Método de Ovulação Billings

Entrevista com Dra Evelyn Billings, pioneira do Método de Ovulação que está transformando a vida de milhões de mulheres

Dra Evelyn Billings AM, de 94 anos de idade, é uma mulher inspiradora com uma longa lista de realizações. 64 anos junto com seu esposo, o Dr. John Billings — ela foi pioneira do Método de Ovulação Billings, a qual ensinou as mulheres, casais, estudantes de medicina e médicos desde a década de 50 em mais de 100 países — de fato, é o único método natural oficial para a regulação da fertilidade na China e foi exitosamente aprovado pela Organização Mundial da Saúde.

Também conta com o apoio da Igreja Católica, dada sua metodologia natural para a regulação da fertilidade. Dra. Billings junto com John, que conheceu em uma aula de anatomia enquanto estudava medicina na Universidade de Melbourne foram os médicos pioneiros do método de Ovulação Billings, e também criaram a nove filhos.

Leia partes da entrevista concedida em maio deste ano a jornalista Fiona Basile, do diário católico Kairos’s:

Olhando em retrospectiva sua vida, o que é que mais lhe surpreende?

“Me surpreendi pelo exito do método e do bem que pude fazer ajudando a John em seu trabalho. Ele me pediu que o ajudasse com as pacientes femininas porque este era um território estranho para ele como um homem casado, na realidade, simplesmente por ser homem. Eu sabia coisas que ele não sabia e ele sabia coisas que eu não sabia. Assim que éramos uma verdadeira equipe.”

Quais os principais desafios na aplicação e ensino do Método de Ovulação?

Do ponto de vista acadêmico, foi bastante sensível, não tivemos nenhuma oposição entre os estudantes de medicina; cooperavam muito bem. Creio que algumas mulheres estavam mais a favor do que contra da idéia e que estávamos justo nessa etapa da medicina na qual havia grande interesse nos avanços da tecnologia para o controle da fertilidade.

As pessoas confiavam muito na nova tecnologia, apesar de alguns pensarem que estávamos no caminho equivocado e que ficaríamos para traz neste campo. John também tinha muita oposição por parte dos obstetras e ginecologistas que estavam contra sua opinião de que o meio natural era o caminho correto e o melhor caminho a seguir para as mulheres. Porém ele não acreditava nisto simplesmente devido ao ensino da igreja, algumas pessoas entenderam mal, achando que tratava-se de um “método católico”, porém por trata-se de um método biológico. Portanto, pouco importava se o casal era Muçulmano, Hinduísta ou Budista: só queríamos que as mulheres conhecessem sobre si mesmas e que utilizassem este método natural de regulação da fertilidade para seu próprio benefício. Sentimos-nos muito satisfeitos quando as taxas de êxito e evidências falaram por si mesmas.

Por que você e Dr. John Billings fizeram este trabalho?

Éramos médicos — era nosso trabalho ver que as pessoas eram saudáveis e felizes. Dava-nos muita felicidade quando ajudávamos aos casais estressados ou que sofriam porque acreditavam que eram inférteis, talvez a mulher tivesse sofrido alguns danos como resultado do uso prévio de métodos tecnológicos, ou talvez simplesmente não entendessem os ciclos naturais do corpo feminino — e logo foram capazes de conceber usando Método de Ovulação. Foi simplesmente maravilhoso. Encantam-me os bebês.

Que papel tem a fé em sua vida e trabalho?

Quando me casei me converti de Anglicana para a Igreja Católica Romana. John acreditava que a Igreja Católica tinha a autoridade e a verdade, e nunca se deu por vencido. Não é que eu perdera muito — ao contrário, estava obtendo muito mais. Creio que a fé alimenta a família, é onde fazem e respondem as perguntas. Nestes tempos, encontramos com tantas pessoas que não tem fé. Não crêem que haja uma influência do amor no mundo. Não entendem o principio de amar que simplesmente é buscar o bem da outra pessoa. Agora se todos estiverem de acordo de que está é uma boa ideia e que faz com que o mundo seja um lugar melhor, —não haveria aborto, guerras e as pessoas amariam aos mais débeis, vulneráveis da comunidade.

Você e seu esposo se casaram faz 64 anos. Qual é o segredo para um bom matrimônio?

Tem que ser sensato e escolher bem desde o princípio, o matrimônio é uma coisa muito prática. Nem sempre tudo corre com o vento em popa, e algumas vezes, há tempos difíceis. Os votos matrimoniais indicam isto. Mas se realmente ama a uma pessoa, poderão superar tudo. Quando conheci John, ele era muito inteligente, muito amável e cavalheiro, todas essas coisas que realmente necessita uma mulher no homem que ela escolhe.Amar a outra pessoa é buscar seu bem e sua felicidade — isto resume o que eu penso.

Trabalhamos estreitamente com Fr. Maurice Catarinich, que sempre dizia: “Deus todo poderoso não deixaria a seu povo sem uma solução e, portanto são as diretivas da igreja a seguir porque são o que faz as pessoas serem felizes”. E nós acreditávamos nisto. Mas é inútil ensinar as pessoas como serem felizes se não lhes damos a verdade e a muitos jovens nesta época não lhes dão a verdade.

É necessário estar informado, valente e recordem que a procriação é a tarefa mais importante na vida e o amor é mais forte que o ódio.

Dra. Evelyn Billings AM, foi nomeada membro da ordem da Austrália em 1991 e Dama Comandante de São Gregório Magno em 2003. Publicou amplamente sobre o Método de Ovulação, incluindo o Método Billings: controle da fertilidade sem drogas ou dispositivos, que vendeu mais de um milhão de cópias em 22 idiomas. Os Drs. John e Evelyn Billings estabeleceram a Organização Mundial do Método de Ovulação Billings, que segue ensinando o Método de Ovulação em todo o mundo.

Para obter mais informações, consulte: www.woombinternational.org

Controle de Natalidade X Planejamento Familiar

Quem propõe o “controle da natalidade” por meios artificiais o fazem movidos por vários mitos à respeito dos métodos naturais de regulação da natalidade:

“são antiquados e poucos eficazes”
“são muito complicados”
“são inviáveis”

Mas a Verdade é outra:

Os métodos naturais, especialmente os mais modernos, têm o suporte científico mais desenvolvido e consistente.

Dado que respeitam os ritmos naturais da pessoa, uma vez aprendidos, os métodos naturais se incorporam facilmente ao ritmo da vida das pessoas.

Os métodos naturais não têm nada de inviáveis. Certamente supõem o diálogo, o autodomínio e a corresponsabilidade do casal, mas isto, em vez de uma desvantagem, é o grande benefício comparativo dos métodos naturais que nenhum método artificial poderá jamais dar: compreensão, respeito mútuo, diálogo do casal e a conseqüente contribuição ao desenvolvimento integral de cada uma das pessoas.

Controle Natal vs. Regulação Natural

Eficácia dos métodos naturais

Segundo estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde, os métodos naturais de planejamento familiar demonstraram possuir uma ampla superioridade sobre os métodos artificiais (anticoncepcionais-abortivos) em diversos aspectos. Em tais estudos demonstrou-se que eram fáceis de aprender e de aplicar pela mulher em qualquer que fosse seu nível cultural (demonstrou-se que podem ser aprendidos e aplicados com êxito inclusive por mulheres carentes de instrução mínima), que eram aceitos com preferência aos métodos artificiais e, o mais importante, revelaram-se sumamente eficazes em evitar a gravidez. A todas estas vantagens agrega-se que por sua natureza respeitam a integridade e dignidade da pessoa humana sem lesionar seus direitos.

