UMA REFLEXÃO SOBRE O NATAL!

No primeiro capítulo do evangelista João está escrito: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus… E o Verbo de fez carne e habitou no meio de nós”. Todo esse tempo em que nos preparamos para o dia de hoje, tempo de Advento, tempo de espera, tempo de expectativa… Tempo em que refletimos e meditamos com os profetas, especialmente o profeta Isaías, e também João Batista, o precursor, aquele que veio preparar os caminhos para a chegada do Senhor, aquele que dizia: “Preparai o caminho do Senhor, tornai reta as suas veredas, toda colina seja rebaixada, todo monte seja aterrado” (Lc 3,4-5). Por último meditamos com Maria, aquela que acreditou e através do seu sim, possibilitou a realização da promessa do Pai para nós: “Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir” (Cat 454). Era preciso que um Deus tão grande se rebaixasse, se humilhasse, vindo até nós para nos elevar, para nos fazer filhos e filhas de Deus! E esse Deus que é Mistério, nos confundiu com a sua chegada. Esperávamos um Deus que nasceria em um palácio. Um Deus que libertaria Israel pela força e pela espada, mas aí onde está o paradoxo: Quis o Senhor das Misericórdias necessitar do sim de uma simples mulher, sem prestígio, sem dinheiro, sem influencia política ou social. A descendência de Davi se referia a casta de José. Outro detalhe, Belém nem ao menos era uma cidade, e sim um povoado, que foi elevado a cidade pelo nascimento do Senhor: “E tu Belém de Éfrata, de modo algum és a menor das cidades” (Mq 5,1-2).

A liberdade que o povo esperava, aquele que os livraria da escravidão, aos poucos se fez entender que esta liberdade era interior e não exterior, e que a maior de todas as armas era o amor. Porque o amor não escraviza, liberta! É como o evangelista João define Deus: Deus é amor! O próprio Deus é amor e seu nome já expressa a sua identidade e missão, Jesus, que significa Deus Salva! A salvação, portanto é uma Pessoa e ele mesmo definiu a sua missão quando entrou na sinagoga de Nazaré e desenrolou o livro do profeta Isaías: “O espírito do Senhor está sobre mim porque me ungiu, para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação a vista, para restituir a liberdade aos oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4, 18-19). E quando João Batista é preso, em sua agonia envia os seus discípulos até Jesus para lhe perguntar: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?” E Jesus manda dizer a João: “ Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: Os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11, 2-5). Ou seja, é o Reino dos Céus acontecendo no meio de nós. O céu começa aqui e agora, em você e em mim, quando permitimos que em nós e através de nós essas coisas aconteçam. É Ele que retira a venda dos nossos olhos, que age em nossas paralisias, que purifica o nosso coração, que nos faz escutar a sua voz e que ressuscita em nós o que está morto. Que nos evangeliza através de suas palavras e de seus ensinamentos. A nós é dado o Reino dos Céus e o homem ainda não consegue perceber isso…

Precisamos buscar esse Menino-Deus dentro de nós, para que o nosso coração possa tonar-se uma manjedoura, a nossa vida um presépio, pois mesmo em meio a simplicidade de um estábulo a luz brilha, a alegria e a paz se tornam realidade, porém só os simples e os humildes têm a capacidade de acolher este tão grande Mistério.

Um Feliz Natal!

 

Rosana

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