Denunciada na Itália a distribuição de livretos que definem os romances heterossexuais como violência e a religiosidade como um valor negativo
Por Anna Fusina
ROMA, 25 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) – Na sessão parlamentar de 19 de fevereiro, os deputados italianos Gianluigi Gigli e Mario Sberna protestaram contra a publicação de três livretos didáticos intitulados “Educar para adiversidade na escola”. O material foi editado pelo Instituto Bech e pelo Departamento para a Igualdade de Oportunidades, que depende da presidência do Conselho de Ministros da Itália.
Os dois parlamentares enfatizam que o conteúdo dos livretos, publicados com o selo da “Presidência do Conselho de Ministros – Departamento para a Igualdade de Oportunidades”, propõe explicitamente “tornar as escolas mais abertas e receptivas, escolas de igualdade de oportunidades, que permitam e promovam o desenvolvimento saudável de todas as crianças independentemente da sua orientação sexual, além de fornecer aos professores as ferramentas para aprofundar as várias questões relacionadas com a homossexualidade, a fim eles próprios se tornarem educadores contra a homofobia”.
Gigli e Sberna denunciam que, para os autores dos três livretos, “a igualdade de oportunidades consiste em ensinar a todos os alunos, do ensino fundamental ao ensino médio, que a família pai-mãe-filhos é apenas um ‘estereótipo da publicidade’; que os dois gêneros, masculino e feminino, são apenas uma abstração; que ler romances em que os protagonistas são heterossexuais é uma violência; que a religiosidade é um valor negativo. Os autores do material chegam ao ridículo de censurar as histórias infantis tradicionais porque elas apresentam, ‘de maneira limitante’, apenas dois sexos em vez de seis gêneros”. Gigli e Sberna observam ainda que os livretos propõem problemas de matemática que se baseiam em novos modelos de famílias homossexuais.
Na opinião dos dois parlamentares, os três livretos denunciados se alinham com iniciativas anteriores de “reeducação”, propostas pelo mesmo departamento, voltadas a profissionais da informação, funcionários de escolas e alunos de todos os níveis, ignorando, deliberadamente, a liberdade e as escolhas educativas das famílias dos estudantes.
Gigli e Sberna destacam que, “em face dos protestos e pedidos de explicações, o Ministério da Educação afirmou não saber nada sobre esta iniciativa nem ter aprovado de forma alguma a produção desse material didático”. Além disso, “o subsecretário do Ministério da Educação, Gabriele Toccafondi, declarou, em 15 de fevereiro, que é muito grave o fato de os livretos terem sido elaborados e distribuídos nas escolas sem a aprovação do Departamento para a Igualdade de Oportunidades e sem que o Ministério da Educação soubesse de nada”.
Toccafondi acrescentou que o responsável pelo material, que agiu autonomamente ao produzi-lo e distribuí-lo em nome do Departamento para a Igualdade de Oportunidades, parece querer impor uma visão cultural unilateral, espalhando preocupação e confusão em todo o sistema de ensino, e que uma questão tão sensível requer atenção especial ao conteúdo e à linguagem utilizada, especialmente ao ser apresentada a crianças e adolescentes de todas as idades.
Em face desta situação, Gianluigi Gigli e Mario Sberna solicitaram que o presidente do Conselho de Ministros da Itália explique:
– como responderá ao alarme educacional gerado em muitas famílias pela iniciativa desautorizada de um departamento dependente da presidência do Conselho de Ministros;
– como garantirá que o mesmo departamento se limite às suas atribuições institucionais e não se arrogue a tarefa de “reeducar” os italianos, especialmente os estudantes, no “politicamente correto” e no “pensamento único das associações LGBT”;
– se irá substituir urgentemente o diretor do departamento responsável pelo abuso de função e pela tentativa de substituir a autoridade política em uma iniciativa que envolve aspectos extremamente importantes da vida social e âmbitos muito sensíveis do processo educativo das novas gerações;
– quem autorizou o uso de fundos europeus para financiar a iniciativa indevida do referido diretor e, caso este tenha agido sem autorização, se irá ressarcir a despesa que provocou injustificadamente;
– se o contrato com o Instituto Bech será rescindido imediatamente por utilizar a sua relação com a administração pública para fins obviamente ideológicos.
Fonte: vitanascente.blogspot.it