Extratos do Relatório Kissinger

Trechos traduzidos do documento “CONFIDENCIAL”: “NSSM 200 – Implications of Worldwide Population Growth for U.S. Security and Overseas Interests” desclassificado pela Casa Branca em 1989.


Apresentação

Por algum tempo os processos utilizados para reduzir os nascimentos tais como a esterilização em massa de mulheres, o uso indiscriminado de contraceptivos, a propaganda para legalização do aborto e as propostas para a institucionalização da educação sexual nas escolas de Primeiro e Segundo Graus, não tiveram uma explicação.

Para entendermos a política de controle de população e indispensável o conhecimento do documento “confidencial” IMPLICAÇÕES DO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL PARA A SEGURANÇA E OS INTERESSES EXTERNOS DOS ESTADOS UNIDOS, classificado sob o código NSSM 200 (*).

(*) “Implications of Worldwide Population Growth for U.S. Security and Overseas Interests” (NSSM 200) – 10 de dezembro de 1974, “CONFIDENCIAL” – desclassificado pela Casa Branca em 1989.

Esse documento confidencial produzido pela equipe do Sr. Henri Kissinger em 1974, desclassificado pela Casa Branca em 1989, estabelece as políticas e estratégias a serem implementadas pelo Governo Americano, para a redução da população dos países em desenvolvimento.

O documento expõe a preocupação com o crescimento da população mundial e propõe medidas de controle utilizando como eufemismo “Serviços de Planejamento Familiar”.

Entre os instrumentos de “planejamento familiar” recomendados estão: anticoncepcionais orais, DIU’s, melhores métodos de prever a ovulação, esterilizacao de homens e mulheres, anticoncepcionais inevitáveis, meios leuteolíticos e auto-progesterona, métodos não clínicos: espumas, cremes e preservativos.

“Nota especial: Embora os órgãos que estão participando desse estudo não tenham recomendações especificas para propor com relação ao aborto, acredita-se que as questões seguintes são importantes e devem ser consideradas no contexto de uma estratégia global de população:

– nenhum pais já reduziu o crescimento de sua população sem recorrer ao aborto” (NSSM 200, Pag. 182)

A importância dos objetivos propostos explica a extraordinária soma de recursos empregados nos projetos de controle populacional no mundo e, particularmente no Brasil, um dos 13 “países chaves” mencionados naquele documento.

E oportuno observar a importância que o relatório da ao papel da mulher no controle da população. O uso da mulher para os objetivos a serem alcançados parece excluir a participação do homem no planejamento familiar na medida em que os programas de planejamento familiar são parte integrante dos programas de saúde voltados para a assistência a mulher: programa de assistência integral a saúde da mulher; programa de assistência materno-infantil, etc.

Cuidou aquele relatório de prevenir reações aos objetivos propostos:

“Finalmente, prestar serviços de planejamento familiar integrado aos serviços de saúde de maneira mais ampla ajudaria ao EUA a combater a acusação ideológica de que os EUA estão mais interessados em limitar o numero de pessoas dos países menos desenvolvidos do que em seu futuro e bem-estar” (NSSM 200, pag. 177)

Por outro lado, as constantes recomendações no sentido de incutir nas mulheres a igualdade com os homens na participação política, no mercado de trabalho, nos salários na educação etc tem por objetivo não a libertação da mulher no sentido cristão da palavra mas o uso da mulher para o controle de nascimentos.

“A condição e a utilização das mulheres nas sociedades dos países subdesenvolvidos são particularmente importantes na redução do tamanho da família… As pesquisas mostram que a redução da fertilidade esta relacionada com o trabalho da mulher fora do lar.” (NSSM 200, pag. 151)

Para melhor visão do conteúdo do NSSM 200 traduzimos alguns trechos de interesse para nosso estudo.

Com essa publicação, a Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família Pró-Vida – PROVIDAFAMÍLIA acredita contribuir para a explicação dos inúmeros projetos de população e recursos da ordem de milhões de dólares publicados pelo Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP) em seu “Inventory of Population Projects in Developing Countries Around the World”.

Brasilia 15 de agosto de 1997


Trechos do Relatório Kissinger – NSSM 200

I – Introdução

“O Plano Mundial de População, adotado na Conferência Mundial sobre População, recomenda que os países que estão trabalhando para modificar os níveis de fertilidade devem dar prioridade aos programas de desenvolvimento e aos planos de educação e saúde que tem efeito decisivo na fertilidade. A cooperação internacional deve ter como prioridade dar assistência a esses programas nacionais …

(Página 8, parágrafo 16)

“Para que o Plano Mundial de População funcione, os países interessados, os órgãos da ONU e outros grupos internacionais deverão agir vigorosamente. E essencial que os EUA assumam a liderança. O plano deve incluir os seguintes elementos de ação:

a) Concentração nos países chaves

A assistência para o controle populacional deve ser empregada principalmente nos países em desenvolvimento de maior e mais rápido crescimento onde os EUA tem interesses políticos e estratégicos especiais. Esses países são Índia, Bangladesh, Paquistão, Nigéria, México, Indonésia, Brasil, Filipinas, Tailandia, Egito, Turquia, Etiópia e Colômbia.”

(Páginas 14/15, parágrafo 30)

“b) Integrar os programas e questões populacionais no planejamento do desenvolvimento de cada pais

Conforme exorta o Plano Mundial de População os países em desenvolvimento e os países que lhes prestam assistência devem especificamente tomar as questões populacionais no planejamento nacional e incluir programas populacionais nesses planos.

c) Mais assistência para os serviços, informações e técnicas de planejamento familiar

Esse e um aspecto vital de todo o programa populacional no mundo. (1) As informações e as modernas técnicas de planejamento familiar devem ser totalmente colocadas, tão logo quanto for possível, a disposição dos 85% das populações nos principais países em desenvolvimento que ainda não foram alcançados, principalmente as populações rurais pobres que possuem a mais elevada fertilidade. (2) Deve-se aumentar as pesquisas com o objetivo de desenvolver métodos de controle da natalidade simples, baratos, eficientes, seguros, duradouros e aceitáveis. Todos os órgãos federais devem colaborar para que haja um aumento de 60 milhões de dólares anualmente para as pesquisas biomédicas nesse campo.

d) Criar condições que levem ao declínio da fertilidade

Em obediência as recomendações do Plano Mundial de População, o programa geral de assistência deve se concentrar em seletivos planos de desenvolvimento em áreas que ofereçam mais incentivos para que as pessoas tenham famílias menos numerosas. Em muitos casos será preciso realizar pesquisas e programas experimentais que orientem subseqüentes campanhas em maior escala. As áreas preferenciais incluem:

– Dar mínimos níveis de educação, especialmente para as mulheres;

………………………………………………….

– Aumentar as oportunidades de trabalho, principalmente para as mulheres;

………………………………………………….

– Educar as novas gerações a desejarem famílias menos numerosas.”

(Páginas 16 e 17)

“As ações construtivas que os EUA tomarem ajudarão a promover os nossos objetivos. Para isso devemos:

a) Apoiar firmemente o Plano Mundial de População e a adoção de suas cláusulas apropriadas nos programas nacionais e outros.

b) Incentivar os programas nacionais a adotarem metas populacionais especificas que incluam os níveis de substituição da fertilidade para os países desenvolvidos e os menos desenvolvidos.

c) Iniciar um plano de cooperação internacional de programas de pesquisas nacionais sobre a reprodução humana e o controle da fertilidade, programas que abranjam os fatores socio-economicos e biomédicas, conforme foi proposto pela Delegação dos EUA em Bucareste.

d) iniciar um programa de pesquisa estratégico cooperativo internacional sobre reprodução e controle da fertilidade que incluam aspectos médicos e socio-economicos, como foi proposto pela Delegação dos EUA em Bucareste

e) Agir de acordo com nossa proposta em Bucareste colaborando com outros doadores interessados e órgãos da ONU para ajudar os países escolhidos a desenvolverem serviços de planejamento familiar e de saúde preventiva de baixo custo.

f) Trabalhar diretamente com os países doadores e por meio do Fundo das Nações Unidas para as Atividades de População e o OECD/DAC para aumentar a assistência bilateral e multilateral para os programas populacionais.

32. Como medidas para fazer com que os lideres dos países menos desenvolvidos compreendam mais as questões populacionais e reforcem o planejamento populacional nos planos de desenvolvimento nacional, devemos por em ação as recomendações que estão na Parte II, Seção VI, inclusive:

a) Considerar as questões e políticas populacionais nos Planos Estratégicos de Assistência (CASP) e Programas de Desenvolvimento Estratégico (DAP) a longo prazo.

b) Preparar projeções do crescimento populacional para cada pais com analises da relação entre as tendências populacionais e o desenvolvimento econômico e social de cada pais e discuti-las com lideres nacionais.

c) Oferecer mais programas de treinamento na área de economia demográfica para os funcionários mais importantes dos países menos desenvolvidos.

d) Planejar programas para que os ministros e importantes funcionários de governo bem como lideres influentes da vida privada conheçam pessoalmente a sede da ONU em Nova Iorque

e) Assegurar assistência aos lideres dos países menos desenvolvidos para incluírem as questões populacionais nos planos nacionais, particularmente quando esses planos se relacionam com os serviços de saúde, educação, recursos agrícolas, desenvolvimento, mercado de trabalho, distribuição eqüitativa da renda e estabilidade social.

f) Assegurar também assistência aos lideres dos países menos desenvolvidos para integrarem os programas populacionais e os programas de planejamento familiar aos grandes setores do desenvolvimento: saúde, nutrição, agricultura, educação, serviços sociais, sindicatos trabalhistas, atividades feministas e programas de desenvolvimento comunitário.

g) Empreender iniciativas para por em execução a Emenda Percy relativa a melhoria na condução da mulher.

h) Dar assistência principalmente aos programas de desenvolvimento das regiões rurais.”

(Páginas 19/21)

“Para assegurar aos outros de nossas intenções devemos mostrar nossa ênfase no direito de cada pessoa e casal determinar livremente e de maneira responsável o numero e o espaçamento de seus filhos e no direito de terem informações, educação e meios para realizar isso, e mostrar que nos estamos sempre interessados em melhorar o bem-estar de todos.”

(Página 22, parágrafo 34)

“Recomendamos mais ênfase nos meios de comunicações de massa, nas técnicas de comunicação mais modernas e em outros programas de incentivo e educação populacional da ONU e USA. E preciso dar mais prioridade aos programas de informação de planejamento familiar no mundo inteiro.”

(Página 23, parágrafo 36)

“Há outra posição que sustenta que um numero cada vez maior de especialistas acredita que a situação populacional esta mais grave agora e mais difícil de resolver por meio de medidas voluntárias. Essa posição sustenta que, para impedir escassez de alimentos ainda maior e outras catástrofes demográficas, medidas mais enérgicas são necessárias e que e necessário também considerar algumas questões vitais como, por exemplo, nossas próprias formas de consumo, programa obrigatório e rígido controle de nossos recursos alimentícios.”

(Página 23, parágrafo 37)

II – Relatório

“América Latina. Prevê-se que haverá rápido crescimento populacional nos seguintes países tropicais da América do Sul: Brasil, Peru, Venezuela, Equador e Bolívia. E fácil de ver que, com uma população atual de mais de 100 milhões, o Brasil domina demograficamente o continente; lá pelo fim deste século, prevê-se que a população do Brasil chegara aos 212 milhões de pessoas, o mesmo nível populacional dos EUA em 1974. A perspectiva de rápido crescimento econômico – se não for enfraquecida pelo excesso de crescimento demográfico – indica que o Brasil terá cada fez maior influencia na América Latina e no mundo nos próximos 25 anos.”

(Página 22)

“O principal fator que esta influindo na necessidade de matérias-primas não agrícolas e o nível de atividade industrial, regional e mundial. Por exemplo, os EUA, com 6% da população do mundo, consomem aproximadamente um terço dos recursos mundiais. A necessidade de matérias-primas, diferente da necessidade de alimentos, não tem ligação direta com o crescimento populacional. A atual escassez e elevados preços da maior parte das matérias-primas são conseqüências principalmente do aumento e desenvolvimento das regiões industrializadas nos anos de 1972 e 1973.

(Página 36)

“Nas ultimas décadas os Estados Unidos se tornaram cada vez mais dependentes da importação de minerais dos países em desenvolvimento e é provável que essa situação continue.

………………………………………………………..

Nos casos extremos em que o crescimento populacional leve a fome endêmica, agitações de populações famintas e desordem social, essas condições não são muito favoráveis a sistemática exploração de depósitos minerais nem aos investimentos a longo-prazo que são necessários para o aproveitamento desses depósitos. Mas mesmo não havendo o problema da fome, as concessões as companhias estrangeiras poderão ser expropriadas ou sujeitas a intervenção arbitraria, a menos que sejam atendidas algumas das mínimas aspirações do povo de ter melhoria material e a menos que as condições de acesso e exploração convençam os governos e os povos de que esse aspecto da ordem econômica internacional “tem algo de bom para eles”. As ações governamentais, os conflitos trabalhistas, as sabotagens e os distúrbios civis põem em risco a calma exploração das matérias-primas necessárias. Ainda que o crescimento populacional obviamente não seja o único fator envolvido, esses tipos de transtornos são mais difíceis de acontecer sob conduções de baixo ou nenhum crescimento populacional.”

(Página 37)

“Fatores mundiais”

Nas nações industrializadas, o crescimento populacional aumenta a necessidade de produção industrial. Isso com o tempo contribui para esgotar os recursos nacionais de matérias-primas e requer fontes de pouca rentabilidade e suprimentos externos. Para obter matérias-primas, as nações industrializadas procuram localizar e desenvolver fontes externas de suprimento. A possibilidade de haver choques de interesses entre os países em desenvolvimento e evidente e já começou. E visível a discussão quando exigem direitos de águas territoriais e soberania nacional sobre os recursos minerais. Essa situação pode se tornar pior nas disputas pela exploração e pelo aproveitamento do solo oceânico.”

(Página 84)

“O Plano Mundial de População foi elaborado como um documento demográfico na Conferencia sobre População Mundial. Esse documento atrelou também as questões populacionais ao desenvolvimento econômico e social, ao bem-estar da família e a redução da fertilidade. Reconhece-se que os planos e os programas populacionais são muito importantes, mas só são parte dos programas de desenvolvimento social e econômico. Reconhece-se também que as nações tem soberania para escolher seus próprios programas e políticas populacionais. A impressão geral depois de cinco reuniões regionais de consultores sobre o Plano foi que teve o apoio de todos. Por isso, houve espanto geral quando no começo da conferencia o Plano foi sujeito a uma severa critica liderada pela Argélia, com o apoio de vários países africanos; pela Argentina, com o apoio do Uruguai, Brasil, Peru e também um limitado apoio de alguns outros países latino-americanos; pela Europa Oriental (menos a Romêmia); pela República Popular da China e pela Santa Se.”

