Como no mundo atual podemos criar a cultura da pessoa?

Uma reflexão a partir do “conceito wojtiliano” do ser humano como pessoa

Por Prof. Hermes Rodrigues Nery

SãO PAULO, 06 de Janeiro de 2015 (Zenit.org) – “Impõe-se que o homem de hoje se volte novamente para Cristo, a fim de obter d’Ele a resposta sobre o que é bem e o que é mal.1

A cultura da pessoa – com a visão do homem como pessoa – foi aperfeiçoada e alcançou elevado nível de civilização, com o cristianismo, que exerceu na história “maior influência na modelagem do destino humano que qualquer outra filosofia institucional”.2. Muito mais que uma filosofia, o cristianismo é a presença de uma força viva na história, ainda impactante.

Foi com Jesus Cristo que passamos a compreender o que é ser a imagem e semelhança do Criador, pois como verbo encarnado, Deus veio até nós apresentar e testemunhar a humanidade perfeita, com a perspectiva da eternidade. Humanidade esta imprescindível para a nossa realização e felicidade, cuja condição começa a ser construída nesta vida, mas só encontrará a plenitude na vida eterna. A pessoa portanto se constrói a partir da humanidade, e se destrói se não tiver desenvolvida adequadamente (e amadurecida) esta mesma humanidade, pois por seus atos o homem se aperfeiçoa como pessoa”3 Daí que toda expressão cultural que reconhece e promove a dignidade do ser humano como pessoa, tem alcance universal e perene, tendo em vista ainda que “o ser humano não se esgota na cultura e a natureza dele é a medida desta”4

“O cristianismo consiste na visão do homem como pessoa. (…) O cristão se vê a si mesmo como ALGUÉM inconfundível, não “algo”, um “quem” distinto de todo “quê”, com nome próprio, criado e amado por Deus, não só e isolado, mas em convivência com os que, por serem filhos do mesmo Pai, são irmãos. Sente-se livre e, portanto, responsável, capaz de escolha e decisão com uma realidade recebida, da qual não é autor, porém própria. Sabe-se capaz de arrependimento, de voltar-se sobre a realidade, aceitá-la ou repudiá-la e corrigi-la. E essa realidade é projetiva, consiste em antecipação do futuro, do que vai fazer, de quem pretende ser, e é amorosa, definida pela afeição por algumas pessoas e o dever de que se estenda às demais. E aspira à sobrevivência, a continuar vivendo depois da morte inevitável, não isolada e sim com os demais – reza sua crença na ‘comunhão dos santos’. Vive por sua condição amorosa a possibilidade de interpenetração de outras pessoas, de ser habitado por algumas.
Tudo isto fez parte durante dois milênios da PERSPECTIVA CRISTÃ, foi transmitido, de maneira não teórica, escassamente conceitual, a milhões e milhões de homens e mulheres – desde crianças geralmente -, foi a interpretação básica de suas vidas e, não menos, da realidade total. O modo de sua instalação no mundo e como a vida humana é interpretação de si mesma, este esquema tem sido durante séculos um elemento dessa realidade mesma em grande parte do mundo.5

O cristianismo, portanto, deu vigência à compreensão do homem como pessoa “esse tipo de homem, hoje ameaçado de desaparecer”6, daí a sua universalidade e perenidade, cujo conteúdo alcança o âmago da verdade sobre o que é o homem, indagada desde os mais antigos filósofos, e confirmada pelo Magistério da Igreja. “O cristianismo não é nunca um conjunto de posições a manter, um corpo de doutrina, mas uma maneira de ser e de viver, um compromisso total”7. Não apenas conhecer-se a si mesmo (Sócrates), mas também tornar-se o que é como pessoa (Píndaro), é o desafio da construção do ser humano na dimensão da pessoalidade. “O ser humano é, potencialmente, pessoa que se constrói na medida em que agir eticamente. Esta construção pressupõe uma estrutura ontológica que se atualiza na ação eticamente adequada”8

Karol Wojtila fala de um “humanismo ascendente”9, que traduz o mistério da maturação do ser humano como pessoa (quando capaz da “maturidade no dom de si”). O mistério que maravilha a todos os povos, em todas as épocas, é o homem (ser pessoa) ser capaz de “maturação”, isto é, estar destinado a se realizar ou se irrealizar, cuja felicidade ou infelicidade enquanto ser, depende de seus atos volitivos, especialmente como expressão do mandamento universal de amor a Deus e ao próximo como a s i mesmo. A seriedade do existir está em que a partir da vida dada pelo Criador, cada pessoa é o que decide ser. Trata-se de uma decisão realmente relevantíssima.

A decisão é mais profunda. Diz respeito a toda a estrutura da vida, repercute no meu âmago. Se eu vivo a vida sem Deus ou contra Ele, o que seria possível, então será completamente diferente de fundá-la em Deus. É uma decisão relacionada com toda a orientação da minha própria existência: como vejo o mundo, como eu próprio quero ser e como hei de ser. Não é qualquer uma das muitas decisões exteriores que existem no mercado das possibilidades que se me oferecem: pelo contrário, está em questão toda a concepção da vida.”10

Nosso desafio hoje é justamente destacar e fazer revigorar a cultura da pessoa humana, já existente, e buscar uma nova metodologia (um melhor “como fazer”) para que haja um renovado convencimento do valor e do sentido desta cultura, em contraponto à antítese que emerge fortemente na sociedade cientificista e tecnicista que aí está, cujas premissas reducionistas e materialistas, vem obscurecendo e até comprometendo de vez a beleza e o valor vivificante da cultura (que cultiva) do humanismo ascendente.

(…) Há um par de séculos a vigência da perspectiva cristã experimentou uma regressão nos povos que a possuíam e a haviam conservado desde seu início ou pelo menos há vários séculos. Pode-se falar com fundamento de um processo de DESCRISTIANIZAÇÃO em várias etapas, de distinto pontos de vista, realizado por diversas ‘equipes’ que se vão rendendo, com estranha continuidade, desde o século XVIII. (…) Esta descristianização trata-se de algo mais amplo e de maiores conseqüências: a eliminaçã o da dimensão religiosa do homem. Que esta empresa tenha se concentrado no cristianismo é mera conseqüência de que era a religião com a qual se tinha que haver, a que tinha realidade, vigência, vigor, a forma concreta em que acontecia a religiosidade (…) À medida que o tempo foi passando, até chegar ao presente, viu-se com clareza que o que se tratou de eliminar é toda visão religiosa.

(…) O que é decisivo, o que se torna esclarecedor, é que esse processo se realiza paralela ou convergentemente com o de despersonalização. Na realidade, são duas faces da mesma atitude, do mesmo propósito. Há muito tempo se vem tentando que os homens percam de vista sua condição única de pessoas, que se vejam como organismos, reduzidos às outras formas de realidade que existem no mundo; em última análise, redutíveis ao inorgânico, mera realidade sem nenhuma irrealidade inseparável e intrínseca em forma de projeto, de futuro. É evidente, sem liberdade, submetidos às leis naturais – físicas, biológicas, sociais, psíquicas, econômicas – suscetíveis a toda manipulação provinda de todas essas instâncias. (…) O paradoxal é o fato de que este duplo processo de despersonalização e eliminação da religiosidade e de sua forma superior, a PERSPECTIVA CRISTÃ, coincida com o avanço maior de toda a história intelectual na descoberta e compreensão dessa forma estranha e única de realidade que é a PESSOA HUMANA, justamente O QUE SOMOS”11 

Primeiramente, para uma reflexão mais acurada, comecemos por aquilo que caracteriza, afinal, o ser humano como pessoa, segundo a concepção wojtiliana:

“Karol Wojtila (…) compreende o ser humano, fundamentalmente, como pessoa, cujos elementos constituintes fundamentais são a consciência, em sua dupla função de reflexão e subjetivação, a vontade livre, a capacidade de autotranscendência e de integração dos diversos dinamismos presentes no homem e a capacidade de participação, quando o ser humano exercita o ser pessoa junto com os outros. A capacidade de autotranscender-se é basil armente a possibilidade de amadurecimento de atualização do ser pessoal”12

O ser humano é pessoa é capaz de ato volitivo, portanto, causal, nesse sentido, assemelha-se ao Criador. “O bem consiste em pertencer a Deus, obedecer-Lhe, caminhar humildemente com Ele, praticando a justiça e amando a piedade (cf. Miq 6, 8).”13 A vida é dada, mas exige da realidade dada, um trabalho de ascese (que requer, muitas vezes, sacrifício e renúncia, porque é preciso discernir, fazer escolhas); uma obra de lapidação pessoal, de aprimoramento das potencialidades, completado e plenificado pela graça de Deus, quando a pessoa dirige sua liberdade p ara a verdade e o amor.  “Esta obediência nem sempre é fácil. (…) Na seqüência daquele misterioso pecado de origem, cometido por instigação de Satanás, que é ‘mentiroso e pai da mentira’ (Jo 8, 44), o homem é continuamente tentado a desviar o seu olhar do Deus vivo e verdadeiro para o dirigir aos ídolos (cf. 1 Ts 1, 9), trocando ‘a verdade de Deus pela mentira’ (Rm 1, 25); então também a sua capacidade para conhecer a verdade fica ofuscada, e enfraquecida a sua vontade para se submeter a ela. E assim, abandonando-se ao relativismo e ao ceticismo (cf. Jo 18, 38), ele vai à procura de uma ilusória liberdade fora da própria verdade.”14

O perigo da existência humana (daí um drama intenso) é que a pessoa pode ser salva ou perder-se a partir das escolhas feitas.

