“Se vivermos a fé na vida diária, o próprio trabalho torna-se uma oportunidade para transmitir a alegria de sermos cristãos” (Papa Francisco)

“Se vivermos a fé na vida diária, o próprio trabalho torna-se uma oportunidade para transmitir a alegria de sermos cristãos” (Papa Francisco)

Ao ler esta frase do Papa Francisco fiquei a meditar o que o Senhor deseja nos falar com palavras tão fortes e sábias.

Primeiro ele nos chama a vivermos a Fé. Como Igreja acabamos de encerrar o ano da fé, onde o nosso querido Papa Bento XVI nos ensinou o que era fé e nos chamava a vivê-la, concretamente em nossa vidas. Nós meditamos em seus ensinamentos que a fé é um dom, sendo assim, é um presente dado por Deus, que precisamos pedir e acolher. Ter fé vai além de um devocionismo superficial, onde digo que tenho fé porque irei fazer um pedido ao Senhor e Ele me concederá. Não estou dizendo que não podemos pedir-Lhe, mas é colocar as nossas situações diante d’Ele, com a certeza que fará o melhor. A Fé é uma adesão a uma proposta. Desta forma, para que eu tenha fé, é necessário primeiro que conheça a Jesus Cristo, o qual, através dos seus  ensinamentos, da experiência pessoal com Ele, vou aderir a sua proposta para minha vida, pois para ter fé, para ser cristão devemos primeiro aderir a minha vida,configurá-la a minha vida com a de Jesus, e concretamente transbordar em todo o meu ser; desde minha forma de pensar, vestir, falar, acolher, perdoar, alegrar-se, chorar, silenciar, vivência da castidade, de olhar… é SER, deixar que Cristo viva em nós.

Somos chamados a vivermos na fé em Cristo, em nosso dia a dia, começando em nossas casas, com os nossos parentes, em nosso trabalho, nas ruas, em nosso lazer. Como falamos a pouco, devemos SER CRISTÃOS, alegres pela nossa adesão ao chamado de Cristo. A nossa alegria deve contagiar o mundo, que precisa descobrir no testemunho de nossas vidas, Cristo que vive em nós. Pregar A Palavra, não só com palavras, mas com o testemunho.

São Paulo nos diz que toda a natureza geme em dores de parto a espera da manifestação dos filhos de Deus. O homem de hoje sofre, geme, das mais diversas formas: seja no consumismo, no individualismo, na vivência da sua sexualidade de forma desordenada, nas drogas, no aborto, no narcisismo, no hedonismo, entre outras desordens, e isto acontece porque ele está a procura da sua verdadeira identidade, que só irá descobrir em Deus. E nós cristãos somos os portadores desta Boa Nova para o mundo de hoje.

Não tenhamos medo de aderir ao chamado de Deus, de SER CRISTÃOS, que alegremente e com liberdade gritam ao mundo, com suas vidas: vale a pena SER cristão, deixar tudo e seguir a Cristo, o Tudo.

Que Nossa Senhora, Mãe da Divina Misericórdia, interceda por nós, para que possamos SER cristãos, acolhendo a vontade do Pai.

Janet Alves
Membro da Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia

Adoção gay: “Toda criança tem direito a um pai e a uma mãe”, afirma homossexual francês

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Jean-Pier Delaume-Myard, porta-voz da associação francesa Homovox, se pronuncia em defesa da família natural

Por Luca Marcolivio

Ele é declaradamente homossexual, mas o lobby gay o considera um traidor. Seu crime: achar que o casamento é prerrogativa exclusiva do casal formado por um homem e uma mulher e, principalmente, defender o direito das crianças a ser criadas por pai e mãe.Jean-Pier Delaume-Myard foi o protagonista da fala mais interessante da edição italiana da Manif Pour Tous (“Manifestação para Todos”, movimento surgido na França que exerce o direito democrático de se manifestar nas ruas contra as novas legislações favoráveis ao casamento homossexual e à adoção de crianças por casais do mesmo sexo). 

No último sábado, a manifestação reuniu cerca de 4.000 pessoas em Roma, na maioria jovens e famílias, para expressar oposição ao projeto de lei Scalfarotto. O projeto “contra a homofobia” pretende considerar crime de opinião as posições contrárias ao casamento e adoção de crianças por homossexuais e, mais em geral, as posições contrárias à ideologia de gênero.

Após a entrada em vigor da lei Taubira, na França, Jean-Pier foi vítima de ameaças de morte pela internet. Ele é porta-voz da associação francesa Homovox, representante dos “homossexuais fora da caixa”, ou seja, aqueles que não aderem à chamada “cultura gay”. Seu livro, “Homossexual – Contra o casamento para todos”, foi censurado pela mídia por pressão de grupos LGBT. “Quem é mais homofóbico, a Manif Pour Tous ou eles?”, questionou, com amarga ironia, diante da multidão reunida na praça Santi Apostoli.

Jean-Pier é homossexual, mas não se diz orgulhoso dessa inclinação e sim “um pouco envergonhado”. É católico, mas a sua batalha é laica, civil e aconfessional, de acordo com o espírito da Manif Pour Tous.

No final de 2012, o governo de François Hollande anunciou a lei Taubira para legalizar o casamento e a adoção de crianças por homossexuais na França. Os meios de comunicação franceses se alinharam quase unanimemente a favor, mas o porta-voz da Homovox declara: “Na verdade, eles estavam roubando a minha voz, a nossa voz, de nós, homossexuais, que não tínhamos pedido nada disso”.

Jean-Pier decidiu então escrever para o site Nouvelle ObservateurSua carta intitulada “Sou homossexual, não gay: chega dessa confusão!” atraiu mais de 110 mil visitas.

O ativista da Homovox acusa o lobby gay de marginalizar ainda mais os homossexuais, minando a sua aceitação social. “Os gays evocam uma cultura gay, um estilo de vida gay. Eles querem que o açougueiro, o padeiro, o vendedor de jornal sejam todos gays. Eles querem viver com outros gays… Já eu, como homossexual e como um indivíduo de uma nação, sempre fiz a escolha de agir sem me preocupar com a orientação sexual dos outros”.

Ele faz uma nova pergunta incômoda: “Por que eles querem uma lei a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo? Para as pessoas homossexuais ou para as centenas de gays que vivem nas áreas chiques de Paris?”.

O direito de casais homossexuais a adotar crianças, opina Jean-Pier, é “a folha de parreira” que esconde “a floresta da maternidade sub-rogada e da reprodução assistida”, projeto de lei a ser discutido pelo parlamento francês em março.

“Eu luto em consciência e com todas as minhas forças para que cada criança tenha mãe e pai”, diz ele. “Se eu fosse heterossexual, teria esse mesmo objetivo, ou seja, a racionalidade”.

“O meu compromisso não tem nada a ver com a minha orientação sexual. Eu me comprometi porque qualquer um que tem um pouco de compaixão pelos seres humanos não tem como aceitar que uma criança cresça sem pontos de referência sociais”.

Uma criança, afirma Jean-Pier, não pode ser privada do afeto materno nem ser obrigada a perguntar um dia que era a sua mãe. Uma criança “não é moeda de troca, é um ser humano que tem o direito de saber a origem cultural, geográfica, social e religiosa dos seus pais”.

Leis como a Taubira na França e a Scalfarotto na Itália farão com que “os homossexuais paguem o preço, porque são essas leis que estão criando homofobia”. Os governos que endossam essas mudanças não têm “nenhum propósito além de destruir a família”.

Antes de se despedir dos manifestantes sugerindo uma “grande manifestação europeia”, o fundador da Homovox apresentou a sua proposta para as próximas eleições no continente: que os candidatos assinem uma carta “declarando proteger a família e respeitar as pessoas”, porque a família, além de ser “o melhor lugar para crescer e ser educado”, é “a célula fundamental da sociedade” e “garante o futuro e o progresso do país”.