Um estudo multicêntrico, que abarcou importantes cidades de diversos pontos do mundo e distantes entre si (Auckland, Bangalore, Manila e El Salvador) demonstrou que 93% das mulheres férteis estava em condições de reconhecer e interpretar o momento de fertilidade desde seu primeiro ciclo menstrual (destaca que o grupo de El Salvador incluía 48% de analfabetas). O estudo conclui que as probabilidades de concepção nos períodos determinados como inférteis era de 0,004%, quer dizer, menos de meio por cento.
Em contraposição aponta-se que o índice de gravidezes utilizando métodos artificiais para o controle da natalidade, varia de 1% (pílulas combinadas estrógeno-progesterona) até 20-23% em usuárias de anticoncepcionais orais.

Em um estudo realizado em Calcutá, Índia, sobre a eficácia do Método da Ovulação, informou-se de uma porcentagem próxima a 0 (zero) sobre uma população total de 19.843 mulheres pobres e de diversas crenças religiosas (57% hindús, 27% islâmicas, 21% cristãs).

As conclusões do estudo da Organização Mundial da Saúde sobre a eficácia do Método da Ovulação foram as seguintes:

Por meio de ecografia ovárica determinou-se que os sintomas do muco cervical identificam com precisão o momento da ovulação.

Todas as mulheres, de qualquer nível cultural e educacional podem aprender o método da observação do muco cervical para reconhecer quando ocorre a ovulação.

A evidência mundial sugere que os métodos de controle natal, abstendo-se da relação sexual na fase fértil identificada pelos sintomas da ovulação, são equivalentes àqueles dos anticoncepcionais artificiais.

O estudo realizado entre 20.000 mulheres pobres em Calcutá, com uma porcentagem de gravidez próxima a zero, complementado com outros estudos em países em desenvolvimento, demonstram a efetividade do Planejamento Familiar com Métodos Naturais.

Os usuários do método estavam satisfeitos com a freqüência da relação sexual sugerida por este método de planificação familiar, o qual é econômico e pode ser especialmente valioso para os países em desenvolvimento (Cf. R.E.J. Ryder, British Medical Journal, Vol. 307, edição de 18 de setembro de 1993, pp. 723-725).

Comparando os dois métodos naturais mais seguros, os índices de efetividade são bastante parecidos (Cf. Dra. Zelmira Bottini de Rey, Dra. Marina Curriá, Instituto de Ética Biomédica, Curso de Planificação familiar natural, Universidad Católica Argentina Santa Maria dos Buenos Aires, abril de 1999):

-o índice para o Método da Ovulação ou Billings é 99.8% (Cf. American Journal of Obstretics and Gynecology, 1991).

-o índice para o Método Sintotérmico é de 97.7% (idem).

-o índice para o Método Sintotérmico em matrimônios altamente motivados para evitar a gravidez é de 97.2% (Cf. Guia para a prestação de serviços de PFN. OMS. Genebra, 1989).

Estes são índices muito altos e certamente não só alcançam mas que superam a muitos dos métodos artificiais mais eficazes. Lamentavelmente, as campanha de descrédito dos métodos naturais respondem não a bases científicas mas a preconceitos ideológicos e interesses econômicos.

Imagens chocantes denunciam tráfico de órgãos de bebês humanos nos EUA

Por trás do tráfico de tecidos fetais mantido pela maior organização abortista dos Estados Unidos, esconde-se um tema ainda mais espinhoso: a banalização da própria vida humana.

Nas últimas semanas, a Planned Parenthood Federation of America (PPFA), a maior provedora de abortos dos Estados Unidos, foi alvo de uma denúncia, realizada pela associação pró-vida Center for Medical Progress (CMP), segundo a qual as suas clínicas estariam se beneficiando economicamente da venda de órgãos e tecidos de bebês abortados – a qual é punida como crime federal, segundo a lei americana.
Até o momento, cinco vídeos foram divulgados. Eles foram filmados por investigadores do CMP, que se disfarçaram de integrantes de uma companhia de biologia humana. Durante as conversas com altos funcionários da Planned Parenthood – às quais se seguiram incursões no interior das próprias clínicas da organização –, há cenas e declarações realmente assustadoras, que fariam corar os abortistas mais entusiastas (não fossem tão grandes a sua deformação moral e obstinação no erro).

“Leis podem ser interpretadas”

No primeiro vídeo, publicado no dia 14 de julho e sobre o qual já se falou aqui, a diretora sênior da PPFA, Dra. Deborah Nucatola, admite tranquilamente – enquanto degusta um vinho e come uma salada – que os médicos da instituição adaptam o procedimento de aborto, a fim de assegurar que os órgãos requeridos pelas indústrias de “experimentação fetal” não sejam destruídos. “Eu não vou destruir essa parte. Vou basicamente quebrar embaixo, em cima e ver se consigo pegar tudo intacto”, eles dizem.

Nucatola também revela como Planned Parenthood faz para burlar a lei norte-americana que proíbe o aborto realizado “por nascimento parcial”. Em um procedimento desse gênero, assim como nos métodos mais usados de dilatação e evacuação, o colo do útero da mulher é dilatado com pequenas lâminas que expandem gradualmente. Então, ela é mandada para casa. A morte e retirada do feto, propriamente ditos, são feitos um dia ou dois depois da introdução das lâminas, quando elas tiveram tempo suficiente para expandir.

Esse método de aborto foi proibido nos Estados Unidos por meio do Partial-Birth Abortion Ban Act, de 2003, assinado pelo então presidente George W. Bush. Para os aborteiros da PPFA, no entanto, “a proibição do aborto parcial é uma lei e leis podem ser interpretadas”, revela Nucatola. “Então, se eu digo que no primeiro dia não tenho a intenção de fazer isso, o que acontece no fim não importa.”

“Eu quero uma Lamborghini”

Uma semana depois, no dia 21 de julho, o CMP divulgou mais um vídeo. A protagonista da vez foi a presidente do conselho de diretores da Planned Parenthood, Dra. Mary Gatter. Perguntada pelos atores “quanto ela esperaria por um tecido (fetal) intacto”, ela rebate: ” Bem, por que não começa você me dizendo o quanto está acostumado a pagar?”

Embora ela reitere várias vezes que “não estamos nisso pelo dinheiro” e que “o dinheiro não é o importante”, o diálogo se transforma em um verdadeira negociação. O acordo evolui de 75 para 100 dólares por amostra, mas, ao fim do almoço, Gatter sugere que o preço não é suficiente. “Deixe-me apenas saber quanto outros estão ganhando, e se estiver na faixa, então está bem, mas se ainda estiver baixo, então podemos subir o valor”, ela diz. “Eu quero uma Lamborghini.”

No dia 28 de julho, foi lançado o primeiro vídeo de um documentário chamado Human Capital, com a participação especial da flebotomista Holly O’Donnell. Essa jovem foi contratada pela companhia de biotecnologia Stem Express, ligada ao tráfico de órgãos e tecidos mantido pela PPFA. “Eu pensava que iria apenas extrair sangue, não retirar tecido de fetos abortados”, ela conta.

Em seu primeiro dia de trabalho em uma clínica da Planned Parenthood, ela entrou em choque quando lhe pediram que dissecasse um feto recém-abortado. Por seis meses, o seu trabalho era identificar mulheres grávidas que preenchessem as condições dos pedidos feitos pela empresa de tecidos. Depois do procedimento, ela coletava o material. “Por qualquer coisa que adquiríssemos, eles obtinham uma certa porcentagem”, ela afirma. “A enfermeira principal estava sempre confirmando se tínhamos pego nossas amostras. Ninguém além dela se importava, porque ela sabia que Planned Parenthood estava faturando com isso.”