(Página 86)

“Todos os casais e indivíduos tem o direito humano básico de decidir com liberdade e responsabilidade o numero e o espaçamento de seus filhos e direito de terem informações, educação e meios para realizar isso.”

(Página 88)

“As mulheres tem o direito a completa participação no processo de desenvolvimento, particularmente por meio de participação imparcial na vida educacional, social, econômica, cultural e política. Alem disso, deve-se aplicar as medidas necessárias para facilitar essa participação mostrando que as responsabilidades da família devem ser assumidas igualmente tanto pelo homem como pela mulher.”

(Página 89)

“Algumas recomendações mais importantes:

1. Os governos devem integrar as medidas e programas populacionais a abrangentes planos e programas sociais e econômicos e essa integração deve aparecer nas metas, meios e organizações de planejamento dentro do pais. Deve-se formar um grupo que cuide das questões populacionais e coloca-lo num elevado nível da estrutura administrativa nacional.

2. Os países que acham que o crescimento de suas populações impede a realização de suas metas precisam considerar a adoção de políticas populacionais – por meio de um baixo nível de fertilidade e mortalidade.

3. Deve-se dar máxima prioridade a redução da mortalidade e morbidez e ao aumento da expectativa de vida, e os programas nesse sentido devem alcançar as regiões rurais e os grupos não privilegiados.

4. Os países devem ser estimulados a incentivar a educação apropriada com relação a paternidade responsável e a dar informações e meios para as pessoas que os desejarem.

5. A meta do planejamento familiar e dos serviços relacionados deve ser impedir as gravidezes indesejadas e também eliminar a esterilidade ou sub-fecundidade involuntárias, a fim de possibilitar aos casais terem o numero de filhos que desejam.

6. Os setores assistenciais, os assistentes sociais e os canais não-governamentais devem ser usados para ajudar a prestar serviços de planejamento familiar.

7. Os governos com programas de planejamento familiar precisam considerar a necessidade de coordena-los com os serviços de saúde e outros serviços que tenham como objetivo elevar a qualidade de vida.

8. Os países que desejam fazer algo sobre os níveis de fertilidade precisam dar prioridade aos programas de desenvolvimento e aos planos de educação e saúde que tem efeito decisivo nas tendências demográficas, inclusive a fertilidade. A cooperação internacional deve ter como prioridade ajudar esses programas nacionais, os quais poderão incluir: redução na mortalidade infantil; mais educação, principalmente para as mulheres, melhoria na condução das mulheres, reforma agrária e apoio a velhice.

9. Os países que acham que suas taxas de natalidade são prejudiciais aos seus objetivos nacionais são convidados a estabelecer metas quantitativas e por em execução programas para realiza-los ate 1985.

10. Os países desenvolvidos devem ser estimulados a desenvolver políticas apropriadas para as questões da população, consumo e investimentos, tendo em mente a importante necessidade de melhorar a igualdade internacional.

11. Porque a família e a unidade básica da sociedade, os governos devem dar assistência as famílias o quanto for possível, mediante serviços e legislacão.

12. Os governos devem assegurar a total participação das mulheres na vida educacional, econômica, social, e política de seus países em igualdade de conduções com os homens.

13. Uma série de recomendações são dadas para estabilizar a migração dentro dos países, particularmente políticas que reduzam as conseqüências indesejáveis da urbanização excessivamente rápida e que desenvolvam oportunidades nas regiões rurais e cidades pequenas, reconhecendo que os indivíduos tem direito de se mudar livremente dentro de suas fronteiras nacionais.

14. Deve-se realizar acordos para regular a migração internacional de trabalhadores e para assegurar tratamento não discriminatório e serviços sociais para esses trabalhadores e suas famílias. Deve-se também tomar medidas para reduzir a saída dos indivíduos com capacidade intelectual dos países em desenvolvimento.

15. Para garantir as informações necessárias sobre as tendências populacionais, os censos populacionais devem ser realizados em intervalos regulares e as informações sobre os nascimentos e mortalidade devem ser apresentadas, pelo menos, uma vez por ano.

16. Deve-se intensificar as pesquisas com o objetivo de obter mais informações sobre as inter-relacões sociais, econômicas e políticas com as tendências populacionais; sobre os eficientes meios de reduzir a mortalidade infantil; sobre os métodos para integrar as metas populacionais aos planos nacionais, aos meios de incentivar melhor as pessoas, as analises das políticas populacionais em relação ao desenvolvimento socio-econômico, as leis e normas; sobre os métodos de controle da fertilidade que correspondam as variadas necessidades das pessoas e comunidades, inclusive metodos que não exijam supervisão medica; sobre as inter-relacões da saúde, nutrição e biologia reprodutiva; sobre os metodos para melhorar a utilização e distribuição dos serviços sociais, inclusive os serviços de planejamento familiar.

17. Dar treinamento de modo interdisciplinar, para os profissionais da saúde, médicos, para-medicos, pessoas encarregadas de executar programas, importantes funcionários governamentais e lideres sociais, comunitários e trabalhistas, para que saibam conduzir os programas populacionais. Deve-se empreender programas de educação e informação que levem as informações sobre a questão populacional para todas as regiões dos países.

18. Um importante papel do governo e apurar e avaliar os problemas e necessidades populacionais de seus países levando em consideração as conduções políticas, sociais, culturais, religiosas e econômicas; tal empreendimento deve ser realizado sistemática e periodicamente a fim de que sejam tomadas decisões sensatas, enérgicos e conscientes sobre as questões de população e desenvolvimento.

20. O Plano de Ação deve ser coordenado estreitamente com o Plano Internacional de Desenvolvimento da Segunda Década do Desenvolvimento instituído pela ONU. Esse plano deve ser revisto em profundidade a cada cinco anos.”

(Páginas 90 a 93)

“Por exemplo, no México o foco do nosso plano deve ser trabalhar principalmente por meio de organizações privadas e multinacionais com o objetivo de incentivar o governo a dar mais atenção a necessidade de controle do crescimento populacional; em Bangladesh deveríamos dar assistência financeira e técnica em larga escala, dependendo da sinceridade dos pedidos específicos de programas; na Indonésia devemos responder aos pedidos de assistência, mas precisamos procurar fazer com que a Indonésia assuma tanto quanto for possível os gastos com seus próprios recursos (isto e, seus lucros petrolíferos excedentes). De modo geral, não devemos dar assistência bilateral em larga escala aos países subdesenvolvidos mais adiantados, tais como o Brasil e o México. Ainda que esses países estejam no topo de nossa lista de prioridades, nossa maneira de agir deve tomar em consideração o fato de que seus problemas muitas vezes se relacionam com políticas e decisões governamentais, não com a necessidade de assistência a ser concedida em larga escala.”

(Página 105)

“Há também o perigo de que alguns lideres dos países menos desenvolvidos vejam as pressões dos países desenvolvidos na questão do planejamento familiar como forma de imperialismo econômico e racial; isso bem poderia gerar um sério protesto.”

(Página 106)

“Já que o crescimento populacional e um importante fator no aumento da necessidade de alimento, a aplicação dos escassos recursos PL-480 devem tomar em consideração que medidas um pais esta empregando no controle populacional e na produção de alimentos. Contudo, nessa questão delicada e importante que seja evitada a aparência de coerção”

(Página 107)

“As seguintes áreas parecem conter significativas possibilidades de contribuir para reduzir a fertilidade, as quais são discutidas nas seções subseqüentes:

– dar mínimos níveis de educação, principalmente para as mulheres;

– reduzir a mortalidade infantil;

– aumentar as oportunidades no mercado de trabalho, especialmente para as mulheres;

– criar um sistema de previdência social;

– adotar planos de desenvolvimento que façam com que o crescimento dos rendimentos favoreça os pobres, principalmente planos de desenvolvimento rural que se concentre na pobreza rural;

– ter como prioridade educar e ensinar sistematicamente a próxima geração a desejar famílias menos numerosas.”

(Página 111)

“Sem melhores garantias de que não haverá falta de alimentos, os problemas levarão a possíveis conflitos e levarão as pessoas a querer famílias mais numerosas como meio de garantir sua futura segurança econômica, anulando assim as campanhas de controle populacional e os programas de desenvolvimento.”

(Página 112)

“Os EUA fortaleceram a sua credibilidade como defensores da redução do crescimento populacional explicando que, embora não tenham nenhuma política de planos populacionais escrita, os EUA tem uma legislacão, políticas do Executivo e decisões de fórum que equivalem a uma política nacional e que o nosso nível de fertilidade nacional já esta abaixo do nível de substituição e provavelmente chegara a uma população estável no ano 2.000.”

(Página 113)

“Os EUA alem disso se ofereceram para colaborar com outras países doadores interessados e organizações (p. ex. OMS. UNFPA, Banco Mundial, UNICEF); incentivar os governos dos países menos desenvolvidos e outras instituições a prestarem serviços básicos de saúde de baixo custo, inclusive serviços de planejamento familiar e de saúde materno-infantil, que alcancem remotas áreas rurais.

A delegação dos Estados Unidos também afirmou que os EUA iriam solicitar ao Congresso mais assistência americana bilateral para os programas de planejamento familiar e para os programas de população, mais ajuda financeira para as atividades funcionais essenciais e para a UNFPA se os países mostrassem interesse em tal assistência.

Cada um desses compromissos e importante e deve ser adotado pelo governo dos EUA.

E vital que a campanha para desenvolver e fortalecer o envolvimento de lideres dos países menos desenvolvidos não seja vista por eles como uma política dos países industrializados para se utilizar de recursos e impedir e reduzir o poder dos países desenvolvidos. O aumento de tal consciência poderia gerar um ataque sério, que seria prejudicial a causa da estabilidade populacional. Por isso, os EUA e outros países “ricos” precisam tomar cuidado para que as políticas que eles advogam para os países menos desenvolvidos sejam aceitas dentro de seus próprios países (isso pode requerer debate e declaração publica das políticas que pretendemos). E, naturalmente, os próprio lideres dos países em desenvolvimento devem, sempre que possível, usar a sua posição de liderança política.”

(Páginas 113 e 114)

“Os EUA podem ajudar a diminuir as acusações de motivação imperialista por trás de seu apoio aos programas populacionais declarando reiteradamente que tal apoio vem da preocupação que os EUA tem com:

a) o direito de cada casal escolher com liberdade e responsabilidade o numero e o espaçamento de seus filhos e o direito de eles terem informações, educação e meios para realizar isso; e

b) o desenvolvimento social e econômico fundamental dos países pobres nos quais o rápido crescimento populacional e uma das causas e conseqüência da pobreza generalizada.”

(Página 115)

“Alem de procurar alcançar e influenciar os lideres nacionais, deve-se buscar mais apoio mundial para as campanhas relacionadas com as questões populacionais por meio de uso mais intenso dos meios de comunicação de massa e outros programas de motivação e educação populacional da ONU, USIA e USAID. Em nossos programas de informação pelo mundo inteiro, devemos dar grande importância a área populacional e estar dispostos a aceitar mais acordos de colaboração com instituições multilaterais nos programas de educação populacional.

Outro desafio será obter mais compreensão e apoio do publico e do Congresso americano aos fundos adicionais que são necessários para tal campanha, já que há outros programas que também necessitam de recursos. Para que os EUA possam preparar um programa eficiente, teremos de contribuir com considerável quantia de novos fundos. Por isso, e preciso reforçar a posição favorável dos membros do Congresso que no momento estão apoiando as ações dos EUA no campo populacional e recrutar seu apoio na tarefa de convencer outros. E necessário debate publico agora.

A colaboração e o envolvimento pessoal do Presidente, do Secretario de Estado, dos membros do Gabinete e seus representantes seriam úteis nessa campanha. O Congresso e o publico precisam ser bem informados para que o Executivo se preocupe seriamente com o problema e para que esse problema mereça mais de sua atenção. Os deputados do Congresso na Conferencia Mundial sobre População podem ajudar.”

(Página 117)

“A conclusão dessa posição e que os programas obrigatórios podem ser necessários e que devemos estar dispostos a aceitar essas possibilidades agora.

Os que são favoráveis a essa posição acreditam que os seguintes tipos de questões precisam ser consideradas:

– Devem os EUA se empenhar completamente em limitar mais a população mundial com todos os custos políticos e financeiros, nacionais e internacionais que isso exigiria?

– Devem os EUA estabelecer metas de produção agrícola ainda mais altas, metas que os ajudariam a dar mais recursos de alimentos para outros países? Devem ser nacional ou internacionalmente controlados?

– Em que base então tais recursos de alimento devem ser fornecidos? O alimento seria considerado como instrumento de poder nacional? Seremos obrigados a escolher a quem dar assistência? Devem os programas populacionais ser usados como critério para tal assistência?

– Estão os EUA prontos para aceitar o racionamento de alimentos como meio de ajudar as pessoas que não podem ou não querem controlar seu crescimento populacional?

– Devem os EUA tentar mudar suas próprias formas de consumo de alimento utilizando aplicações mais eficientes das proteínas?

– Devem os EUA iniciar um programa maior de pesquisas para tratar dos crescentes problemas do abastecimento de água notável, danos ecológicos e climas desfavoráveis?

Por causa de sua limitação de tempo e implicações para a política nacional, não e possível dar respostas precisas a essas questões de estudo. Mas são perguntas necessárias se compreendemos a natureza drástica e duradoura do problema do crescimento populacional.”

(Páginas 118 e 119)

“Desde a criação do Fundo das Nações Unidas para as Atividades de População (FNUAP), a AID tem sido o maior contribuinte individual. Alem disso, com a assistência da AID varias organizações privadas de planejamento familiar (isto e, o Fundo Pathfinder, a Fundação Paternidade Planejada Internacional, o Conselho de População) tem aumentado de maneira significativa seus programas populacionais no mundo todo. Tais organizações ainda são as principais patrocinadoras das campanhas de planejamento familiar em muitos países em desenvolvimento.”