Vida de Oração (Parte 2)

1. Oração Pessoal

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“A oração é um trato de amizade, estando, muitas vezes, a sós, com Quem sabemos que nos ama”.

Como a própria palavra nos diz, é uma oração da pessoa, sozinha, com Deus. É o momento do encontro com o nosso Amigo, nosso Amado, como costumo chamá-lo. Encontro primeiramente de amor, onde eu deixo-me seduzir pela sua voz, e com o coração inflamado de desejo de esta com Jesus, vou ao seu encontro.

É importante fazermos uma programação de horário do nosso dia para este grande encontro, onde teremos, em nossa agenda, aquela hora destinada ao encontro com Deus. Momento de dialogo, ou seja, conversa entre duas pessoas. Onde me coloco diante de Deus e coloco tudo que trago em meu coração, e ouço a sua opinião, os seus conselhos, as suas exortações.

Momento de graça, pois se fomos feitos a imagem e semelhança de Deus, é n’Ele que irei encontrar o meu verdadeiro eu, a minha identidade e dignidade. Ao mesmo tempo, irei perceber que existe muitas coisas em minha vida que não condiz com minha filiação de filho(a) de Deus. E ali já peço que Deus retire todas as “máscaras”, “roupas velhas”, “adereços” que fui colocando ou colocaram em mim, que desfigura a minha verdadeira imagem. Por isso que deveremos ter antes de tudo, quando vamos a oração pessoal, uma disposição de deixar Deus fazer o que Ele desejar, do contrário, iremos até nos encontrar com Deus, mas em nossa liberdade, optamos em continuarmos a pessoa velha.

A oração é uma resposta de amor que se fundamenta, na fé, no amor e na confiança. E a iniciativa é sempre do Amigo. A oração é um ato humano, todas as pessoas rezam, sejam em louvor, com pedidos, ação de graças, mas a qualidade da oração depende da fé e da consciência que temos do nosso interlocutor, Deus.

Mas a oração, como diálogo, nós falamos, mas devemos escutar o que Deus tem para nos falar, pois Ele deseja falar conosco, quer nos dizer o quanto nos ama e como nos ama, quer manifestar a sua vontade e o que devemos fazer.

“Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e Amor no meio da provação e da alegria; enfim, é algo de grande, de sobrenatural, que me dilata a alma e me une a Jesus” (Santa Teresinha)

Santa Teresa D’Ávila nos fala que a oração é a entrada no castelo interior, que irá nos conduzir ao átrio do mesmo, e lá encontramos com Jesus.

Adentrar no castelo interior, passar pelas suas várias moradas, encontrar-se com o Rei, não é, não ter mais pecados, mais é caminho de conversão, de desejar fazer a vontade de Deus, diariamente, e configurar-se a Cristo. A cada encontro o próprio Deus irá realizar a sua obra salvífica em nós. Somos chamados a acreditar e acolher a vontade de Deus, na humildade e obediência como Maria Santíssima.

Já Santa Teresinha de Lisieux nos diz que a oração é como tirar água de um posso, e temos, no decorrer da nossa vida de oração, degraus a percorrer. Ela fala de quatro degraus da vida de oração:

1º grau: “Os que começam a ter oração, podemos dizer que são os que tiram água do poço, o que dá muito trabalho, e que se hão-de cansar em recolher os sentidos…”

No início da nossa caminhada na vida de oração fazemos um esforço muito grande, utilizando a nossa inteligência e sentidos.

2º grauFalemos agora do segundo modo de tirar água… “para que, com o engenho de um torno e alcatruzes, o jardineiro tire mais água e com menos esforço, e assim possa descansar mais sem estar sempre a trabalhar.”

E o grau onde iremos para oração, mas o esforço não é mais tão humano, já conseguimos uma quietude diante de Deus. Diferente do primeiro grau, que ainda tenho necessidade de demonstrar muitas coisas ao Senhor.

3º grauVamos falar agora da terceira água com que se rega esta horta, que é água corrente do rio ou de uma fonte, com a qual se rega mais com menos trabalho, ainda que dê algum com o encaminhar da água. Quer o Senhor aqui ajudar o hortelão, de forma que Ele se torna o hortelão e o que faz tudo…”

Podemos comparar a uma plantação que utilizaremos motor para retirar a água do poço e levá-la com canos de irrigação. Nós ainda utilizamos nossa inteligência no encontro com Jesus, mas não fazemos quase nenhum esforço humano.Lembrando sempre que a terra a ser irrigada é o nosso coração.

4º grau“Pode-se regar com o muito chover, que o rega é Senhor sem nenhum trabalho nosso, e é sem comparação muito melhor do que tudo o que fica dito… Falando desta água que vem do céu, para com a sua abundância encher e fartar toda esta horta de água, e se nunca deixar de dar tudo ao Senhor… nunca lhe faltarão flores e frutos…”

Percebemos que todas as graças de nossa vida de oração vem de Deus, e quanto mais nos lançamos em confiança em seus braços e deixamos que Ele guie a nossa oração e vida, mais frutos de amor e misericórdia contemplaremos em nossa vida. É a maturidade na vida de oração. É ser crianças nos braços de Deus. A alma apenas deixar-se amar pelo Amado. Deixa que Ele adentre o mais profundo do seu ser, como um mergulhador nas profundezas do oceano que vai revelando os tesouros ali escondidos. É deixar que entre nos túmulos presentes em nosso ser, e nos pegue pelo punho, e nos ressuscite com Ele.

Na vida de oração devemos nos deixar modelar nas mãos de Deus, como um barro nas mãos do oleiro.

Janet Alves
Formadora Geral da Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia

Diretor da estreia Blood Money explica porque condena o aborto, mesmo em caso de estupro

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Em entrevista, O diretor David K. Kyle justifica as suas opiniões sobre o aborto, na ocasião do lançamento de Blood Money – Aborto Legalizado.

por Bruno Carmelo

Estreia nesta sexta-feira o documentário Blood Money – Aborto Legalizado, dirigido pelo americano David K. Kyle. O filme é um ataque feroz à prática do aborto legalizado nos Estados Unidos, considerado como uma indústria sanguinária financiada com dinheiro público. O filme adota posturas muito polêmicas, dizendo que preservativos são falhos e incentivam o sexo sem fins de procriação, que toda experiência de aborto leva ao arrependimento da mulher e que a prática legal do aborto seria pior do que a escravidão, e comparável ao nazismo, por tentar dizimar bebês.

Diante de tamanha controvérsia, o diretor conversou em exclusividade com o AdoroCinema sobre o seu filme, explicando porque condena o aborto, mesmo em caso de estupro, e porque evitou o discurso religioso no documentário.

Qual é o público-alvo do seu filme?

Bom, este filme pode dialogar com qualquer um, independentemente da opinião sobre o aborto. Se a pessoa já é contra o aborto e assiste ao filme, nós esperamos que ela aprenda ainda mais sobre o assunto, porque a verdade é que a vida nasce desde a concepção, e que as mulheres têm problemas depois do aborto. É importantíssimo que as pessoas saibam disso. É isso que as pessoas pró-morte não querem que a população descubra, porque senão todos vão passar a defender a vida. E os pró-morte poderão pensar sobre o assunto, e descobrir o que realmente se passa dentro de uma clínica de aborto.

O filme defende vários dogmas cristãos, mas nunca fala em nome de nenhuma religião. Por quê?

Bom, nos Estados Unidos, se você faz um filme religioso, ele imediatamente será ignorado pelas mídias. Pode-se pensar que este tema é religioso, mas ele diz respeito a todo mundo, porque fala sobre a vida humana. E o maior direito de todas as pessoas é o direito à vida. Que você tenha uma religião ou não, você pode concordar com a ideia que todas as formas de vida são válidas.