A pessoa é feita de corporeidade e espiritualidade, cuja realização há de ser na dimensão integral. “Corpo e alma são inseparáveis: na pessoa, no agente voluntário e no ato deliberativo, eles salvam-se ou perdem-se juntos”15. Há impasses, tensões agudas, angústias inumeráveis, mas a liberdade pode equivocar-se afastando-se da verdade, principalmente quando relativiza e banaliza o valor e o sentido da vida humana. Outro dado relevante: a vida é dada para sempre. Somos responsáveis pelas conseqüências dos nossos atos, daí a gravidade de não se levar a sério a real idade dada e não nos empenharmos para valer para acertar o passo na difícil caminhada da realização como pessoa humana. Jesus Cristo é Senhor e Salvador porque é Ele quem nos garante a salvação, quando reconhecemos a nossa fragilidade e recorremos a Ele, como o bom ladrão na cruz, para obter a graça salvífica.

“Não há valores humanos, naturais, que se possam separar da ordem sobrenatural. Tudo está submetido às exigências da salvação”16. A pessoa humana não se salva sozinha, precisa do Criador para completar o que as suas forças não alcançam por si só, daí que é preciso ascese e esforço pelas virtudes, mas a salvação do ser humano como pessoa (a sua realização integral e plena) não é obtida pelos méritos, mas pela graça de Deus, pois, “grande e único meio de salvação é a confiança em Deus”.17. A passagem do centurião que recorre a Jesus para lhe salvar um criado é significativa. Ele disse a Jesus que não precisava ir até sua casa, bastasse uma palavra sua e o seu criado estaria salvo. Ao que Jesus lhe disse comovido: “A sua fé o salvou!”.

O individualismo exacerbado dos nossos dias sinaliza “o perigo de se eliminar a situação de harmonia ôntica e ética do homem-pessoa”18. Por isso é preciso que saibamos ser capazes de tonificar o que a cultura da pessoa já foi capaz de produzir de excelso na história humana. É necessária uma nova primavera desta cultura realmente vigorosa, que está apenas debilitada, mesmo abalada quase em suas estruturas. Mas a água tonificante deve ir direto à raiz, para possamos vê-la novamente revigorante.

Para isso, é necessário primeiramente ter consciência clara que a dimensão da crise cultural atual, crise da vida humana como um todo, é uma crise profundamente radical, porque atinge os seus fundamentos. “Cultura, aliás, não é apenas a soma dos conhecimentos, mas também o resultado de uma formação e a estrutura de uma mentalidade”19. Como dissemos, no início desta reflexão, o cristianismo soube imprimir a validade universal de uma cultura de promoção da pessoa humana. Daí que “a ruptura entre Evangelho e cultura é, sem dúvida alguma, o drama do nosso tempo”20.

A crise atual “é global, afetando a vida humana medularmente e em todos os setores. (…) O que começou “como ‘crise de poucos’, (séculos XIV-XVII), ampliou-se como ‘crise dos muitos’ (século XVIII), e agora fez-se a ‘crise de todos’, conforme ensina Ferrater Mora”21. Crise ubiqüa, que se tornou “crise dos fundamentos da vida humana.”22 Crise que nos desinstalou, criou fraturas nos relacionamentos, que deixaram de ser subsistentes, para se tornar vulneráveis, escapistas, imediatistas e descartáveis. Crise do sentido da vida humana, do valor da pessoa humana, das razões para viver. “Privados de pontos de referência autênticos (…) muitos arrastam a sua vida quase até a borda do precipício, sem saber o que os espera”23. Nesse sentido, o cristianismo permanece a perspectiva redentora, na dimensão soteriológica, porque oferece os fundamentos de sustentação do autêntico sentido humano de vida. “A revelação cristã é a verdadeira estrela de orientação para o homem, que avança por entre os condicionalismos da mentalidade imanentista e os reducionismos duma lógica tecnocrática; é a última possibilidade oferecida por Deus, para reencontrar em plenitude aquele projeto primordial de amor que teve início com a criação”24 Como então reafirmar o valor da pessoa, num contexto histórico de indiferença e até negação desse mesmo valor, comprometendo na raiz, a estrutura ôntica da pessoa humana?

O mandamento do amor, como foi dito, é uma norma personalista. Partimos do ser da pessoa, para em seguida reconhecer o seu valor particular. O mundo dos seres é um mundo de objetos onde distinguimos pessoas e coisas. A pessoa distingue-se da coisa pela própria estrutura e perfeição. A estrutura da pessoa pertence à ‘interioridade’, na qual descobrimos os elementos da vida espiritual, o que nos obriga a reconhecer a natureza espiritual da alma humana. Por isso a pessoa possui sua própria perfeição espiritual. Esta perfeição decide o seu valor. Porque ela possui tal perfeição espiritual e até certos pontos é um espírito (encarnado) e não apenas ‘corpo’, mesmo que magnificamente animado, de nenhuma maneira se pode tratar a pessoa como uma coisa (ou até como um animal). Existe uma enorme distância, um abismo intransponível entre o psiquismo animal e a espiritualidade do homem”25

Enquanto cristãos, sabemos que “Deus nos releva seu projeto de vida”26, daí a vida humana ser projetiva, dentro da dimensão da pessoalidade. “Homens é o que sois, e não máquinas!”, advertia Chaplin, no clássico discurso final de O Grande Ditador. A pessoa é chamada a assumir a humanidade que lhe pertence naturalmente, pois “quanto mais o homem age segundo sua natureza e se aproxima da sua perfeição, tanto mais se aproxima da idéia criadora de Deus”27; daquele ideal do homem que Deus tinha em mente, quando o criou e dotou-o de liberdade para alcançá-lo”28  É preciso, portanto, reafirmar a cultura da pessoa humana proposta pelo cristianismo (de êxito histórico, ao contrário dos sistemas opressores da pessoa humana, fracassados na história). Para isso requer inclusive uma convergência entre fé e política, para especialmente no campo legislativo fazer vigorar legislações promotoras da cultura da pessoa, pois senão continuaremos a ser vítimas do permissivismo moral que atinge duramente a estrutura da pessoa, tornando-nos mais vulneráveis às ameaças existentes, sem a proteção indispensável para o cuidado com a vid a humana, em todos os aspectos. É certo que “a lei humana não faz tudo”29, mas com permissivismo vigente tolera-se males danosíssimos à dignidade da pessoa humana, fazendo com isso a lei voltar-se contra o ser humano, ao invés de protegê-lo e promovê-lo como pessoa.

Por causa da concepção que a Igreja tem de pessoa humana, “é que ela se opõe a todas as filosofias totalitárias que reduzem a pessoa a uma parte de um todo, seja ele a raça ou o Estado. Por isso mesmo, ela se opõe a todas as formas de angelismo que não levem em conta as condições e as exigências concretas do homem como espírito encarnado na matéria, e assim confinado ao espaço e ao tempo, inserido dentro de um processo histórico. Por isso opõe-se a todas as formas de materialismo que desconhecem no homem as exigências do espírito e só vêem nele animal mais refinado que bastaria nutrir e vestir para fazer feliz”.30

A Igreja não tem modelos a propor, mas parte de sua doutrina social para indicar os princípios e valores pelos quais devemos nos pautar para reafirmar – a partir dos desafios dos tempos convulsivos da atualidade – a cultura da pessoa humana, para edificar a civilização capaz de afirmar o amor e a solidariedade, para o bem de todos.