“É outro menino!”

O quarto vídeo da série foi publicado no último dia 30 e é “estrelado” pela diretora médica da clínica de Rocky Mountains, Dra. Savita Ginde. Em uma das declarações mais chocantes de toda a investigação, ela deixa subentendido que a sua clínica também coleta tecidos de bebês nascidos vivos. “Se algumas (mulheres) dão à luz antes que a gente consiga examiná-las para um procedimento – ela diz –, então eles (os bebês) saem intactos”.

Dentro do laboratório de uma clínica, enquanto alguns funcionários usam um prato para separar pedaços do corpo de um feto, Ginde diz aos falsos compradores que preferiria receber o pagamento pela parte do corpo coletada, ao invés de uma taxa fixa padrão para todo o material.”Eu acho que um negócio por peça funciona um pouco melhor, porque assim podemos ver o quanto podemos ganhar com isso”, ela afirma.

Ao fim do vídeo, uma voz no fundo revela o sexo da criança que acabou de ser assassinada: ” It’s another boy! – É outro menino!”.

 

“Tudo não passa de uma questão de alinhar os itens”.

No mais novo vídeo, divulgado esta semana pelo CMP, Melissa Farrell, diretora de pesquisa da filial da PPFA em Gulf Coast, admite que os aborteiros algumas vezes conseguem corpos “intactos” de bebês para coleta de órgãos e experimentação científica. Para tanto, eles adaptam o procedimento de aborto, a fim de atender aos pedidos das companhias de biologia. “Alguns dos nossos médicos”, ela conta, “fazem isso de modo a conseguir as melhores amostras, então, eu sei que isso pode ser feito.”

Farrell diz aos falsos compradores que eles poderiam receber as partes que quisessem, contanto que a companhia pagasse mais por uma melhor qualidade das amostras e pelo esforço extra dos aborteiros. “Se nós alterarmos nosso processo – e nós somos capazes de obter cadáveres fetais intactos –, podemos incluir isso no orçamento” para cobrir “as dissecações” e “dividir as amostras em várias remessas”, ela diz. “Tudo não passa de uma questão de alinhar os itens.”

Os últimos minutos do vídeo mostram imagens exclusivas dos investigadores dentro de um laboratório da PPFA, vasculhando as partes de um bebê de 20 semanas. No prato, é possível ver mãozinhas e pezinhos claramente desenvolvidos, enquanto o investigador levanta um pequeno pulmão com uma pinça. “Às vezes eles saem realmente intactos”, diz uma aborteira aos falsos compradores.

Aparentemente, há ainda outros vídeos para serem publicados, mas esses são suficientes para mostrar a indústria de morte por trás da Planned Parenthood. “Qualquer um que assista a esses vídeos sabe que a organização está envolvida em práticas bárbaras e abusos de direitos humanos que têm que acabar”, diz David Daleiden, o homem por trás das câmeras da CMP. “Não há nenhum motivo para que uma organização que se serve de métodos ilegais de aborto para vender partes de bebês e comete esse tipo de atrocidades contra a humanidade ainda receba mais de 500 milhões de dólares todos os anos dos contribuintes americanos.”

A associação Center for Medical Progress, bem como várias outras organizações pró-vida dos Estados Unidos, estão usando os vídeos em questão para pedir a retirada de fundos da PPFA. O governo Obama é parceiro da empresa e já apareceu publicamente defendendo os serviços prestados por ela. Se fica comprovado que a organização está lucrando com o tráfico de órgãos e tecidos humanos – prática que é proibida pela legislação penal norte-americana –, é mais fácil pedir o fim do seu financiamento.

O que está em jogo?

Embora o debate nos EUA pareça concentrar-se em uma questão meramente técnica – se a Planned Parenthood está ou não lucrando com o comércio de fetos abortados –, o que está em jogo é uma realidade muito mais séria, que diz respeito à própria dignidade da vida humana.

Os homens do século XXI já não veem mais a pessoa humana como um ente sagrado. Habituaram-se a tratar alguns indivíduos – nomeadamente, os embriões e os não-nascidos – como “cidadãos de segunda categoria”. É isso o que está por trás do aborto e do tráfico de cadáveres humanos mantido pela PPFA. Se o que eles fazem com os tecidos e os órgãos de um feto fosse feito com um ser humano adulto, brutalmente assassinado e manipulado para satisfazer os desejos de um comércio ilegal, a sociedade certamente se escandalizaria. (Talvez não tanto quanto se comoveu com o caso do leão Cecil, no Zimbábue, mas isso é tema para outro artigo.) Por que, então, não reage à manipulação de embriões humanos e à venda de partes de seus cadáveres? Qual a diferença essencial entre um ser humano não-nascido e um adulto?

A resposta científica é: nenhuma. No juízo do reconhecido geneticista Dr. Jérôme Lejeune, “se um óvulo fecundado não é por si só um ser humano, ele não poderia se tornar um, pois nada é acrescentado a ele”.

A resposta moderna, no entanto, reproduz um argumento perverso, argumento que levou milhões às câmaras de gás e aos gulags soviéticos no século passado. É o discurso de que algumas pessoas merecem viver mais do que outras. Se, antes, a eugenia discriminava por origem étnica ou condição social, agora segrega os indivíduos por sua idade: “se nasceu, vive; se não nasceu, pode matar”. Essencialmente, porém, os crimes são os mesmos: genocídio em massa, abuso e descarte de seres humanos, desprezo pela vida dos mais frágeis.

Contra uma civilização que suprime diretamente e sem nenhum remorso a vida de seus membros indefesos, é inútil lembrar que “os cadáveres de embriões ou fetos humanos, voluntariamente abortados ou não, devem ser respeitados como os restos mortais dos outros seres humanos” [1]. Quem não entende por que jamais se pode provocar diretamente a morte de um inocente [2] – nem para alegadamente salvar a própria vida, quanto menos para consolidar um pretenso “progresso científico” –, tampouco entenderá por que não se pode manipular arbitrariamente o coração, as vísceras e os membros de um corpo humano.

Talvez algumas pessoas não percebam a gravidade dos vídeos exibidos acima, e a alguns cheguem a soar “alarmistas” as críticas dos pró-vida à Planned Parenthood. Isso é o sinal de que, nessa matéria, estamos muito perto do fundo do poço – se é que ele tem fundo.

Que Deus tenha misericórdia de nós.

Fonte: padrepauloricardo.org

Pais são presos por não aceitarem “ideologia de gênero”

O casal Eugen e Luise Martens pode perder a liberdade porque sua filha se negou a participar das aulas de “educação sexual”

Enquanto o Brasil resiste bravamente à implantação legal da ideologia de gênero, alguns fatos ocorridos fora do continente podem ajudar a esclarecer ainda mais de que se trata essa grande farsa, concebida para destruir a sociedade, a família e o próprio homem.

Na Alemanha, um casal, pai de nove filhos, está ameaçado de perder a liberdade, porque sua filha se negou a participar das aulas de “educação sexual” previstas para a escola primária. A polícia alemã já encarcerou Eugen Martens, em agosto de 2013, e só não prendeu ainda sua esposa, Luise, porque ela está amamentando o filho mais novo. O agente policial que visita a família, no entanto, garante: “O escritório da promotoria fará aplicar a decisão do juiz”. Ou seja, mais dia ou menos dia, também a mãe será presa.