No Brasil, um aspecto particularmente delicado na discussão sobre o aborto diz respeito ao estupro. A legislação brasileira permite o aborto em caso de estupro, por estimar que seria um sofrimento muito grande à mulher ter um filho que fosse fruto de tamanha violência. Você não cita nenhum caso de estupro no filme. Qual é a sua opinião a esse respeito?

Claro, a experiência é traumática, mas eu conheço mulheres que foram estupradas, e que escolheram a vida. A criança pode ter sido fruto de um estupro, mas ela ainda tem direito à vida, ela não pode ser sentenciada à morte. Além disso, o aborto também é uma experiência traumática. Se a mulher foi estuprada, não é correto submetê-la a outro trauma, que seria o aborto. Eu falo por experiência, pelos casos que vi acontecer nos Estados Unidos. Uma mulher pode ter esse filho, e tudo correr bem.

Mas você não acha que ter este filho, que não é fruto do amor, não seria um trauma ainda maior para a mãe? Ela teria que se lembrar sempre da violência que sofreu.

Bom, se uma mulher foi estuprada, ela já vai se lembrar disso a vida inteira, de qualquer maneira. Agora pelo menos ela tem algo que pode ajudá-la, ela tem esse bebê para amar, e isso pode tornar a sua vida melhor. Esta pode ser uma nova experiência, depois de uma violência tão terrível.

Quais foram as reações ao seu filme nos países por onde passou?

As reações foram muito positivas. Algumas pessoas ficaram chocadas, fizeram muitas perguntas. Inclusive, uma jornalista que defendia o aborto viu o filme e veio conversar comigo. Ela disse que não tinha mudado de ideia, mas que o documentário tinha apresentado pontos de vista que ela não conhecia, e que agora ela pensava melhor no assunto. A minha esperança é que ela continue a pensar no tema, faça algumas pesquisas, converse com outras pessoas e que talvez mude de ideia.

É curioso que você não tenha colocado nenhuma opinião favorável ao aborto no filme, nem que fosse para explicar porque estas ideias não são válidas.

Bom, eu não pretendia de maneira alguma defender as posições pró-aborto, não queria dar ainda mais espaço a elas. Além disso, nenhuma pessoa pró-morte aceitaria dar um depoimento no meu filme. Planned Paranthood (clínica que realiza abortos e distribui preservativos nos Estados Unidos) jamais aceitaria falar no filme. E eu não quero enganar ninguém, não quero manipular ninguém. Se alguma pessoa pró-morte falasse, ela teria que saber que seria em um filme pró-vida. Eu até cheguei a entrevistar uma pessoa que defendia o aborto, mas decidi que não deveria manter este único depoimento no filme, não fazia sentido. E eu não queria atacar a imagem de ninguém. Eu sou contra uma ideia, não contra pessoas.

Claro, mas no final, o discurso é claramente contrário aos democratas. Você ataca em especial Barack Obama, não é?

Os democratas têm uma tendência muito maior a defender o aborto. Quando você vê o Obamacare (plano de saúde instituído por Obama), ele financia abortos em Estados onde isso é legalizado. Os americanos estão pagando, com os seus impostos, pelo aborto. Mesmo que eles sejam contrários a isso, eles estão financiando esta prática. Isso é um absurdo, forçar as pessoas a financiar algo com que não concordem.

O potencial abortivo do Dispositivo Intrauterino (DIU)

DIU

Além de matar o embrião, o DIU produz efeitos “secundários” e esterilidade provocados por seu uso, chegando em alguns casos, inclusive à morte da usuária em alguns casos, inclusive até a morte da usurária

É inadmissível a afirmação de que o DIU não é abortivo, quando as próprias revistas especializadas e até a Organização Mundial da Saúde em seus informes ao respeito, assim o reconhecem explicitamente. Tanto é assim, que enquanto o aborto foi ilegal nos Estados Unidos também estava proibida sua comercialização e implantação .

O Laboratório que fabrica e distribui o Para Gard, DIU de última geração, modelo T 380 A nos Estados Unidos, distribui de forma obrigatória, um formulário com uma extensão de 11 páginas, de caráter de declaração jurada, a que deve ser rubricada pela interessada em sua colocação, em 12 oportunidades. Na mesma, há informações sobre todas as contra-indicações e efeitos colaterais que o DIU pode causar.

Lembramos que o nome T de cobre lhe é dado por causa da membrana galvanizada de cobre que recobre o corpo plástico em forma de “T” que tem o dispositivo.

Por suas características anatômicas, advertem que o DIU não é um dispositivo de barreira, quer dizer, não impede a livre circulação dos espermatozóides até encontrar-se com o óvulo. Sua função, na realidade, é, como agente exógeno ao organismo feminino, produzir irritação e inflamação nas paredes internas do útero (endométrio), o que lhe torna propenso a contrair uma série de infecções muito delicadas e que impossibilitam que o óvulo fecundado pelo espermatozóide (ovo) possa nidar-se ou implantar-se nessa parede. Isto leva ao desprendimento e que provoque um sangramento intermenstrual no qual é expulso. Ou seja, ocorre um aborto.

A declaração jurada antes mencionada, elaborada pelo próprio Laboratório, explica o efeito da seguinte forma: “Como age o Para Gard: Ainda não se sabe exatamente como o Para Gard impede a gravidez. Foram sugeridas várias teorias, entre elas, a interferência com o transporte, a fecundação e a implantação de espermatozóides. Os estudos clínicos com o DIU portadores de cobre indicam que a fecundação se altera, quer seja porque varia o número de espermatozóides ou pela falta de viabilidade destes. Os DIU não inibem a ovulação (produção e liberação de um óvulo dos ovários). O Para Gard nem sempre evita a produção de gravidez ectópica (a gravidez fora do útero, chamado às vezes gravidez tubária). A gravidez ectópica pode requerer cirurgia e deixar a mulher incapacitada de ter filhos, em alguns casos pode causa a morte”.

“Ainda não se compreende…”, “Foram sugeridas várias teorias…”. Em bom português, vemos que o próprio fabricante reconhece não saber como é o anticoncepcional. Na realidade, porque não o é. E fala de evitar a “implantação de espermatozóides”. Como se o espermatozóide pudesse se implantar por si só no útero!

Mais adiante, a mesma declaração jurada sentença: “Fatores especiais de risco: …Os dados indicam que há mais possibilidades em relação a outras mulheres, de que as usuárias do Para Gard contraiam alguma infecção grave denominada doença inflamatória pélvica (DIP), especialmente se mantiverem relações sexuais com mais de um parceiro. A DIP é o termo médico para designar a infecção da área pélvica superior. Nesta área encontra-se o útero (matriz), as trompas de Falópio, o ovários e os tecidos circundantes (A vaginites, ou infecção local da vagina, não é DIP, mas pode levar a ela). Os estudos realizados indicam que o maior número de casos de DIP ocorrem pouco depois da inserção do DIU e até quatro meses depois. A DIP pode causar obstrução permanente das trompas, esterilidade, gravidez ectópica ou, em raras ocasiões, a morte. Se você tem agora ou já teve alguma DIP, não deve usar o Para Gard. A DIP é uma infecção causada pela gonorréia, clamídias ou outros organismos microscópicos. A DIP normalmente é um doença sexualmente transmissível (DST ou EV)…”

Vemos então, que o DIU não só não é anticoncepcional, como é abortivo, favorece as doenças de inflamação pélvica, a obstrução das trompas de Falópio, a esterilidade definitiva, os sangramentos constantes (e por conseqüências, anemias, debilitamento, etc.) e, em alguns casos, até a morte da usuária.