NOTAS:

1- Veritatis Splendor, 8)

2- Paul Johnson, História do Cristianismo, Ed. Imago, 2001, pág. 7

3- Paulo Cesar da Silva, A Ética Personalista de Karol Wojtila, Editora Santuário / UNISAL – Centro Universitário Salesiano de São Paulo, 2001, pág. 15

4- Paulo Cesar da Silva, A Ética Personalista de Karol Wojtila, Editora Santuário / UNISAL – Centro Universitário Salesiano de São Paulo, 2001, pág. 15

5- Julian Marias, A Perspectiva Cristã, Ed. Martins Fontes, 2000, págs. 111-113

6- (Rops, 23)

7- (Rops, 29)

8- Paulo Cesar da Silva, A Ética Personalista de Karol Wojtila, Editora Santuário / UNISAL – Centro Universitário Salesiano de São Paulo, 2001, pág. 13

9- Paulo Cesar da Silva, A Ética Personalista de Karol Wojtila, Editora Santuário / UNISAL – Centro Universitário Salesiano de São Paulo, 2001, pág. 13

10- Joseph Ratzinger, O Sal da Terra – O Cristianismo e a Igreja Católica no Limiar do Terceiro Milênio, Ed. Imago, 1997, pág. 19

11- Julian Marias, A Perspectiva Cristã, Ed. Martins Fontes, 2000, págs. 114-116

12- Paulo Cesar da Silva, A Ética Personalista de Karol Wojtila, Editora Santuário / UNISAL – Centro Universitário Salesiano de São Paulo, 2001, pág. 12

13- VS, 11

14- (VS, 1).

15- (VS, p. 81)

16- (Rops, 48)

17- (Paulo de Tarso, p. 15)

18- (KV, p. 54)

19- L. De Cândido, Dicionário de Espiritualidade, Crise, Ed. Paulus, 1993, 2ª edição, Pág. 242

20- (Stefano de Fiores, Dicionário de Espiritualidade, Espiritualidade Contemporânea, Ed. Paulus, 1993, 2ª edição, pág. 343

21- Gilberto de Mello Kujawski, A Crise do Século XX, Ediota Ática, 1991, pág. 30

22- Gilberto de Mello Kujawski, A Crise do Século XX, Ediota Ática, 1991, pág. 30

23- (Fé e Razão, p. 13)

24- (Fé e Razão, 15, p. 26)

25- Karol Wojtila, Amor e Responsabilidade – Estudo Ético, Edições Loyola, 1982,  pág. 106.

26- (D.A. p. 71)

27- Pe. Fernando Bastos de Ávila, SJ, Solidarismo – Alternativa para a globalização, Editora Santuário, 1997, pág. 82

28- Pe. Fernando Bastos de Ávila, SJ, Solidarismo – Alternativa para a globalização, Editora Santuário, 1997, pág. 82

29- (Santo Agostinho, O Livre-Arbítrio, Ed. Paulus, 1995, pág. 39)

30- Pe. Fernando Bastos de Ávila, SJ, Solidarismo – Alternativa para a globalização, Editora Santuário, 1997, págs. 79-80

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Prof. Hermes Rodrigues Nery é especialista em Bioética (pós-graduado pela PUC-RJ) e coordenador do Movimento Legislação e Vida.

A teologia da selfie

Um desejo de eternidade

Por Jorge Henrique Mújica

ROMA, 29 de Dezembro de 2014 (Zenit.org) – A NASA criou, em 2014, um mosaico temático feito com 36.422 fotos de pessoas de mais de cem países, tiradas por elas próprias e enviadas através das redes sociais com a hashtag #GlobalSelfie. A participação massiva é mais um reflexo do fenômeno da autofotografia, ou “selfie”, que se tornou “a palavra do ano” em 2013 na opinião do prestigioso dicionário Oxford da língua inglesa. E a “selfie” é um fenômeno que, pelo visto, parece destinado a continuar indo bem além de 2013.

O que leva as pessoas a compartilhar tantas fotos delas mesmas tiradas por elas mesmas? Só em 2013, houve 1 milhão de publicações desse tipo de imagem por dia! O fenômeno não é apenas resultado da atual facilidade técnica para tirar fotos em qualquer lugar e a qualquer momento; também existe algo de psicológico nessa manifestação cultural: as pessoas se sentem, embora pareça uma redundância, protagonistas das próprias fotos, não apenas por serem fotografadas, mas por se fotografarem.

Essa dimensão do protagonismo quer testemunhar com imagens que “eu estive lá”, que “eu sou assim”, que “eu estive com Fulano”; e, com um pouco de sorte, conseguir, quem sabe, alguma fama efêmera, caso a imagem se torne viral.

O fenômeno selfie pode envolver também certos matizes patológicos. Em maio de 2014, no “Giro d’Italia”, o ciclista alemão Marcel Kittel caiu e um jovem se aproximou dele rapidamente; mas não era para ajudá-lo, e sim para tirar uma selfie com o atleta. Atitudes semelhantes se repetem com muitas pessoas no mundo todo e fazem parte do pano de fundo do curta-metragem “Aspirational”, da atriz Kirsten Dunst.

No filme, Kirsten critica a cultura da selfie e a desumanização das pessoas em tempos de Instagram. Vemos a atriz, no curta-metragem, esperando alguém diante de sua casa quando passam duas garotas que a reconhecem, se aproximam com seus smartphones na mão e, sem mais nem menos, começam a tirar selfies com ela. Terminada a “sessão fotográfica”, as jovens vão embora praticamente sem abrir a boca. “Não querem me perguntar nada?”, indaga Kirsten, enquanto uma das jovens se limita a perguntar à outra: “Quantos seguidores você acha que eu vou conseguir com esta foto?”.

“Aspirational” é uma caricatura, mas tem fundamento bastante real. Como não recordar o menino espanhol que se emocionou até chegar às lágrimas por ter tirado uma foto com o jogador argentino Lionel Messi? “O que foi que o Messi disse para você?”, perguntou um jornalista ao menino. “Nada”, foi a resposta. Ele queria a foto, não as palavras do craque.

As selfies não são algo novo. O mito grego de Narciso nos apresenta o rapaz que se apaixonou pela própria imagem refletida na água e, enquanto contemplava a sua beleza, caiu no rio e morreu afogado. Aquela “selfie mitológica”, aplicada às circunstâncias atuais, pode servir como convite para prestarmos mais atenção não somente a essa superexposição vaidosa, mas também à falta de autenticidade das imagens manipuladas para aparentar o que não somos.

Historicamente falando, a primeira selfie data de 1914 e a protagonista foi uma adolescente de 13 anos: a grã-duquesa Anastácia, da Rússia. No âmbito religioso, podemos citar o Santo Sudário e o manto da Virgem de Guadalupe, duas “selfies” de peculiaridade sobrenatural. E, indo ainda mais longe, a primeira de todas as selfies remonta ao próprio Deus e tem como fundamento teológico a Bíblia.

O capítulo primeiro do livro do Gênesis, em seus versículos 26 e 27, diz claramente que Deus fez o homem à sua imagem e semelhança. Será que não podemos considerar a nós próprios como “selfies” de Deus? Neste sentido, cada selfie humana de hoje em dia é uma imagem que reflete algo de divino e que remete a Deus. Mas Deus é ainda mais original e tirou a mais perfeita de todas as selfies: Jesus Cristo, que, muito além de mera “imagem” de Deus, é Deus em pessoa feito carne.

As selfies, de certa forma, são expressões da capacidade criadora semeada por Deus no coração humano e materializada em imagens. Não são uma simples popularização da fotografia, mas expressões muitas vezes instintivas que nos revelam um pouco do anseio de eternidade que temos na alma. Cada foto é uma forma de dizer “eu existo”, “eu faço parte da história humana” e, ainda mais profundamente, “eu sou imagem e semelhança de Deus”.

O “fiat” de Maria: o que é?

Muitas vezes ouvimos esta expressão “o fiat de Maria” ou “Maria deu o seu fiat a Deus”, mas não sabemos o que significa. Pensamos que se trata de um automóvel, mas logo percebemos que carros não têm nada a ver com a época de Nossa Senhora.

O automóvel FIAT significa: Fábrica Italiana de Automóveis de Turim. Mas, aqui, neste caso, estamos falando da palavra “fiat”, que é do latim e significa “faça-se”. Em outras palavras, o “fiat” de Maria foi o seu “faça-se em mim segundo a Sua Palavra”, dada ao anjo São Gabriel, quando ele anunciou que Deus a queria para Mãe do Salvador. Então o “fiat” de Nossa Senhora foi o seu “sim” a Deus.

Logo abaixo temos a oportunidade de ler um pequeno discurso do Santo Padre feito aos jovens e falando do “sim” de Maria, que deve ser imitado.

“Queridos jovens, que constituís a esperança da Igreja na Itália!

