamento: “Não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo” (Rm 13,8). Nós podemos nos acolher para nos amarmos, não obstante as diferenças. Cristo não nos ordenou amar apenas aqueles que pensam como nós, que compartilham completamente o nosso credo. Se amais apenas esses, exortou-nos, o que fazeis de especial, que já não fazem também os pagãos?

Nós podemos nos amar porque o que já nos une é infinitamente mais importante daquilo que ainda nos divide. Une-nos a mesma fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo; o Senhor Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem; a esperança comum da vida eterna, o empenho comum pela evangelização, o amor comum pelo corpo de Cristo, que é a Igreja.

Une-nos também outra coisa importante: o sofrimento comum e martírio comum por Cristo. Em muitas partes do mundo, os fiéis das diversas Igrejas estão compartilhando os mesmos sofrimentos, suportando o mesmo martírio por Cristo. Eles não são perseguidos e assassinados por serem católicos, anglicanos, pentecostais ou outros, mas por serem “cristãos”. Aos olhos dos perseguidores, já somos um, e é vergonha se não o somos também na realidade.

Como fazer, concretamente, para pôr em prática esta mensagem de unidade e de amor? Reconsideremos o hino à caridade de São Paulo (1Cor 13,4ss). Cada frase adquire um significado atual e novo, se aplicada ao amor entre membros das diversas Igrejas cristãs, nas relações ecumênicas:

“A caridade é paciente…

A caridade não se envaidece…

A caridade não faz nada de inconveniente…

Não é interesseira (subentende-se: também o interesse das outras Igrejas)Não leva em conta o mal sofrido (subentende-se: por outros cristãos, mais ainda, o mal feito a eles)”.

“Bem-aventurado o servo – dizia São Francisco de Assis em uma de suas Admoestações – que não se exalta mais por causa do bem que o Senhor diz e faz através dele do que pelo que diz e faz através de outro”. Nós podemos dizer: Bem-aventurado o cristão que é capaz de se alegrar pelo bem que Deus faz através de outras Igrejas, como pelo bem que faz por meio da própria Igreja.

*    *    *

O profeta Ageu tem um oráculo que parece ser escrito para nós, neste momento da história. O povo de Israel acabara de voltar do exílio, mas, ao invés de reconstruir juntos a casa de Deus, cada qual se põe a reconstruir e adornar a própria casa.  Deus manda então seu profeta com uma mensagem de reprovação:

Acaso para vós é tempo de morardes em casas revestidas de lambris, enquanto esta casa está em ruínas? Isto diz, agora, o Senhor dos exércitos: Considerai, com todo o coração, a conjuntura que estais passando:  tendes semeado muito, e colhido pouco (…). Considerai, com todo o coração, a difícil conjuntura que estais passando: mas subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; ela me será aceitável, nela me glorificarei, diz o Senhor (Ag 1,4-8).

Devemos sentir como dirigida a nós esta mesma reprovação de Deus, e nos arrepender. Aqueles que escutaram o discurso de Pedro no dia de Pentecostes “ficaram com o coração aflito, e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: ‘Irmãos, o que devemos fazer?’ Pedro respondeu: ‘Convertei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para o perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2,37ss). Uma renovada efusão de Espírito Santo não será possível sem um movimento coletivo de arrependimento da parte de todos os cristãos. Será uma das intenções de oração que terão lugar após este momento de compartilha.

Depois que as pessoas foram convertidas, o profeta Ageu foi enviado novamente ao povo, mas desta vez com uma mensagem de encorajamento e de consolo:

Pois agora, coragem, Zorobabel, oráculo do Senhor! Coragem, Josué, filho de Josedec! Coragem, povo todo do país! – oráculo do Senhor. E mãos à obra, que eu estou convosco – oráculo do Senhor dos exércitos. (…) O meu espírito estará convosco, não tenhais medo!” (Ag 2,4-5).

A mesma palavra de consolo é dirigida a nós, cristãos, e eu anseio fazê-la ressoar novamente neste lugar, não como simples citação bíblica, mas como palavra de Deus viva e eficaz que opera aqui e agora aquilo que significa: “Coragem, Papa Francisco! Coragem, líderes e representantes de outras confissões cristãs! Coragem, todo o povo de Deus, e mãos à obra, pois eu estou convosco, diz o Senhor! O meu Espírito estará convosco”.

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Traduçao de Fr. Ricardo Farias, OFMCap.

[1] Santo Irineu, Contra as heresias, III, 17, 2.

[2] Martin Lutero,  In Genesin Enarrationes, WA, vol. 42, p. 411.

Batismo salva atriz de Harry Potter na hora da morte

Depois de uma hemorragia cerebral, o médico pediu para a família se despedir dela, mas sua mãe quis batizá-la antes de desligarem os aparelhos

Os jornais ingleses divulgaram a incrível história de Lucy Hussey-Bergonzi, uma jovem atriz que participou das gravações de “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”.

Os acontecimentos começaram em 2009, após as gravações. Ela sofreu um colapso que a obrigou a ser internada no Great Ormond Street Hospital de Londres.

Os médicos falaram de hemorragia cerebral, um prognóstico fatal, e mantiveram a menina viva por meio de aparelhos durante cinco dias. A causa foi uma malformação artério-venosa cerebral congênita (AVM).

Uma equipe de cirurgiões realizou duas operações, mas foram inúteis. Foi então que os médicos disseram aos pais de Lucy que ela não sobreviveria, e os incentivaram a criar coragem para reunir a família e dizer “adeus” à filha.

