Quando é bem ensinado e aplicado, o método Billings tem 99% de eficácia, no caso de casais que querem evitar ou adiar uma gravidez.
Por outro lado, este método é seguido por 80% das pessoas que optaram por um método de regulação natural dos nascimentos.
Sua eficácia também foi comprovada pelos casais que queriam filhos, mas não conseguiam engravidar. Os resultados são muito superiores aos obtidos pelas fecundações in vitro (70% contra 25%).
– Em que se baseia esta confiabilidade?
O método Billings é um método científico, concebido por um casal de médicos, John e Evelyn Billings, australianos.
A eles se uniram pesquisadores de renome internacional: o sueco Erik Odeblad, professor de medicina biofísica, e o professor James B. Brown, endocrinologista da Nova Zelândia.
Eles validaram os trabalhos dos Billings e prosseguiram as pesquisas com eles. O professor Brown e sua equipe estudaram mais de 850.000 ciclos femininos.
O método foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1978.
Ele se baseia na observação do muco cervical da mulher, que permite detectar com precisão a ovulação, bem como os períodos de fertilidade e infertilidade.
Cada mulher tem um padrão de muco próprio, que, além disso, pode variar de um mês para outro. O método Billings não é algo padronizado, ele se adapta ao perfil único de cada mulher.
– O método Billings é reservado aos católicos?
Assim como o muco feminino (que não é especialmente católico!), o método Billings é universal. Sobretudo porque é gratuito e, portanto, acessível aos mais pobres. É indicado também para analfabetas. Ele se destina a todos os casais que buscam um método de regulação natural fiável.
Como muitas iniciativas promovidas pela Igreja, ele supera o limite dos Estados e das religiões. A China é um exemplo disso: lá foram abertos muitos centros Billings a pedido do governo comunista em 1995, após constatar sua eficácia.
– O maior obstáculo é a abstinência sexual durante os períodos de fertilidade da mulher?
Na sociedade atual, a abstinência pode parecer difícil de se propor e de se viver.
É preciso levar em consideração, em primeiro lugar, que a observação do muco permite que o casal faça sexo frequentemente durante o ciclo, especialmente em sua segunda parte, ou seja, depois da ovulação.
Além disso, a abstinência beneficia o casal. John Billings fala dela como uma “doce disciplina”, que permite que as pessoas cresçam, tornando-as mais responsáveis.
Outra incidência: favorece-se o diálogo. A mulher também se sente mais amada. Um padre médico me disse que, entre os casais que praticam a abstinência, é visível o respeito entre os cônjuges.
– E o prazer?
Quando a pessoa faz sexo após um período de espera, o prazer é mais intenso. Os casais que seguem o método Billings fazem mais sexo e sentem mais plenitude sexual que os casais nos quais a mulher toma a pílula, pois ela diminui a libido. Constata-se também que há menos divórcios entre os primeiros.
– Você apresenta um quadro idílico! O que dizer dos que afirmam que o desejo sexual é mais forte justamente nos momentos em que a pessoa não pode fazer sexo?
É verdade que a libido da mulher é maior no momento da ovulação, que prepara seu corpo para uma concepção possível. Mas a experiência demonstra que a espera faz a libido aumentar.
– O que dizer às pessoas que viajam muito a trabalho? Não se poderia, então, usar o preservativo?
Um oficial da marinha me disse certa vez: “Se eu fiquei ausente 3 meses, não me custa esperar mais 5 dias para fazer sexo com a minha esposa, se ela está ovulando quando chego de viagem…”
Há mil maneiras de expressar o amor: palavras, carinho, sair juntos…
Com relação ao preservativo, segundo as estatísticas publicadas na França e nos Estados Unidos, ele tem um nível de fracasso de 14%.
– Quais são os ingredientes para que o método Billings “funcione”?
É necessário que o marido ame sua esposa pelo que ela é, e não pelo prazer que ela pode lhe dar. Muito além da motivação e do rigor necessários, o sucesso do método se baseia no diálogo entre o casal.
– Após o sínodo da família, de outubro de 2014, e a beatificação de Paulo VI, poderíamos dizer que o método Billings tem um futuro promissor?
Sim, porque as mulheres estão muito cansadas de ser “libertadas” por todo tipo de pessoas que lhes impõem uma libertação falsa.
Também suportam todos os meses a anticoncepção, que parece uma falta de sentido em uma época na qual se promove cada vez mais a ecologia.
Quando Paulo VI escreveu a encíclica “Humanae vitae” (que comemorará seus 50 anos em 2018), ele foi muito criticado. Mas o tempo lhe deu razão. Não foi por acaso que ele foi beatificado no último dia do sínodo da família (19 de outubro de 2014), já que ele tratou deste tema tão delicado.