… Dizei a Jesus: eis-me, estou aqui, certamente ainda não sou como tu me queres, nem sequer consigo compreender profundamente a mim mesmo, mas com a tua ajuda estou pronto para te seguir. Senhor Jesus, esta tarde gostaria de te falar, fazendo minha a atitude interior e o abandono confiante daquela jovem mulher, que há mais de dois mil anos pronunciou o seu “sim” ao Pai que a escolheu para ser a tua Mãe. O Pai escolheu-a porque era dócil e obediente à sua vontade. Como ela, como a pequena Maria, cada um de vós, queridos jovens amigos, diga com fé a Deus: Eis-me, “faça-se em mim segundo a tua palavra”!

Que espectáculo maravilhoso de fé jovem e envolvedora estamos a viver esta tarde! Loreto tornou-se esta tarde, graças a vós, a capital espiritual dos jovens; no centro para o qual convergem idealmente as multidões de jovens que povoam os cinco Continentes. Neste momento sentimo-nos como que circundados pelas expectativas de milhões de jovens do mundo inteiro: neste mesmo momento alguns estão vigilantes, outros dormem, outros ainda estudam ou trabalham; há quem espera e quem desespera, quem crê e quem não consegue crer, quem ama a vida e quem, ao contrário, a está desperdiçando. Gostaria que a todos chegassem estas minhas palavras: o Papa está próximo de vós, partilha as vossas alegrias e as vossas tristezas, sobretudo partilha as esperanças mais íntimas que estão no vosso coração e para cada um pede ao Senhor o dom de uma vida plena e feliz, uma vida rica de sentido, uma vida verdadeira.

Infelizmente hoje, com frequência, uma vida repleta e feliz é considerada por muitos jovens como um sonho difícil ouvimos tantos testemunhos e por vezes alguns irrealizáveis. Muitos dos vossos coetâneos olham para o futuro com apreensão e fazem não poucos questionamentos. Perguntam-se preocupados: como inserir-se numa sociedade marcada por numerosas e graves injustiças e sofrimentos? Como reagir ao egoísmo e à violência que por vezes parecem prevalecer? Como dar sentido pleno à vida? Com amor e convicção repito a vós, aos vossos coetâneos do mundo inteiro: não tenhais medo, Cristo pode satisfazer as aspirações mais profundas do vosso coração! Há porventura sonhos irrealizáveis quando quem os suscita e os cultiva no coração é o Espírito de Deus? Há algo que pode impedir o nosso entusiasmo quando estamos unidos a Cristo? Nada e ninguém, diria o apóstolo Paulo, jamais nos poderá separar do amor de Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor (cf. Rm 35-39).

Deixai que esta tarde eu vos repita: cada um de vós, se permanecer unido a Cristo, pode realizar coisas grandiosas. Eis por que, queridos amigos, não deveis ter medo de sonhar de olhos abertos grandes projectos de bem e não vos deveis desencorajar pelas dificuldades. Cristo tem confiança em vós e deseja que possais realizar cada um dos vossos projectos mais nobres e altos de felicidade autêntica. Nada é impossível para quem confia em Deus e se entrega a Ele. Olhai para a jovem Maria! O Anjo perspectivou-lhe algo verdadeiramente inconcebível: participar do modo mais envolvedor possível no maior dos planos de Deus, a salvação da humanidade. Perante esta proposta Maria, como ouvimos no Evangelho, permaneceu perturbada, sentindo toda a pequenez do seu ser perante a omnipotência de Deus; e perguntou: como é possível, por que precisamente eu? Mas estando disposta a cumprir a vontade divina, pronunciou imediatamente o seu “sim”, que mudou a sua vida e a história da humanidade inteira. É graças ao seu “sim” que também nós nos encontramos aqui esta tarde.

Interrogo-me e pergunto-vos: os pedidos que Deus nos faz, por mais empenhativos que nos possam parecer, poderão ser comparados com o que foi pedido por Deus à jovem Maria?

Queridos jovens e moças, aprendamos de Maria a dizer o nosso “sim”, porque ela sabe verdadeiramente o que significa responder com generosidade aos pedidos do Senhor. Maria, queridos jovens, conhece as vossas aspirações mais nobres e profundas. Conhece bem, sobretudo, o vosso grande desejo de amor, a vossa necessidade de amar e de ser amados. Olhando para ela, seguindo-a docilmente, descobrireis a beleza do amor, mas não de um amor “descartável”, passageiro e enganador, aprisionado por uma mentalidade egoísta e materialista, mas com um amor verdadeiro e profundo. No mais íntimo do coração cada jovem que se prepara para enfrentar a vida, cultiva o sonho de um amor que dê sentido pleno ao próprio futuro. Para muitos isto realiza-se na opção pelo matrimónio e pela formação de uma família na qual o amor entre um homem e uma mulher seja vivido como doação recíproca e fiel, como dom definitivo, selado pelo “sim” pronunciado diante de Deus no dia do matrimónio, um “sim” por toda a existência. Sei bem que este sonho é hoje sempre menos fácil de se realizar. Quantas falências do amor à nossa volta!”

(DISCURSO DO SANTO PADRE EM VISITA PASTORAL A LORETO POR OCASIÃO DO ÁGORA DOS JOVENS ITALIANOS – VIGÍLIA DE ORAÇÃO COM OS JOVENS NA ESPLANADA DE MONTORSO – Sábado, 1 de Setembro de 2007

“Presépio de satanás” é exposto na Assembleia Legislativa de Michigan (EUA) como expressão da neutralidade do estado

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O Templo Satânico recebeu aprovação legal para expor um presépio no gramado do Centro Legislativo do governo dos Estados Unidos, em comemoração ao aniversário de Satanás.

Em novembro, a Comissão do Estado de Michigan procurou um aconselhamento jurídico sobre a colocação de um presépio satânico no gramado do Capitólio, local de reunião do Congresso Estadunidense. Um membro da comissão disse que o presépio não estaria em exibição neste ano porque não havia quem pudesse dar manutenção todos os dias.

Jex Blackmore, que faz parte do Templo Satânico, disse que o grupo tem como objetivo incentivar a diversidade. “Onde existe uma resistência em manter imagens religiosas nos espaços públicos, o mínimo que podemos fazer é garantir que o governo se mantenha neutro, respeitando a diversidade dos pontos de vista religiosos, com nenhuma preferência ou exclusão”, disse Blackmore em um comunicado.

O Templo Satânico também obteve recentemente a aprovação de colocar uma tela no Capitólio da Flórida.

A luta para colocar imagens satânicas nas propriedades do governo não é nova. No ano passado, a Assembléia Legislativa da Flórida contou com vários itens do Templo, incluindo uma exibição dedicada a um monstro que os seguidores satânicos devotam.

Enfim, O Templo Satânico de Detroit conseguiu montar uma “exposição de Natal” no Capitólio (Centro Legislativo) de Michigan que se caracteriza pela chamada “Snaketivity Scene” (“Cena da Serpentividade”).

Conhecido desde o seu lançamento como “presépio de satanás”, o projeto tem um slogan que diz: “O maior presente é o conhecimento” com uma serpente enrolada em torno Cruz do Templo satânico.

Na cena montada, a serpente também está apresentando um livro chamado “Revolta dos Anjos” – o que pode ser deduzido como um “presente” a quem visita a exposição.

O porta-voz do templo satânico Jex Blackmore disse ao Jornal Estado Lansing que esta é uma forma de “valorizar e respeitar a diversidade”.

“Eu acho que esta temporada de férias é uma época do ano que é comemorado em muitas maneiras diferentes. Tendo o nosso governo endossado um ponto de vista singular ou método de comemoração da época natalícia é problemático quando nós tem uma comunidade diversificada de pessoas em Michigan. Queríamos acrescentar a essa conversa, tendo a nossa representação de como podemos celebrar esta época do ano”, disse.

O senador de Michigan, Rick Jones respondeu à exibição do grupo com a criação de um presépio, também no Capitólio.(Veja foto acima)

Jones destacou que a exposição satanista não precisava acontecer justo na época do Natal (festividade característica do cristianismo).

“Eles poderiam ter colocado a exposição deles em julho, abril ou em algum outro momento. Eles não precisavam coloca-la na época de Natal. Mas está bem. Nós vamos ignora-los. Eu não tenho medo das pessoas representadas por serpentes. Tenho certeza de que Jesus Cristo também não está com medo disso”, afirmou.

Mesmo tendo o seu projeto aprovado pelo governo, os responsáveis pela exposição acreditavam que não conseguiriam instala-la ainda neste ano por falta de pessoas que pudessem fazer a manutenção das imagens. Mas agora o display “Snaketivity” já está exposto e permanecerá no Capitólio até a próxima terça-feira (30 de dezembro).

