Nick e Bianca Bowser são dois transexuais casados, e eles acreditam que seus dois filhos não terão nenhum tipo de trauma, porque terão uma educação cheia de amor e perfeitamente normal. A história deles foi contada pelo site italiano losai.eu, no dia 19 de agosto.
Mudança de sexo
O casal vive com os filhos de três e um ano de idade. Nick, o pai, é na verdade uma mulher de 27 anos, que se chama Nicole e aos 20 anos resolveu se tornar um homem. Bianca, a mãe, é na verdade um homem que se chama Jason, com 37 anos, que há onze anos começou a viver como mulher. Mas os dois não mudaram verdadeiramente de sexo: não podem realizar a cirurgia de reconstrução da genital porque tem um custo muito alto, ou seja, eles ainda possuem os órgãos genitais originais.
Quando os filhos crescerem, os pais deverão explicar para eles que na verdade foi o “pai” que deu à luz, graças ao esperma da “mãe”. Em 2010, o pai, Nick, engravidou, mas continuou a viver como um homem mesmo com a barriga.
Gravidez sem naturalidade
O pai conta assim sua gravidez: “não gostei – disse – sou um homem e não é fácil fazer algo assim tão feminino. Não conseguia suportar as fofocas e desde o terceiro trimestre não pude mais sair de casa”. Depois a percepção de um drama interior: “foi uma luta cotidiana – continua – odiava o modo como o meu corpo estava mudando. Isso não correspondia com os meus sentimentos interiores”. Não conseguindo conceber a ideia do parto natural, optou pela cesariana. Por sua vez, a mãe está feliz por pensar que quem deu à luz foi o pai, porque este aspecto da feminilidade não lhe interessa: “estou muito feliz de não ter levado os meninos no ventre. Foi bom deixar de lado o inconveniente como as mudanças físicas, a dor do parto”.
E como reagirão os filhos? Como entenderão o que aconteceu? Os pais, sem dúvida, não se deram conta de uma série de fatores decisivos para a educação de um ser humano. Então, o que os levaria a esta escolha infeliz?
O ponto crucial dos transexuais
O teólogo Padre Maurizio Faggioni, professor de moral da vida física na Faculdade Teologica da Itália e um dos maiores especialistas nacionais sobre o tema do gênero, assinala a questão do transexualismo na orientação do próprio desejo erótico. A questão fundamental está no coração da pessoa e na oposição sustentável entre aquilo que uma pessoa sente ser e aquilo que o corpo, com a sua linguagem, diz e comunica. Trata-se de uma situação trágica que leva a pessoa a pedir que sejam cancelados do corpo os sinais do sexo que ela sente estranho e se reconstruam – através da cirurgia e dos hormônios – os recursos do sexo que sente ser o seu.
Ter-se-ia um caso de transexualismo a cada 30.000 homens adultos e uma a cada 100.000 mulheres adultas. Não é evidente a causa, ou o complexo de causas que está na base do transexualismo. Nem todas as vozes da medicina estão de acordo com as cirurgias, e os resultados das intervenções não são sempre os esperados.