Muitas coisas se esclarecem quando sabemos que o dono da patente do Para Gard é o próprio Conselho de População, organismo vinculado à Fundação Rockefeller e consultor da ONU, junto ao Gyno Pharma, uma pequena corporação farmacêutica estabelecida como frente a pedido do próprio Conselho de População.

O laboratório Schering Argentina S.A.I.C. comercializa em nosso meio o DIU de terceira geração “NOVAT”, para cuja propaganda acrescenta um rótulo que diz: “Método aprovado pelo Population Council” (Conselho de População).

Para tal fim, publicou uma série de cadernos onde presta informação sobre contraceptivos.

No caderno No 1, intitulado “Contracepção” (escrito por Gerd K. Doring; sem data de publicação), ao referir-se sobre a ação do DIU, diz: “Os anéis intrauterinos e as espirais impedem a implantação do ovo fecundado no endométrio” (pág. 13).

E no caderno No. 4, intitulado “Ginecologia e obstetrícia” (escrito por Adolf Eduard Schindler e Eva-María Schindler; Bs. As. Argentina, 1.989), dedica-se à contracepção pós-coital (págs. 17 a 19), eufemismo para referir-se a métodos e práticas abortivas. Nessas páginas, mencionam o DIU, e entre outras coisas afirma: ” Pode-se obter uma contracepção pós-coital relativamente segura até 4 a 6 dias após o coito sem proteção, mediante a colocação de um DIU…” Desde então, depois de 6 dias, se as condições orgânicas da mulher eram favoráveis, a fecundação já se produziu, já há uma nova vida, já há uma pessoa. Mas ainda não ocorre a nidação do ovo no endométrio, sendo a colocação do Diu viável para impedi-la definitivamente. Estamos simplesmente diante de uma prática abortiva.

Se persistirem as dúvidas, o caderno continua, e ao mencionar as indicações para a colocação do DIU, entre outras, enumera:

“. Planejamento familiar cumprido, mas não se deseja a esterilização;

. Diretamente na interrupção da gravidez;

. Como anticoncepcional pós-coital” (pág. 21-22).

E ao mencionar as complicações possíveis com o uso do DIU, afirma:

“… Inflamação do pescoço e dos genitais internos…

. Perfuração;

. Aumento do índice de gravidez extrauterina;

. Gestações intrauterinas” (pág. 22).

Nos permitimos remeter a um artigo de atualização científica publicado na “Revista da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nacional de Cuyo, República Argentina. 1.989 VOL. XI Nro. 1″

Neste artigo, intitulado “Dispositivo intrauterino e gravide”, encontramos afirmações e sentenças como as seguintes:

. “Se uma portadora de DIU fica grávida, esta situação pode ser complicada, além da posição que possa adotar o casal sobre o futuro da gestação. É muito provável que a gravidez termine em um aborto espontâneo no primeiro ou segundo trimestre… …Se o DIU não for retirado, aproximadamente 50 % das gestações ortotópicas abortam espontaneamente… Ou seja que esta situação representa de 3 a 5 vezes mais que a taxa de abortos espontâneos em usuárias de outros métodos. Alguns estudos evidenciam que mais da metade de tais abortos ocorrem no 2o trimestre. Em 1.984 nos Estados Unidos foi publicado um trabalho sobre 539 mulheres com DIU, que tinham 26 vezes mais probabilidades de ter um aborto espontâneo séptico no 2o trimestre em relação a mulheres grávidas sem DIU. Evidentemente que as complicações infecciosas no 2o trimestre são mais graves que as de aborto espontâneo precoce” (pág. 35).

E continua: “Outro dos problemas que podem ocorrer é o das anomalias congênitas que costumam se apresentar em gestações das portadoras de DIU… Mishell estudou os tecidos expulsos de mulheres que abortaram espontaneamente e eram portadoras de DIU. Em sua estatística, 21 de 110 apresentaram anomalias embrionárias” (pág. 36).

Depois acrescenta: “Se recordamos a ação do DIU, pode-se dizer que este diminui a nidação uterina em 99,5 % e na trompa em 95 %. Portanto, se ocorre uma gravidez com DIU, há maior possibilidade que seja ectópica” (pág. 36).

E remata afirmando: “Há poucos anos chamou a atenção o aumento de E.I.P (doenças de inflamação pélvica) devido às doenças sexualmente transmissíveis e foi sugerido que se produz com maior freqüência em quase 50 % das portadoras de DIU. O teste epidemiológico desta hipótese vem dos estudos que mostram um aumento das taxas com uma maior duração de uso do DIU” (pág. 37).

Termina o artigo: “Por último, duas palavras sobe a recuperação da fertilidade daquelas que abandonam o uso do DIU. A recuperação não depende do tipo de DIU nem do tempo de uso, mas da gravidade do dano que estes causam” (pág. 37).

Assina o artigo o próprio Dr Héctor Osvaldo Lotfi, então, Professor titular de Clínica Ginecológica da Faculdade de Cs. Médicas da U.N.C.- Mendoza – Argentina.

Encíclica Humanae Vitae e a profecia científica sobre os anticoncepcionais

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Apesar de ter sido publicada há 45 anos, a encíclica Humanae Vitae ainda suscita um forte debate. Para alguns, inclusive dentro da Igreja Católica, trata-se de um texto inadequado aos tempos e insuficiente nas respostas, enquanto outros sustentam que se trata de uma encíclica «profética».

Para estes últimos, o Papa Paulo VI fez bem em advertir contra o uso de anticoncepcionais, já que estes são perigosos para a saúde da mulher e para a relação dentro do casal.

Neste contexto, o doutor espanhol José María Simón Castellví, presidente da Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos (FIAMC), escreveu há alguns anos um texto com o título «40 anos depois da Encíclica Humanae Vitae, do ponto de vista médico», no qual se ilustram todos os problemas relativos à saúde da mulher, à contaminação ambiental e ao enfraquecimento e banalização das relações de casal que a pílula contraceptiva provocou.

Sobre esta questão, o dr. Simón Castellví concedeu esta entrevista:

– Os críticos da Humanae Vitae sustentam que os anticoncepcionais trouxeram a emancipação feminina, progresso, saúde médica e ambiental. Mas segundo o informe da FIAMC, isso não é verdade. Pode explicar-nos por quê?

– Simón Castellví: Os anticoncepcionais não são um verdadeiro progresso nem para as mulheres nem para o planeta. Compreendo e sou solidário com as mulheres que deram a vida a muitos filhos, mas a solução não está na contracepção, e sim na regulação natural da fertilidade. Esta respeita os homens e as mulheres. O estudo que apresentamos é científico e nos diz que a pílula é contaminadora e em muitos casos anti-implantatória, ou seja, abortiva.

– O estudo sustenta de fato que a pílula denominada anovulatória, a mais utilizada, que tem como base doses de hormônios de estrogênio e progesterona, funciona em muitos casos com um verdadeiro efeito anti-implantatório. É verdade?

– Simón Castellví: É verdade. Atualmente, a pílula anticoncepcional denominada anovulatória funciona em muitos casos com um verdadeiro efeito anti-implantatório, ou seja, abortivo, porque expele um pequeno embrião humano. E o embrião, inclusive em seus primeiros dias, é um pouco diferente de um óvulo ou célula germinal feminina. Sem essa expulsão, o embrião chegaria a ser um menino ou menina.

O efeito anti-implantatório destas pílulas está reconhecido na literatura científica. Os investigadores o conhecem, está presente nos prospectos dos produtos farmacêuticos dirigidos a evitar uma gravidez, mas a informação não chega ao grande público.

– O estudo em questão sustenta que a grande quantidade de hormônios no ambiente tem um efeito grave de contaminação meio-ambiental que influi na infertilidade masculina. Você poderia nos explicar por quê?