Qual o crime cometido por Eugen e Luise, moradores de um pequeno município na Renânia do Norte-Vestfália? É verdade que, na Alemanha, “a escola é obrigatória e se uma criança falta às aulas, a escola tem obrigação de denunciar os pais e o tribunal pode multar essa família”. Mas, até aqui o casal não se tem mostrado negligente em relação à educação de suas crianças. Elas têm ido à escola, regularmente. Foi apenas a sua filha recusar-se a receber aulas de gênero, que o Estado seguiu o seu encalço.

As aulas da chamada “educação sexual” têm um conteúdo perverso, como conta Mathias Ebert, fundador da Associação Besorgte Eltern (“Pais preocupados”), fundada justamente para denunciar a corrupção dos seus filhos: “Não só se ensina às crianças como funciona o sexo entre homens e mulheres, mas se coloca uma ‘variedade’ de práticas sexuais: sexo oral, sexo anal e muito mais. A partir da escola primária dizem aos meninos que seu gênero não está determinado e que não podem saber se são meninos ou meninas; que devem refletir”.

Ebert também afirma que a prisão da família Martens não é um caso isolado na Alemanha. “Não conheço o número exato de pais presos, mas só o pequeno grupo de pais da cidade de Paderborn tem passado, no total, 210 dias presos”, explica. “É um escândalo enorme, também, porque são justamente as crianças que querem sair da aula. Na cidade de Borken, por exemplo, em uma classe, a lição perturbou tanto as crianças que seis delas desmaiaram”.

Não é preciso atravessar o oceano para descobrir uma situação tão ou até mais trágica do que essa. No Brasil, as escolas ensinam às crianças, desde a mais tenra infância, como acontece um ato sexual – chegam a fazer encenações ou demonstrações com objetos de plástico –, como usar um método anticoncepcional, como se masturbar etc. Com a ideologia de gênero, novas perversões estão “no forno”: além de aprender o sexo antinatural, as crianças precisariam questionar a própria “identidade” e, como nas escolas alemãs, ser levadas a “refletir” “se são meninos ou meninas”. Os pais, ainda que não concordassem com tudo isso, teriam o mesmo fim que Eugen e Luise Martens: a cadeia.

É com esse enfoque que a Organização Mundial da Saúde trata da educação das crianças e adolescentes. No documento Standards for Sexuality Education in Europe [“Padrões para Educação Sexual na Europa”] – após deixar bem claro que o seu conceito de “educação sexual” não tem nada que ver com “preparação para o casamento e para a família” [1] –, ela diz que a educação dos pais em matéria de sexualidade “é inadequada para a sociedade moderna” [2] – como se fosse o Estado a decidir a “medida de todas as coisas”.

Isso quer dizer que a educação sexual não seja importante? Absolutamente, não. A Igreja reconhece a importância de que “as crianças e os adolescentes (…) sejam formados numa educação sexual positiva e prudente, à medida que vão crescendo” [3]. O que acontece na Alemanha – e, de igual forma, em todo o Ocidente –, porém, é um desrespeito ao princípio da subsidiariedade. “A educação sexual, direito e dever fundamental dos pais, deve atuar-se sempre sob a sua solícita guia, quer em casa quer nos centros educativos escolhidos e controlados por eles” [4], ensina o Papa João Paulo II. Ou seja, a sociedade e o Estado devem colaborar, na medida do possível, com a educação dos pais, e não o contrário. São “os pais, que transmitiram a vida aos filhos, (…) seus primeiros e principais educadores”, e este direito-dever não só é essencial, mas também insubstituível e inalienável [5].

A fundação Besorgte Eltern tem realizado inúmeras manifestações na Alemanha, exigindo respeito não só ao papel primordial dos pais na formação de seus filhos, como à própria integridade das crianças. “Que não se deturpe os sentimentos das crianças”, pede Mathias Ebert. “Está claro que, se deixaram as aulas, é por causa do clima que respiram em casa, mas, isto é errado? É errado que um menino tenha determinados valores, transmitidos por sua família, e viva com base neles? Creio que não.

Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Confira a entrevista concedida pela Dra. Carolina Delage, ao Jornal O São Paulo, em 27 de julho de 2014

Humanae Vitae inspira médica a indicar método natural de fertilização – Doutora Carolina Delage
 
A ginecologista-obstetra Carolina Delage percorreu o caminho de tantos outros profissionais. Formou-se em Medicina pela PUC de São Paulo, campus Sorocaba; fez residência médica em ginecologia e obstetrícia na Universidade de São Francisco, em Bragança Paulista, e especialização em endocrinologia ginecológica na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Montou e estabilizou seu escritório, até que se deparou com um problema pessoal: a dificuldade de engravidar. Católica, procurava explicações sobre a restrição da Igreja aos métodos de fertilização e reprodução assistida. Um amigo lhe deu a Encíclica Humanae Vitae, do Servo de Deus Paulo VI, e outros documentos da Igreja. Começava um processo de conversão que resultou no conhecimento da fertilidade. Doutora Carolina quer torná-lo conhecido no Brasil.
 
O SÃO PAULO – Na Faculdade de Medicina, os professores ensinam os métodos naturais de planejamento familiar?
Doutora Carolina – Na faculdade, os professores apenas citam que existem os métodos naturais, mas não os ensinam a fundo, simplesmente porque acreditam que esses métodos não funcionam.
 
O SÃO PAULO – Qual era sua postura nos anos anteriores à sua descoberta sobre o ensinamento da Igreja com relação aos anticoncepcionais?
Doutora Carolina – Sempre tive uma abordagem humana e de respeito à paciente, mas respeitava anticoncepcionais como a maioria dos meus colegas.
 
O SÃO PAULO – E como se deu a mudança?
Doutora Carolina – Começou como uma experiência pessoal. Eu não conseguia engravidar. Cheguei a tentar conceber através dos desgastantes métodos de reprodução assistida, mas veio o questionamento: Por que a minha Igreja é contra isso? Depois de tanto perguntar e refletir, um amigo da nossa paróquia nos sugeriu a leitura da Humanae Vitae. Li essa Encíclica do papa Paulo VI, escrita há 46 anos, mas que é incrivelmente atual. Foi uma revolução interna para mim.
 
O SÃO PAULO – Qual trecho da Humanae Vitae lhe chamou mais a atenção?
Doutora Carolina – A Encíclica é muito rica, mas o parágrafo 13 diz algo que foi decisivo no meu processo de mudança: “Assim, quem refletir bem, deverá reconhecer de igual modo que um ato de amor recíproco, que prejudique a disponibilidade para transmitir a vida que Deus Criador de todas as coisas nele inseriu segundo leis peculiares, está em contradição com o desígnio constitutivo do casamento e com a vontade do Autor da vida humana. Usar desse dom divino, destruindo o seu significado e a sua finalidade, ainda que só parcialmente, é estar em contradição com a natureza do homem, bem como a da mulher e da sua relação mais íntima; e por conseguinte, é estar em contradição com o plano de Deus e com a sua vontade”. Esse trecho me mostrou que quando você interrompe o fluxo da vida no ato conjugal, você exclui Deus dessa relação.
 
O SÃO PAULO – Além da Humanae Vitae, algum outro documento da Igreja lhe ajudou nesse processo?
Doutora Carolina – A Donum Vitae, instrução sobre o Respeito à Vida Humana Nascente e Dignidade da Procriação, da Congregação para a Doutrina da Fé, de 1987. Ela traz como ponto central: “o embrião deve ser tratado como pessoa e defendido em sua integridade”.
 
NOTA DA REDAÇÃO: O 7º Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), elaborado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aponta que em 2013 o Brasil tinha cerca de 38 mil embriões congelados em clinicas de reprodução assistida.
 