(Página 122)

“Em outros países de alta e menor prioridade a assistência dos EUA e restringida ou por causa da natureza das relações políticas ou diplomáticas com esses países (isto e Índia, Egito) ou por causa da falta de forte interesse governamental nos programas de redução populacional (isto e, Nigéria, Etiópia, México, Brasil). Em tais casos, a assistência técnica e financeira externa, se for desejada pelos países, teria de vir de outros doadores e/ou organizações internacionais e privadas (muitas das quais recebem contribuições da AID).”

(Páginas 127 e 128)

“Devemos ter como objetivo assegurar que os países em desenvolvimento façam com que todos os seus povos tenham acesso as informações, educação e meios de planejamento familiar ate 1980. Nossas campanhas devem incluir:

– Mais programas financiados bilateral e unilateralmente pela AID, em conformidade com as prioridades acima citadas.

– Mais assistência financeira as organizações privadas e multilaterais que possam trabalhar eficazmente na área populacional.

– Mais pesquisas sobre o impacto na correlação dos vários fatores socio-economicos que levam as pessoas a desejar o tamanho de suas famílias, e campanhas experimentais para ver se e possível empregar campanhas em maior escala para influenciar alguns desses fatores.

– Mais pesquisas biomédicas para melhorar os meios existentes de controle de fertilidade e para desenvolver novos meios que sejam seguros, eficazes, baratos e atraentes tanto para homens como para as mulheres.

– Meios inovadores de prestar serviços de planejamento familiar, tais como a utilização dos meios comerciais para a distribuição dos anticoncepcionais, e o desenvolvimento de sistemas de baixo custo para o fornecimento de eficientes serviços de saúde e planejamento familiar para os 85% das populações dos países menos desenvolvidos que ainda não foram alcançados por tais serviços.

– Mais campanhas para conscientizar mais os lideres e os povos dos países menos desenvolvidos sobre as conseqüências do rápido crescimento populacional e para estimular mais os países menos desenvolvidos a se empenharem vigorosamente para reduzir a fertilidade.”

(Páginas 130 e 131)

“O consenso e que os cinco fatores seguintes contribuem profundamente para o declínio da fertilidade: educação, principalmente das mulheres; redução da mortalidade infantil; oportunidades para as mulheres no mercado de trabalho; previdência social (a fim de dissipar o conceito de que os filhos são garantia de um futuro econômico); e a correlativa igualdade na distribuição da renda e no desenvolvimento rural. Há vários outros fatores, apurados em pesquisas, analise histórica e experiência, que também tem efeito na fertilidade, inclusive o adiamento do casamento e pagamentos diretos (inclusive financeiros) para os que aceitam o planejamento familiar.”

(Página 138)

“Que programas específicos na educação da mulher são mais econômicos (isto e, escola primaria, educação para a alfabetização não formal ou cursos vocacionais ou pré-vocacionais)? Quais em termos quantitativos aproximados, são os benefícios não-populacionais de um dólar adicional gasto na educação da mulher, em determinada situação, em comparação com outras alternativas de investimento não-populacional? Quais os benefícios populacionais de um dolar gasto na educação da mulher em comparação com outros investimentos relacionados com a população, tais como o fornecimento de anticoncepcionais ou os serviços de assistência materno-infantil? E, em ultima analise, qual e a população total mais o beneficio de investimento em determinado programa de educação da mulher em comparação com a população total mais os benefícios das possíveis oportunidades de investimentos alternados?

(Página 139)

“Programas práticos e simplificados de educação devem ser desenvolvidos. Esses programas devem, onde for possível, incluir currículos específicos que motivem a próxima geração a desejar famílias de dois filhos, a fim de assegurar esse nível de fertilidade em duas ou três décadas. A AID deve incentivar e responder aos pedidos de assistência em expandir a educação básica e em introduzir o planejamento familiar no currículo.”

(Página 144)

“Conforme foi proposto em Bucareste, os EUA devem unir os países doadores, a OMS, o UNFA, a UNICEF e o Banco Mundial e criar um consorcio com o objetivo de dar assistência aos países subdesenvolvidos mais pobres para que possam estabelecer seus próprio sistemas públicos de saúde que alcancem todas as regiões de seus países, sistemas que possam, num razoável período, ser sustentados pela própria nação. Tais sistemas incluiriam os serviços de planejamento familiar como parte normal de seus serviços.”

(Página 150)

“3. Aumentar as oportunidades no mercado de trabalho, principalmente para as mulheres

Debate

O emprego e a chave para o aumento da renda… As boas oportunidades de trabalho fazem com que os pais limitem o tamanho de sua família e invistam no bem-estar dos filhos que eles tem.

A condução e a utilização das mulheres nas sociedades dos países subdesenvolvidos são de extrema importância na redução do tamanho da família. Para as mulheres, o emprego fora do lar oferece uma alternativa para um casamento e maternidade precoces, e incentiva a mulher a ter menos filhos após o casamento… As pesquisas, mostram que a redução da fertilidade esta relacionada como trabalho da mulher fora do lar…

A melhoria da condução legal e social da mulher da as mulheres maior voz nas decisões que elas tomam sobre as suas vidas, inclusive o tamanho da família, e pode dar oportunidades alternativas a maternidade, reduzindo assim os benefícios de ter filhos”.

(Página 151)

“Recomendações

1. A AID deve buscar oportunidades de ajudar os programas nacionais de desenvolvimento econômico a fim de aumentar o papel das mulheres no processo de desenvolvimento.

2. A AID deve rever seus programas de treinamento e educação a fim de providenciar para que esses programas dêem igual acesso as mulheres.

3. A AID deve aumentar os cursos pré-vocacionais e vocacionais a fim de envolver as mulheres de modo mais direto no aprendizado de ofícios que podem aumentar sua renda e conduções na comunidade (isto e, funções paramédicas relacionadas com o fornecimento de serviços de planejamento familiar).

4. A AID deve encorajar o desenvolvimento e a colocação de mulheres dos países menos desenvolvidos como integrantes importantes nas tomadas de decisão nos programas de desenvolvimento, particularmente nos programas que tenham como objetivo aumentar o papel das mulheres como produtoras de bens e serviços, e por outro lado, melhorar o bem-estar das mulheres (isto e, os programas nacionais de credito e financiamento, e os programas nacionais de saúde e planejamento familiar).

5. A AID deve encorajar, onde for possível, a ativa participação das mulheres no mercado de trabalho a fim de promover salário igual para trabalho igual, iguais benefícios e iguais oportunidades de emprego.

6, A AID deve continuar a rever seus programas e projetos a fim de observar seu impacto sobre as mulheres dos países subdesenvolvidos e ajusta-los, conforme for necessário, para que promovem maior participação das mulheres – particularmente aquelas das classes mais baixas – no processo de desenvolvimento.”

(Páginas 152 e 153)

Muito pouca atenção e dada a educação populacional e a educação sexual nas escolas e na maior parte dos países nenhuma atenção e dada a essa questão nas primeiras séries, as quais são tudo o que 2/3 a 3/4 das crianças conseguem alcançar. Contudo, e fácil de ver que as campanhas de controle da natalidade dirigidas aos adultos, mesmo com o máximo de êxito, farão com que eles aceitem a contracepção para reduzir a natalidade só ao nível do desejado tamanho da família – e as pesquisas sobre atitudes, praticas e conhecimentos mostram que essa media de tamanho desejado e de 4 ou mais filhos.

A grande necessidade e convencer as massas da população que e para o seu beneficio individual e nacional ter, em media, só 3 ou então dois filhos.”

(Páginas 157 e 158)

“Recomendação

Para que a AID estimule campanhas especificas a fim de desenvolver meios de educar as crianças de idade escolar primaria a abraçar o ideal da família de dois filhos e para que a UNESCO seja solicitada para tomar a liderança mediante educação formal e informal.

Recomendações gerais para os órgãos da ONU

Quanto a cada uma das seis categorias acima o Estado e a AID devem realizar campanhas especificas para fazer com que a ONU, a OMS, a OIT, a FAO, a UNESCO, a UNICEF e a UNFA tomem papel de liderança nos órgãos ligados a ONU com mais programas e campanhas, citando o Plano Mundial de População.”

(Página 159)

“Em 1967 o Secretario Geral criou um Fundo de Credito para financiar o trabalho no campo populacional. Em 1969 o Fundo recebeu um novo nome Fundo das Nações Unidas para as Atividades de População (FNUAP), o qual foi posto sob a supervisão geral do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. Durante esse período também os mandatos das Agências Especializadas foram modificados a fim de permitir que esses órgãos tenham maior envolvimento nas atividades populacionais.

O papel do FNUAP foi definido por uma resolução ECOSOC em 1973: a) desenvolver a concentração e a capacidade de responder as necessidades nas áreas de população e planejamento familiar; b) promover a concentração nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos das implicações sociais, econômicas e ambientais dos problemas populacionais; c) dar assistência aos países em desenvolvimento; e d) promover programas populacionais e coordenar projetos sustentados pelo FNUAP.

A maioria dos projetos financiados pelo FNUAP são implementados com a assistência de organizações das Nações Unidas, inclusive a Comissão Econômica Regional, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização de Agricultura e Alimentos (FAO), a Organização de Educação Cultural e Científica das Nações Unidas (UNESCO) e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Foram feitos acordos de colaboração com a Associação de Desenvolvimento Internacional (IDA), que e filial do Banco Mundial, e com o Programa Mundial de Alimentos.

(Páginas 164 e 165)

“Os EUA devem continuar a sustentar as campanhas multilaterais no campo populacional:

a) aumentando (sujeito as decisões do Congresso) a assistência financeira ao Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) considerando: 1 – as crescentes necessidades do UNFPA; 2 – melhorar a capacidade do UNFPA; 3 – ate que ponto os fundos do UNFPA são usados para os objetivos dos EUA e quanta assistência financeira o UNFPA precisara dos EUA; 4 – a possibilidade de que sem maior assistência americana o UNFPA não conseguira levantar fundos suficientes para o seu orçamento de 1975 e anos seguintes.”

(Página 166)

“A cooperação das organizações e grupos privados a nível regional, nacional e mundial e indispensável para o sucesso de um plano populacional global. Esses grupos dispõem de importantes contribuições intelectuais e suporte político bem como de prestação de serviços de planejamento familiar, de serviços de saúde e de informações.”

(Página 167)

“Alem de criar o clima para o declínio da fertilidade, conforme indicado numa seção anterior, e indispensável fornecer técnicas eficientes e seguras de controle da fertilidade”

(Página 168)

“Recomendações:

Recomenda-se um aumento gradual, pelos próximos três anos, ate chegar a um total de 100 milhões de dólares anuais para as pesquisas na área de contracepção e fertilidade. Esse e um aumento de 60 milhões sobre os atuais 40 milhões gastos pelos maiores órgãos federais nas pesquisas biomédicas. Desse aumento 40 milhões seriam gastos em pesquisas de curto prazo. O atual gasto de 20 milhões nas iniciativas de longo-prazo – na maior parte pesquisas biomédicas básicas – duplicaria. Esse aumento nos programas necessitaria consideravelmente mais funcionários dos órgãos federais que sustentam esse trabalho. As áreas recomendadas para maior pesquisa são:

1. Iniciativas a curto prazo. Essas iniciativas incluem melhoria e teste de campo das técnicas existentes e desenvolvimento de novas técnicas. Espera-se que algumas dessas iniciativas possam ser utilizadas dentro de cinco anos. As iniciativas especificas de curto-prazo que merecem mais experiências são:

a. Os anticoncepcionais orais tem se tornado populares e amplamente usados; mas as excelentes combinações e doses do hormônio esteróide para as populações dos países menos desenvolvidos precisam ser mais examinadas e explicadas. São necessários mais estudos de campo em vários ambientes.

Aumento aproximado do custo: $3 milhoes anualmente.

b. Os dispositivos intra-uterinos de diferentes tamanhos, formas e bioatividade devem ser desenvolvidos e testados para se apurar os níveis de eficiência, segurança e aceitabilidade.

Aumento aproximado do custo: $ 3 milhoes anualmente.

c. Melhores metodos de prever a ovulação serão importantes para os casais que desejem praticar o ritmo com mais certeza de deficiência.

Aumento aproximado do custo: $3 milhoes anualmente

d. esterilização de homens e mulheres tem recebido ampla aceitação em varias regiões onde um método simples, rápido e seguro e prontamente disponível. A esterilizacao feminina tem sido aperfeiçoada por avanços técnicos com laparoscópios, colposcópio e principalmente pelas simplificadas técnicas de cirurgia abdominal. Os aperfeiçoamentos também com a utilização de grampos tubais, metodos transcervicais e técnicas mais simples oferecem considerável chance de melhor segurança e aceitabilidade. A esterilizacao masculina e feminina poderá se tornar ainda mais popular se puderem ser desenvolvidas técnicas reversíveis. Para os homens varias técnicas atuais tem essa possibilidade, mas requerem mais aperfeiçoamento e estudos.

Aumento aproximado do custo: $ 6 milhoes anualmente.

e. Os anticoncepcionais inevitáveis, para mulheres, que funcionam por três meses ou mais e sejam administrados por para-profissionais, sem duvida alguma serão um progresso significativo. Os metodos disponíveis hoje desse tipo são restringidos por causa de seus efeitos colaterais e riscos potenciais. Há motivo para crer que esses problemas poderão ser superados por meio de mais pesquisas.

Aumento aproximado do custo: $ 5 milhoes anualmente.

f. Os meios leuteolíticos e auto-progesterona de controle da fertilidade, que incluem a utilização das prostaglandinas, são teoricamente atraentes, mas ainda resta muito trabalho para fazer.

Aumento aproximado do custo: $ 7 milhoes anualmente.

g. Métodos não-clínicos. São necessárias mais pesquisas no campo dos metodos não-clínicos, os quais incluem os espumas, os cremes e os Preservativos (condons). Esses metodos podem ser usados sem supervisão medica.

Aumento aproximado do custo $ 5 milhoes anualmente.

h. Estudos de campo. As experiências clínicas dos novos metodos nos ambientes em que serao usados são indispensáveis para testar o seu valor nos países em desenvolvimento e para escolher o melhor dos vários metodos possíveis em determinado ambiente.