– Simón Castellví: Os hormônios têm um efeito nocivo sobre o fígado, e depois se dispersam no ambiente, contaminando-o. Durante anos de utilização das pílulas anticoncepcionais se verteram toneladas de hormônios no ambiente. Diversos estudos científicos indicam que isso poderia ser um dos motivos do aumento da infertilidade masculina. Pedimos que se façam pesquisas mais precisas sobre os efeitos contaminadores desses hormônios.

– O estudo elaborado pela FIAMC retoma as preocupações expressas em 29 de julho de 2005 pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (International Agency for Research on Cancer), a agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a qual os preparados orais de combinados de estrogênio e progesterona podem ter efeitos cancerígenos. Você poderia ilustrar-nos a gravidade destas implicações?

– Simón Castellví: É grave que se esteja distribuindo um produto não indispensável para a saúde e que poderia ser cancerígeno. Esta não é uma opinião dos médicos católicos, mas da Agência da OMS que luta contra a difusão do câncer. Nós só citamos suas preocupações ao respeito.

– Você e a associação que você representa sustentam que a Humanae Vitae foi profética ao propor os métodos naturais de regulação da fertilidade. Pode explicar-nos por quê?

– Simón Castellví: O Papa Paulo VI foi profético também do ponto de vista científico. Com essa encíclica, ale alertou sobre os perigos da pílula anticoncepcional, como o câncer, a infertilidade, a violação dos direitos humanos, etc. O Papa tinha razão e muitos não quiseram reconhecer isso. Quando se trata de regular a fertilidade, são muito melhores os métodos naturais, que são eficazes e respeitam a natureza da pessoa.

– Em um artigo publicado pelo L’Osservatore Romano L’Humanae vitae. Una profezia scientifica», 4 de janeiro de 2009), você sustenta que os métodos anticoncepcionais violam os direitos humanos. Pode precisar-nos por quê?

– Simón Castellví: No 60º aniversário da Declaração dos Direitos do Homem se pode demonstrar que os meios anticoncepcionais violam pelo menos cinco importantes direitos:

O direito à vida, porque em muitos casos se trata de pílulas abortivas, e cada vez se elimina um pequeno embrião.

O direito à saúde, porque a pílula não serve para curar e tem efeitos secundários importantes sobre a saúde de quem a utiliza.

O direito à informação, porque ninguém informa sobre os efeitos reais da pílula. Em particular, não se adverte sobre os riscos para a saúde e a contaminação ambiental.

O direito à educação, porque poucos explicam como se praticam os métodos naturais.

O direito à igualdade entre os sexos, porque o peso e os problemas das práticas anticoncepcionais recaem quase sempre sobre a mulher.

– A Humanae vitae sustenta que os anticoncepcionais influenciam negativamente na relação do casal, separando o ato de amor da procriação. Você poderia explicar-nos, como homem de ciência, esta afirmação?

– Simón Castellví: A relação entre os esposos deve ser de total confiança e amor. Excluir com meios impróprios a possibilidade da procriação prejudica a relação de casal. O doar-se um ao outro deveria ser total e enriquecer-se pela capacidade da transmissão da vida.

– Substancialmente, a Humanae vitae é um documento que une e reforça os casais; por que então tantas críticas?

– Simón Castellví: Muitas das críticas foram sugeridas pelos interesses econômicos que estão por trás da venda da pílula. Outras críticas surgem daqueles que querem reduzir e selecionar a fertilidade e o crescimento demográfico. Finalmente, as críticas procedem também daqueles que querem limitar a autoridade moral da Igreja Católica.

– O que teria acontecido se a Igreja não tivesse se oposto à difusão da pílula?

– Simón Castellví: Não quero sequer pensar nisso. Só considerando o efeito abortivo das pílulas, a própria Igreja Católica seria hoje menos numerosa. Posso compreender o pensamento de milhões de mulheres que usam a pílula, mas quero sugerir que existe uma antropologia melhor para elas, a que a Igreja Católica propõe.

Fonte: zenit.org

Vida de Oração (Parte 1)

“Por isso, eu mesmo a seduzirei, conduzirei ao deserto e lhe falarei ao coração” (Os 2,16).

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A vida de oração é este caminho, no qual o próprio Senhor irá nos seduzir, nos levando aos seus átrios e nos falando ao coração. É um encontro de amor, entre nossa alma e o Esposo.

O homem é um ser orante, ou seja, ele tem necessidade de relacionar-se com seu Criador. Basta lermos as histórias das civilizações e as escavações. Em todas elas iremos encontrar traços de religiosidade.

Acreditamos que, ao criar o homem, Deus colocou nele um desejo, uma saudade, que só poderá ser saciada ao encontrar-se com Ele. Pois é em Deus que o homem encontra o verdadeiro sentido de sua vida.

Santo Agostinho nos diz:

“Criaste-nos para ti e o nosso coração não encontra descanso enquanto não repousar em ti”.

O coração do homem só descansará em Deus.

O nosso caminho e a nossa vida inteira consiste na busca de Deus, reencontrar-nos com Ele, redescobrir o nosso “cordão umbilical”, que nos mantém sempre unidos ao Senhor. A oração é exatamente este “cordão” que nos une ao Criador, pelo qual somos alimentados pelo seu Amor Misericordioso.

Mas é necessário que saibamos que a oração é um dom de Deus, que devemos pedi-lo com insistência. Sem esta graça especial podemos fazer orações, ter devoções, multiplicar palavras, como fazem os pagãos, mas não teremos uma verdadeira oração, um diálogo de amor filial com Deus, nosso Pai. Porque a oração é um diálogo com uma Pessoa: Deus. Um diálogo que nos leva ao encontro com Deus e conosco. É o lançar um olhar para o céu e ouvir a voz do Amado, e deixar-se amar, plasmar, formar, podar por Ele, para que seja sempre um encontro fecundo, que nos leve a santidade. Apesar da oração ser um dom de Deus, é também fruto do esforço humano. Como Oséias nos falou em sua palavra, Deus mesmo irá nos seduzir e nos levar ao seu encontro, mas é necessário um desejo nosso de aderirmos ao seu chamado.

“A oração pode ser uma empresa fracassada de antemão, para quem não a encare com vontade decidida de colocar sua vida interior à tona, reconstruindo-a pelos alicerces” (Frei Patrício Sciadini).

Santa Tereza d’Ávila nos diz que “A oração é a arte de Amar”. É “Olhar para quem te olha com amor”, como nos dizem os nossos escritos¹.

Precisamos nos deixar amar por Jesus, e o único que pode realizar esta obra no coração do homem é o Espírito Santo. É Ele quem nos leva a nos relacionarmos com o Pai e nos configurarmos com o Filho. Por isso devemos pedir diariamente o seu auxílio, a sua graça.

Iremos encontrar, basicamente, os seguintes tipos de oração:

  1. Oração Pessoal;
  2. Estudo da Palavra (Leccio Divina);
  3. Oração Comunitária: Missa, Grupo de oração, etc.

Cada uma delas deverá ser vivenciada por nós, pois se complementam, e nos levam a Deus.

Que Nossa Senhora, Mãe da Divina Misericórdia, nos acompanhe e ensine a termos uma vida de oração e fé, aderindo a vontade de Deus, na humildade e obediência.

 

Janet Alves
Formadora Geral da Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia

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1 Escritos da Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia

Santo Cura D’Ars

Era 1827 e as multidões que chegavam à aldeia de Ars vinham de toda parte. A fama do Padre Vianney já havia se espalhado pelos quatro cantos da França. Barões, clérigos, camponeses, curiosos; todos queriam conhecer aquela figura a qual tinham por santo. Um médico, tomado pelas intrigas dos colegas, decidira visitar o sacerdote, a fim de confirmar suas injustas suspeitas. De volta à capital, Paris, não pôde dizer aos amigos outra coisa sobre o pobre cura senão: “eu vi Deus num homem”.