O SÃO PAULO – Depois dessa “revolução interna”, o que aconteceu?
Doutora Carolina – Conheci uma médica que também tinha dificuldade para engravidar. Ela me falou sobre um método Natural de Planejamento Familiar, Creighton Model System, que além de possibilitar o espaçamento do nascimento dos filhos, também ajuda os casais inférteis a engravidar, estando de acordo com os preceitos de nossa fé. No entanto, para conhecer esse tratamento teria de ir aos Estados Unidos, pois ainda não existia nenhum médico aqui no Brasil que conhecesse esse método. Nessa ocasião, fiz um curso de Teologia, ministrado pelo Instituto Paulo VI, que abordava as questões moreis da contracepção e da reprodução artificial mais a fundo. Voltei ao Brasil decidida a dar uma guinada na forma de atender minhas pacientes. Resolvi não prescrever mais pílulas anticoncepcionais ou outros tipos de métodos contraceptivos, mas ainda não tinha todo o embasamento técnico para ministrar o Creighton Model System. Foram seis meses de sofrimento, até conseguir retornar aos Estados Unidos e fazer o curso médico para daí mudar a minha prática clínica.
 
O SÃO PAULO – Em que consiste esse método?
Doutora Carolina – O criador do sistema, Dr. Thomas Hilgewrs, há cerca de 35 anos foi para a Austrália estudar com o Dr. Billings, criador do método de planejamento natural da família que leva o seu nome. O método Billings, também aprovado pela Igreja, consiste na auto-observação da mulher e identificação do seu período fértil, possibilitando ao casal escolher se deseja gerar uma vida naquele momento ou não. Dr. Hilgers, a partir do método Billings, padronizou a forma de as mulheres observarem a secreção vaginal e classificou os tipos de secreção. Com isso, além do método possibilitar a identificação do período ovulatório, o sistema viabiliza o diagnóstico de alterações no ciclo fértil das usuárias do método. Com tratamento desses distúrbios, o Creighton Model System ajuda as pacientes com problemas de fertilidade a engravidarem no ato conjugal com seus maridos e não através de métodos de reprodução artificial.
 
O SÃO PAULO – Qual o índice de fertilização obtida com esse método?
Doutora Carolina – O índice de fertilização das usuárias do método é de até 80%, aliando-o ao tratamento médico.
 
O SÃO PAULO – O que mais lhe encanta nesse método?
Doutora Carolina – O método permite à mulher se conhecer e cooperar com a sua saúde, pois ela aprende a ler as informações que seu próprio organismo oferece. Aos casais, o sistema gera uma maior partilha de amor e de responsabilidade. De um modo geral, faz as pessoas refletirem sobre suas escolhas e decisões e não levarem a vida no automático. Como usuária do método,percebi a verdadeira forma de usar o livre-arbítrio, exercido com responsabilidade. Aprendi que somos chamados a sermos co-criadores do Reino de Deus e não “árbitros”, como quando se opta por um método contraceptivo, contra a vida. Como médica aprendi uma ciência que de fato visa a contribuição para saúde das minhas pacientes e não a supressão do organismo ou omissão diagnóstica. Veja, por exemplo, os casos de mulheres que têm síndrome do ovário policístico. Elas apresentam ciclos menstruais irregulares e por isso são orientadas a usar anticoncepcionais (é o que existe de consenso no meio científico). No entanto, o anticoncepcional inibe o funcionamento do organismo da mulher, que passa a ser regido quimicamente. Quando a paciente, por algum motivo, tiver que parar de tomar o anticoncepcional, a chance de o quadro clínico retomar é muito grande. O Creighton Model System possibilita corrigir esse problema de forma que seu organismo passe a ser regido fisiologicamente, sem precisar do anticoncepcional para menstruar regularmente.
 
O SÃO PAULO – E se o problema de fertilidade estiver relacionado com o homem?
Doutora Carolina – Nesse caso, o método também pode ser indicado, melhorando ainda mais o organismo da mulher, atuando no muco cervical, na ovulação, no endométrio, capacitando o corpo para melhor receber o espermatozoide do marido em ato conjugal e desenvolver a gravidez.
 
O SÃO PAULO – Com o conhecimento adquirido com o método, a senhora não receita mais anticoncepcionais e contraceptivos. Qual a reação de sãs antigas pacientes?
Doutora Carolina – Em primeiro lugar, vejo que cresce o numero de mulheres que querem optar por métodos naturais, seja por motivos ético-religiosos, seja por preocupação com a própria saúde, já que eles não têm efeitos colaterais. Explico o método natural, Creighton Model System, e falo sobre minha postura profissional. Se a paciente não concorda, procura outro médico.
 
O SÃO PAULO – O que você diria a um casal que não consegue engravidar, mas que não quer recorrer a métodos contrários ao ensinamento da Igreja?
Doutora Carolina – Em primeiro lugar, peço que façam uma reflexão: “queremos ser pais, ou apenas ter um filho?” A primeira opção envolve amor; a segunda, talvez envolva egoísmo. Também gostaria que vissem a adoção não como para alguns casais, a última opção, mas mais uma opção, uma bela opção, aliás. Além disso, é possível recorrer ao método de procriação natural com base no Creighton Model System.
 
Fonte: Jornal O São Paulo ed nº 3013

Ideologia de Gênero e suas incoerências

O Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado (Lei 13.005, de 25 de junho de 2014) foi aprovado sem referências à “Ideologia do gênero”. Essa foi retirada graças à mobilização popular. Muitos se manifestaram aos deputados que foram eleitos legitimamente pelo povo. Esses acolheram o pedido dos seus eleitores e excluíram a dita “ideologia” do Plano Nacional de Educação. O dia 24 de junho de 2015 é a data limite para que Estados e municípios apresentem metas e estratégias para a educação local para os próximos 10 anos na forma de planos de educação.  ”.

Ao analisar friamente e com uma mentalidade científica os textos dos divulgadores da “Ideologia do gênero”, pode-se constatar que a mesma não passa de uma teoria pseudo-científica, que pretende explicar a sexualidade humana e redefinir o comportamento social, mas está cheia de incoerências e contradições. Em outras palavras, é uma teoria que carece de lógica, de fundamentação científica e apresenta uma base ideológica discutível: a visão marxista do mundo, a qual pretende gerar um “pensamento único” e obrigatório. Apresentamos a seguir algumas das contradições extraídas das obras dos autores principais da dita “Ideologia do gênero”.

1- Afirmam: não existe “homem” e “mulher”. “Sexo” seria biológico e “gênero” seria construído socialmente. Sendo assim, não poderia nem mesmo existir o conceito de “homossexual” ou “heterossexual”, que supõe um sexo básico pelo qual a pessoa é atraída. Logo, a “ideologia do gênero” destrói os mesmos direitos dos “homossexuais” e combate os que lutam pelos direitos deles.

2- Para defender a “identidade homossexual”, a “Ideologia do gênero” destrói toda possível identidade. Afirma, simplesmente, que a pessoa é sexualmente indefinida e indefinível.

Isso impossibilita a promoção dos direitos do “homem”, da “mulher”, dos “homossexuais” etc. A dita ideologia quer ser uma reivindicação de novos direitos, mas acaba destruindo a possibilidade de se reivindicar qualquer tipo de direito.

3- O “movimento gay” dos anos 70 afirmava que a família era algo repressivo e burguês. Queriam uma sociedade onde reinasse o “amor livre”, como nas comunidades hippies. A atual Ideologia do gênero diz que é preciso dar o “direito ao matrimônio” e à “família” a todos, de todos os “gêneros” possíveis.

4- Apresentam-se como “defensores das mulheres”. Mas negam que existam as “mulheres”. Para eles, os sexos “masculino” e “feminino” ou a “identidade sexual” é meramente biológico (físico, corporal), e não representa nenhuma “identidade”.

5- Dizem que o “gênero” é construído arbitrariamente e individualmente, não sendo, pois, uma categoria coletiva. Com isso, não poderia existir “gay” ou “transexual”, algo que já seria coletivo e imposto pela sociedade. Essas noções implicariam uma identidade inicial que pode ser modificada. Dizem, portanto, que não podem existir “gays” e “transexuais” e se afirmam defensores dos direitos dos “gays” e “transexuais”;

6- Afirmam não existir os “sexos”; Dizem que existem cinco “sexos”. Rebecca J. Cook: “os sexos não são mais dois, mas são cinco: as mulheres heterossexuais, mulheres homossexuais, homens heterossexuais, gays e bissexuais”.

Qual seria a diferença entre “mulheres homossexuais” e gays? E qual seria a diferença entre “homens homossexuais” e gays?

7- Lutam para inserir na linguagem popular e nos sistemas jurídicos a expressão “gênero”; afirmam que a democracia, para ser justa, deve nos libertar dos “gêneros”.

“Se quisermos salvar a menor lealdade para com nossos ideais democráticos, é essencial distanciar-nos do gênero. Parece inegável que a dissolução dos papéis de gênero contribuirá para promover a justiça em toda a nossa sociedade, fazer da família um lugar muito mais apto para que as crianças desenvolvam um senso de justiça” (Susan Moller Okin, Change the Family, Change the World, Utne Reader, Marzo/Abril 1990, p. 75).

8- Ninguém nasce “homem” ou “mulher” (ninguém é 100% uma só coisa); O gay nasce gay; O heterossexual não nasce heterossexual;

9- O “gay” não pode mudar de orientação; o heterossexual pode e deve mudar de orientação sexual.

Tudo isso nos faz ver que a “Ideologia do gênero” é uma teoria absurda, cheia de incoerências e contradições. Não pode ser considerada uma teoria científica e por isso mesmo não pode ser ensinada nas escolas. Se a dita ideologia fosse aprovada nos planos municipais e estaduais de educação, seria imposta por meios legislativos, sem respeitar a justiça, a democracia e a mesma razão humana.

Parece que os promotores da “Ideologia do gênero” pretendem transformar as crianças em cobaias de experiências e conhecimentos pseudocientíficos, cheios de contradições e incoerências. Aprová-la significa, na prática, um retorno ao paganismo grego e romano, no qual as crianças não tinham nenhum direito, a não ser o de satisfazer os prazeres dos adultos.

Para mais informações sobre o tema, veja o programa de TV no qual falamos por 45 minutos sobre a “ideologia do gênero” e os planos municipais de educação. Tratamos o tema como um assunto de democracia; como um assunto jurídico, relacionando a dita ideologia e o Direito nacional; e como um assunto de razão.

CNBB divulga nota sobre a inclusão da ideologia de gênero nos Planos de Educação

No contexto dos debates e votações acerca dos Planos Municipais de Educação, o Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunido em Brasília (DF), entre 16 e 18 de junho, aprovou e divulgou nota a respeito da inclusão da ideologia de gênero nos textos em discussão. Para os bispos, a proposta de universalização do ensino e o esforço do Estado em estabelecer a inclusão social como eixo orientador da educação merecem “apoio e consideração”. Por outro lado, “a introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas trará consequências desastrosas para a vida das crianças e das famílias”, diz a nota. Leia a nota na íntegra:

Nota da CNBB sobre a inclusão da ideologia de gênero nos Planos de Educação

“Homem e mulher ele os criou” (Gn 1,27)

O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília, nos dias 16 a 18 de junho, manifesta seu reconhecimento pelo importante trabalho de elaboração dos Planos Estaduais e Municipais de Educação em desenvolvimento em todos os estados e municípios brasileiros para o próximo decênio. A proposta de universalização do ensino e o esforço de estabelecer a inclusão social como eixo orientador da educação merecem nosso apoio e consideração ao apontar para a construção de uma sociedade onde todas as pessoas sejam respeitadas.

A tentativa de inclusão da ideologia de gênero nos Planos Estaduais e Municipais de Educação contraria o Plano Nacional de Educação, aprovado no ano passado pelo Congresso Nacional, que rejeitou tal expressão. Pretender que a identidade sexual seja uma construção eminentemente cultural, com a consequente escolha pessoal, como propõe a ideologia de gênero, não é caminho para combater a discriminação das pessoas por causa de sua orientação sexual.

O pressuposto antropológico de uma visão integral do ser humano, fundamentada nos valores humanos e éticos, identidade histórica do povo brasileiro, é que deve nortear os Planos de Educação. A ideologia de gênero vai no caminho oposto e desconstrói o conceito de família, que tem seu fundamento na união estável entre homem e mulher.

A introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas trará consequências desastrosas para a vida das crianças e das famílias. O mais grave é que se quer introduzir esta proposta de forma silenciosa nos Planos Municipais de Educação, sem que os maiores interessados, que são os pais e educadores, tenham sido chamados para discuti-la. A ausência da sociedade civil na discussão sobre o modelo de educação a ser adotado fere o direito das famílias de definir as bases e as diretrizes da educação que desejam para seus filhos.

A CNBB reafirma o compromisso da Igreja em se somar aos que combatem todo tipo de discriminação a fim de que tenhamos uma sociedade sempre mais fraterna e solidária. Confia que a sociedade e o Estado cumpram seu direito e dever de oferecer a toda pessoa os meios necessários para uma educação livre e autêntica (cf. CNBB – Doc. 47, n. 73). Reafirma também o papel insubstituível dos pais na educação de seus filhos e primeiros responsáveis por introduzi-los na vida em sociedade.

Agradecemos a tantos que têm se empenhado na defesa de uma educação de qualidade no Brasil, opondo-se até mesmo a excessos do Estado que, muitas vezes, se sobrepõe ao papel dos pais e da família. A estes exortamos a que, juntamente com educadores e associações de famílias, assumam sua tarefa de protagonistas na educação dos filhos.

Que Deus inspire os legisladores na responsabilidade que têm nesse momento e anime os educadores na nobre e sublime tarefa de colaborar com os pais em sua missão de educar.

Brasília, 18 de junho de 2015.

Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília-DF
Presidente da CNBB

Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de São Salvador da Bahia- BA
Vice-presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília-DF
Secretário Geral da CNBB

Dom Gregório Paixão fala sobre a ideologia de gênero

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Com objetivo de buscar informações sobre a ideologia de gênero, que vem sendo discutido em todo país, com objetivo de que seja incluída nos planos municipais de educação, a Câmara de Vereadores de Petrópolis, recebeu na quarta-feira, o Bispo Diocesano de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, OSB, que falou sobre o tema aos vereadores.

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Em sua explanação, o bispo deixou claro alguns pontos essenciais para a discussão sobre a ideologia de gênero, como: não se trata de uma discussão sobre a acabar com o preconceito contra a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais), mas uma estratégia com objetivo de desconstruir o patrimônio universal que é a família, levando as pessoas a acreditarem que ninguém nasce homem ou mulher.

No inicio de sua colocação, Dom Gregório Paixão (ouça a palestra do bispo clicando aqui) disse que falava como representante da Igreja Católica em Petrópolis, mas também como antropólogo e pesquisador, ressaltando que sua formação em mestrado e doutorado na Holanda. “Estudei num dos países mais liberais do mundo e que a minha formação foi em antropologia cultural e o único que professava alguma fé na minha turma era eu e mais quatro e o restante eram ateus. Aquilo que falo é resultado de um pensamento antropológico e que está ligado a ciência, história, sociologia. Falo também como educador que sou, pois durante 15 anos foi diretor do Colégio São Bento e da Faculdade em Salvador”.

Ao entrar propriamente no tema – ideologia de gênero, o bispo ressaltou que entre outros pontos que é preciso respeitar as diferenças, frisando que não é este o tema central desta ideologia, mais a negação de que o ser nasce homem e mulher.

“Não é uma discussão sobre a homossexualidade, uma questão ligada a heterossexualidade, não é o desejo de nós discutirmos sobre o respeito que nós temos que ter com as diferenças, pois é uma questão que não se pode questionar. Nós precisamos respeitar as pessoas que são diferentes. Não podemos imaginar que num colégio se vá ensinar que se deve apedrejar, chincar, zombar de uma pessoa só porque ela é homossexual ou porque tem esta ou aquela tendência. A questão aqui é sobre uma ideologia que procura encobrir o fato dos seres humanos se dividirem em dois sexos, isto é, masculino e feminino, homem e mulher” afirma o bispo.

Dom Gregório Paixão esclareceu que, se acordo com os pensadores desta ideologia, ser homem ou mulher é o pensamento imposto por uma construção social. “Ou seja, sou homem ou mulher, não porque sou homem e mulher, mas porque a sociedade me impôs e me fez acreditar que sou homem ou mulher. Nisso nós caímos no âmbito da Filosofia, no nominalismo que vai dizer que das coisas nós só conhecemos a ideia e os nomes foram imposto pela sociedade”.

Outro ponto fundamental que está por trás desta ideologia, segundo o Bispo de Petrópolis é a negação da existência de Deus, que também seria uma criação do ser humano. “Segundo esta ideologia, Deus, que foi criado pelos homens, impede a minha liberdade e por essa ideia divina. Acreditar em Deus significa me impor algo que é contra minha natureza. Eu não sou homem e nem mulher, mas me foi imposto pela sociedade e pelos meus pais. Este pensamento é por causa da afirmação de Simone Beauvior, que dizia, não se nasce mulher, fazem-na mulher. Afirmando que ela era mulher que lhe foi imposto pela sociedade”.

O bispo ressaltou ainda que negar a biologia e a psicologia é negar a ciência, frisando que quando se olha um ser humano quando ele nasce é fato que se distingue claramente quem é homem e quem é mulher. Outros argumentos foram apresentados pelo bispo, frisando que o papel da escola é ajudar o aluno a achar a verdade e não ensinar ideologia.

Ciência e Vida: “revalorizar a diferença sexual para desmentir a indiferença de gênero”

Associação italiana apoia os cidadãos que se mobilizam contra as novas ideologias

Por Redação 

Roma, 09 de Junho de 2015 (ZENIT.org)

“A referência à ideologia do gênero feita ontem pelo papa Francisco é uma nova e eficaz denúncia do que está acontecendo em nossa sociedade, que, para promover uma ‘parificação’ que não é paridade, tende a negar as diferenças peculiares e naturais que tornam o homem e a mulher complementares”, declarou em comunicado a presidente nacional da associação italiana Scienza & Vita (Ciência e Vida), Paola Ricci Sindoni.

“Em nome da não discriminação de ninguém, princípio justo e legítimo, acabam-se penalizando realidades humanas fundamentais do nosso viver comum. Proibir o Dia das Mães e o Dia dos Pais, substituir ‘pai’ e ‘mãe’ nos formulários por categorias numéricas, promover cursos que tergiversam a sexualidade, espalhar teorias sem base científica, tudo isto são apenas alguns dos meios que impulsionam uma colonização ideológica mascarada de projetos libertários”.

“Algum tempo atrás, o papa já tinha se referido às possíveis motivações que levaram os modelos ideológicos de gênero a se desenvolver tão rapidamente: talvez seja a dificuldade de se definirem as relações entre os sexos o que cria o clima ‘de frustração e resignação’ que envolve ‘essa confusão, esse erro da mente’”.

“Hoje, a questão é ainda mais urgente e premente e nos desafia em vários níveis. No dever concreto de esclarecer esta situação, olhamos com atenção e simpatia para os movimentos de cidadãos que estão se organizando diante desta ameaça”, declarou Ricci Sindoni.

Brasil: Nova ameaça da “ideologia de gênero”

Reflexões do Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro

Por Card. Dom Orani Tempesta

Rio de Janeiro, Região Sudeste, Brasil, 09 de Junho de 2015 (ZENIT.org)

“A ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar para todas as pessoas que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade. Quer dizer que o sujeito, quando nasce, não é homem nem mulher, não possui um sexo masculino ou feminino definido, pois, segundo os ideólogos do gênero, isto é uma construção social” (Dr. Christian Schnake, médico chileno e especialista em Bioética, Ideologia de gênero: conheça seus perigos e alcances. Destrave. Canção Nova, acessado em 2/6/15), conforme expus em Nota Pastoral recém-publicada.

Até o fim de junho os municípios votarão sobre a inclusão no PME

Ora, essa ideia, que vem sendo difundida como palavra de ordem nos últimos tempos, apareceu no Plano Nacional de Educação (PNE), mas, graças à mobilização das forças vivas e atuantes do Brasil, contando, inclusive, com alguns Bispos, foi banida. Agora, porém, volta ao Plano Municipal de Educação (PME). No mínimo isso é uma incoerência: colocar no plano municipal o que não consta no federal! Cada município ficará, pois, por meio de seus vereadores, responsável, diante de Deus e de seus munícipes, de excluir (se, obviamente, já estiver no texto), até o fim de junho, a revolucionária ideologia de gênero para as crianças e adolescentes em fase escolar atendidas pela rede municipal de ensino.Arbitrariamente, algumas atitudes federais já inserem alguns tipos dessa ideologia em nossas escolas, mesmo através de livros e outras decisões por decreto. Querem transferir para a orientação da escola aquilo que as famílias são chamadas da passar aos seus filhos.

De um modo amplo, ideologia é um termo que se origina dos filósofos franceses do século XVIII, conhecidos como ideólogos (Destutt de Tracy, Cabanis etc.) por estudarem a formação das ideias. Logo depois, passou a designar um conjunto de ideias, princípios e valores que refletem uma determinada visão de mundo, orientando uma forma de ação, sobretudo uma prática política. Hoje, o termo ideologia parece ser amplamente utilizado, sobretudo por influência do pensamento de Karl Marx, na filosofia e nas ciências humanas e sociais em geral, significando o processo de racionalização – um autêntico mecanismo de defesa – dos interesses de uma classe ou grupo dominante para se manter no poder (cf. H. Japiassú e D. Marcondes. Dicionário Básico de Filosofia. 3ª ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999, verbete ideologia).

Bases dessa ideologia

Ora, esta base é que sustenta a ideologia de gênero, cujas raízes merecem ser, em suas várias vertentes, conhecidas pelo povo brasileiro.

Pois bem, no período entre as duas grandes guerras mundiais (1918-1939), estudiosos de diversas áreas – Filosofia, Sociologia, História, Economia, Psicologia etc. – ligados à chamada Escola de Frankfurt, se puseram a criticar tanto a burguesia capitalista quanto o comunismo extremado, ou seja, aquele de fundo marxista-leninista dogmático. Em seu lugar, propunham um marxismo sorridente, capaz de se difundir no Ocidente dado que aqui se faziam muitas ressalvas ou críticas ao modelo comunista russo implantado no governo desde novembro de 1917.

Esse comunismo, mais aberto para enganar os ingênuos, trazia em seu bojo a filosofia marxista da luta de classes, na qual, segundo o filósofo alemão Frederick Engels, em sua obra “A Origem da Família, da Propriedade e do Estado”, escrita em 1884, “o primeiro antagonismo de classes da história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher unidos em matrimônio monogâmico; e a primeira opressão de uma classe por outra, com a do sexo feminino pelo masculino” (New York, 1972, p. 65-66).

Pois bem, essa luta de classes no modelo tratado por Engels foi unida às teorias de Sigmund Freud (1856-1939) e transformada também em luta de sexos, na qual a mulher seria a classe oprimida e o homem a classe opressora. A libertação viria no momento em que as mulheres se soltassem sexualmente, praticando a genitalidade sem barreira alguma. Mesmo o “incômodo” do filho teria solução: a Rússia legalizou o aborto já no ano de 1920, visto que ainda não se conhecia a pílula anticoncepcional e muito menos os fármacos abortivos.

Infelizmente, tudo isso não foi libertador, mas tornou muitas mulheres, sempre tão queridas por Deus, novas escravas, não mais apenas vítimas dos homens, mas de si mesmas, dado que, talvez na ânsia de se libertarem, acabaram pagando o alto preço dos efeitos colaterais da libertinagem, especialmente com o aumento da prostituição, do consumo de álcool e de outras drogas, das pílulas anticoncepcionais, das pílulas do dia seguinte (abortivas) e do aborto cirúrgico, cujas sequelas no corpo e na mente podem ser danosas para sempre. Afinal, nenhuma mulher com uma boa formação humana e cristã, por sua natureza materna inata, dormirá em paz depois de pensar que assassinou o próprio fruto do seu ventre.

Logo depois se assomou a isso tudo o construtivismo social. Que ensina essa escola? – Ensina a desconstrução da realidade, e, com Jaques Derrida e Michel de Foucault, foi também aplicada à sexualidade. Para eles não existe a realidade (objeto) nem o homem que descobre a realidade (sujeito), mas apenas a linguagem que produz os objetos ao lhe dar os nomes que os classifica e caracteriza.

Essa linguagem, porém, é fruto de mera construção social que atribui a ela o valor semântico que quiser. Daí serem esses valores mutáveis como a sociedade, de modo que o modelo cultural atual é responsável por destruir o anterior, e assim sucessivamente, inclusive no campo moral. Reina, portanto, o relativismo, e, para Foucald o pansexualismo: tudo giraria em torno da sexualidade.

Com o existencialismo ateu, dá-se um passo além, especialmente por obra de Simone de Beauvoir. Esta ensina que “não se nasce mulher, mas você se torna uma mulher; não se nasce um homem, mas você se torna um homem”. O gênero seria uma construção sociocultural sustentada pela experiência. Ora, se a experiência da mulher foi a de ser dominada pelo homem ao longo da história, na visão de Beauvoir, toda hierarquia deveria ser eliminada da vida pública e privada para dar lugar a relações de igualitarismo marxista (não de igualdade cristã) entre os seres humanos.

Chega-se, assim, ao feminismo de gênero como uma espécie de síntese de todas essas correntes que, brevemente, apresentei acima. Esse tipo de feminismo supera o anterior que o preparou, ou seja, aquele feminismo inicial desejoso de que a mulher fosse equiparada aos homens. Descreve bem essa evolução feminista a seguinte declaração de Shulamith Firestone: “Para organizar a eliminação das classes sexuais é necessário que a classe oprimida se rebele e assuma o controle da função reprodutiva…, pelo que o objetivo final do movimento feminista; isto é, não apenas a eliminação dos privilégios masculinos, mas da própria diferença entre os sexos; assim, as diferenças genitais entre os seres humanos nunca mais teriam nenhuma importância” (The dialectcs of Sex. Nova York: Bantam Books, 1970, p. 12).

Tudo isso leva-nos ao cerne do gênero, que é a permissão para que sejam eliminadas (como se isso fosse possível) todas as diferenças entre os sexos, complementando desse modo o que propusera o feminismo anterior ao pregar o seguinte: “a raiz da opressão da mulher está em seu papel de mãe e educadora dos filhos. Por isso deve ser liberada de ambas as tarefas, através da contracepção e do aborto e da transferência da responsabilidade da educação dos filhos para o Estado” (J. Scala. Ideologia de gênero. São Paulo: Katechesis/Artpress, 2011, p. 21). Estejamos atentos a algumas leis que já existem em que o Estado interfere na família e educação dos filhos.

A partir dos anos de 1980, todos esses ideólogos do feminismo antigo ou de gênero se uniram a outros lobbies e passaram a combater a família monogâmica e estável como um estorvo para a liberdade sexual imaginada desde os anos de 1960 para todos, a fim de destruir os planos perfeitos de Deus e, em seu lugar, impor os planos falhos da criatura.

O ser humano, como pessoa, nunca pode ser usado como um instrumento ou um objeto, mas deve ser contemplado e amado como tal, sendo dotado de dignidade e valores. A negação da transcendência afeta diretamente a dignidade da criatura humana. Pois como disse São João Paulo II: “a divindade da pessoa humana é um valor transcendente, como tal sempre reconhecido por aqueles que se entregam sinceramente à busca da verdade” (cf. Mensagem de sua santidade João Paulo II para a celebração do XXXII Dia Mundial da Paz: 1 de janeiro de 1999).

Expressão de autoritarismos

Analisando essas ideologias supracitadas, percebemos que elas são expressão de autoritarismos que visam a valorizar seus próprios interesses, fazendo com isso que a sociedade acabe negando a transcendência do ser humano e, consequentemente, rebaixando a dignidade do homem, acarretando graves implicações no campo dos direitos humanos.

Por fim, podemos concluir que a ideologia do gênero tornou-se um instrumento utilizado para atacar a dignidade da pessoa e também a família, pois esta representa para eles um tipo de ‘dominação’. Ao contrário, nós dizemos que é pela família que conseguiremos restaurar tal dignidade; pois é por ela que somos educados e formamos verdadeiros valores e ideais.

As perguntas que ficam são: uma sociedade com indivíduos que cultivam ódio a Deus e tentam destruir valores intrinsecamente sagrados como a vida e a família poderão ter um futuro promissor? Os seres humanos são mais felizes ou mais frustrados com tudo isso? Não estaria, em parte ao menos, atrelado a essa degenerescência dos valores o alto índice de adolescentes e jovens que tentam buscar escapes nos entorpecentes ou mesmo nas tentativas ou na consumação de suicídios? As perguntas atuais sobre os rumos da humanidade e as dificuldades de respostas da sociedade estão a comprovar os descaminhos que a sociedade hodierna está tomando.

Já não passou da hora de nos voltarmos mais à misericórdia de Deus e confessarmos confiantes: Senhor, só Tu tens palavras de vida eterna! (cf. Jo 6,68)? Sim, pois só Ele é a verdadeira e definitiva libertação de toda opressão que o ser humano possa sofrer. E ao acolhermos a “palavra de Deus” iremos ver que encontraremos o verdadeiro “ser humano” criado à imagem e semelhança d’Ele. E veremos que mesmo os estudiosos e cientistas sérios chegarão à mesma verdade através de suas reflexões e raciocínios. Cabe a nós, cidadãos de hoje, levarmos avante os verdadeiros valores desta pátria que amamos e aonde habitamos como cidadãos que têm direitos e deveres e que se responsabilizam pelo futuro.