Aumento aproximado do custo $ 8 milhoes anualmente”

(Páginas 171 a 173)

“Os serviços de planejamento familiar nos países menos desenvolvidos são, no momento, prestados pelos seguintes meios:

1 – As clínicas ou centros de saúde operados pelo governo que oferecem só o planejamento familiar;

2 – As clínicas ou centros de saúde operados pelo governo que oferecem o planejamento familiar como parte de um serviço de saúde mais amplo;

3 – Os programas operados pelo governo que se concentram nos contatos de porta em porta, realizados por funcionários de planejamento familiar que distribuem anticoncepcionais aos que os desejam e/ou os encaminham as clínicas;

4 – As clínicas ou centros de saúde operados por organizações privadas (isto e, associações de planejamento familiar);

5 – Os estabelecimentos comerciais que em muitos países vendem condon, anticoncepcionais orais e as vezes espumas espermicidas pagos no caixa;

6 – Médicos particulares.”

(Páginas 175 e 176)

“1- Sistema de Distribuição Integrada:

Esse meio envolve o fornecimento de planejamento familiar junto com os serviços de saúde e/ou nutrição, principalmente mediante programas dirigidos pelo governo. Há claras razoes estratégicas que mostram que esses serviços devem ser prestados de forma integrada. Bem poucos países subdesenvolvidos tem os recursos, em termos de finanças e pessoal especializado, para ajuda-los a desenvolver cada tipo de serviço para os 85% de sua população. Ao combinar vários serviços num só sistema de distribuição eles poderão conseguir o máximo de impacto com poucos recursos

Finalmente, prestar serviços de planejamento familiar dentro de programas de serviços de saúde de maneira mais ampla ajudaria os EUA a combater a acusação ideológica de que os EUA estão mais interessados em limitar o numero de pessoas dos países menos desenvolvidos do que em seu futuro e bem-estar.”

(Página 176)

“2. Estabelecimentos Comerciais. Em um numero cada vez maior de países subdesenvolvidos, os anticoncepcionais (tais como condon, espuma e pílula) estão sendo postos a venda, sem necessidade de receita medica, nos estabelecimentos comerciais tais como as drogarias. Os estabelecimentos comerciais oferecem um meio pratico e de baixo custo para prestar serviços de planejamento familiar, uma vez que utilizam um sistema de distribuição já existente e não envolvem o financiamento de programas de expansão de instalações clínicas publicas de distribuição.

* Por razoes óbvias, a iniciativa de distribuir, por meio de estabelecimentos comerciais, produtos que requerem prescrição medica deve ser tomada pelo governo local e não pelo governo dos EUA.

A AID e organizações privadas como a IPPF estão no momento testando esquemas de distribuição comercial em vários países menos desenvolvidos a fim de obter mais informações sobre a possibilidade, custos e grau de aceitação do planejamento familiar realizado através dos estabelecimentos comerciais. A AID esta gastando atualmente 2 milhoes de dólares por ano nessa área.

(Páginas 178/179)

“Recomendações:

1. A AID deve ter como objetivo, em seu programa de assistência populacional, ajudar a alcançar e envolver os casais que tem fertilidade mais elevada e que não tem acesso aos serviços de planejamento familiar.

2. Os meios de distribuição dos serviços de planejamento familiar que parecem ter mais possibilidade de alcançar esses casais devem ser vigorosamente empregados. Por exemplo:

a. Os EUA precisam mostrar disposição para se unir com outros doadores e organizações a fim de incentivar os governos dos países subdesenvolvidos e outras instituições a tomarem mais ação para prestar serviços de saúde e de planejamento familiar de baixo custo para os grupos de suas populações que ainda não foram alcançados por tais serviços. Conforme o Titulo X da legislacão e política atual da AID, a AID deve estar preparada para das assistência substancial nessa área em resposta aos pedidos sinceros.

b. Os serviços prestados devem tomar em consideração as capacidades dos governos de países subdesenvolvidos ou instituições a fim de garantir completa responsabilidade, dentro de razoável período de tempo, pelo financiamento e administração do nível de serviços envolvidos.

c. As campanhas de assistência da AID e outros doadores devem utilizar, ate onde for possível, os sistemas e os funcionários de cada pais nos serviços de distribuição, e devem ter como objetivo promover a ação local (comunitária).

d. A AID deve continuar a dar o seu apoio aos testes na área da distribuição comercial dos anticoncepcionais e da aplicação das descobertas úteis a fim de explorar mais as possibilidades e a duplicação desse meio. Deve-se encorajar outros doadores e organizações a fazerem campanhas nessa área.”

(Páginas 180/181)

“Nota especial: Embora os órgãos que estão participando desse estudo não tenham recomendações especificas para propor com relação ao aborto, acredita-se que as questões seguintes são importantes e devem ser consideradas no contexto de uma estratégia global de população.

Aborto

1. Praticas mundiais de aborto

Certos fatos sobre o aborto precisam ser entendidos:

– nenhum pais já reduziu o crescimento de sua população sem recorrer ao aborto.

– Estima-se que trinta milhoes de gravidezes sejam interrompidas anualmente por meio do aborto no mundo todo. Os dados mais precisos mostram que 7 por cento da população do mundo vive em países onde o aborto e proibido sem exceção e 12 por cento em países onde o aborto e permitido só para salvar a vida da mulher grávida. Mais ou menos 15 por cento vive em países onde as leis autorizam o aborto por razoes medicas mais amplas, isto e, a vida da mulher, e as vezes também por razoes eugênicas e/ou jurídicas (estupro, etc). Os países onde os fatores sociais podem ser tomados em consideração para justificar a interrupção da gravidez possuem 22 por cento da população mundial e os países que permitem o aborto eletivo para algumas categorias de mulheres possuem 36 por cento. Não há dados sobre os restantes 8 por cento; no entanto, parece que a maioria dessas pessoas vive em áreas com restritas leis de aborto.

– As leis de aborto de muitos países não são estritamente cumpridas e alguns abortos por razoes medicas são provavelmente tolerados na maioria dos lugares. E bem conhecido que em alguns países com leis bastantes restritivas, pode-se abertamente conseguir aborto de médicos, sem interferência das autoridades. Por outro lado, a autorização legal do aborto eletivo não garante que o aborto a pedido possa realmente ser obtido por todas as mulheres que querem interromper suas gravidezes. A falta de instalações e funcionários médicos ou atitudes conservadoras entre os médicos e administradores de hospital podem de maneira eficaz diminuir o acesso ao aborto, principalmente para as mulheres econômica e socialmente destituídas.

2. A legislacão dos EUA e as políticas com relação ao aborto.

Ainda que o Supremo Tribunal dos Estados Unidos tenha invalidado as leis de aborto da maioria dos estados em janeiro de 1973, o assunto ainda continua politicamente sensível. As ações do governo dos EUA com relação ao aborto são restringidas, conforme e mostrado pela seguinte legislacão federal e pelas conseqüentes decisões dos ministérios e órgãos envolvidos

a. O programa da AID

A parte predominante do programa de assistência da AID tem se concentrado nos metodos anticoncepcionais e de previsão. No entanto, a AID reconheceu que, sob as conduções dos países em desenvolvimento, os metodos de previsão não só são frequentemente difíceis de conseguir, mas também falham por causa da ignorância, falta de preparação, uso errado e falta de uso. Por causa dessas ultimas conduções, um numero cada vez maior de mulheres dos países em desenvolvimento vem recorrendo ao aborto, geralmente sob conduções perigosas e muitas vezes fatais. Sem duvida alguma o aborto, legal ou ilegal, tem se tornado o mais amplo método de controle de fertilidade em uso hoje no mundo. Já que nos países em desenvolvimento a pratica cada vez mais ampla do aborto e realizada muitas vezes sob conduções precárias, a AID tem trabalhado por meio de pesquisas para reduzir os riscos de saúde e outras complicações que as formas arriscadas e ilegais de aborto causam. O resultado e que foi desenvolvido um “Kit de Regulação Menstrual”, um método de controle de fertilidade simples, barato, seguro e eficiente que e fácil de usar sob as conduções dos países subdesenvolvidos.

A Seção 114 do Decreto de Assistência Externa de 1961 (P.L. 93-189), conforme a emenda de 1974 acrescenta pela primeira vez restrições no uso dos fundos da AID para aborto. A cláusula declara que “Nenhum fundo concedido (para realizar essa parte I do Decreto) poderá ser usado para pagar a realização de aborto como método de controle de natalidade ou para motivar ou coagir alguma pessoa a praticar abortos”

Para cumprir o disposto na Seção 114, a AID decidiu que os fundos para a assistência externa não serao usados para:

i) providenciar ou distribuir equipamento com o objetivo de provocar abortos como método de planejamento familiar.

ii) sustentar diretamente campanhas de aborto nos países menos desenvolvidos. Contudo a AID pode dar assistência, de programas populacionais, aos países subdesenvolvidos e as instituições enquanto os fundos da AID forem empregados nos aspectos admissivéis de tais programas

iii) programas de informação, educação, treinamento ou comunicação que promovam o aborto como método de planejamento familiar. No entanto, a AID continuara a financiar o treinamento de médicos nos países menos desenvolvidos nos mais modernas técnicas usadas no campo da ginecologia e obstetrícia, e não desqualificara tais programas de treinamento se eles incluírem a interrupção da gravidez dentro do currículo geral. Tal treinamento só e concedido conforme a decisão dos participantes

iiii) pagar mulheres nos países subdesenvolvidos para terem aborto como método de planejamento familiar ou pagar pessoas para realizar aborto ou instigar pessoas a terem abortos.

Os fundos da AID poderão continuar a ser usados nas pesquisas sobre o aborto, desde que o Congresso especificamente resolva não incluir essas pesquisas entre as atividades proibidas. Um importante efeito da resolução e determinação política e que a AID não se envolvera em programas para desenvolver ou promover mais o “Kit de Regulação Menstrual”. Entretanto, outros doadores ou organizações poderão se interessar em promover com seus próprio fundos a disseminação desses promissor método de controle da fertilidade.

b. Os programas do DHEW

A Seção 1008 do Decreto de Pesquisa Populacional e Serviço de Planejamento Familiar de 1970 (P. L. 91-572) declara que “Nenhum fundo destinado sob este titulo será usado em programas onde o aborto e um método de planejamento familiar”.

DHEW tem sido estritamente fiel ao intento do Congresso e não ajuda as pesquisas sobre aborto. Contudo, os estudos das causas e conseqüências do aborto são permitidos. A Extensão do Decreto de Serviço de Saúde Publica (P.L. 93-45) contem Emenda da Igreja, a qual estabelece o direito aos profissionais da saúde (tanto pessoas como instituições) de se recusarem a realizar um aborto se isso entra em choque com princípios religiosos ou morais.

c. Legislacão proposta com relação as pesquisas sobre o aborto

Há varias emendas propostas e projetos de lei no Congresso que são mais restritivos quanto as pesquisas sobre o aborto do que qualquer parte da legislacão acima citada.

Seria insensato restringir as pesquisas sobre o aborto pelos seguintes motivos:

1. A natureza persistente e ubíqua do aborto.

2. A falta geral de técnicas seguras de aborto.

3. A restrição as pesquisas sobre as drogas e dispositivos abortivos poderia:

a. eliminar o aperfeiçoamento do DIU

b. impedir o aperfeiçoamento de drogas que poderiam ter outras utilidades benéficas. Um exemplo e o metrotexate (R) que e agora usado para curar o coriocarcinoma – um tumor no útero ate agora fatal. No começo essa droga era usada para causar o aborto.”

(Páginas 182 183-185)

“2. A utilização dos satélites americanos de transmissão para disseminar informações sobre a saúde e planejamento familiar nos países subdesenvolvidos mais importantes:

Um fator importante no uso eficaz das técnicas anticoncepcionais existentes tem sido o problema da educação. Em particular, esse problema é gravíssimo nas regiões rurais dos países menos desenvolvidos. Há necessidade de desenvolver sistemas de comunicações econômicos dirigidos as regiões rurais, sistemas que, juntamente com diretas campanhas governamentais locais, prestam abrangentes informações sobre a saúde e, principalmente orientação sobre o planejamento familiar. Uma nova técnica de apoio que esta sendo aperfeiçoada e a do satélite de transmissão. A NASA e o “Fairchild” desenvolveram recentemente o ATS (Satélite de Tecnologia Aplicada), no momento em órbita, que tem a capacidade de transmitir programas educacionais de televisão para regiões isoladas via pequenos e baratos receptores comunitários.

O sexto Satélite de Tecnologia Aplicada da NASA foi lançado em órbita geosincrona sobre as Ilhas Galapagas em 30 de maio de 1971. Será utilizado por um ano nessa posição para prestar serviços de educação e saúde para milhoes de americanos nas remotas regiões dos Estado das Montanhas Rochosas, Alasca e Apalachia. Durante esse período será usado por curto prazo pelo Brasil a fim de demonstrar como esse satélite de comunicação pode ser usado para transmitir para 500 escolas em sua rede de televisão educativa existente no Rio Grande do Norte.”

(Página 189)

“2. Os limitados fundos para os programas de incentivo e educação sobre o planejamento familiar devem ser aplicados de maneira econômica. As transmissões de imagens via satélite podem oferecer oportunidades econômicas principalmente onde a decisão já tenha sido tomada – sem relação com o planejamento familiar – de empreender sistemas rurais de televisão de grande escala. Onde puderem ser usados nesses países, os sistemas de satélite devem ser utilizados, se forem econômicos. As pesquisas devem dar atenção especial aos custos e a deficiência dos vários meios de comunicação.

3. Onde a necessidade de educação seja óbvia e um eficiente sistema tenha sido desenvolvido, recomendamos utilização mais eficaz dos meios de comunicação existentes e tradicionais: rádio, literatura, posteres, etc. conforme já discutido na Parte 1 acima.”

(Página 193)

“Contudo, o governo dos Estados Unidos e as organizações privadas dão mais atenção ao assunto do que os outros países doadores exceto, talvez, a Suécia, a Noruega e a Dinamarca. A Franca não da nenhuma contribuição significativa, verbal ou financeiramente. A URSS não mais se opõe as campanhas dos órgãos dos EUA, mas não da nenhum apoio”

(Página 194)

“a. Alem das recomendações especificas de ação, enumeradas na seções precedentes, os órgãos dos EUA devem usar o prestígio do Plano Mundial de População para adiantar todas as recomendações de ação importantes feitas pelo Plano a fim de gerar mais eficientes programas de limitação do crescimento populacional. A AID deve trabalhar junto com o UNFPA para tentar aumentar os recursos para os programas de assistência populacional, principalmente de não-OECD, doadores não-tradicionais”

(Página 196)

Astrônomo pontifício: Ciência real não é o Reino dos ateus

Premiado astrônomo jesuíta Frei Guy Consolmagno diz a ZENIT como e por que a religião e a ciência coexistem

Por Deborah Castellano Lubov

ROMA, 23 de Julho de 2014 (Zenit.org) – Os católicos precisam ser mais corajosos para mostrar que a religião e a ciência coexistem diz o astrônomo papal que acaba de receber um dos prêmios mais prestigiados do mundo da ciência.