A santidade de João Maria Vianney causava constrangimentos. Apegado desde cedo à oração, agia em tudo conforme à vontade divina, fazendo de sua vida um perpétuo louvor a Deus. Tinha um fervor imensurável. Passava horas à frente do sacrário, gastando-se em severas penitências e na meditação dos santos mistérios: “O meu terço vale mais que mil sermões”. Por isso, não poupou esforços no combate às blasfêmias e à libertinagem. Era o zelo pela casa do Pai que o consumia.

Os primeiros anos de Vianney em Ars foram de grandes desafios. A pequena aldeia estava atolada no indiferentismo. Trabalhava-se no domingo, blasfemava-se no campo, a falta de modéstia e os divertimentos profanos reinavam no coração daquela gente. A situação era desesperadora. E para uma alma apaixonada como a do Cura D’Ars, assistir àquele espetáculo de imoralidades era como ver a Cristo sendo crucificado. Com efeito, tratou logo de agir.

Sem fazer concessões, apressou-se em instruir os mais novos na catequese e nas práticas piedosas. Vianney estava convencido de que a ignorância religiosa era a causa de todos os males: “Este pecado condenará mais almas do que todos os outros juntos, porque uma pessoa ignorante quando peca não conhece nem o mal que faz, nem o bem que perde”. Do alto do púlpito, atacava a todos pulmões as tabernas e o trabalho no domingo. Começava uma guerra sem tréguas, e o santo não iria recuar enquanto não visse a sua paróquia, de joelhos, diante do Senhor.

“Ah! Os taberneiros, o demônio não os importuna muito, pelo contrário, despreza-os e cospe-lhes em cima”. Com essas palavras, o humilde cura fustigava a bebedeira, para desespero daqueles que se lançavam a tão vergonhoso vício. E assim também procedia com o trabalho nos dias de guarda. “Se perguntássemos aos que trabalham nos domingos: ‘Que acabais de fazer?’ – repreendia o Cura D’Ars – “eles bem poderiam responder: ‘Acabamos de vender a nossa alma ao Demônio e de crucificar a Nosso Senhor… Estamos no caminho do inferno”. Pouco a pouco, as blasfêmias foram desaparecendo e as tabernas se fechando. Pesava-lhes a maldição de um homem santo. “Vós vereis, profetizava, vereis arruinados todos aqueles que aqui abrirem tabernas”. Mas um derradeiro combate ainda estava por vir.

Em 1823, erguia-se na pequena paróquia de Ars uma segunda capela. Atendendo à vontade do pároco, ela seria dedicada a São João Batista, santo que tomara por patrono no dia de sua Confirmação. A cerimônia de inauguração foi de grande júbilo. Contudo, para os amantes dos prazeres profanos, motivo de despeito. Vianney mandara esculpir no arco do pequeno oratório a seguinte inscrição: “A sua cabeça foi o preço de uma dança”. Uma alusão ao martírio de São João Batista e uma clara reprimenda aos bailes.

A luta de Vianney contra os serões durou cerca de dez anos. A ele se opunha grande parte da comunidade, sobretudo os rapazes apegados aos encantos da luxúria. À medida que o povo se afastava das danças, com efeito, mais raiva tinham do sacerdote os fanfarrões. Chegaram a organizar encontros a fim de puni-lo, mas o brado de Vianney foi tão forte que a eles não restou outra alternativa senão ceder. “O demônio rodeia um baile como um muro cerca um jardim… As pessoas que entram num salão de baile deixam à porta o seu Anjo da Guarda e o Demônio substitui-o, de tal modo que há tantos Demônios quantos são os dançadores.” Era o fim dos bailes em Ars.

Os hereges também não tinham vez com o santo. Certo dia, um jovem de espírito petulante resolveu atacá-lo na frente da multidão. “Quem é o senhor, meu amigo?” questionou Vianney. O rapaz disse que era protestante. Com a firmeza de um verdadeiro pastor, retorquiu-lhe o santo padre: “Oh! meu pobre amigo, o senhor é pobre e muito pobre: Os protestantes nem sequer possuem santos cujos nomes possam dar aos filhos. Veem-se obrigados a pedir nomes emprestados à Igreja Católica”. Foi o suficiente para que o sujeito se colocasse no seu lugar.

A santa intransigência de Vianney tinha um motivo igualmente santo: ele amava a seus paroquianos com amor de predileção. Por isso faria tudo que estivesse a seu alcance para lhes assegurar a salvação eterna. E seus esforços foram recompensados. Após poucos anos de ministério, Ars não era mais Ars. O povo havia se convertido, já não se trabalhava mais aos domingos e a igreja permanecia sempre cheia. Vencera a santidade do pobre cura. Os paroquianos compreenderam o que há tanto lhes ensinava o São Cura D’Ars: “Tão grande é o amor de Deus, é um fogo que queima na alma sem, contudo, a consumir. Ter Jesus no coração é já possuir o céu!

Um corpo para amar

corpo amor

Por que a sexualidade humana está se tornando um problema? Especialistas falam sobre os riscos da desinformação e sobre o que pode nos realizar como pessoas, no campo da afetividade.

O corpo é amor que se encarna e se exprime, uma espécie de sacramento primordial – dizia o beato João Paulo II – que revela a vocação da criatura humana à reciprocidade, ao recíproco dom de si. Mas, atualmente, a sexualidade, essa misteriosa dimensão do ser na qual se exercita esse dom, está se tornando um problema.

Passados mais de 30 anos da chamada “liberação sexual”, os “radares” sociológicos são unânimes: a sexualidade está deixando de ser impulso em direção ao outro para se transformar em território secreto do individualismo. A incapacidade de se relacionar gera conflitos de todos os tipos que corroem a base dos casamentos.

Apresentamos aqui uma síntese da reflexão feita em conjunto com alguns especialistas, iniciada com essa pergunta: Que explicação pode ser dada para esse problema?

Rino Ventriglia (neuropsiquiatra): “As dificuldades sexuais são quase sempre dificuldades de comunicação. Tratei alguns casos de casamentos não consumados por causa de aparentes dificuldades físicas. Na realidade, essas dificuldades são derivadas de distorções de comunicação entre os dois, ou de pontos obscuros que não foram esclarecidos. É por isso que não podemos nos deter apenas na esfera sexual. Quase sempre se consegue resolver os problemas enfrentando essas dificuldades de comunicação. Além disso, é muito importante o diálogo do corpo, que tem mil maneiras de exprimir o amor”.

Carlos Conversa (andrologista): “Existe uma estreita interdependência entre o amor e o corpo. Às vezes sou procurado por casais que não conseguem ter filhos. Fazemos os exames e não encontramos nenhum problema físico. Estimulando o diálogo entre os dois, entendemos que, no fundo, o marido não ama a mulher ou, por exemplo, a rejeita por um complexo de Édipo não resolvido. Praticamente, é o sub-consciente deles que não quer o filho. O egoísmo narcisista bloqueia até mesmo o caminho dos espermatozóides. Na minha opinião, a preparação para o casamento que existe hoje em dia é insuficiente. Achar que tudo vai dar certo e não sentir a necessidade de aprofundar o valor da sexualidade pode conduzir a uma experiência conjugal difícil, que transmitirá sérios problemas às novas gerações”.