Denise, sua mãe, expressou então o desejo de batizá-la segundo o rito católico. Durante a cerimônia, depois de um momento de oração ao lado do leito no qual Lucy estava entubada e cercada de máquinas, o sacerdote derramou algumas gotas de água benta sobre a cabeça da menina.

Sua mãe conta: “Nesse momento, Lucy imediatamente ficou ofegante e levantou um braço. Em um primeiro momento, pensei que ela estava tendo um ataque epilético, mas 24 horas depois, tiraram os tubos e desconectaram as máquinas”.

As enfermeiras presentes falam de um milagre, segundo o Dailymail. Os médicos que também estavam lá não entendem até hoje o que ocorreu, como se deu esta incrível recuperação e sobretudo o misterioso jeito como as coisas aconteceram.

Hoje, Lucy estuda normalmente. Ela mesma comenta: “Os médicos disseram que foi um milagre. E nós também acreditamos nisso. Não há outra explicação”.

5 motivos que fazem Satanás adorar pornografia

Tom Hoopes | Maio 23, 2017

Você pode inclusive dizer que ele é o fã número 1 do pornô

Todos os anos, em minha aula de Cristianismo e Meios de Comunicação no Colégio Beneditino, abordamos a pornografia – o rolo compressor da mídia de massa no século 21

E a cada ano o problema da pornografia piora. A mais recente: os dois serviços de streaming de vídeo online mais populares estão apresentando programas pornograficamente amigáveis – um documentário e um filme biográfico.

Leia também: Oração de libertação do vício da pornografia
Eu não assisti, nem vou assistir a nenhum deles. Mas o fato de eu ter falado com exorcistas recentemente me fez perceber algo sobre esse fenômeno: o maior fã de pornografia é Satanás.

Por quê?

Primeiro: Satanás adora pornografia porque ele odeia liberdade.

Quando renovamos a nossa promessa batismal, a Igreja pergunta: “Você rejeitar Satanás, de modo a viver na liberdade dos filhos de Deus?”

Praticar a pornografia é o mesmo que responder: “Eu não”. A pornografia milita contra a liberdade. A ciência disso é bem conhecida: o cérebro humano, quando estimulado por imagens eróticas, despeja substâncias químicas na corrente sanguínea que empurram o acelerador do espectador para a mais alta velocidade, no modo “me dê mais”. Uma paradinha movida pela curiosidade rapidamente se transforma em um vício obsessivo.

Brincar com pornografia é como abrir a janela de um avião pressurizado a uma altitude elevada. Ele te puxa para dentro e cospe para fora.

A mesma coisa acontece com as mulheres envolvidas na indústria da pornografia. Mulheres que procuram carreiras de modelagem ou uma breve injeção de dinheiro em tempos difíceis caem rapidamente nas garras de uma indústria degradante, com suas imagens circulando online para sempre, mesmo que elas se arrependam.

Segunda razão pela qual Satanás adora pornografia: a estrutura cabal do pecado

Quando mentimos, enganamos ou roubamos, nós cometemos pecados sozinhos. Quando nós envolvemos outras pessoas em nosso pecado, é pior. Mas o que dizer de um pecado que ajuda a criar, perpetuar e turbinar sindicatos internacionais do pecado?

A pornografia é a ferramenta que Satanás usa para arrastar grupos inteiros de pessoas – artistas, programadores, vendedores e transeuntes inocentes – para baixo do seu covil.

Terceiro: Satanás adora desfigurar a imagem de Deus.

A meta final de Satanás não somos nós; é Deus. Como ele não pode atingir o Senhor e nós somos feitos à imagem e semelhança de Deus, atingir-nos é a sua melhor opção.

Se entendêssemos como as nossas almas são imensas e como elas refletem lindamente a Santíssima Trindade, nós iríamos nos amedrontar com a nossa responsabilidade. Satanás entende isso e usa todas as oportunidades para quebrar essa imagem.

Quarto: o demônio adora fazer as pessoas se parecerem com animais.

No capítulo 12 do Apocalipse, há a visão de uma mulher – um ser de carne e sangue humanos – vestida com o sol e coroada de estrelas, que enfurece os anjos desobedientes.

Os demônios, criaturas feitas apenas de espírito, não conseguem suportar um ser superior a eles. Então eles adoram mostrar o quão nojentas são essas criaturas humanas.

Um exorcista me descreveu como as vítimas de possessões, muitas vezes, imitam animais – grunhindo ou arqueando suas costas. Os demônios não se apropriam de mais pessoas porque nós as salvamos. Nós escolhemos imitar animais por conta própria.

Quinto: o diabo adora destruir a inocência das crianças.

No capítulo 18 de Mateus, quando os apóstolos discutem quem é o maior, Jesus coloca uma criança no meio deles. Depois, alguns versos à frente, acrescenta que qualquer um que cometer pecado contra uma criança deveria atirar-se ao mar com uma pedra de moinho amarrada no pescoço.

Os demônios já escolheram a pedra.  Agora, eles querem pecar contra o maior número de crianças possível.

Eu acho que, junto com o aborto, a história vai nos condenar por nossa recusa em proteger as crianças da pornografia. Até mesmo um conhecido ator pornô está revoltado com a forma pela qual as crianças experimentam a pornografia.

A razão para o nosso fracasso aqui é óbvia: os adultos querem acesso fácil e anônimo para pornografia. Nós nos preocupamos mais sobre como proteger o acesso ao que fazemos do que em proteger os nossos filhos de acessarem por conta própria.

Os demônios são como insetos predatórios.

Eles se preocupam única e exclusivamente com uma coisa: furar sua alma e colocá-lo contra Deus. A pornografia é meio que ele usa para quebrar sua colmeia ali no seu desktop.