O jesuíta Guy Consolmagno, que foi homenageado na semana passada com a Medalha Carl Sagan por sua “excepcional comunicação de um ativo cientista planetário”pela American Astronomical Society (AAS), conta a ZENIT que a Igreja não se opõe à ciência e considera o maior equívoco entre dois reinos.

Consolmagno é conhecido como “porta voz de uma combinação perfeita entre a ciência planetária e a astronomia de um crente cristão” e uma “pessoa racional que consegue mostrar aos crentes de modo excepcional como a religião e a ciência podem coexistir”.

Renomado escritor e apresentador do programa de rádio da BBC “A brief history of the end of everything” (“Uma breve história sobre o fim de tudo”), Guy Consolmagno é reconhecido ainda pelas numerosas conferências realizadas na América do Norte e Europa, que ajudam a transmitir o entusiasmo pelo método científico a um público mais amplo. Este ano, ele fez uma apresentação na Universidade de Georgetown.

Consolmagno tornou-se jesuíta com quase 40 anos, depois de trabalhar para o Harvard College Observatory, Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e Peace Corps. Ele credita que sua formação jesuítica lhe permitiu falar sobre a fé mais abertamente.

O prêmio será entregue na reunião anual da 46ª Divisão para as Ciências Planetárias em Tucson, no Arizona, em novembro.

ZENIT: O senhor poderia falar um pouco sobre a sua vida, o seu trabalho, e explicar por que foi premiado com a Medalha Carl Sagan?

Consolmagno: Eu sou de Detroit. Eu era um típico garoto baby boom, comecei o jardim de infância quando o Sputnik subiu, assisti o desembarque na lua no meu último ano de colégio. Meu amor pela astronomia vem desde muito cedo, quando fui para a escola jesuíta em Detroit, eu fiz as honras clássicas e escrevi para o jornal da escola. E acabei no MIT com o máximo de interesse em ler (e escrever!) ficção científica como na ciência. No entanto, descobri que fazer ciência era mais fácil do que escrever sobre isso, e então eu fiz um doutorado em astronomia planetária no Arizona e pós-doutorado em Harvard e no MIT.

Mas eu continuei me questionando: “Por que ciência, enquanto as pessoas estão morrendo de fome no mundo?” – aqui a educação jesuíta entra forte -. Então parei com a ciência e fui para o Peace Corps. No Quênia as pessoas me mostraram por que estudamos ciência: a curiosidade deles pela astronomia reacendeu meu amor pela ciência; e a ‘fome’ deles para saber mais sobre o universo me fez lembrar que não vivemos só de pão.

Voltei para um emprego de professor, no Lafayette College, na Pensilvânia, e gostei muito, por isso,  decidi entrar para os jesuítas, para ensinar em uma universidade jesuíta. Em vez disso, eles me enviaram para o Observatório do Vaticano em Roma, onde, junto com a minha ciência, eu também faço várias apresentações públicas e trabalhos científicos. Então, meu antigo sonho de ser um escritor voltou depois de tudo.

ZENIT: De acordo com você, como a Igreja pode mostrar que não se opõe à ciência?

Consolmagno: Não é o que “a Igreja” deve fazer como uma instituição; apoiando-nos no Observatório, a Igreja já está fazendo sua parte. Agora cabe a nós, católicos, que somos também cientistas, fazer a nossa parte. Para começar, temos de ser corajosos o suficiente para falar em nossas paróquias e em outros ambientes católicos, de dizer aos nossos irmãos católicos (e cristãos) sobre como a ciência ou a engenharia nos aproxima do Criador.

Eu descobri que não são os cientistas que precisam ouvir sobre religião. Na verdade, a maioria dos cientistas está muito familiarizada com a religião e a proporção de cientistas religiosos praticamente coincide com a proporção de pessoas religiosas na comunidade onde vivem. Mas muitas pessoas religiosas só vêem “cientistas de TV”, que são uma representação da ciência como os “pregadores de TV” são para as pessoas religiosas. Eles precisam ver que a verdadeira ciência não é o reino de ateus ou quase, tolos egoístas.

ZENIT: Você pode falar sobre como a religião e a ciência podem coexistir?

Consolmagno: O que nos faz, como seres humanos, diferente dos macacos meramente inteligentes? A nossa capacidade de refletir sobre nós mesmos, o nosso ambiente, o nosso universo, e tomar decisões livres para amar e querer isso ou aquilo. Intelecto e livre arbítrio são atividades da alma; a ciência é o reino onde se manifestam.

E por que nós, como cientistas, estudamos ciência? Se é por  fama e glória, ou por dinheiro e poder, então, estamos reduzindo nós mesmos. Mas, se é pelo simples prazer que sentimos quando vemos algo novo e belo no universo, a alegria da descoberta, o sentimento de admiração … então eu afirmo que é o tipo de alegria que nos surpreende na presença de Deus. Deus se manifesta nas coisas que Ele criou: não sou eu que estou falando, mas é uma citação de São Paulo. (Carta aos Romanos)

ZENIT: Você incentivou cientistas católicos a não hesitar em compartilhar o amor pela ciência com suas comunidades. O que exatamente você quer dizer com isso? Você poderia explicar dando um exemplo concreto?

Consolmagno: A paróquia é um ótimo lugar para começar. Um cientista ou um engenheiro poderia trabalhar com programas para jovens ou clubes como os Cavaleiros de Colombo, ensinando astronomia, criando um telescópio no estacionamento da igreja; ou um clube de robô, falando sobre as implicações da inteligência artificial. A paróquia é uma oportunidade para ensinar; os cientistas devem aprender a compartilhar sua paixão e alegria. Até mesmo uma pequena nota sobre a flora e fauna local no boletim paroquial pode lembrar às pessoas que existem cientistas em sua paróquia.

ZENIT: A sua educação jesuíta ajudou você a se sentir confortável para discutir publicamente sobre a fé. Certo? Houve certos momentos que você se sentiu desconfortável para fazer isso?

Consolmagno: Eu sempre tive orgulho de minha educação jesuíta. Além do mais, acho que a reputação de jesuíta (que como a maioria das reputações é exagerado!) abriu muitas portas para mim entre os meus colegas cientistas. Nós somos conhecidos por sermos crentes que não têm medo do mundo; abraçamos o universo, porque encontramos Deus em todas as coisas.

ZENIT: Qual é o maior equívoco que contribui para a noção de que a ciência e a religião não podem coexistir? E isso pode ser esclarecido de alguma forma?

Consolmagno: A “eterna guerra entre ciência e religião” tornou-se um daqueles “todo mundo sabe” factoide – como “Cristóvão Colombo provou que o mundo era redondo” – e nós aprendemos quase por osmose quando crianças, mas que é obviamente falso. Acho que a única maneira de combater isso é dar muitos exemplos de cientistas de verdade, para que as pessoas encontrem por si mesmas, ‘na carne’, argumentos que contradigam a visão eternamente falsa do mundo que nós encontramos na TV e na Internet.

(Trad.:MEM)

A natureza sem a graça

O triste projeto de um povo que, fingindo ignorar que a natureza humana é decaída pelo pecado original, vive como se Deus não existisse.

Em sua obra para destruir o “organismo misterioso de Cristo”, o inimigo tem querido, nas palavras do Papa Pio XII, “a natureza sem a graça” [1].

De fato, antes mesmo da criação do homem, já se havia manifestado a soberba de Satanás, que queria ser igual a Deus por suas próprias forças. É claro que o demônio não procurava ser como Deus “por equiparação”, isto é, transmutando-se na natureza divina. Ele “sabia, por conhecimento natural, ser isso impossível”, explica Santo Tomás. Porém, ele queria ter “como fim último a semelhança com Deus, que é dom da graça, (…) pela virtude da sua natureza, e não pelo auxílio divino, segundo a disposição de Deus” [2]. Citando Santo Anselmo, resume o Aquinate que o demônio desejou aquilo que obteria se perseverasse.

É o próprio Tomás quem explica em que sentido o desejo de assemelhar-se a Deus é pecaminoso. Porque se é verdade que o diabo caiu por querer ser como Ele, também é verdade que o próprio Senhor ordenou: “Santificai-vos e sede santos, porque eu sou santo” [3]; e repetiu, pela boca do Verbo encarnado: “Sede, portanto, perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito” [4]. Ora,

“quem neste sentido deseja ser semelhante a Deus não peca, pois, deseja alcançar a semelhança com Deus na ordem devida, a saber, enquanto tem essa semelhança recebida de Deus. Se, porém, desejasse ser semelhante a Deus por justiça, como por virtude própria e não pela virtude de Deus, pecaria.” [5]

Foi deste último modo – “por justiça, como por virtude própria” – que o demônio se quis assemelhar a Deus. E para esse mesmo caminho de morte ele seduziu a humanidade: “No dia em que comerdes da árvore, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus” [6]. Eva, atraída pela aparência do fruto e pelas palavras do tentador, “colheu o fruto”, arrebatando-o com violência. A humanidade, feita à imagem e semelhança de Deus, acabava por imitar o diabo, tentando dominar, à força, aquilo que se deveria receber como um dom gratuito do Criador.

Aparentemente, até esta parte da história, o projeto do inimigo de edificar “a natureza sem a graça” tinha alcançado grande sucesso.

Mas, “se pelo pecado de um só toda a multidão humana foi ferida de morte, muito mais copiosamente se derramou, sobre a mesma multidão, a graça de Deus, concedida na graça de um só homem, Jesus Cristo” [7]. O Verbo, existindo em condição divina, “não se apegou ao ser igual a Deus”. Nesse trecho da Carta aos Filipenses, São Paulo usa a palavra grega “ἁρπαγμὸν” (lê-se: harpagmón), apresentando um contraste com a atitude dos primeiros pais: enquanto Eva se quis apropriar indevidamente da divindade, o próprio Deus se rebaixou à nossa humanidade, “assumindo a forma de escravo”, humilhando-se e “fazendo-se obediente até à morte – e morte de cruz!” [8]. Tudo isso para conceder-nos a Sua filiação divina: “Por natureza só há um Filho de Deus, que, por sua bondade, se fez por nós filho do homem, a fim de que, filhos do homem por natureza, por sua mediação nos tornássemos filhos de Deus por graça” [9].

Se, por um lado, é grande a misericórdia de Deus, por outro, é uma constante na história a tentação de abandoná-Lo e “roubar” o tesouro sobrenatural. A heresia pelagiana, ainda nos primeiros séculos da Igreja, colocou inúmeras pessoas no caminho de uma terrível torre de Babel. Corria-se em busca do Céu, mas se buscava alcançá-lo por esforços puramente humanos.

Hoje, tragicamente, o Céu não é a meta de quase ninguém. Um pouco de sucesso profissional, mais um punhado de prazeres passageiros e uma casa confortável na praia, são o medíocre projeto do homem deste século, que desconhece o significado de “graça”, “pecado” ou das mais elementares verdades da fé. Realidade triste que, infelizmente, é passada também aos mais jovens. Está praticamente consolidada entre nós uma educação naturalista, permissiva e liberal, pela qual o ser humano não passaria de um “bom selvagem” e quaisquer atos humanos poderiam ser aceitáveis, desde que acomodados ao terreno já vilipendiado da consciência.

“A natureza sem a graça” é o triste projeto de Satanás – e de um povo que, fingindo ignorar que a natureza humana é decaída pelo pecado original, vive como se Deus não existisse.

Por Equipe Christo Nihil Praeponere

  1. Pio XII, Discorso agli uomini di Azione Cattolica, 12 ottobre 1952

“Ideologia de Gênero: neototalitarismo e a morte da família”, o livro

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O livro “Ideologia de Gênero: neototalitarismo e a morte da família”, cuja versão em português esteve aos cuidados da editora Katechesis, é um livro do advogado pró-vida, argentino, Jorge Scala, lançado no Brasil em Outubro do ano passado.

Por que um livro sobre a ideologia de gênero?

A razão é simples: a ONU criou uma Agência do Gênero. Essa agência se dedica a controlar que todos os organismos e programas da ONU incluam o gênero. Por sua vez, a União Européia e o Banco Mundial condicionam os empréstimos para o desenvolvimento dos países pobres, por cláusulas da difusão de Gênero. Finalmente, se incorporou o gênero no sistema educacional dos nossos países. Dado tudo isto, é necessário investigar o que é o gênero.

O que significa dizer que a ideologia de gênero é uma ideologia e não uma teoria ou uma descoberta científica?

Uma teoria é uma hipótese verificada experimentalmente. Uma ideologia é um corpo fechado de idéias, que parte de um pressuposto básico falso – que por isto deve impor-se evitando toda análise racional -, e então vão surgindo as conseqüências lógicas desse princípio falso. As ideologias se impõem utilizando o sistema educacional formal (escola e universidade) e não formal (meios de propaganda), como fizeram os nazistas e os marxistas.

O que é, então, a ideologia do gênero? Como você a descreveria para nossos leitores?

Seu fundamento principal e falso é este: o sexo seria o aspecto biológico do ser humano, e o gênero seria a construção social ou cultural do sexo. Ou seja, que cada um seria absolutamente livre, sem condicionamento algum, nem sequer o biológico -, para determinar seu próprio gênero, dando-lhe o conteúdo que quiser e mudando de gênero quantas vezes quiser.

Agora, se isso fosse verdade, não haveria diferenças entre homem e mulher – exceto as biológicas -; qualquer tipo de união entre os sexos seria social e moralmente boas, e todas seriam matrimônio; cada  tipo de matrimônio levaria a um novo tipo de família; o aborto seria um direito humano inalienável da mulher, já que somente ela é que fica grávida; etc. Tudo isso é tão absurdo, que só pode ser imposto com uma espécie de “lavagem cerebral” global.

Você, em seu livro, a chama de “ideologia totalitária”. Há alguma relação com as ideologias totalitárias que a humanidade tem experimentado na história? Ou é um passo para chegar a estas situações de políticas totalitárias?