Graça Ventura (pediatra): “Há dois dias atendi um menino de 8 anos com tendências homossexuais. Em uma conversa que tive com a mão da criança, revelaram-se tensões muito graves entre ela e o marido. Em pediatria, comprovamos diariamente os efeitos que essas tensões produzem nos filhos. O verdadeiro problema é a divisão entre o físico e o espiritual, entre o sexo e o amor. Muitos chegam ao casamento com uma absoluta incapacidade de dialogar, muitas vezes porque o namoro se reduziu à descoberta prematura da genitalidade. Conseqüentemente, os dois se encontram depois sem nenhuma experiência de comunicação recíproca. É a sexualidade traída, reduzida a repetições mecânicas de gestos sem conteúdo”.

Por que não conseguimos oferecer aos jovens um humanismo integral, no qual o homem se desenvolve harmonicamente em todas as suas potencialidades? Caminhamos de excesso em excesso: antes, uma embriaguez de ideais massificados; agora, a idolatria da sexualidade individualista… o que é que nos torna tão fragmentários nas propostas?

Rita Della Valle (ginecologista): “A primeira fragmentação que existe é entre o homem e a mulher. Acho que a libertação da mulher deu-se pela metade, no sentido que ela se liberou de certos esquemas, mas ainda não encontrou pontos de referência seguros. O conflito do homem se revela em pequenos indícios. Por exemplo: o pai que está mais próximo do recém-nascido que a mãe; a mãe que não aguenta a dor do parto natural, suportada pelas mulheres durante milênios. Basta analisar as estatísticas de cesarianas. Tanto o homem como a mulher devem ainda encontrar a própria identidade e o equilíbrio nos seus papéis, que estão mudando”.

Graça Ventura: “Existe um forte condicionamento no tecido social, que não oferece as opções responsáveis. Há vinte anos, quando eu iniciava o meu trabalho no hospital e fazia às pacientes uma pergunta obrigatória: “Já teve abortos?”, todas me respondiam “não”, mesmo se tivessem tido. Agora, a grande maioria declara tranquilamente “sim”. Só porque existe uma lei permitindo o aborto em certos casos, caíram por terra todos os filtros críticos, tudo fica justificado, não se tem mais nenhuma dúvida ética. São os condicionamentos de uma sociedade confusa e fragmentada. Para quem ama, tudo é certo. Numa mentalidade desse tipo, que se difunde rapidamente, é difícil intervir. Somente uma sociedade de tendência oposta, que vive valores “contracorrente”, será capaz de influenciar positivamente em alguma coisa”.

Antonio Mancini (andrologista): “Além do conflito entre as funções próprias do homem e da mulher, penso que existe um problema mais geral: o conflito dentro da própria pessoa, que gera também essa conflitualidade entre os vários níveis da sexualidade. Falamos até agora de sexualidade relacional, mas não é esse o conceito mais difundido. Fala-se, em geral, de uma sexualidade hedonista, que busca a satisfação do próprio instinto ou que se serve do outro, mas não vai ao encontro do outro. Penso que o ponto principal seja justamente este: procurar entender de que modo vários níveis da sexualidade podem se integrar, não apenas o físico ou o fisiológico, mas também o psicológico, o da autoconsciência, o espiritual. A verdadeira fenomenologia sexual integrada não é conflitual”.

Raimundo Scotto (clínico): “A linguagem do marketing é em grande parte responsável pelo imaginário de massa. Para uma certa cultura comercial, o corpo é uma espécie de reservatório de desejos que devem ser satisfeitos. Isso desencadeia uma série de patologias que levam à desintegração da pessoa, considerada não na sua unidade mas do ponto de vista dos seus desejos. A supervalorização do sexo feita pela publicidade tem efeitos desastrosos, porque os casais são levados inadvertidamente a comparar a própria vida sexual com aquela da propaganda e da novela, que vendem a ideia do prazer fácil, proporcionado pelo fato de se usar um certo desodorante ou uma determinada técnica. Esconde-se assim a verdade, ou seja, que a gratificação é fruto da comunhão das pessoas. Na realidade, cada casal deve descobrir sozinho o seu modo de se relacionar. Só se poderá fazer aos jovens uma proposta de humanismo integral apresentando-lhes uma vida vivida na dimensão dO amor”.

Elena Giacchi (ginecologista): “Penso que na raiz dessa problemática encontra-se um “ambiente cultural” que prega a afirmação do indivíduo: tudo o que vem do ambiente externo e do relacionamento com as pessoas é apresentado como algo que deve contribuir para a minha realização pessoal. Até mesmo a vida conjugal é condicionada pela expectativa de gratificação por parte de cada um. Ora, é lógico que a gratificação é sempre inferior a expectativa e, assim, inconscientemente, cada um se coloca na posição de usar o outro, de instrumentalizar o companheiro, tolhendo-lhe a liberdade de exprimir o melhor de si.

Não é tão simples entender que a verdadeira gratificação não depende de uma satisfação fisiológica que, no final, terminará em si mesma, mas é fruto de uma experiência de doação feita num contexto de amor recíproco. Quando se consegue entender essa diferença, se aprende o verdadeiro significado do corpo, que é expressão de amor, de gratuidade”.

Fonte: Revista Cidade Nova nº 11 – Ano XXXVIII/ Nedo Pozzi

Relação sexual e contracepção: perguntas e respostas à luz da fé católica

casal

1. Para que serve a união sexual?

Para exprimir o amor entre os cônjuges e para transmitir a vida humana.

2. Toda relação sexual tem que gerar filhos?

Não necessariamente. Mas ela deve estar sempre aberta à procriação. Senão ela deixa de ser um ato de amor para ser um ato de egoísmo a dois.

3. Uma mulher depois da menopausa não pode mais ter filhos. Ela pode continuar a ter relações sexuais com seu marido?

Pode. Pois não foi ela quem pôs obstáculos à procriação. Foi a própria natureza que a tornou infecunda.

4. Um homem que tenha o sêmen estéril não pode ter filhos. Mesmo assim ele pode ter relação sexual com sua esposa?

Pode. Pois não foi ele quem pôs obstáculos à procriação. Foi a própria natureza que o tornou infecundo.

5. E se o homem ou a mulher decidem por vontade própria impedir que a relação sexual produza filhos?

Neste caso eles estarão pecando contra a natureza. Pois é antinatural separar a união da procriação.

6. Quais são os meios usados para separar a união da procriação?

Há vários meios, todos eles pecaminosos:

a) o onanismo ou coito interrompido: consiste em interromper a relação sexual antes da ejaculação (ver Gn 38,6-10)

b) os métodos de barreira, como o preservativo masculino (condom ou “camisinha de vênus”), o diafragma e o preservativo feminino.

c) as pílulas e injeções anticoncepcionais, que são substâncias tomadas pela mulher para impedir a ovulação.

7. Como é que a pílula anticoncepcional funciona?

A pílula anticoncepcional é um conjunto de dois hormônios – o estrógeno e a progesterona – que a mulher toma para enganar a hipófise (uma glândula situada dentro do crânio) e impedir que ela produza o hormônio FSH, que faz amadurecer um óvulo. A mulher que toma pílula deixa de ovular, pois a hipófise está sempre recebendo a mensagem falsa de que ela está grávida.

8. A pílula é um remédio para não ter filhos?

Você não chamaria de remédio a um comprimido que alguém tomasse para fazer o coração parar de bater ou para fazer o pulmão deixar de respirar. O que a pílula faz é que o ovário (que está funcionando bem) deixe de funcionar. Logo ela não é um remédio, mas um veneno.

9. Quais são os efeitos desse veneno?

Além de fechar o ato sexual a uma nova vida, a pílula – conforme estudos realizados – expõe a mulher a graves conseqüências para a sua saúde. Eis algumas delas:

  • doenças circulatórias: varizes, tromboses cerebrais e pulmonares, tromboflebites, trombose da veia hepática, enfarto do miocárdio;
  • aumento da pressão arterial;
  • tumores no fígado;
  • câncer de mama;
  • problemas psicológicos, como depressão e frigidez;
  • obesidade;
  • manchas de pele;
  • cefaléias (dores de cabeça);
  • certos distúrbios de visão;
  • aparecimento de caracteres secundários masculinos;
  • envelhecimento precoce.