Papiro sobre a Eucaristia com 1500 anos de antiguidade é encontrado na Inglaterra

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Um pedaço de papiro que conserva várias citações bíblicas sobre a Eucaristia foi descoberto pela Doutora Roberta Mazza, investigadora do John Rylands Research Institute da Universidade de Manchester, no Reino Unido. O documento se refere ao Sacramento sob o nome de “Maná do Céu” e ao que parece era conservado em um relicário e portado por seu autor como uma proteção espiritual. A origem do texto é uma vila do Egito e o papiro data do Século VI.

Segundo a Dra. Mazza, o autor da peça cortou uma parte do documento, escreveu atrás a oração e então “havia dobrado o papiro para conservá-lo em um relicário ou pendente. Esta é a razão pela qual o recibo de impostos no exterior foi danificado e desbotou”.

Para a especialista, este uso poderia ser comum entre os crentes, que haviam adaptado a Fé Cristã ao costume dos povos egípcios de portar orações pagãs como proteção de diversos perigos.O papiro foi encontrado pela investigadora enquanto examinava milhares de fragmentos de documentos históricos não publicados que estão guardados nos cofres da Biblioteca John Rylands, segundo informou a Universidade de Manchester. Através de uma análise com técnicas de imagens espectrais, se logrou determinar que o texto devoto foi escrito no verso de um documento comercial certificado pelo cobrador d e impostos da Vila de Tertembuthis, na zona rural da antiga cidade de Hermoupolis.

Este documento combina de maneira criativa várias passagens do Novo e do Antigo Testamento em relação com o Sacramento da Eucaristia, ao que chama “Maná do Céu” segundo o Samo 23. Também faz referência ao relato da instituição da Eucaristia no capítulo 26 do Evangelho segundo São Mateus e outros textos da Sagrada Escritura. O manuscrito também é uma mostra da apropriação e valorização dos textos sagrados por parte do comum da povoação, já que o autor parece ser um residente de uma vila sem aparente relação com o sacerdócio ou o estudo acadêmico.

É duplamente fascinante”, comentou a investigadora ao referir-se ao autor do texto, “porque claramente conhecia a Bíblia, mas cometeu muitos erros: algumas palavras estão mal escritas e outras estão em ordem equivocada. Isto sugere que escreva a partir de seu coração ao invés de estar copiando”. Isto oferece uma perspectiva nova sobre a extensão do cristianismo na época. “É bastante emocionante”, expressou a Dra. Mazza. “Graças a esta descoberta, agora pensamos que o conhecimento da Bíblia estava mais arraigado no Egito do século VI que o que pensávamos previamente”.

Vários acadêmicos da Universidade de Manchester celebraram a descoberta e destacaram o trabalho dos investigadores e a contribuição que as bibliotecas fazem na preservação do conhecimento ao redor do mundo.

O texto completo do papiro é:

“Temam todos que dominam a terra. Conheçam suas nações e povos que Cristo é nosso Deus. Porque Ele falou e eles chegaram a existir, Ele deu a ordem e foram criados; Ele pôs tudo sob nossos pés e nos salvou de nossos inimigos. Nosso Deus preparou uma mesa sagrada no deserto para o povo e deu o maná da nova aliança para comer, o Corpo imortal do Senhor e o Sangue de Cristo derramado por nós para o perdão dos pecados”. (GPE/EPC)

Duríssimo golpe contra a “ideologia de gênero” nos países nórdicos

O Conselho Intergovernamental de Cooperação Nórdico, do qual fazem parte Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Islândia, decidiu deixar de financiar o Instituto Nórdico de Pesquisas de Gênero, o NIKK, após o jornalista, comediante e sociólogo, Harald Eia, rodar um longo, genial e devastador documentário, “Hjernevask” (“Lavagem de Cérebro”), que mostrou a manipulação e a falta de base científica da “ideologia de gênero”, base “intelectual” do feminismo agressivo.

Harald_Eia

Harald estava intrigado com o fato de porque, apesar de todos os esforços dos políticos e engenheiros sociais para eliminar os “estereótipos de gênero”, as garotas seguiam optando por profissões “femininas” -enfermeiras, cabeleireiras, etc.-, enquanto os homens seguiam atraídos por carreiras “masculinas” -técnicos, trabalhadores da construção civil, etc-.

As políticas de igualdade de gênero em seu país fizeram com que a tendência fosse inclusive mais acentuada. Estas políticas sempre defenderam que os sexos são papéis que se adquirem pela cultura e o meio, isto é, que não se nasce homem ou mulher, senão que se “torna”.

Para seu documentário, Harald fez algumas perguntas inocentes aos principais pesquisadores e cientistas do NIKK. Depois tomou as respostas e transmitiu-as aos cientistas, líderes em sua área, em outras partes do mundo, sobretudo no Reino Unido e nos Estados Unidos, pedindo-lhes seu parecer sobre os resultados de seus pares noruegueses.

Como era de esperar, os resultados da “falsa ciência” provocaram regozijo e incredulidade entre a comunidade científica internacional, sobretudo porque se baseava em pura teoria, não apoiada por nenhuma pesquisa empírica.

Harald, após filmar essas reações, regressou a Oslo, e mostrou aos pesquisadores do Nikk. Resultou que, quando se defrontaram com a ciência empírica, os “pesquisadores de gênero” ficaram sem fala, e totalmente incapazes de defender suas teorias em relação a revisão da realidade.

A falsidade foi exposta ao ridículo diante de toda a audiência de televisão e as pessoas começaram a perguntar por que era necessário financiar, com 56 milhões de euros do dinheiro dos contribuintes, uma ideologia baseada em pesquisa que não tinha credenciais científicas em nenhum lugar.

Se você se interessou pode ver todo o documentário (com legendas em Inglês) no Vimeo:

  1. – The Gender Equality Paradox (O paradoxo da igualdade)
  2. – The Parental Effect (O efeito parental)
  3. – Gay/straight (Gay/hetero)
  4. – Violence (Violência)
  5. – Sex (Sexo)
  6. – Race (Raça)
  7. – Nature or Nurture (Natureza ou aprendizado)

Fonte: A Voice for Men. Traduzido por Metamorfose Digital.

Meditação sobre o nascimento de Jesus 2014

Estes dias meditava sobre esta grande festa que é o nascimento, a encarnação de Jesus, o nosso salvador, e os meios os quais, Deus quis trazer seu Filho ao mundo.

O primeiro ponto que gostaria de abordar é: será que ao pensarmos no Natal vemos como algo distante, que aconteceu, muito belo, mas histórico?

O Natal, além do significado da palavra, local do nascimento, para nós cristãos, é o cumprimento da promessa de Deus, de sua fidelidade e amor a cada homem, feita no momento do pecado original.

Mas precisamos trazer para hoje o Natal, pois Jesus Cristo está vivo, e continua nascendo no coração de cada homem que ouve a sua voz, o acolhe , adere a sua proposta de vida nova. O Natal nos trás esta esperança de mundo novo, vida nova, transformada por Jesus. Mas assim como aconteceu há mais de 2000 anos, Jesus precisou encarnar no seio de uma Mulher, de uma virgem, chamou um homem justo e orante para tomar conta deles, de um jumentinho, de um estábulo, de uma manjedoura, de uma estrela para guiar povos pagãos, de camelos para levá-los, de estrada para ser percorrida, de anjos para anunciar, de pastores para acreditar…

Da mesma forma que aconteceu naquele tempo, Jesus deseja nascer e  ser apresentado ao mundo, por pessoas que O acolhem como Salvador, que escutam a Palavra de Deus, que não se acham dignos de recebê-Lo (mas o Senhor escolhe quem Ele quer), homens e mulheres que, ao ter tido uma experiência com o Amor Misericordioso de Deus, respondem com generosidade ao seu chamado.

Ao meditar com cada personagem ou figura do nascimento de Jesus, o que mais o Senhor me chamava a atenção é que todos, sem exceção, ouviram a voz de Deus,  na Humildade, acreditaram na Obediência e acolheram a missão que lhes foi confiada.

Pergunto agora: e você? Quem o Senhor te chama neste ano de 2015 a ser, para colaborar com os seus planos de salvação para o mundo de hoje?

Colocaremos abaixo algumas características de cada um dos personagens e figuras, e você poderá rezar ou, se o fizerem em grupos, podem sortear, e cada um reza com o personagem que lhe couber. Deixe que o Senhor realize a obra de santificação em sua vida e história, para que o sonho de Deus se realize na sua vida, e desta forma, você possa ser um servo da misericórdia, que apresentará Jesus, para todos os homens, o nosso Salvador, que acolhe o homem como ele se encontra e o ama.

PERSONAGENS E FIGURAS PARA MEDITARMOS

  1. MARIA SANTÍSSIMA: Maria estava em oração quando ouviu o anuncio do Anjo, que seria a Mãe do Salvador. Como judia, tinha muitos planos e desejo de ter muitos filhos, mas foi humilde quando acreditou na Palavra e obediente quando acolheu a vontade de Deus (Lucas 1,26-38). O Senhor nos chama a imitar Maria, na vida de oração e contemplação, descobrindo a nossa vocação, responder com generosidade, deixando planos pessoais para fazer a vontade de Deus. Que você possa pedir ao Senhor esta graça, e como Maria Santíssima, sair apressadamente para anunciar a Boa Nova do Reino, independente das “regiões montanhosas” que teremos que percorrer, e o mais interessante, comecemos anunciando com a vida, em nossas famílias (Lucas 1,39ss).
  2. ISABEL: Isabel era prima de Maria, que já na idade avançada, ficou grávida, e ao receber Maria, ficou cheia do Espírito Santo. Ela acolheu e acreditou, e desta forma ficou cheia de Graça. O Senhor nos chama também a sermos como Isabel, que mesmo nos locais da vida ou história, que se encontravam estéreis, acreditou que Deus podia fazer uma obra nova, transformar terra seca em terra fértil. Que devemos acolher aqueles que o Senhor encaminha, para anunciarmos a Salvação, e quando acolhemos com alegria, os frutos dos  Espírito Santo serão abundantes. Que você possa pedir a graça de ser como Isabel, mulher que acolheu Maria em sua casa, para ajudá-la, que acolheu a saudação, a pregação, o amor de sua prima.
  3. JOSÉ: A Palavra nos diz que José era um homem justo, que logo que soube da gravidez de Maria, e como não tinham coabitado juntos, pensou  em repudiá-la em segredo. Enquanto decidia, um Anjo lhe apareceu e lhe disse que não tivesse medo, pois Maria estava grávida do Salvador, e ele a acolhe como esposa. José era um homem orante, pois só desta forma, no momento tão difícil de sua vida, se recolhe em oração, e o Senhor lhe revela os seus planos, e prontamente ele acredita e acolhe a vontade de Deus. Você que foi chamado a pedir a graça das virtudes de José, pai de Jesus: ele era justo, orante, e na dificuldade e duvida, recorre a oração. Acolhe a vontade de Deus, é o protetor da Palavra e de Maria Mãe. Somos chamados a acolhemos a Palavra, protegê-la; acolher a Mãe Igreja e protegê-la com nossas orações e fidelidade ao nosso Carisma.
  4. MAGOS: sábios astrólogos, que podem ter vindo da Pérsia ou Babilônia ou Arábia do Sul, que estudaram as estrelas e ali viram uma mensagem: nasceria o Rei dos judeus. E se organizaram e partiram para homenageá-Lo. Estes eram homens sábios, mas acreditaram e acolheram, e tomaram o caminho. Um caminho montado em camelos, no deserto, com calor e sol. Pedras, sede, e para completar, ao chegarem à Jerusalém foram ao palácio, pois se nasceria um Rei, seria este o local esperado. Mas para sua surpresa não era lá. Encontraram com o Rei Herodes que pediu que descobrissem o lugar do nascimento do menino e voltassem para avisá-lo. E estes seguiram caminho, seguindo a estrela. Ao chegarem lá, viram o Menino e prostraram-se diante Dele, e abriram os seus cofres, colocaram suas riquezas a serviço de Jesus.
    Muito bem, você que tirou os Magos é chamado a pedir a graça que foi dada a eles: seguir os sinais que o Senhor te dá, ter vida de oração, e alegremente caminhar, na perseverança, pois o sol será forte, o calor também, as pedras, os Herodes, mas quem escuta a voz de Deus não desiste, nem nos seus “desertos”, nem nos que são impostos pela vida e situações. Se alegra a cada encontro com o Senhor, e abre todos os seus “cofres”, dons e tesouros que trazemos, e colocamos a sua disposição. Nos prostramos diante de Jesus, e com alegria e liberdade, nos tornamos seus servos. Somos chamados a sermos os Magos de hoje, que testemunham na vida esta entrega total ao Amado de nossa alma.
  5. ESTRELA DE BELÉM: a Palavra em Lucas 2,9 nos relata que havia uma estrela que guiava os Magos. Estrela que não falava, mas brilhava, resplandecia a luz do nascimento de Cristo. Somos chamados no mundo de hoje a sermos estas estrelas, que não precisam falar muito, ou diria, nada, mas sermos testemunhas que servem de sinal para todos aqueles que ainda não conhecem o Amor Misericordioso de Jesus. Sinal que brilha para os homens e mulheres de hoje, de humildade, paciência, amor, compaixão, perdão, intercessão, esperança e alegria. O mundo precisa urgente das “estrelas de Belém”, que não tem outra finalidade na vida, a não ser mostrar o caminho seguro para que todos possam chegar a Jesus.
  6. CAMELOS: Os camelos são animais com grande resistência ao deserto, tanto servem para conduzir pessoas como mantimentos. Fiquei imaginando os magos sem camelos, caminhando à pé. Não teriam chegado ao seu destino.
    Quando o Senhor nos chama para sermos os “camelos”, ele nos dá de beber, de sua água viva, nos enche de fortaleza, força e coragem , de não só caminharmos no deserto para vermos Jesus, mas ainda servir de ajuda, levar nas costas aqueles que precisam de auxilio e ajuda. Os camelinhos de Jesus, também levam mantimentos, que alimentam os irmãos na caminhada: amor, esperança, oração, coragem, fortaleza e ALEGRIA. Peçamos ao Senhor a Água Viva, que nos abastecerá na caminhada para o céu, e que possamos ser auxilio e amparo para levar os irmãos para terem uma experiência pessoal com Jesus.
  7. CIDADE DE BELÉM: aqueles que não conheciam a Palavra pensavam que Jesus iria nascer em Jerusalém, mas Deus quis nascer na pequena cidade, podemos dizer até insignificante de Belém. Terá que acolher Maria, José e Jesus. Ser Belém hoje é ser terra pequena e pobre diante de Deus, mas que foi chamada(o), escolhida(o), separada(o), para ser o local do nascimento de Jesus, o Salvador do mundo. Às vezes, aos olhos do mundo, sem muitas qualidades ou beleza, mas aos olhos de Deus, filha(o) preciosa(o) e escolhida(o), para ser terra de salvação. Ser Belém de hoje é deixar-se ser escolhida(o) por Deus, acolher o Senhor na terra do seu coração e deixar que faça morada, que nasça, e deixar que todos possam descobri-Lo através de sua vida e testemunho, e desta forma possa ser coração de acolhimento e oração para toda a humanidade.
  8. ESTÁBULO: é a casa ou local onde animais domésticos, como gado bovino ou cavalos são recolhidos para dormirem e se alimentarem. De um estábulo tornou-se casa para o nascimento do Salvador da humanidade. Às vezes nós estamos em nossa vida como verdadeiros estábulos, que só acolhemos situações ou vivemos como animais ou simplesmente passivos, vamos apenas existindo como local de abrigar criaturas. Mas o Senhor nos chama hoje, a passarmos de estábulos onde as pessoas só encontram ou vêem em nossa vida, situações como a de um estábulo, e a limparmos tudo e nos tornarmos casa do nascimento de Jesus.
    Fiquei meditando sobre quantas vezes as pessoas entram em nossa vida e encontram “comida de animal, palhas e mal cheiro (cheio de mágoas, ressentimentos, etc). Mas Jesus veio exatamente para mudar estas situações, e nos chamar para acolhê-Lo em nosso estábulo, e não se preocupe, basta dizer: Vem Jesus nascer em mim. E Ele não só vem, como faz uma mudança geral em nossa vida, deixa nosso coração cheio de sol, alegria, e amor. E todos aqueles que agora adentrarem em nossa vida, ao invés de estábulo de animais, irão encontrar Jesus. Deixemos Jesus nascer em nossos corações, e peçamos a graça do Espírito Santo, que faz nova todas as coisas.
  9. LAMPARINAS: Naquele tempo, quando chegava a noite, quem iluminava a casa, no presente caso, o estábulo, eram as lamparinas. Que graça deve ter sido, todos aqueles que percorriam as estradas, e ao chegarem no estábulo para ver Jesus, encontrarem tudo iluminado pelas lamparinas.
    Vamos agora pensar um pouco sobre como uma lamparina consegue iluminar um local: é colocado um querosene ou outro material inflamável, e este é aceso, através de um pavio, e contemplamos uma bela chama que ilumina todo o local em que se encontra, e quanto mais alto, mais espaço terá acesso a mesma. Mas para que a chama continue acesa é necessário que se consuma dia após dia, e seja abastecida. Se ficar apagada para não gastar o querosene, não irá iluminar, se deixar acabar e não abastecer ficará tudo no escuro.
    Muito bem, você que foi escolhido(a) para ser lamparina, luz para que todos aqueles que estão nas suas noites escuras (do pecado, cegueira, por não conhecerem o Amor de Deus, etc), é preciso se abastecer na vida de oração, da Eucaristia, Confissão e Oração Comunitária. Este é o “Querosene”, o combustível das “lamparinas de Jesus”. Outra coisa importante, é preciso deixar-se queimar, consumir de Amor, dar a vida pela sua missão, para que todos vejam através da luz que resplandece de sua vida, a Verdadeira LUZ: CRISTO JESUS.
  10. MANJEDOURA: Local de nascimento de animais, no estábulo, foi neste local que Maria colocou Jesus. O Senhor procura no mundo manjedouras para o nascimento de Seu Filho Jesus. A manjedoura precisa se dispor inteiramente para que o Menino Deus possa reclinar sua cabeça, descansar. Ela é simples e humilde, deixa-se ser colocada onde o Senhor achar melhor, e quando acolhemos Jesus em nossos corações, se tornando manjedoura, seremos aqueles que O apresentarão a todos, que são guiados pela estrela ou chamados pelos anjos, para que possam adorá-Lo. Manjedoura, que mesmo com suas “palhas”, acolhe a vontade de Deus, a Palavra de Deus em sua vida, se torna aquele(a) que apresenta Jesus, seja na oração, acolhimento, aconselhamento, liturgia, música, intercessão… para que possa ser adorado. Sejamos Manjedouras em nossos ministérios e serviços.
  11. PASTORES: os pastores são aqueles que estavam cuidando de suas ovelhas, dia e noite, cuidando para que os lobos não as devorassem, que estavam em seu trabalho, sua vida tranquila. Naquela noite, os Anjos lhes apareceram e lhes contaram que nascera em Belém o Salvador, e contemplaram os Anjos do céu louvando a Deus. Quando os Anjos voltaram ao céu, eles resolveram ver o que o Senhor lhes tinha dado a conhecer (Lucas 2,8-20). Os pastores tinham sua vida tranquila, trabalhando para sustento de sua família, e cuidando do que era seu para que não fosse roubado ou comido pelos lobos. Mas o Senhor tinha outros planos para aqueles pastores. Ele se fez conhecer, nos diz a Palavra, e os chamou a contemplarem a Jesus, a Salvação e saírem a anunciarem a todas as nações. Deus também chama a nós, homens e mulheres, que trabalham, cuidam de suas coisas pessoais (que é lícito), a sermos estes anunciadores desta Boa Nova, a todos os povos, deixando a nossa vida tranquila, com tudo resolvido, para irmos além. Pastorear o rebanho do Senhor, agora através da nossa vida e testemunho, oração e contemplação.

Que Nossa Senhora, Mãe da Divina Misericórdia, interceda por nós, e nos ensine a gerar Jesus em nossos corações e levá-los ao mundo inteiro. Amém.

Janet Melo de Saboia Alves
Cofundadora da Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia

“Lei da homofobia”: inútil do ponto de vista jurídico, mas potencialmente perigosa para mover uma perseguição religiosa sem precedentes no Brasil

liberdade na prisão

 Por muito tempo, tramitou no Congresso Nacional o Projeto de Lei 122 (PL 122) que foi batizado por seus próprios arautos como “Lei da homofobia”.

Derrotado entre os parlamentares devido à grande pressão popular – só o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira (IPCO) coletou cerca de 3 milhões de assinaturas contrárias ao Projeto –, combatentes da família natural conseguiram apensar o básico do antigo PL 122 ao projeto de reforma do Código Penal.

De nossa parte, queremos deixar registrado para a história que a “lei da homofobia” – termo fabricado por hábil manipulação da linguagem – parece bastante inútil do ponto de vista jurídico, mas extremamente fundamental para mover uma perseguição religiosa sem precedentes no Brasil. Detalhemos essa afirmação.

A Dra. Helena Lobo da Costa, professora de Direito Processual Penal na Faculdade de Direito da USP, afirma, categoricamente, no Jornal do Advogado, da OAB-SP, edição de março de 2011, que tudo o que pode ser tido como crime contra um homossexual já está previsto no Código Penal (CP) e vale para defender tanto este quanto qualquer outro cidadão, de modo que não se justifica a criação de mais um Estatuto no Brasil para privilegiar um grupo específico.

Afinal, quem ofende a dignidade ou o decoro de outra pessoa – seja ela quem for – pratica crime de injúria, conforme o artigo 140 do CP. E mais: “se na prática de injúria, for empregada violência, configura-se a denominada injúria real, inflação com pena mais alta do que a injúria simples”, assevera a Dra. Helena.

Caso as agressões forem mais fortes e chegarem à lesão corporal, se aplica também o artigo 129 do CP. Isso sem falar que existem ainda as figuras penais de lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. Desse modo, continua a professora da USP, se a pessoa “sofrer ferimentos que a impeçam de trabalhar por mais de 30 dias, o agressor ficará sujeito a uma pena de 1 a 5 anos de reclusão. Da mesma forma, se a vítima sofrer perda de alguma função corporal em decorrência dos ferimentos, a pena será de 2 a 8 anos. Também é preciso mencionar que, em todas as hipóteses até aqui mencionadas, o juiz poderá aplicar uma causa de aumento da pena em razão da motivação torpe do agente”.

Em caso de homicídio doloso qualificado por motivo torpe, por exemplo, a pena varia de 12 a 30 anos de detenção. Daí se ver o seguinte: não faltam tipos penais em nossa legislação para punir agressões contra os cidadãos de nosso país, de modo que acrescentar novas figuras típicas seria não só desnecessário, mas também sobreposição de tipos penais acarretadores de confusões interpretativas e empecilhos na aplicação efetiva da própria lei. E mais: o Código Civil (cf. art. 927 e 186-187) também já garante ressarcimentos, geralmente pecuniários, às vítimas de agressões físicas e/ou morais.

Aqui surge, então, como segundo ponto, a pergunta crucial do leitor atento: se as coisas são assim, qual é o real objetivo da luta pela aprovação dessa nova lei no Brasil? – Responda-se que muito “mais do que defender o homossexual contra possíveis discriminações, o objetivo da referida lei da homofobia é criminalizar o povo brasileiro pelas suas legítimas e salutares discordâncias em relação a essas práticas, sobretudo quando tais discordâncias se baseiam em convicções religiosas. Trata-se de uma lei de perseguição religiosa que se quer introduzir no Brasil” (Catolicismo n. 725, maio de 2011, p. 43).

Não podemos, aliás, terminar este artigo sem uma notícia sintomática. Ela vem dos Estados Unidos, e, em síntese, diz que a prefeita de Houston, autodeclarada lésbica, impôs a todos os líderes religiosos (especialmente pastores e padres) que enviem, previamente, para análise seus sermões a fim de ver (e censurar, é óbvio) se eles não citam passagens bíblicas e do Magistério da Igreja que condenam a prática – não a pessoa – homossexual (cf. O Globo, 15/10/14, online).

A questão que fica é a seguinte: se as forças vivas da nação, no campo civil e religioso, não levantarem, agora, suas vozes, dentro da lei e da ordem, quanto tempo demorará para que uma lei semelhante à de Houston chegue ao Brasil?

A armadilha da Misericórdia

Por meio de jogos de linguagem, o mundo tem pintado a Igreja como intolerante, por não acolher as chamadas “novas famílias”. Só cedendo à sua mentalidade relativista é que os católicos aprenderiam o que é misericórdia. Mas, será que as coisas não estão de cabeça para baixo? Não é estranho que, em um passe de mágica, o mundo pareça mais misericordioso que a Igreja?

Quem olha para o Ocidente percebe que ele está “engessado”: existem balizas que dizem claramente o que é e o que não é. Trata-se da ordem natural que Deus imprimiu na estrutura da própria realidade. O mundo tem um Criador e Ele colocou uma lógica (um logos) nessa Criação, lógica à qual o homem nada pode senão obedecer, como indica São Pedro: “É preciso obedecer a Deus antes que aos homens” [1].

Nosso Senhor ensinou os cristãos a dar “a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” [2]. O governo tem o poder de organizar a sociedade, mas não o de refazer a realidade. Assim como os olhos têm a função de ver, os ouvidos, a de escutar, e a boca, a de comer, os órgãos sexuais não são áreas de lazer, mas têm uma função: gerar a vida. Se uma pessoa começasse a alimentar-se indevidamente, qualquer médico a advertiria por estar fazendo mau uso de seu aparelho digestivo e, se um médico decidisse receitar veneno a essa pessoa, alegando romper com a medicina “tradicional”, essa pessoa certamente não aceitaria a sua medicina “alternativa”. Do mesmo modo, quem pede à Igreja que aceite as chamadas “novas famílias” quer que ela venda às pessoas veneno, sob a capa da misericórdia.

Mas, por que distorcer assim a palavra “misericórdia”? Porque, no processo para implantar o governo mundial, os cristãos são um grande entrave. Os globalistas querem, por exemplo, refazer a estrutura social, começando por sua célula-base, a família. Mas, como podem ir adiante se os cristãos acham que existe apenas um tipo de família – homem e mulher, que se unem, com papéis bem específicos, para gerar e formar vidas? Como podem ir adiante se os cristãos ensinam que esta realidade está inscrita na própria lei da Criação, como Jesus ensinou: “Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o princípio” [3]?

De fato, ao ensinar às pessoas que existe uma ordem natural e que nenhum governo tem poder para alterá-la, a Igreja Católica atrapalha o projeto de poder mundial. Por isso, ao invés de matarem os cristãos, como faziam em outras épocas, os globalistas tentam inocular um vírus nessa instituição, transformando e redefinindo os valores mais prezados por ela. Graças aos seus jogos de linguagem, então, a ordem da Criação torna-se opressiva e intolerante e a misericórdia de verdade significa “fazer o que se quer”. Ora, o nome disto é “ditadura do relativismo”, e foi condenado por um senhor chamado Joseph Ratzinger [4], durante a abertura do conclave em que ele seria eleito Papa, em 2005.

Com essa “ditadura do relativismo”, a ordem natural cai por terra e os homens se tornam, eles mesmos, deuses, “para além do bem e do mal”. Com a Igreja colocada para dormir, eles detêm o poder total e podem definir livremente como deve ser a família e como deve ser a sociedade. Por ora, sua linguagem é untuosa e cheia de tolerância, mas, quando eles assumem o poder, seus atos denunciam sua verdadeira identidade.

Basta olhar para os regimes comunistas do século XX. Mao Tsé-Tung, Lênin, Stálin e Fidel Castro mataram muito mais homossexuais que qualquer outro governo do mundo. E, no entanto, as mesmas pessoas que se dizem defensoras dos gays apoiam e financiam o socialismo, sem nenhum pudor. Sua boca é untuosa para defender os homossexuais, mas suas mãos estão sujas de sangue, porque são cúmplices das maiores carnificinas contra essas mesmas pessoas. O que eles fazem é usar o movimento gay e os homossexuais para implantar a “ditadura do relativismo” e, na sequência, um governo totalitário.

Referências

  1. At 5, 29
  2. Mt 22, 21
  3. Mt 19, 8
  4. Homilia durante Missa “pro Eligendo Romano Pontifice”, 18 de abril de 2005

Aborto é coisa do passado, a moda nos EUA agora é o infanticídio explícito

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Uma tendência observada por ativistas pró-vida próximos de estudantes universitários nos EUA, é a crescente aceitação do “aborto pós-nascimento”, ou seja, matar a criança depois que ele ou ela nasceram, afirmam líderes pró-vida ao “The Fix College”.

A evidência anedótica constatada por líderes dos grupos pró-vida como “Criados Iguais” e “Sobreviventes ao Holocausto do Aborto” disseram em entrevistas que não só eles vêem mais estudantes universitários que dizem apoiar o aborto pós-nascimento, mas alguns estudantes ainda sugerem que as crianças até 4 ou 5 de idade também podem ser mortos, porque eles ainda não são “auto-conscientes”.

“Nós encontramos pessoas que pensam que é moralmente aceitável matar bebês após o nascimento em quase todos os campus visitados”, disse Mark Harrington, diretor de “Criados Iguais”. “Enquanto este ponto de vista ainda é considerado absurdo pela esmagadora maioria das pessoas, a idéia está se tornando cada vez mais popular.”

Os campi onde ativistas locais e membros da equipe dos “Criados Iguais” encontraram estudantes com esta opinião incluem Purdue, da Universidade de Minnesota e a Universidade Central da Florida. No estado de Ohio, no início deste ano, o Grupo exibiu um debate entre um dos seus membros e uma senhora no campus que defendia claramente o infanticídio.

“Este é problema que surge quando se desvaloriza a vida humana em alguma de suas fases de desenvolvimento – e esta tendência crescerá e incluirá outras “categorias” de seres humanos; neste caso, já estão incluídos os seres humanos nascidos, bem como os seres humanos ainda não nascidos”. Disse Harrington: ” Eu conversei com um jovem na Universidade de Minnesota, que disse ser correto matar as crianças se fossem menores de 5 anos de idade, pois ele não as considerava pessoas até essa idade.”

Kristina Garza, porta-voz de “Sobreviventes do Holocausto do Aborto”, uma organização pró-vida, que muitas vezes distribui material anti-aborto nos campi ao longo da Costa Oeste, disse que seu grupo também encontra freqüentemente estudantes universitários que aceitam infanticídio.

“Para aqueles que são firmemente a favor do aborto sob qualquer condição, não é difícil achar normal e aceitar matar um ser humano mesmo após o seu nascimento”, disse Garza. “Há essa mentalidade comum no campus, que “tudo bem” matar bebês porque, de alguma forma, não somos humano até que sejamos auto-conscientes. A idade de consenso para isso é em torno de 4 anos de idade”, acrescenta ela.

Quanto à esta tendência, Garza disse que não há uma explicação clara para isso. No entanto,  argumentos apresentados por Peter Singer e outros filósofos que defendem o infanticídio são dados como tarefas de leitura para estudantes universitários.

Singer escreveu em 1979 que “os bebês humanos não nascem dotados de auto-conhecimento, ou capazes de compreender que existem ao longo do tempo. Eles não são pessoas … [portanto] a vida de um recém-nascido é de menos valor do que a vida de um porco, um cão ou um chimpanzé. “

“Ele vem dizendo coisas como esta desde os anos 70, mas somente agora este tipo de ideologia está sendo promovido nos campus universitários”, disse Garza. “Quando ele fez esta afirmação, houve um grupo seleto que o aceitou. Mas hoje em dia, nós nos tornamos tão insensíveis, e a maior parte dos estudantes universitários carecem de fibra moral e acabam aceitando facilmente esse estranho tipo de ideologia. “

Mas os grupos pró-vida presentes nos campi tem ajudado a transformar esta realidade e levado os estudantes para longe de mentalidade pró-escolha e outras tendências abortistas, acrescenta.

“Embora o número de alunos que acreditam não haver problemas com a matança de crianças após o nascimento esteja crescendo, o número de estudantes que aceitam que a vida humana começa na concepção também está crescendo, e está crescendo a uma taxa maior e mais rápida do que aqueles que aceitam o infanticídio, “, disse Garza.

“As tendências que observamos não é tanto uma questão dos alunos estarem com uma moral mais bem fundamentada, é que nós, como um movimento pró-vida estamos trabalhando para apresentar um argumento melhor, e estamos empurrando as pessoas para fora desta confusão”, disse ela. “Estamos vendo mais alunos que vêem a lógica e optam por ser anti-aborto”.

No entanto, a oposição firme à filosofia pró-vida continua.

Questionado sobre o incidente no estado de Ohio, em que uma mulher respondeu a uma exibição pró-vida defendendo o infanticídio, um grupo ativista pró-aborto do campus se pronunciou de forma semelhante à mulher do clipe.

Devin Deitsch, líder do VOX: Vozes para Planned Parenthood na Universidade Estadual de Ohio, disse em um e-mail para The Fix College: “Falando como o líder principal da VOX, garanto-vos que são muito pró-escolha”, Deitsch também notou. “… Nós não estamos aqui para defender as mulheres a fazer aborto, defendemos por sua capacidade de fazer essa escolha sem medo, apartes ou barreiras. Essencialmente, nós pedimos para uma mulher (e seu corpo) para ser respeitado. Nada mais, nada menos. “

O reporter da College Fix, Mairead McArdle, é aluno do Thomas Aquinas College.

Fonte: http://www.thecollegefix.com