O gênero destrói a estrutura antropológica íntima do ser humano, por tanto quem fique à mercê dessa ideologia o fará “voluntariamente”. Não é mais do que uma ferramenta de poder global que, se imposta, levará a um regime totalitário – ainda quando haja eleições e partidos políticos como na Alemanha nazista -. Em contraste, nas outras ideologias conhecidas, o Estado dominava – ou domina como na Coréia do Norte ou em Cuba – pela força bruta.

Parece uma ideologia que entra nos países pelo aspecto legal e jurisdicional. Não será a falta de reconhecer uma lei natural, e a adoção do positivismo, os alicerces deste totalitarismo?

O problema parece mais profundo e complexo. O ethos é aquilo que um povo estima o que está bem e o que está mal, desde as profundezas do seu coração, não importando o que digam as leis e até mesmo o que cada um faça na própria vida. O problema é que o Ocidente perdeu o seu ethos comum, até 30 ou 40 anos atrás, era o cristianismo. O liberalismo fez que muitas pessoas acreditassem que a moral fosse um assunto privado de cada pessoa. Então, para alguns, é bom mentir, roubar, matar e fornicar – em certas circunstâncias -; e como todas as opiniões são iguais, a única maneira de viver em sociedade é que as leis “imponham” um certo ethos, que deve ser aceito por todos, sob certas penalidades. Por isso, nos nossos parlamentos promove-se todos os tipos de leis de gênero. Busca-se com elas que – junto com a educação -, formem o novo ethos dos nossos povos. E se o gênero se converte em ethos, o sistema totalitário funcionará plenamente.

A teoria do gênero é totalitária, mas não vemos ninguém perdendo as suas vidas. Então, por que ter medo de algo que não passa de leis e de idéias? Não é melhor respeitar a opinião de cada um?

Em 2010 a Espanha reformou a sua lei do aborto conforme a ideologia do gênero, considerando-o “direito humano” essencial da mulher. Naquele ano houve 113.031 abortos na Espanha. Essa “lei” e essa “idéia” mataram – só na Espanha e só nesse ano -, muitas pessoas. Não é pra ter medo da ideologia do gênero, mas é necessário enfrentá-la no campo das idéias, que é onde ela pode ser vencida mais facilmente.

Sempre é necessário respeitar as pessoas – independentemente dos seus pensamentos-. No entanto, as opiniões não se respeitam: se discernem. O livro ajudará o leitor a fazer seu próprio discernimento sobre o gênero.

Qual é, então, as conseqüências para nossos filhos, para a próxima geração?

Eu respondo com um fato real. Dei uma palestra sobre esta ideologia, a todos os professores de uma cidade de 7.000 habitantes, numa área rural da minha província. Gente simples e trabalhadora. Ao concluí-la, uma professora comentou em voz alta: ‘Agora eu entendo porque há alguns dias atrás meu filho de 7 anos me perguntou: mamãe eu sou menino ou menina …? As pessoas formadas e maduras estão imunes dessa ideologia, mas se a permitirmos penetrar nas crianças desde tenra idade – cinema, rádio, TV, escola, revistas -, em muitos casos, teremos que lamentar com o tempo tragédias de todo tipo.

“Onde haja um homem – mulher ou varão – , sua inteligência buscará a verdade, sua vontade tentará amar e autodirigir-se para o bem “, é o que você afirma no seu livro. Qual seria a melhor maneira de combater esta e outras ideologias semelhantes que tendem a penetrar nas Constituições e leis dos países? É a formação de homens e mulheres verdadeiros? O que significa um homem ou uma mulher verdadeiros?

Ante todas as idéias insalubres ou absurdas que giram pelo mundo atual, o mais importante não são outras idéias que as combatam; Mas sim, testemunhas da verdade. Mulheres e homens sinceros, de carne e osso. A mulher é a mãe, ou seja: o amor incondicional e que sempre está presente. O varão é o pai, ou seja: a autoridade, o amor que põe limites e condições, para tirar o melhor de si de cada um. Ambos amores são necessários para chegar à maturidade humana. Conhecer um homem e uma mulher assim, é a melhor “vacina” contra a ideologia do gênero.

Todo o dinheiro da venda desse livro no Brasil é revertido para o movimento Pró-vida do Brasil. O livro é distribuído no Brasil pelo Prof Felipe Nery ([email protected])

Jorge Scala – Argentino. Advogado. Professor de Bioética na Universidad Libre Internacional de las Américas. Professor honorário da Universidad Ricardo Palma. Prêmio Thomas More do Instituto Tomas Moro. Prêmio João Paulo II à defesa da vida da Universidad Fasta. Autor e co-autor de vários livros. Deu mais de 600 palestras em 17 países.

Pedofilia leve?

Uma “pedofilia” leve é moralmente aceitável? segundo Dawkins, famoso biólogo evolutivo ateu, sim!

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Já li alguns livros de Richard Dawkins e confesso ter gostado.
 
Mas quando vejo tanto seu ateísmo militante (e chato ou mesmo intolerante) e também seu crescente relativismo moral, chego a questionar se os conservadores religiosos não estão certos quando falam do “drama do humanismo secular”.
 
Será que os valores se perdem por completo sem uma régua mais, digamos, eterna?
 
Não vou tentar responder isso aqui e agora, mas vou expor a última de Dawkins, que considero realmente assustadora. O cientista teria dito  que a “leve pedofilia” não é algo tão condenável assim. Usou como exemplo seu próprio caso na infância, quando um professor teria o colocado no colo (e depois o levado a tocar em suas partes íntimas…)
 
Segundo o biólogo, o professor teria feito isso com vários alunos, mas não acha que nenhum deles sofreu algum tipo de dano permanente. Tampouco acha que pode julgá-lo com base nos critérios e valores de hoje, já que isso ocorreu há décadas atrás.
 
Curiosamente, o cientista estaria aliviando para o lado de padres acusados de pedofilia. Mas é um religioso que vem atacar o absurdo disso. Peter Watt, diretor na National Society for the Prevention of Cruelty to Children, disse:
 
O Sr. Dawkins parece pensar que, porque um crime foi cometido há muito tempo, devemos julgá-lo de uma maneira diferente. Mas sabemos que as vítimas de abuso sexual sofrem os mesmos efeitos se foi há 50 anos atrás ou ontem.
 
Há “progressistas” tentando relativizar a pedofilia. 
 
O jornal britânico de esquerda, The Guardian, publicou um artigo no começo de 2013 chamado Paedophilia: bringing dark desires to light, em que é tratada como algo quase normal.
 
O jornal deu espaço para Sarah Goode, da Universidade de Winchester, expor sua opinião de que um em cada cinco adultos são capazes, em certo grau, de ser sexualmente despertados por crianças. Trocas “voluntárias”, entre um adulto e uma adolescente, passarão a ser vistas como algo aceitável no mundo “moderninho”. Engov!
 
Voltando a Dawkins, ele diz sobre o professor de sua infância: “Não acho que ele causou em qualquer um de nós dano duradouro”. Ouso discordar.
 
Em tempo: Dawkins é especialista em biologia evolutiva, mas pedofilia jamais poderá ser vista como algum tipo de evolução. Na verdade, é um atraso que nos remete à barbárie do século VII, quando certo profeta resolveu se casar com uma menina de 9 anos apenas!
 
Nota: A repercussão da coisa toda foi tão grande que Dawkins veio se explicar, colocando sua fala dentro de um contexto diferente. Menos mal. Mas o alerta continua válido: o relativismo moral dos progressistas tem levado a bandeiras bizarras nos últimos anos.
 
Rodrigo Constantino, Revista Veja

“Todos os Caminhos vão dar a Roma”, testemunho de um ex pastor protestante e de sua esposa

O livro “Todos os Caminhos vão dar a Roma” foi editado em Portugal e narra o processo de conversão do casal Scott e Kimberly Hahn ao Catolicismo. Scott Hahn era um pastor protestante de grande ativismo e dedicado nos estudos bíblicos que passou por um duro processo de conversão onde a Santa Missa e a Eucaristia tiveram papel central. Depois de convertido ainda viveu anos com sua esposa sem que esta abraçasse a verdade Cristã do Catolicismo.

***

Ainda falando sobre o Scott Hahn, a leitura do “Todos os caminhos vão dar a Roma” (DIEL, 5ª Edição, Lisboa, 2005) revelou-me uma coisa interessante e completamente inusitada: a primeira aproximação que o casal Hahn teve da Doutrina Católica foi justamente num dos temas mais controversos e impopulares mesmo entre os que se dizem católicos: o controle de natalidade. Quando ainda eram protestantes, os dois renderam-se à força dos argumentos católicos sobre o assunto! Vale muitíssimo a pena transcrever – embora longas – as passagens mais relevantes desta narrativa:

Scott: Perguntei-lhe [a Kimberly, sua esposa] que coisa era essa tão interessante que tinha descoberto sobre a contracepção. Disse-me que até 1930 a posição de todas as Igrejas Cristãs em relação a este tema tinha sido unânime: a contracepção estava mal em qualquer circunstância.

O meu argumento foi:

– Se calhar demoraram todo esse tempo a libertarem-se dos últimos vestígios do catolicismo.

A Kimberly avançou um pouco mais:

– Mas sabes que razões eles dão para se oporem ao controlo de natalidade? Têm argumentos mais sérios do que possas pensar.

Tive que admitir que não conhecia as suas razões. A Kimberly perguntou-me se estava disposto a ler um livro sobre o tema e deu-me “O controle da natalidade e a aliança matrimonial”, de John Kippley (obra que foi posteriormente revista e intitulada O sexo e a aliança matrimonial). Eu era um especialista em teologia da Aliança e pensava que tinha lido todos os livros em que a palavra aliança figurava no título; por isso, descobrir um que não conhecia espicaçou-me a curiosidade.

Vi-o e pensei: Editorial Litúrgica? Este tipo é um católico! Um papista! O que é que anda a fazer a plagiar a noção protestante da aliança? Senti ainda mais curiosidade por ver o que dizia. Sentei-me a ler o livro. Pensei: “Isto não está certo. Não pode ser… O que este tipo diz faz sentido”. Demonstrava que o casamento não é um mero contrato, envolvendo apenas um intercâmbio de bens e serviços. O casamento é sobretudo uma aliança que implica um intercâmbio de pessoas.

O argumento de Kippley era que qualquer aliança tem um ato pelo qual se consuma e se renova; e que o ato sexual dos cônjuges é um ato de aliança. Quando a aliança matrimonial se renova, Deus utiliza-a para dar nova vida. Renovar a aliança matrimonial e usar contraceptivos para evitar uma potencial nova vida seria tanto como receber a Eucaristia para a seguir a cuspir no chão.

Kippley prosseguia dizendo que o ato conjugal demonstra de modo único o poder doador de vida do amor na aliança matrimonial. Todas as outras alianças mostram e transmitem o amor de Deus, mas só na aliança conjugal o amor é tão real e poderoso que comunica a vida.

Quando Deus fez o ser humano, homem e mulher, o primeiro mandamento que lhes deu foi o de serem fecundos e se multiplicarem. Era assim uma imagem de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, três em um, a família divina. De maneira que quando “os dois se fazem um” na aliança matrimonial, o “um” torna-se tão real que nove meses depois podem ter que lhe dar um nome! O filho encarna a unidade da sua aliança.

Comecei a compreender que sempre que a Kimberly e eu realizávamos o ato conjugal, realizávamos algo sagrado; e que cada vez que frustrávamos o poder de dar vida do amor com a contracepção, fazíamos algo profano (tratar algo sagrado de forma comum profana-o, por definição).

[…]

Foi então que descobri que todos os reformadores – Lutero, Calvino, Zwinglio, Knox, e todos os outros – tinham mantido sobre esta questão a mesma posição que a Igreja Católica. Isso perturbou-me ainda mais. A Igreja Católica era a única Igreja Cristã em todo o mundo que tinha a valentia e a integridade de ensinar esta verdade tão impopular.

[…]

Kimberly: O pequeno grupo [do trabalho do seminário] que teve que se debruçar sobre a contracepção reuniu-se brevemente no primeiro dia ao fundo da sala. Um autonomeado líder observou:

– Não temos que considerar a posição católica, porque só há duas razões pelas quais os católicos se opõem à contracepção: a primeira é que o Papa não se casa, e por isso não tem que viver com as consequências; e a segunda é que querem encher o mundo de católicos.

– São essas as razões que apresenta a Igreja Católica? – interrompi – Não acredito.

– Então porque é que não estudas o assunto?

– De acordo.

E assim fiz.

Em primeiro lugar, considerei a natureza de Deus e de que forma nós, como membros do casal, estávamos chamados a ser Sua imagem. Deus – Pai, Filho e Espírito Santo – criou o homem e a mulher à Sua imagem, e abençoou-os na aliança matrimonial com o mandato de crescerem e se multiplicarem, enchendo a terra e dominando toda a criação para glória de Deus (cf. Gen. 1, 26-28). A imagem à imitação da qual o homem e a mulher foram criados é a unidade das três Pessoas da Trindade que se entregam totalmente umas às outras numa plena autodoação de amor. Deus reafirmou este mandato da criação na Aliança com Noé e sua família, dando-lhes o mesmo mandamento de serem fecundos e se multiplicarem (cf. Gen. 9, 1 ss). Deste modo a existência do pecado não alterou o apelo dirigido aos casais para serem imagem de Deus através da procriação.

São Paulo esclareceu que, no Novo Testamento, o casamento foi elevado à categoria de imagem da relação entre Cristo e a Igreja (nesse momento não fazia a menor ideia que o casamento fosse atualmente um sacramento). E pelo poder de dar vida próprio do amor, Deus capacitava os esposos para refletirem a imagem de Deus na medida em que a unidade dos dois se convertia em três. A minha questão era a seguinte: O nosso uso do controle da natalidade – que intencionalmente restringe o poder doador de vida do amor, ao mesmo tempo que se goza a unidade e o prazer que dá o ato conjugal – permite que o meu marido e eu reflitamos a imagem de Deus numa total autodoação de amor?

Em segundo lugar, examinei o que a Escritura diz sobre as crianças. O testemunho da Bíblia era arrasador! Todos os versículos que se referiam às crianças, consideravam-nas sempre e só como uma bênção (Sal. 127, 128). Não havia um só provérbio que advertisse que não valia a pena afrontar as despesas que um filho significa. Não havia qualquer bênção para os esposos que adiassem o mais possível a chegada dos filhos, nem para o casal que estivesse o número correto de anos sem filhos antes de assumir o encargo que as crianças representam, nem para o casal que planeasse cada concepção. Tudo isto eram ideias que eu tinha aprendido nos meios de comunicação social, na escola pública ou com a vizinhança, mas não tinham nenhum fundamento na Palavra de Deus.