(Cf. GASPAR, Maria do Carmo; GÓES, Arion Manente. Amor conjugal e paternidade responsável. 2. ed. Vargem Grande Paulista: Cidade Nova, 1984, p. 50-51.)

10. É verdade que as pílulas de hoje têm menos efeitos colaterais do que as de antigamente?

É verdade. Para reduzir os efeitos colaterais, os fabricantes diminuíram a dose de estrógeno e progesterona presentes na pílula. Isto significa que cada vez menos a pílula é capaz de impedir a ovulação.

11. Assim as mulheres de hoje que usam pílula podem ovular?

Podem. E, caso tenham relação sexual, podem conceber. Mas quando a criança concebida na trompa chegar ao útero, não encontrará um revestimento preparado para acolhê-la. O resultado será um aborto.

12. Então a pílula anticoncepcional é também abortiva?

Sim. Este é um dos seus mecanismos de ação: impedir a implantação da criança no útero. Isto está escrito, por exemplo, na bula de anticoncepcionais como Evanor e Nordette: “mudanças no endométrio (revestimento do útero) que reduzem a probabilidade de implantação (da criança)”. A bula de Microvlar diz: “Além disso, a membrana uterina não está preparada para a nidação do ovo(a criança)”.

13. Em resumo, quais são os mecanismos de ação das pílulas ou injeções anticoncepcionais?

a) inibir a ovulação;

b) aumentar a viscosidade do muco cervical, dificultando a penetração dos espermatozóides;

c) impedir a implantação da criança concebida (aborto).

14. Existem dias em que a mulher não é fértil. Nesses dias o casal pode ter relação sexual?

Pode. Pois ao fazer isso eles não colocam nenhum obstáculo à procriação. A própria natureza é que não é fértil naqueles dias.

15. O casal pode procurar voluntariamente ter relações sexuais somente nos dias que não são férteis, a fim de impedir uma nova gravidez?

Pode, mas deve ter razões sérias para isso. Pois em princípio um filho não deve ser “evitado”, mas desejado e recebido com amor. Uma família numerosa sempre foi considerada uma bênção de Deus (Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2373).

16. Como se chama a abstinência de atos conjugais nos dias férteis?

Chama-se continência periódica. É popularmente conhecida como “método natural” de regulação da procriação. Não se deve falar em “planejamento familiar”, pois esse termo foi criado pelos defensores do aborto, da esterilização e da anticoncepção. Os documentos oficiais da Igreja nunca usam a expressão “planejamento familiar”. Ao contrário, usam paternidade responsável ou procriação responsável.

17. Que diz a Igreja sobre a paternidade responsável?

“Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais, a paternidade responsável exerce-se tanto com a deliberação ponderada e generosa de fazer crescer uma família numerosa, como com a decisão, tomada por motivos graves e com respeito à lei moral, de evitar temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento” (Paulo VI, Encíclica Humanae Vitae, n.º 10).

18. Dê exemplos de motivos graves que seriam válidos para se limitar ou espaçar os nascimentos através da continência periódica.

Nas palavras de Dom Rafael Llano Cifuentes, “já que o matrimônio se ordena, por sua própria natureza, aos filhos, esta decisão [de praticar a continência periódica] só se justifica em circunstâncias graves, de ordem médica, psicológica, econômica ou social”.

As razões médicas “poderiam reduzir-se a duas:

1º) perigo real e certo de que uma nova gravidez poria em risco a saúde da mãe;

2º) perigo real e certo de transmitir aos filhos doenças hereditárias”.

“As razões psicológicas estão constituídas por determinados estados de angústia ou ansiedade anômalas ou patológicas da mãe diante da possibilidade de uma nova gravidez”.

“As razões econômicas e sociais são aquelas situações problemáticas nas quais os cônjuges não podem suportar a carga econômica de um novo filho; a falta de moradia adequada ou a sua reduzida dimensão, etc.

Estas razões são difíceis de avaliar, porque o padrão mental é muito variado e porque se introduzem também no julgamento outros motivos como o comodismo, a mentalidade consumista, a visão hipertrofiada dos próprios problemas, o egoísmo, etc.” (CIFUENTES, Rafael Llano. 274 perguntas e respostas sobre sexo e amor. 2. ed. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1993. p. 141.)

19. Um casal poderia utilizar a continência periódica sem ter nenhum motivo sério para espaçar ou limitar o número de filhos?

Não. Se fizesse isso estaria frustrando o plano de Deus, que disse: “Crescei e multiplicai-vos” (Gn 1,22). Para evitar que o casal decida valer-se da continência periódica por motivos egoísticos, a Igreja dá aos confessores a seguinte orientação: “… será conveniente [para o confessor] averiguar a solidez dos motivos que se têm para a limitação da paternidade ou maternidade e a liceidade dos métodos escolhidos para distanciar e evitar uma nova concepção” (PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A FAMÍLIA, Vade-mécum para os confessores sobre alguns temas de moral relacionados com a vida conjugal, 1997, n.º 12).

20. É mais fácil educar um só filho do que muitos?

O Papa João Paulo II, quando ainda era cardeal de Cracóvia, escreveu: “A família é na realidade uma instituição educadora, portanto é necessário que ela conte, se for possível, vários filhos, porque para que o novo homem forme sua personalidade é muito importante que não seja único, mas que esteja inserido numa sociedade natural. Às vezes fala-se que é ‘mais fácil educar muitos filhos do que um filho único’. Também diz-se que ‘dois não são ainda uma sociedade; eles são dois filhos únicos’”(WOJTYLA, Karol. Amor e responsabilidade: estudo ético. São Paulo: Loyola, 1982. p. 216.)

De fato, o filho único está arriscado a ser uma criança problema. Recebe toda a atenção dos pais e não está acostumado a dividir. Poderá ter dificuldade no futuro ao ingressar na sociedade civil. Já um filho com muitos irmãos acostuma-se desde pequeno às regras do convívio social. Os irmãos maiores ajudam a cuidar dos menores, e todos crescem juntos.

21. Quantos métodos naturais existem para regulação da procriação?

Existem vários métodos usados para se identificar os dias férteis da mulher, a fim de que o casal possa praticar a continência periódica.

a) o método Ogino-Knauss, ou método da tabela. É o mais antigo de todos e tem pouca eficácia. Hoje seu uso está abandonado.

b) o método da temperatura. Baseia-se na observação da temperatura da mulher, que varia quando ocorre ovulação. O aparelho Mini-Sophia é uma versão eletrônica e computadorizada do uso deste método.

c) o método Billings, que se baseia na observação do muco cervical, que se torna fluido e úmido nos dias férteis, e seco nos dias inférteis. Não exige que o ciclo menstrual seja regular. Pode ser usado pelos casais mais pobres e mais incultos.

22. É verdade que o método Billings “não funciona”?

“Não funciona” para os fabricantes de anticoncepcionais, que não querem perder seus lucros. Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a eficiência do método é de 98,5 %. Ele foi testado em diversos países como Filipinas, Índia, Nova Zelândia, Irlanda e El Salvador.

23. Mas não é muito mais cômodo tomar a pílula anticoncepcional do que abster-se de relações sexuais em certos dias?

Sem dúvida é mais cômodo. Mas o verdadeiro amor se prova pelo sacrifício.

24. E se a mulher engravidar apesar de praticar a continência periódica?

O filho deve ser recebido com amor e alegria. Aliás, o casal já deveria estar contando com esta possibilidade. A atitude de abertura à vida é fundamental para o verdadeiro amor.

 

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Presidente do Pró-Vida de Anápolis