Na Escritura, a fertilidade é apresentada como algo que se deve apreciar e celebrar, não como uma doença que se deve evitar a todo custo. E embora não tivesse encontrado nenhum versículo que falasse negativamente das pessoas com famílias pequenas, à luz de numerosas passagens bíblicas, não havia dúvida de que as famílias grandes pareciam ter recebido de Deus uma graça maior. Era Deus que abria e fechava o ventre, e quando Ele dava a vida isso era sempre considerado como uma bênção. Em última instância, o que Deus desejava dos fiéis era “uma prole piedosa” (Mal. 2, 15). As crianças eram descritas como “flechas nas mãos de um guerreiro…, bendito o homem cuja aljava está cheia” [cf. Sl 126, 4-5]. Quem iria à batalha apenas com duas ou três flechas se pudesse ir com a aljava cheia? A minha questão era a seguinte: o nosso uso do controle da natalidade refletia o modo como Deus via as crianças ou o modo como as via o mundo?

Em terceiro lugar punha-se a questão do domínio de Jesus Cristo. Como protestantes evangélicos, o Scott e eu tomávamos muito a sério o domínio de Cristo sobre as nossas vidas. No aspecto monetário pagávamos o dízimo regularmente, sem nos importarmos que os nossos fundos fossem escassos, porque queríamos ser bons administradores do dinheiro que Deus nos tinha confiado. Uma e outra vez vimos como o Senhor supria às nossas necessidades com mais do que nós Lhe tínhamos dado. Em termos de tempo, observávamos o Dia do Senhor, pondo de parte o estudo, que era o nosso trabalho, mesmo que tivéssemos exames à segunda-feira. Muitas vezes o Senhor nos premiou por esse dia de descanso, e sempre tivemos excelentes resultados nos exames que fizemos à segunda-feira. Em termos de talentos, aceitávamos que devíamos estar sempre disponíveis para servir Deus com o nosso apostolado e acrescentávamos com gosto obras de serviço ao trabalho abundante do estudo. Ver vidas abençoadas como resultado desse apostolado fortaleceu enormemente a nossa fé e o nosso casamento.

Mas, e os nossos corpos? A nossa fertilidade? O domínio do Senhor estendia-se até aí? Li então em I Cor 6, 19-20: “… não vos pertenceis. Fostes comprados a grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo”. Talvez fosse uma atitude mais americana do que religiosa pensar na fertilidade como algo que podemos controlar como muito bem nos parecer. E eu perguntava-me: o uso que fazemos do controlo da natalidade, demonstra uma fiel vivência do domínio de Jesus Cristo?

[…]

No fundo, sabia bem com que é que estava a lutar: com a autêntica soberania de Deus. Só Deus conhecia o futuro e qual era o melhor modo de formarmos a nossa família com a prole piedosa que Ele desejava que tivéssemos. Certamente, Ele já tinha dado provas de ser digno de confiança de muitos outros modos. Sabia que podíamos confiar em que nos daria a fé que necessitávamos para lhe confiar este aspecto da nossa vida, e para nos dar a confiança de que esta visão fazia parte do Seu plano para nós, e que verteria o Seu amor em nós, e através de nós, em todas as preciosas almas que nos quisesse confiar. Aliás, conhecia muitos casais no seminário que “planeavam” a chegada das crianças, para descobrirem depois que afinal o calendário de Deus era diferente do deles.

[…]

Kippley fazia a seguinte comparação: tal como acontecia na Roma antiga, em as pessoas participavam num banquete e depois iam vomitar o alimento que acabavam de ingerir (para evitar as consequências dos seus atos), o mesmo se passa com os esposos que celebram um banquete no ato conjugal mas se opõem ao poder de dar vida que tem o ato de renovação da sua aliança. Esta ações são contrárias à lei natural e à aliança entre os esposos.

Da perspectiva de Kippley, que era a perspectiva da Igreja Católica, o fim primordial do ato matrimonial era a procriação dos filhos. Quando um casal impede esse fim intencionalmente, atua contra a lei natural. Subverte a renovação da sua própria aliança matrimonial, convertendo numa mentira o compromisso dos esposos de se entregarem totalmente um ao outro.

Agora compreendia por que razão a Igreja Católica se opunha à contracepção. Mas o que dizer dos métodos de planejamento familiar natural? Não eram simplesmente a versão católica do controle da natalidade?

Primeira Epístola aos Coríntios (7, 4-5) fala de períodos de tempo nos quais os esposos poderiam abster-se de manter relações sexuais para se dedicarem à oração, reatando depois as suas relações, não deixando a Satanás nenhum resquício por onde entrar no seu casamento. Lendo a Humanae Vitae cheguei a apreciar o equilíbrio da Igreja relativamente à contracepção. Havia uma forma religiosa de se levar a cabo o ato conjugal e de ser prudente em circunstâncias graves, praticando a abstinência durante períodos de mútua fertilidade.

Tal como a comida – em que podia haver temporadas nas quais o jejum fosse útil – de modo similar podia haver períodos nos quais o “jejum” do ato conjugal, por razões meditadas na oração, pudesse ser útil. Contudo, a não ser por milagre, ninguém poderia sobreviver se jejuasse a maior parte do tempo. Igualmente, os métodos naturais de planejamento familiar eram uma receita para momentos difíceis, não uma vitamina quotidiana para a saúde geral.

[op. cit., pp 43-45. 50-56]

***

Fica, assim, o testemunho do valor da Doutrina Católica, cujos argumentos, de tão claros, conseguiram convencer até mesmo dois protestantes ferrenhamente anti-católicos. Não deixa de ser profundamente irônico que, enquanto existem católicos rejeitando os ensinamentos da Moral da Igreja, dois protestantes tenham se preocupado em defendê-los. Não posso deixar de me lembrar da passagem do Evangelho (Lc 19, 39-40), onde Jesus disse que as pedras falariam se os discípulos se calassem; não consigo deixar de achar que é algo extremamente eloquente que Deus tenha suscitado protestantes para defenderem a Doutrina Católica quando os católicos se envergonham dela.

Fonte: Deus lo Vult

Inglaterra: Projeto para suicídio assistido vai colocar a vida de pessoas vulneráveis em risco

Bispo da Inglaterra adverte sobre administração de remédios letais para pacientes cuja expectativa de vida é de seis meses ou menos

Por Redacao

ROMA, 26 de Junho de 2014 (Zenit.org) – Dom Mark Davies, bispo de Shrewsbury, afirma que projeto do Lord Falconer sobre a morte assistida que passará pela segunda avaliação na Câmara dos Lordes em 18 de julho, vai diminuir a proteção legal para alguns membros mais fracos da sociedade. 

O Bispo, que irá alertar os fiéis sobre as implicações do projeto de lei em uma carta pastoral aos católicos da sua diocese neste fim de semana, diz que será “impossível prever” as consequências de tal mudança na lei, acrescentando que “em 1967, os políticos que legalizaram o assassinato de crianças não nascidas em circunstâncias limitadas e excepcionais não previa que violar a santidade da vida humana levaria à destruição gratuita de milhões de vidas.”
É “incompreensível”, afirma Dom Davies, que os políticos considerem uma lei que irá diminuir a proteção dos idosos e dos doentes em um contexto de preocupação generalizada com relação aos maus-tratos de pacientes e residentes de alguns hospitais e asilos do país.
A carta será lida nas missas da Diocese de Shrewsbury no fim de semana do domingo 29 de junho, festa dos Apóstolos Pedro e Paulo.


***

Carta Pastoral
O grande desafio para a nossa geração

Para ser lido na missa em todas as igrejas e capelas da Diocese na Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, em 29 de junho de 2014

Caros irmãos e irmãs,

Escrevo na festa dos Apóstolos Pedro e Paulo, quando ouvimos no Evangelho a grande promessa de Nosso Senhor a Simão Pedro:
“Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. E as portas do inferno não prevalecerão sobre ela “(Mt 16:18).

O século passado foi marcado pelo surgimento de ideologias desumanas e tal derramamento de sangue sem precedentes e destruição fez, muitas vezes, parecer que “as portas do inferno” tinham prevalecido. No entanto, os sucessores de São Pedro, na Santa Sé de Roma, estiveram na vanguarda da defesa da vida humana, na defesa do valor de cada pessoa humana. Eles proclamam o Evangelho da Vida, em face do que São João Paulo II descreveu como “a cultura da morte”. Hoje, essa cultura de morte se manifesta na destruição escondida do nascituro em escala industrial, e na ameaça do assassinato de doentes e idosos, que seus defensores perversamente chamam de “misericórdia”.

O Papa Francisco dá prosseguimento a esse testemunho inabalável no nosso tempo, com suas palavras e gestos, afirmando o valor eterno de cada ser humano, especialmente os mais fracos e os mais frágeis. Em sua Exortação mais recente, o Santo Padre nos convida a estar atentos às novas formas de pobreza e vulnerabilidade. Papa Francisco fala especificamente dos idosos.

“Cada vez mais sós e abandonados” e dos filhos que ainda não nasceram “os mais inermes e inocentes de todos ” (Evangelii Gaudium n. 210, 213).

Não preciso lembrá-los da preocupação generalizada sobre os maus-tratos dos idosos e daqueles que estão no fim da vida em alguns dos nossos asilos e hospitais – apesar das pessoas dedicadas que trabalham nestas áreas da saúde. Parece ainda mais incompreensível, considerar uma mudança na lei para diminuir a proteção dada aos mais vulneráveis.

No mês que vem um projeto de lei para legalizar o “suicídio assistido” àqueles que estão no fim da vida começa a tramitar no Parlamento. A legislação será apresentada como uma medida “compassiva”, cujo único objetivo é aliviar o sofrimento dos doentes e os idosos. No entanto, está longe de ser compassivo retirar as proteções legais previstas para os membros mais vulneráveis da sociedade. A proposta de alteração nas leis visa licenciar os médicos para fornecer drogas letais que ajudem nas mortes daqueles cuja expectativa de vida é de seis meses ou menos. Se o Parlamento permite exceções às leis que protegem a própria santidade da vida humana, seria impossível prever onde isso acabará. Em 1967, os políticos que legalizaram o assassinato de crianças não nascidas em circunstâncias limitadas e excepcionais não previram que violar a santidade da vida humana levaria à destruição gratuita de milhões de vidas. Não é de surpreender que muitas pessoas vulneráveis, incluindo pessoas com deficiência, sejam hoje levadas em consideração por Lord Falconer no projeto “suicídio assistido”. Pode parecer razoável falar de “opção pelo fim da vida” – como os ativistas de eutanásia fazem – mas que escolha será deixada para muitos?

As recentes comemorações do Dia D nos fez recordar que a geração anterior estava pronta para enfrentar a morte em defesa da vida e da dignidade humana, o que no período da guerra o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Winston Churchill, descreveu como uma batalha pela sobrevivência da “Civilização cristã” (House of Commons, 18 de junho de 1940). Foi a fé cristã, que nos levou a reconhecer a santidade de cada vida humana, o valor de cada pessoa humana. Na busca pela definição indescritível dos “valores britânicos”, os nossos líderes políticos precisam olhar mais para os fundamentos da nossa sociedade. E enquanto recordamos o heroísmo de gerações anteriores, não devemos deixar de reconhecer o grande desafio para a nossa geração. Somos chamados agora a defender a santidade da vida humana em meio às crescentes ameaças contra ela.

Defendender o valor da vida e da dignidade de cada pessoa humana, desde a sua concepção até a sua morte natural, representa a grande batalha da nossa vida, uma batalha que deve lutar com as armas da paz. Juntos com o Papa Francisco, o Sucessor do Apóstolo Pedro, possamos finalmente repetir as palavras do apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (2 Tim 4:7)

Que assim seja, para cada um de nós. Com a minha bênção,
+ Mark
Bispo de Shrewsbury

Se tem festa, tem que ter camisinha?

Está semana estive hospedada em um Hotel, na cidade de Mossoró, e fui surpreendida no hall do mesmo, com um cartaz que dizia: “Se tem festa, tem que ter camisinha”. E logo abaixo: “não importa a balada, nem onde, nem com quem, o importante é usar camisinha”.

Cartaz da Campanha

Cartaz da Campanha

Fiquei meditando sobre o valor que tem a pessoa humana aos olhos dos grupos que realizam estas campanhas, e como podemos aceitar que governos as realizem dizendo, principalmente aos nossos jovens, que onde estiverem com quem encontrarem, podem se comportar como animais, e transarem a vontade, contudo que usem camisinha.

Foco na mensagem

Foco na mensagem

Vejo este tipo de campanha como uma afronta ao valor do nosso corpo, da pessoa, que não é “coisa” de uso, que podemos sair oferecendo a quem quiser, e que a única preocupação seja a possível proteção a doenças sexualmente transmissíveis. Que o único fator determinante para um jovem ter relação sexual é ter uma camisinha em seu bolso (?).

Como posso admitir, e não me indignar com um governo que não está preocupada com os sentimentos de tantas jovens, que se sentem objeto de prazer para outros jovens. Como não me indignar ao ver um governo que não se compromete com a dignidade da pessoa, em relação a sua sexualidade, tratando-a como genitalidade, e desta forma reduzindo uma expressão de amor a simples minutos ou segundos de prazer. Como não me indignar com um governo que deveria olhar para as famílias e respeitar seus filhos, e não incentivá-los a promiscuidade. Como não me indignar com os que participam da elaboração destas campanhas, e que não se preocupam com os traumas que atingem os nossos jovens por se sentirem tratados como coisas, e que enchem os consultórios dos psicólogos em busca do sentido de suas vidas? Sentido da vida que só acharão quando olharem para dentro de si e descobrirem o seu valor como pessoa e ser acolhidos como tal.

A pessoa humana foi criada para amar, e o sentido da palavra amar quer dizer: conhecer e doar-se ao outro, se comprometer, sentir-se acolhido(a) e acolher. A sexualidade é bela, quando vivida como expressão do amor entre o homem e a mulher, que se complementam, se casam, se comprometem, cuidam um do outro, ou seja, acontece a Kenosis que é próprio de quem se ama.

Que tipo de homens e mulheres estamos formando em nosso país? Que cultura do uso e descartável estamos formando nossos jovens? Porque é esta juventude, formada no relativismo e coisificação das pessoas, de onde um dia sairão os governantes, os profissionais liberais, as mães e pais de amanhã.

É necessário que questionemos as campanhas realizadas em nosso país, que infelizmente, são pensadas e realizadas por pessoas que não conhece o seu valor, sua verdadeira dignidade, e como não tem este olhar para si, não podem ter para os outros.

Que possamos dizer com palavras e testemunho aos nossos jovens, que estas campanhas trazem um grande equívoco sobre a sexualidade, e que eles se divirtam, dancem, conheçam pessoas, namorem, sorriam e respeitem o seu corpo e o do outro, e não se deixem levar por propagandas que querem apenas vender camisinhas, cumprir acordos e contratos realizados entre partes e governos.

Que Deus nos abençoe e nos guarde.

Janet Melo de Saboia Alves
Co-fundadora da Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia

Maioria dos povos do mundo recusa o aborto e a agenda ideológica

Nenhum dos 40 países de todos os continentes que foram sondados pelo Pew Research Center aprovou a afirmação de que o aborto é moralmente aceitável, noticiou a agência LifeSiteNews

Em 13 países a oposição ao aborto venceu na proporção de três a um. As nações com menos tolerância ao crime do aborto foram as Filipinas, Gana, Indonésia, Uganda, e El Salvador.

A maior parte dos povos consultados também qualificou a homossexualidade de moralmente inaceitável. Segundo o inquérito Pew Research Center’s 2013 Global Attitudes, em 22 das nações analisadas a maioria se opõe à homossexualidade por razões morais.

A homossexualidade só foi julgado moralmente aceitável na República Checa, Espanha e Alemanha.

“Os resultados da enquete do Pew são surpreendentes” declarou Adam Cassandra, diretor de comunicações da Human Life International, ao LifeSiteNews. De fato, o instituto Pew está muito longe de ser suspeito de propensões pelo conservadorismo ou pela moralidade.

“Os missionários do Human Life International vinham observando estas tendências pelo mundo todo. Os países em desenvolvimento ainda mantêm os valores morais tradicionais. Porém, a moralidade está declinando nos países mais ocidentalizados”.

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Nos EUA, 49% julgaram o aborto inaceitável do ponto de vista moral e 17% disseram ser uma opção ética. E 23% acharam que não é uma questão moral.

O país está no 27º lugar na rejeição ao aborto, bem atrás do Brasil, da África do Sul e dos territórios Palestinos. Porém, sua desaprovação ao aborto é maior que a da China, do Japão, da Austrália, de Israel e da Grã-Bretanha.

Na China, onde o aborto é feito compulsoriamente pela polícia socialista, mais chineses acreditam ser imoral (37%) que moral (29%) ou são indiferentes (20%).

A França apresentou o menor índice de rejeição à matança de fetos: apenas 14% disseram ser imoral e 38% acharam ser moral.

Tratando do polêmico “casamento” homossexual, a sondagem do Pew constatou que mais norte-americanos acham o homossexualismo imoral (37%) do que moralmente aceitável (23%), ou que não é uma questão moral (35%).

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“Não há dúvida de que os princípios religiosos e a existência de famílias solidamente constituídas exercem a maior influência para proteger os valores morais na África, na Ásia e na América Latina”, disse Cassandra a LifeSiteNews.

“Durante décadas, as populações dessas partes do mundo vieram sendo alvo de campanhas de ONGs e órgãos de governos que gastaram bilhões de dólares para destruir a família por meio do controle da natalidade e do aborto, e para impor mudanças nos valores tradicionais, condicionando imoralmente sua ajuda ao desenvolvimento. Mas, como pudemos recentemente observar em vários países da África, há ainda líderes políticos mais interessados em obedecer a Deus do que comprometer seus valores em troca de ajuda financeira e promoção midiática”, concluiu.

Fonte: Mídias Sem Máscara

Aborto passa a ser financiado pelo estado brasileiro na rede pública de saúde

Dilma Roussef sancionou a Lei 12.485, abrindo assim brechas para a prática do aborto no sistema SUS, com recurso público. Publicação da Portaria nº 415, de 21 de maio de 2014

Por Prof. Hermes Rodrigues Nery

SãO PAULO, 24 de Maio de 2014 (Zenit.org) – Os organismos que estão trabalhando internacionalmente pela aprovação do aborto são as Fundações (que planejam e financiam as ações) e as organizações não governamentais (que as executam) e que promovem tudo isso com enormes somas de dinheiro, como as Fundações Ford, Rockefeller, MacArthur, a Buffet (entre as fundações), e a International Planned Parenthood Federation (IPPF, que tem filiais em quase 150 países), a Rede Feminista de Direitos Sexuais e Reprodutivos, as Católicas pelo Direito de Decidir (que não são católicas, mas usam o nome para confundir principalmente os católicos), a Sociedade de Bem-Estar Familiar no Brasil (Benfam) e a International Pregnancy Advisory Services (IPAS), entre as ONGs. 

A filial norte-americana da IPPF, por exemplo, detém uma rede que abarca 20% de todas as clínicas abortistas dos Estados Unidos. Segundo a fundadora das falsas “Católicas pelo Direito de Decidir”, Frances Kissling, a IPPF só trabalhou na propaganda pela legalização da prática do aborto nos EUA, mas não queria entrar diretamente no negócio das clínicas “para não ser estigmatizadas” pelo público. Mas, numa longa entrevista tornada pública, ela mesma conta que as Fundações que financiam as atividades da IPPF obrigaram-na a entrar diretamente na estruturação e gerência da própria prática do aborto, tornando-se hoje a maior promotora de abortos na América e no mundo.

Argumento dos direitos reprodutivos

O argumento, portanto, dos direitos reprodutivos não passa de retórica, que seduz os desinformados (entre eles, os políticos), em prejuízo de muitos, especialmente as mulheres pobres, que são as mais vitimadas por essa lógica inumana.No Brasil a Fundação MacArthur, por exemplo, desde 1988, decidiu investir em programas de controle populacional, em nosso no País, alimentando várias OnGs para esta finalidade. No ano seguinte, em São Paulo, a então prefeita do PT, Luiza Erundina (hoje deputada nesta Casa) estabeleceu o primeiro serviço brasileiro de abortos em casos de estupro, no Hospital Jabaquara, dando início assim a uma rede que vem até hoje se ampliando e trabalhando com o objetivo de legalizar o aborto no Brasil, utilizando a estratégia de oferecer serviços de abortos nos casos não punitivos pela lei, que eles chamam de “aborto legal”, quando não é legal, pois ele continua sendo crime no Código Penal. E agora querem também de alguma forma flexibilizar a legislação, nesse sentido, com a reforma do Código Penal.

Investimentos para “capacitar” médicos brasileiros

Os médicos brasileiros passaram a fazer parte de “capacitações” para aceitarem gradativamente a lógica do “aborto legal” iniciado no Hospital Jabaquara, depois também no Hospital Pérola Byington, em São Paulo, no CAISM (Centro de Atendimento Integral à Saúde da Mulher), sob a direção do Dr. Aníbal Faúndes, e membro do Conselho Populacional de Nova York. 

A mesma Fundação MacArthur de Chicago investiu nos Foruns para o Atendimento aos Abortos Previstos por Lei, em congressos anuais, com profissionais da Saúde e organizações feministas. Vê-se que nesse processo e contexto, o atual governo brasileiro é o mais comprometido com esta agenda, até hoje. 

Da banalização à legalização do aborto

Mas foi em 1996, após os acordos de Glen Cove entre o FNUAP, OnGs e Comitês de Direitos Humanos, que foi possível expandir os serviços de “aborto legal” no Brasil, criando assim o ambiente cada vez mais favorável principalmente entre os médicos para a banalização da prática do aborto, até chegar a plena legalização. Muitos acreditam estar trabalhando realmente em defesa dos interesses das mulheres, mas não têm o conhecimento mais a fundo da questão, e com isso favorecem os interesses das Fundações internacionais.

Em 1998, na gestão do Ministro José Serra (PSDB), tais grupos influíram para que o Ministério da Saúde adotasse a primeira Norma Técnica que permitisse, com uma medida do Executivo, ampliar tais serviços nos hospitais brasileiros. Para se ter uma ideia, pela Norma Técnica a mulher estaria dispensada de apresentar exame de corpo de delito para comprovar o estupro e solicitar um aborto, exigindo apenas a apresentação de um Boletim de Ocorrência, que pode ser obtido em qualquer delegacia de polícia sem necessidade da apresentação de provas.

Mais uma brecha, mais um ardil, fazendo avançar a agenda abortista, com o apoio do governo!Hoje há em nosso País uma rede de hospitais equipados para tais serviços, favorecidos não apenas por aquela Norma Técnica, como outras que vieram posteriormente. A 2ª Norma Técnica, eliminou a exigência do Boletim de Ocorrência e limitou a objeção de consciência. O médico, por exemplo, que está sozinho no serviço de emergência, tem que fazer o aborto. Se não fizer pode ser processado, por omissão de socorro.

É isso: Primeiro tem que matar, depois curar os outros.E assim, de todas as formas, o governo brasileiro buscou driblar as restrições legais, obcecado que está em cumprir seus compromissos com as agências da ONU e grupos internacionais, desde 2005, de modo mais acentuado (como comprova farta documentação), muito foi feito nesse sentido pelo Governo Lula, cujo partido do Presidente Lula e de Dilma Roussef chegou a punir dois deputados federais do próprio PT, de marcada atuação em defesa da vida.

Grupo de estudo para implantar o aborto

Em 2007, foi criado o GEA (Grupo de Estudos sobre o Aborto) que diz em seu próprio site, que é “uma entidade multidisciplinar que reúne médicos, juristas, antropólogos, movimentos de mulheres, psicólogas, biólogos e outras atividades. Não é uma OnG e não tem verbas próprias. Conta com inestimável apoio do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Seu foco é capilarizar a discussão do tema ABORTO sob o prisma da Saúde Pública e retirá-lo da esfera do crime.”.

Ainda em 2010, o coordenador do Grupo de Estudos para legalizar o aborto no Brasil, constituído pelo governo brasileiro, pago com recurso público, disse que a intenção não é apenas despenalizar o aborto, mas “a ideia é ir mais longe e não fazer mais do aborto um crime”. Grupo este formado por militantes e OnGs que promovem o aborto no Brasil, inclusive faz parte o Dr. Adson França, representante do Ministério da Saúde.

Aborto pago com recursos públicos

É preciso que o aborto não seja mais tido como crime para, anestesiada a consciência moral, utilizar então o Estado com recurso público a perpetrar este abominável atentado contra a vida, sem que haja resistência e restrição legal. O Estado que é constituído para defender a vida e a família, acaba portanto se voltando contra a vida e a família, como um Leviatã que oprime até a morte, por pressão das forças globalistas. E com os eufemismos, a retórica e a demagogia, invertem todos os conceitos. Descriminalizado, sem restrição legal, a defesa do aborto passa a ser a defesa de saúde pública.

Pílula do dia seguinte

O SUS então passa a fornecer abortivos químicos (a exemplo da pílula do dia seguinte), como explica o Dr. Ives Gandra da Silva Martins, “à custa de perigosa intoxicação da mulher, por vezes com conseqüencias desastrosas para a sua saúde”. Mata a criança no ventre materno e provoca danos á saúde da mulher, ao corpo e a alma da mulher. Pois os efeitos pós-abortos são causas, muitas vezes, da depressão, da angústia, de graves problemas psíquicos e até mesmo o suicídio.

Por isso, reafirmamos, que mente descaradamente o governo brasileiro quando diz que não está comprometido com esta agenda. Como fez a então candidata Dilma Roussef, em 2010, sobre esta matéria. Ainda no segundo turno, ela assinou uma carta compromisso de que era contra o aborto, dizendo ipsis literis: ““Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto. Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no país.”

Pois não é o que fez a sra. Presidente da República nesta matéria. As iniciativas que visam legalizar o aborto no Brasil têm vindo do Executivo, com a complacência e a conivência do Judiciário. Como há pouco me lembrou o Dr. Paulo Fernando Mello Costa, aqui presente, sugiro que assistam ao vídeo que ele fez, “Dilma Mãe do Brasil”, disponível no youtube.

Pressões no Congresso

Temos acompanhado, há alguns anos, o trabalho desta Casa de Leis e visto os esforços de parlamentares para aplacar a sede do sangue inocente. Mas as pressões não cessam, cada vez mais intensas, promovidas, estimuladas, de modo sutil e sofisticado, e também muito bem planejado e financiado pelas fundações internacionais e por vários setores do governo federal, inclusive do Ministério da Saúde, que recentemente encaminhou a esta Casa de Leis o então PLC 03, hoje lei 12.485, que foi vergonhosa e sorrateiramente tramitada e votada sem deliberação, sem sequer que os deputados percebessem a armadilha e deixassem escapar o ardil do governo, mostrou o seu desprezo à população (a maioria contra o aborto e pela vida), a Presidente sancionou a Lei 12.485, abrindo assim brechas para a prática do aborto no sistema SUS, com recurso público.

Aborto financiado pelo Estado

Agora, com a publicação da Portaria nº 415, de 21 de maio de 2014, o aborto passa a ser fato, financiado pelo estado brasileiro na rede pública de saúde. Com a Lei 12.485, o Ministério da Saúde, utilizando-se das Normas Técnicas já aprovadas, e agora com o endosso da Presidência da República, todos os hospitais do Brasil, independentemente de se tratarem de hospitais religiosos ou contrários ao aborto, serão obrigados a encaminhar as vítimas de violência à prática do aborto.

O projeto não contempla a possibilidade da objeção de consciência. Na sua versão original, o artigo terceiro do projeto afirmava que o atendimento deveria ser imediato.A partir da sanção presidencial e agora com a publicação da Portaria nº 415/2014, bastará apenas a palavra da mulher pedindo um aborto, e os médicos terão obrigação de aceitá-la, a menos que possam provar o contrário, o que dificilmente acontece. Mas pelo menos a mulher deveria afirmar que havia sido estuprada. Agora não será mais necessário afirmar um estupro para obter um aborto. Bastará afirmar que o ato sexual não havia sido consentido, o que nunca será possível provar que tenha sido inverídico. A técnica de ampliar o significado das exceções para os casos de aborto até torná-las tão amplas que na prática possam abranger todos os casos é recomendada pelos principais manuais das fundações internacionais que orientam as ONGs por elas financiadas. Com isto elas pretendem chegar, gradualmente, através de sucessivas regulamentações legais, até a completa legalização do aborto.

(Texto enviado a ZENIT pelo Prof. Hermes Rodrigues Nery, membro da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB)