A bioética cristã é a mais preparada para responder ao homem de hoje

O problema com uma dignidade meramente ética é que ela permanece sempre relativa e sujeita a juízos morais em desenvolvimento, instáveis. Torna-se necessário o recurso a uma dignidade humana que seja ontológica, e, portanto, inevitavelmente tendente à metafísica, além de uma dignidade teológica que se fundamente no absoluto, complementando-se ambas.1 Há que prestar atenção, pois quando se faz um apelo à ética, esta não deve consistir num qualquer sistema, vazio ou alienado em conteúdos. Esta questão envolve uma importância que deve estar longe de ser descurada. É perigoso considerá-la um negócio, passar por um jogo de interesses ou mesmo algo passageiro, mas tem de tornar-se um compromisso sério, radicado numa ética original e originária.2

Quando a bioética se funda em qualquer ética, corre-se sempre o risco de atropelar dignidade humana com ideologias impregnadas de utilitarismo, consequencialismo, e processualismo, aliás, várias faces de uma mesma moeda, cunhada inicialmente por Bentham e Mill, baseando em cálculos de felicidade e utilidade para os homens, valorizando o hedonismo, e julgando a bondade ou maldade do ato por sua utilidade, e não pelo fato em si, parecendo repetir o dito maquiavélico de que os fins justificam, ou absolvem os meios, 3 desde que a satisfação, no seu geral, seja alcançada.

Não se tardaria a cair em morais populistas como as de Peter Singer, com todos os seus erros perniciosos, pois o homem não tardaria também a ser avaliado segundo esse modelo: assim, aqueles que não possuem uso da razão, quer seja porque não o possuem, ou porque o perderam, deixam de estar incluídas na categoria de pessoas, talvez por não serem úteis…4. Parecem estar assim justificados alguns dos maiores crimes que se cometem hoje contra a dignidade da pessoa.

A Bioética, para ser, de fato, uma ética da vida, terá de ter um referencial que a transcenda. Nós não inventamos a existência, ela é-nos dada, portanto, dom gratuito. Do ponto de vista da vida que recebemos, desse ato de amor de Deus criador, o nosso ponto reto tem necessariamente de se transcender, pois materialmente falando, não fundamenta nem justifica o nosso ser. Um mundo que vira as costas ao seu autor, e que dirige a visão para causas puramente materiais, torna-se incapaz de dar o necessário valor à vida, e ao próprio homem, para relativizá-los.

Escreveu de modo acurado o Cardeal Elio Sgreccia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, que o “silêncio da metafísica”, deu lugar ao relativismo, a uma ética racionalista laica, que não deveria deixar de se confrontar com o absoluto, pois a razão pede ao homem que se confronte com valores humanos e normas éticas cuja origem é transcendental.5 Realmente, uma ética sem qualquer fundamentação teológica ou metafísica está sujeita às frágeis bases do compromisso social.6

Acrescenta o Côn. Jorge Teixeira Cunha, no seu excelente Manual de Bioética, que a falta de confrontação com a evidência metafísica e o Absoluto nos pressupostos desta matéria, leva a um “bater de asas no vazio de uma egolatria sem horizonte”, pois “justificar racionalmente a norma do bem moral” não deve excluir, quanto ao seu juízo, a consideração do pensamento religioso e teológico cristão.7

Vemos, deste modo, que um conúbio entre a ética e a mística é fundamento e base para avida em plenitude do homem peregrinante nesta terra, dom do Criador, preâmbulo daquela mesma felicidade eterna à qual todos estão chamados. Nas belas palavras do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:

“Se o nosso fim próprio é conhecer, amar, louvar e servir a Deus, nossa natureza, máxime enquanto elevada à ordem sobrenatural, deve tender inteiramente para este fim. Ou seja, todas as nossas atividades mentais e físicas devem dirigir-se para o conhecimento da verdade e prática do bem. Tanto quanto no Céu, esta finalidade é real na vida terrena, pois nossa natureza se orienta toda para o que será na eternidade. Suas tendências fundamentais já são o que eternamente serão.

E como avida terrena não pode ser contrária à nossa natureza, segue-se que ela já é de algum modo, a sua substância, no que tem de mais interno, essencial e íntimo ,no plano natural como no sobrenatural, a mesma vida de contemplação, amor, louvor e serviço de Deus que teremos no Céu”.8

Por Padre José Victorino de Andrade, EP

1Cf. ALZATE RAMÍREZ, Luis Hernando; OSORIO, Byron. Op. Cit., p. 47;50-51.

2 “El reto que se plantea para la ética es fundamental. Lasposiciones éticas cotidianas de los cristianos simplemente se confunden con laética dominante que puede ser una defensa coyuntural de los derechos humanos. Otambién puede aparecer la iglesia defendiendo un vago humanismo como cualquierOrganización no Gubernamental. O se predica un amor a los demás,universalizante y abstracto sin compromiso de la persona. La ética no se reducea ser un ‘buen negocio’. El recurso al compromiso ético no es cuestión de‘imagen’ (se puede ser ético para obtener ganancias y estatus) o de estar a lamoda, sino de fundamentación y fundamentación en una ética original yoriginaria. Original por ser propia del cristianismo y originaria pues esfundante de toda acción social en el mundo”. (ARBOLEDA MORA, Carlos.Experiencia y testimonio. Medellín: UPB, 2010. p. 22).

3 Cf. MAQUIAVEL. O Príncipe. Trad. Lívio Xavier. São Paulo: Ediouro,2005. p. 73.

4 “Niños muy pequeños, débiles mentales, ancianos en demencia ysujetos permanentemente inconscientes no deberían ser considerados personas niserían, por tanto, sujetos de los derechos básicos que habitualmenteadscribimos a las personas. Desde semejante planteamiento tienen cabida elaborto, la eutanasia y todos aquellos males que se ciernen sobre los débiles dela sociedad”. CARRODEGUAS NIETO, Celestino. El concepto de persona a laluz del Vaticano II. In: Lumen Veritatis. São Paulo. No. 12 (Jul. – Sept.,2010); p. 44.

5 Cf. SGRECCIA, Elio. Manuale de Bioetica. 4. ed. Milão: V&P, 2007.Vol. 1. p. 30.

6 Esta ideia está fundamentada na conferência feita pelo ArcebispoJean-Louis Bruguès, abordando a Encíclica de João Paulo II Veritatis Splendor,no Seminário São Tomás de Aquino (São Paulo – Brasil) no dia 1 nov. 2010. Vertambém o nº 53 do documento.

7 Cf.TEIXEIRA DA CUNHA, Jorge. Bioética Breve. Apelação (Portugal): Paulus, 2002. p.6.

8 CORRÊADE OLIVEIRA, Plinio. A contemplação terrena, prenúncio da visão beatífica. Em:Revista Dr. Plinio. São Paulo. Ano IV. No. 42 (Set., 2001); p. 21.

Associação Americana de Pediatras alerta sobre o perigo da ideologia de gênero

Grupo de médicos dos EUA emite declaração explicando, cientificamente, por que ideologia de gênero é nociva para as crianças.

Uma associação de pediatras dos Estados Unidos declarou, no último dia 21 de março, através de seu site na Internet, que “a ideologia de gênero é nociva às crianças” e que “todos nascemos com um sexo biológico”, sendo os fatos, e não uma ideologia, que determinam a realidade.

A declaração da American College of Pediatricians expõe 8 razões para os “educadores e legisladores rejeitarem todas as políticas que condicionem as crianças a aceitarem” a teoria de gênero. A iniciativa dos médicos se soma a inúmeras outras, provindas das mais diversas áreas de informação, para conter o que o Papa Francisco chamou de “colonização ideológica”. Em 2010, por exemplo, um importante documentário conseguiu desmontar, pelo menos em parte, a estrutura universitária que financiava essa ideologia na Noruega. O programa trouxe o parecer de vários especialistas, dos mais diversos campos científicos, que expuseram a farsa da teoria de gênero.

Agora, a medicina vem respaldar mais uma vez a verdade sobre a família.

A íntegra da nota escrita pelos pediatras norte-americanos pode ser lida a seguir.

A Associação Americana de Pediatras urge educadores e legisladores a rejeitarem todas as políticas que condicionem as crianças a aceitarem como normal uma vida de personificação química e cirúrgica do sexo oposto. Fatos, não ideologia, determinam a realidade.

1. A sexualidade humana é um traço biológico binário objetivo: “XY” e “XX” são marcadores genéticos de saúde, não de um distúrbio. A norma para o design humano é ser concebido ou como macho ou como fêmea. A sexualidade humana é binária por design, com o óbvio propósito da reprodução e florescimento de nossa espécie. Esse princípio é auto-evidente. Os transtornos extremamente raros de diferenciação sexual (DDSs) — inclusive, mas não apenas, a feminização testicular e hiperplasia adrenal congênita — são todos desvios medicamente identificáveis da norma binária sexual, e são justamente reconhecidos como distúrbios do design humano. Indivíduos com DDSs não constituem um terceiro sexo.

2. Ninguém nasce com um gênero. Todos nascem com um sexo biológico. Gênero (uma consciência e percepção de si mesmo como homem ou mulher) é um conceito sociológico e psicológico, não um conceito biológico objetivo. Ninguém nasce com uma consciência de si mesmo como masculino ou feminino; essa consciência se desenvolve ao longo do tempo e, como todos os processos de desenvolvimento, pode ser descarrilada por percepções subjetivas, relacionamentos e experiências adversas da criança, desde a infância. Pessoas que se identificam como “se sentindo do sexo oposto” ou “em algum lugar entre os dois sexos” não compreendem um terceiro sexo. Elas permanecem homens biológicos ou mulheres biológicas.

3. A crença de uma pessoa, que ele ou ela é algo que não é, trata-se, na melhor das hipóteses, de um sinal de pensamento confuso. Quando um menino biologicamente saudável acredita que é uma menina, ou uma menina biologicamente saudável acredita que é um menino, um problema psicológico objetivo existe, que está na mente, não no corpo, e deve ser tratado como tal. Essas crianças sofrem de disforia de gênero (DG). Disforia de gênero, anteriormente chamada de transtorno de identidade de gênero (TIG), é um transtorno mental reconhecido pela mais recente edição do Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-V). As teorias psicodinâmicas e sociais de DG/TIG nunca foram refutadas.

4. A puberdade não é uma doença e hormônios que bloqueiam a puberdade podem ser perigosos.Reversíveis ou não, hormônios que bloqueiam a puberdade induzem a um estado doentio — a ausência de puberdade — e inibem o crescimento e a fertilidade em uma criança até então biologicamente saudável.

5. De acordo com o DSM-V, cerca de 98% de meninos e 88% de meninas confusas com o próprio gênero aceitam seu sexo biológico depois de passarem naturalmente pela puberdade.

6. Crianças que usam bloqueadores da puberdade para personificar o sexo oposto vão requerer hormônios do outro sexo no fim da adolescência. Esses hormônios (testosterona e estrogênio) estão associados com riscos à saúde, inclusive, mas não apenas, aumento da pressão arterial, formação de coágulos sanguíneos, acidente vascular cerebral e câncer.

7. Taxas de suicídio são vinte vezes maiores entre adultos que usam hormônios do sexo oposto e se submetem à cirurgia de mudança de sexo, mesmo na Suécia, que está entre os países mais afirmativos em relação aos LGBQT. Que pessoa compassiva e razoável seria capaz de condenar jovens crianças a este destino, sabendo que após a puberdade cerca de 88% das meninas e 98% dos meninos vão acabar aceitando a realidade e atingindo um estado de saúde física e mental?

8. Condicionar crianças a acreditar que uma vida inteira de personificação química e cirúrgica do sexo oposto é normal e saudável, é abuso infantil. Endossar discordância de gênero como normal através da rede pública de educação e de políticas legais irá confundir as crianças e os pais, levando mais crianças a serem apresentadas às “clínicas de gênero”, onde lhes serão dados medicamentos bloqueadores da puberdade. Isso, por sua vez, praticamente garante que eles vão “escolher” uma vida inteira de hormônios cancerígenos e tóxicos do sexo oposto, além de levar em conta a possibilidade da mutilação cirúrgica desnecessária de partes saudáveis do seu corpo quando forem jovens adultos.

Michelle A. Cretella, M.D.
Presidente da Associação Americana de Pediatras

Quentin Van Meter, M.D.
Vice-Presidente da Associação Americana de Pediatras
Endocrinologista Pediátrico

Paul McHugh, M.D.
Professor Universitário de Psiquiatria da Universidade Johns Hopkins Medical School, detentor de medalha de distinguidos serviços prestados e ex-psiquiatra-chefe do Johns Hopkins Hospital

Ex-Líder Feminista fala sobre o grupo feminista

Ela tem 23 anos, fez barulho como líder do grupo radical Femen no Brasil, abandonou o movimento em 2013 e hoje se declara publicamente contrária ao aborto e fiel a Deus, arrematando:

“O feminismo é o movimento mais intolerante que já conheci”.

Sara Winter concedeu nesta semana uma entrevista ao portal G1.com. Eis algumas das suas afirmações sobre a realidade do universo feminista militante e sobre a sua nova visão de mundo, de acordo com a entrevista.

Aborto

“Dentro dos grupos feministas é muito fácil encontrar Cytotec [medicamento abortivo]. Se você contar que está grávida, que não tem marido, inventar qualquer história, muito rapidamente você consegue pílulas abortivas”.

Drogas e sexo livre

“Há pressão para o uso de drogas, para desconstruir a monogamia, que, para o movimento, é uma instituição criada pelo patriarcado para fazer a mulher ser submissa. Você tem que ser a favor das drogas, de ideologias que levam as pessoas a se relacionarem com muitas outras pessoas ao mesmo tempo. Isso me chocou muito”.

Um movimento histérico, mentiroso e intolerante

“Esse é o movimento mais intolerante que eu já conheci na vida. Ele só dá suporte para mulheres que seguirem uma cartilha específica: tem que ser de esquerda, não pode ser cristã, não pode ser heterossexual e tem que começar a desconstruir a sua estética. Se a mulher alisa o cabelo, se pinta, usa salto alto, tem que parar. Muitas vezes tem que deixar os pelos crescer. Algumas mulheres se sentem confortáveis assim, outras não. Mas se você fizer, vai ter mais voz dentro do movimento. Então eles desconstroem a sua estética, a sua crença, a sua orientação sexual, o seu posicionamento político. Definiria o feminismo como ódio, histeria, mentira e sedução (…) Ódio porque não existe tolerância com ninguém que não concorde 100% com as pautas. Histeria porque em todo e qualquer ato que a gente vê estão cada vez mais desrespeitosos, estão pichando igrejas, quebrando santos, fazendo coisas de extremo mau gosto. Mentira porque ilude as meninas mais jovens falando que o feminismo é algo legal e revolucionário. E sedução porque tem essa ideia de que o feminismo vai te ajudar, mas quando chega lá não é nada disso”.

Propaganda enganosa

“A propaganda que o movimento faz é linda. Eu ficaria muito feliz se o feminismo fosse exatamente como a propaganda que ele faz de si mesmo: meu corpo, minhas regras, todas as mulheres são fortes, são guerreiras, estão preparadas para tudo. Nós somos a favor da luta contra a violência à mulher, somos a favor de que o estupro acabe. Qualquer cidadão de bem é a favor de todas essas coisas, mas o feminismo faz de uma maneira sensacionalista e exagerada e isso atinge as pessoas, principalmente jovens adolescentes”.

Arrependimento

“Em Belo Horizonte, quebrei uma loja inteira e me arrependo muito porque sou contra a violência. Em outra ação, eu estava com uma ativista caracterizada de Jesus Cristo e a gente se beijava na cruz. Fiz um vídeo e pedi perdão a todos os cristãos porque percebi que ofender outras pessoas, raças, crenças e etnias não era o caminho para conseguir o que eu queria. Mas em geral não me arrependo da minha militância porque fiz de coração, achava mesmo que poderia mudar o mundo”.

Perseguição

“A perseguição que sofro hoje é infinitamente maior do que eu sofria. A cidade (de São Carlos, SP, onde Sara mora) é um antro esquerdista, feminista por causa das universidades. Tenho muito mais medo agora do que antes. Nunca achei que tivesse que ter medo das pessoas que falam que vão proteger as mulheres! Essa perseguição acontece porque eu sei de tudo o que rola lá dentro, todas as estratégias de dominação mental, lavagem cerebral, de dinheiro, de organizações que financiam, e agora estou contando”.

Reação dos cristãos

“As pessoas gostam muito mais de mim agora. Fiquei espantada com isso, principalmente com os cristãos, que nunca achei que fossem me perdoar. Eu recebo muitas mensagens, cerca de cinquenta por dia, nas minhas redes sociais. Dizem: ‘Agora sim você representa a mulher brasileira’. Percebi que a minha militância fazia a maioria das mulheres passar vergonha, porque elas não querem ser representadas por uma menina louca, histérica, pelada gritando a favor do aborto. Elas querem que uma mulher represente os interesses como na saúde específica do corpo da mulher, na educação”.

Maternidade, defesa da vida e educação dos filhos

“Eu já vi tantas coisas ruins no feminismo que quando descobri que seria mãe falei: ‘E agora?’. Sentia a vida crescendo dentro de mim, tanto na minha alma quanto no corpo. Aí conheci muitos projetos pró-vida que acolhem mulheres que desistem de abortar e são acolhidas para levar a gestação até o final (…) Quero que (o meu filho, hoje com 6 meses de idade) saiba respeitar uma mulher. Quero criá-lo para que seja uma pessoa cordial e gentil, com valores de voluntariado. Quero criá-lo com base nos dez mandamentos da Bíblia. Eu acho que isso é muito importante, ainda que muitos valores tenham se perdido hoje em dia. Mas quero resgatar isso”.

Dificuldades e perspectivas

“Faço palestras e ganho R$ 10 por livro vendido na internet. Ainda não recebo a pensão do meu filho e o meu nome está sujo. Minha mãe me ajuda como pode, mas sou sozinha e tenho que pagar aluguel, conta de água e luz. Já vendi tudo o que tinha de valor para tentar quitar minhas dívidas. Tenho fé que uma hora isso vai melhorar. Quero escrever um novo livro contando experiências de ex-feministas que saíram do movimento e foram perseguidas. Também quero ingressar na política, sonho que tenho desde criança. Quero combater a violência contra a mulher e propor melhorias na área da saúde e educação. Sei que, na política, posso fazer algo de maneira mais substancial, melhor do que ficar protestando na rua com os peitos de fora”.

Reações feministas

Procurados pela reportagem do portal G1.com, movimentos feministas presentes em São Carlos, SP, como o Mulheres em Luta, o coletivo Juntas e as Promotoras Legais Populares, negaram as práticas denunciadas por Sara Winter.

Outros casos

– Sara Winter não é a primeira figura emblemática do feminismo militante que repensa a própria postura e denuncia os desvios e perversões ideológicas do movimento. A famosa feminista norte-americana Camille Paglia concedeu uma devastadora entrevista àFolha de S.Paulo em abril do ano passado, aqui resenhada por Aleteia, declarando que “o feminismo contemporâneo está fazendo as mulheres retrocederem”, porque “a ideologia feminista do presente é doente, indiscriminada e neurótica. E, mais do que tudo, não permite que a mulher seja feliz”.

Polônia surpreende Europa e acaba com a fertilização in vitro provocadora da morte de inúmeros embriões humanos

A nova primeira ministra da Polona subiu prometendo uma plataforma pela vida. Na foto está sendo cumprimentada pelo presidente da Polônia
A nova primeira ministra Beata Szydlo subiu prometendo
uma plataforma pela vida.
Na foto está sendo cumprimentada pelo presidente da Polônia

A decisão atende os pedidos das associações pela vida polonesas e internacionais. Essa prática antinatural consumia por volta de 75 milhões de dólares anualmente, noticiou a agência LifeSiteNews. O novo governo conservador da Polônia pôs fim ao financiamento da fertilização in vitro (IVF) aprovada pelo governo anterior.

“É uma boa notícia”, disse Mariusz Dzierzawski da Poland’s Right to Life Foundation. “Mas é só um primeiro passo. Nós temos que seguir combatendo para que o IVF seja ilegal”.

John Smeaton, secretário executivo da Society for the Protection of Unborn Children de Londres, também aplaudiu a decisão do governo do Partido Lei e Justiça.

“Damos a bem-vinda à decisão do governo polonês pois o fim do financiamento vai restringir muito a prática da inseminação artificial na Polônia e salvar muitas vidas em estado embrionário”, explicou.

Segundo o site de sua associação, na Grã-Bretanha nasceram 68.000 crianças por inseminação artificial desde 1978, só 1% do total dos nascimentos.

Mas só um de cada cinco tentativas de inseminação artificial deu certo. E, as que deram certo, deixaram grande número de embriões congelados nos laboratórios, muitas vezes condenados à morte. Várias vezes nos últimos anos, o movimento pela vida reuniu as 100.000 assinaturas para obrigar o Parlamento polonês a discutir a proibição pura e simples “sem exceções” do aborto, disse Dziersawski.O ministro da Saúde polonês Dzierzawski denunciou que a mídia internacional e os lobbies globais abortistas estavam pressionando o novo governo para manter as leis anti-vida, mas o movimento pela vida está muito ativo.

Mas o Partido Lei e Justiça era minoritário e não conseguiu aprovar o projeto. “Agora nós temos esperança porque nós temos a maioria no Parlamento”, disse.

O aborto na católica Polônia faz parte da “herança verdadeiramente maldita” deixada pelo comunismo soviético russo. Na Rússia esse crime abominável atinge números assustadores, malgrado as bravatas pela vida falsamente propaladas por Vladimir Putin.

Ela vai morrer logo, mas sua vida é um enorme presente para todos

Abigail tem síndrome de Down e um tumor cerebral inoperável.

Dor? Com certeza. Muita dor. Mas sobretudo, amor: seus pais, Erika e Stephen, e sua irmãzinha Audrey, cuidam de Abigail em casa enquanto esperam o final, rezando, vivendo intensamente este tempo com ela e agradecendo pelo dom da vida desta menina tão especial.

A vida é um presente, sempre. E sempre é digna de ser amada, mesmo que cause dor e sofrimento. É isso que este ensaio fotográfico mostra de maneira fantástica.

“Nada nela é um equívoco, nada nela é um erro. Ela é perfeita em todos os sentidos, e combina perfeitamente com a nossa família. Ela foi desenhada especificamente para nós”, reconheceu seu pai, Stephen, emocionado, ao jornal “The Mighty”.

As imagens foram reproduzidas pela Aleteia com autorização da sua autora, Mary Huszcza (se não conseguir visualizar as imagens, clique aqui).

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Após aborto espontâneo, mãe se surpreende ao ver um “bebezinho perfeitamente formado”

Ela estava completamente despreparada para o susto que levaria após o aborto espontâneo do seu 5º bebê, na 13ª semana de gravidez, quando o médico lhe perguntou se ela gostaria de ver e segurar o corpo do filho

Aborto
 “Como a gravidez estava em um estágio inicial, eu esperava que me dessem uma bolha. Mas em lugar disso eu recebi um bebezinho perfeitamente formado”, disse ela ao LifeSiteNews (NotiFam) em uma entrevista exclusiva.

“E ele surpreendeu a todos nós. As enfermeiras apenas repetiam: ‘Ele é tão perfeito, tão perfeito,’” disse ela.

Jessica e seu marido, Ray, souberam da nova gravidez em abril do ano passado. Começaram, com muito ânimo, a fazer planos para acomodar o novo membro da família. Teriam de comprar aquela van grande cuja compra vinham adiando o quanto podiam.

Mas no meio de julho Jessica começou a sangrar. Ela tinha esperança de que esse não seria seu segundo aborto espontâneo.

“Acordei sentindo uma dor insuportável. Havia uma poça de sangue em torno de mim na cama. Eu sabia que aquilo provavelmente não era um bom sinal”, disse ela.

Já que seu marido estava passando a noite perto do local onde trabalha, a cerca de uma hora de sua casa, a mãe dela a levou ao hospital. O filho mais velho do casal ficou na casa de um amigo, enquanto os dois mais novos acompanharam a mãe e a avó até o hospital.

Quando chegaram, o médico confirmou aquilo que Jessica mais temia.

“Levaram-me até uma sala de ultrassom onde verificaram como estava o bebê. Eu apenas vi aquela tela negra e soube o que aquilo devia significar. Naquele momento, tive a impressão de que provavelmente meu filho já havia sido expelido junto com o sangue. Apenas pensei que não havia prestado atenção nele, que ele havia sido despejado no banheiro ou algo do tipo. Pensar naquilo devastou meu coração”, ela disse.

Quando o médico disse a Jessica que eles precisavam retirar o bebê, inicialmente ela não entendeu o que aquilo significava.

“O médico disse que o bebê não havia sido expelido, pois estava parado no meio do caminho”.

O médico ajudou Jessica a expelir o bebê na própria sala de ultrassom.

“O médico disse: ‘É um menino’, e eu disse: ‘Você consegue identificar?’”

“Quando me perguntaram se eu queria abraçá-lo, eu disse: ‘É claro que sim’”.

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Noah Smith, vítima de um aborto espontâneo na 13ª semana de gravidez.

Jessica disse que mesmo em meio à tristeza seu pequeno bebê era simplesmente uma maravilha a ser contemplada. Seus dedos dos pés e das mãos estavam perfeitamente formados. Ele tinha orelhas, nariz e boca completamente identificáveis. Naquela etapa, seu fígado e seus rins estavam funcionando plenamente. Os sistemas do corpo dele estavam completamente formados, e só precisavam de tempo no ambiente seguro do útero da mãe para se desenvolver até atingir a autossuficiência.

“Eu não esperava ver um bebê como aquele. Sempre sigo minhas gravidezes com aqueles aplicativos sobre bebês, mas mesmo eles não fazem justiça a quanto meu filho parecia perfeitamente humano. Sempre fui pró-vida, mas até eu me enganei em relação à aparência de um bebê de 13 semanas”, disse ela.

Os amigos que mais tarde viram fotos do bebê inclusive disseram: “Meu Deus, ele se parece exatamente com um filho dos Smith”, relatou Jessica.

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Trayven Smith, de 4 anos de idade, nunca viu seu irmão Noah. Em lugar disso, ele fez este desenho chamado ‘Olho para Noah’. Ele disse à sua mãe: “Este sou eu, olhando para o céu (azul), enquanto meu irmão Noah (vermelho) vem de lá me visitar”.

Naquele momento, Ray ficou ao lado de Jessica. Eles chamaram o bebê de Noah Israel, que signifca “descanse, ajudante de Deus”.

Em seguida, os dois filhos mais novos foram convidados para entrar na sala e dizer “olá” e “adeus” ao pequeno irmão.

“Quando minha filha Maycee, de dois anos, viu o bebê  Noah deitado, ela não disse: ‘Veja, mamãe, tem uma bolha de tecido’. Não, ela disse: ‘Veja, mamãe, um bebê’”, disse Jéssica.

“E eu disse: ‘eu sei, meu bem, eu sei””.

Toda a família sofreu com a morte de Noah. Se ele tivesse passado pela gravidez com segurança, teria nascido há uma semana, no dia 13 de janeiro. Apesar de sua breve vida, Jessica acredita que a vida de Noah não foi em vão, mas tem um sentido e um propósito.

“Quando você olha para Noah e vê quão perfeitamente humano ele era, como alguém pode chamar o aborto de uma boa decisão? É hora de tirar o véu e abrir as cortinas, para que as pessoas possam ver a humanidade  de um jovem bebê no útero e como o aborto destrói uma verdadeira vida humana”.

“Noah me mostrou quão ‘humanos’ esses pequeninos verdadeiramente são”, disse ela.

 

(via NotiFam)

Grávida com criança portadora de microcefalia e aborto?

A principal vítima não é a grávida, mas o bebê. Quando é possível diagnosticar a microcefalia, ele já tem seis meses de gestação. Tem o direito de viver, como tantas crianças com deficiência

* LENISE GARCIA
04/02/2016 – 22h13 – Atualizado 04/02/2016 22h30
Lenise Garcia  (Foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)

Mães e pais de crianças com deficiência passam por momentos duros e difíceis, por grandes desafios, e também por alegrias talvez não percebidas por outros pais, a cada pequeno progresso, a cada passo, a cada vitória diante de um objetivo cotidiano. A jornalista Ana Carolina Cáceres, portadora de microcefalia, relata de forma emocionante seus primeiros passos, para ir atrás de um cachorro. O que terá passado pela mente e pelo coração de seu pai, quando testemunhou o fato? Ele tinha ouvido os médicos dizerem que ela não sobreviveria.

>> Grávida vítima de zika deve ter direito ao aborto? Sim

Por outro lado, mulheres que fizeram aborto, especialmente nos casos de alguma má-formação, vivem na dúvida: como seria agora meu filho? Como teria se desenvolvido? Sim, porque essa mulher tem um filho. Morto, mas filho.

A meu ver, este é um dos grandes equívocos nos argumentos para a liberação do aborto: tratar o filho abortado como se ele fosse inexistente, como se fosse possível “cancelar” uma gravidez. Toda mulher que tenha perdido um filho em um aborto espontâneo conhece a dor dessa perda, e precisa trabalhá-la, como fazemos diante de todos os nossos seres queridos que se foram. Não se pode considerar que seja diferente quando o aborto é induzido, provocado pela própria mãe ou por sua solicitação. Nesse caso, há o agravante da culpa, da responsabilidade pela morte do próprio filho. O aborto pode tirar a criança do útero de sua mãe, mas não a tira da sua mente nem do coração.

No caso da microcefalia, há o agravante de que o diagnóstico é tardio, a partir do sexto mês da gestação. Ou seja, estamos falando de uma criança já capaz de sobreviver fora do útero, em muitos casos.

O argumento da “liberdade de escolha” também é equivocado. À maior interessada, que é a criança, não é dada a liberdade de escolher entre  sua vida e sua morte. A vida é o primeiro de todos os direitos, e nenhum outro pode existir sem ele. Não pode caber a outrem a decisão sobre a vida de cada um de nós. Além disso, à escolha da mãe também faltam elementos para que possa ser considerada verdadeiramente livre. Na maior parte das vezes, o aborto é um ato de desespero, de aflição, de alguém que “não vê outra saída”. São inúmeros os exemplos de mulheres que pensam em abortar, mas que desistem quando são ouvidas, ajudadas, acolhidas. Propor o aborto como solução a uma grávida quando se faz o diagnóstico de microcefalia é negar a ela o amparo de que realmente necessita.

Um aspecto particularmente nefasto do aborto eugênico – aquele que ocorre porque o filho em gestação não é “perfeito” – é a carga de preconceito que o fundamenta. Estaríamos negando a dignidade da vida de crianças deficientes, vistas como alguém que não deveria estar vivo porque representa um peso para sua família e para a sociedade. Crianças com deficiência merecem ser acolhidas, cuidadas, amadas. Fazem a diferença em suas famílias, contribuindo para que tenhamos um mundo melhor.

* Lenise Garcia é doutora em microbiologia e coordenadora do curso de biologia da UnB

Diário Oficial publica critérios do CFM para aborto em caso de anencefalia. Ou: O avanço da cultura da morte

Por: Reinaldo Azevedo

 

Da Agência Brasil. Volto em seguida.

O Diário Oficial da União publica na edição desta segunda, 14, os critérios definidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para a interrupção da gravidez no caso de fetos anencéfalos (malformação no tubo neural, no cérebro). A interrupção só deve ocorrer depois que for feito um exame ultrassonográfico detalhado e assinado por dois médicos. A cirurgia para interromper a gravidez deve ocorrer em local com estrutura adequada, ressalta o texto. Na Seção 1 do Diário Oficial, páginas 308 e 309, estão os seis artigos e a exposição de motivos.

A divulgação dos critérios ocorre 32 dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter aprovado por 8 votos a 2 a autorização para a interrupção da gravidez em caso de anencefalia. O CFM criou uma comissão de especialistas em ginecologia, obstetrícia, genética e bioética para definir as regras e normas. A comissão foi criada no dia seguinte à decisão do STF.

A Resolução nº1.989, de 10 de maio de 2012, é assinada pelo presidente do conselho, Carlos Vital Tavares Corrêa, pelo secretário-geral, Henrique Batista e Silva, e pelo relator do caso, Henrique Fernando Maia.

A interrupção da gestação só será recomendada quando houver um “diagnóstico inequívoco de anencefalia”, conforme a decisão do conselho. O exame ultrassonográfico deverá ser feito a partir da 12ª semana de gravidez (três meses de gestação), registrando duas fotografias em posição sagital (que mostra o feto verticalmente) e outra em polo cefálico com corte transversal (detalhando a caixa encefálica).

Na decisão, o CFM reitera também que os conselhos regionais de Medicina (CRMs) deverão atuar como “julgadores e disciplinadores” da decisão seguindo “a ética”. Segundo a resolução, a gestante está livre para decidir se quer manter a gravidez. Caso decida levar adiante a gestação ou interrompê-la, a mulher deve ter assistência médica adequada.

A resolução é clara ainda na proibição de pressão sobre a gestante para tomar uma decisão. “Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano”, diz o texto. “O médico deve zelar pelo bem-estar da paciente.” Segundo a norma, a interrupção da gravidez só pode ocorrer em “hospital com estrutura adequada”. Não há detalhes sobre o que vem a ser uma estrutura adequada. A decisão da gestante ou do responsável por ela deve ser lavrada em ata.

Cabe ao médico, segundo a resolução, informar toda a situação à gestante, que terá ainda liberdade para requisitar outro diagnóstico e buscar uma junta médica. O profissional médico deverá ainda comunicar à grávida os riscos de recorrência de novas gestações com fetos anencéfalos e orientá-la a tomar providências contraceptivas para reduzir essas ameaças.

Na exposição de motivos, o Conselho Federal de Medicina ressalta as distinções que devem ser feitas entre interrupção da gravidez, aborto e aborto eugênico (visando ao suposto melhoramento da raça).

“Apesar de alguns autores utilizarem expressões ‘aborto eugênico ou eugenésico” ou ‘antecipação eugênica da gestação’, afasto-as, considerado o indiscutível viés ideológico e político impregnado na palavra eugenia”, diz o texto, reproduzindo palavras do relator do processo no STF, ministro Marco Aurélio Mello.

Voltei
Não há dúvida de que a decisão do Supremo se referiu especificamente a fetos anencéfalos. O que a resolução do Conselho Federal de Medicina faz é estabelecer os critérios objetivos para a sua aplicação. Não havia, e não há, nenhuma dúvida a respeito disso. O ponto é outro sem deixar de ser o mesmo. Explico.

A exegese desenvolvida pela maioria dos ministros do Supremo para os casos de anencefalia vale pode valer para outros casos de má-formação dos fetos. Se permitido nesse caso, por que não em outros, em que se pode alegar que o nascituro terá vida curta ou não terá uma vida independente?

Não por acaso, os grupos pró-aborto comemoraram a decisão do Supremo não por causa da coisa em si — ninguém estava ligando muito para o sofrimento das mulheres grávidas de fetos ditos anencéfalos (a anencefalia propriamente dita não existe; se sem cérebro, o feto simplesmente não se desenvolve) —, mas por causa do seu sentido político. Todos entenderam o óbvio: boa parte da argumentação que se ouviu no tribunal justificaria, no fim das contas, qualquer interrupção da gravidez.

O que avança é a cultura do aborto — não adianta tentar tapar o sol com a peneira. Aquela tal comissão de juristas que elabora propostas para a reforma do Código Penal, por exemplo, enviou ao Senado uma sugestão realmente encantadora: desde que atestado por médico ou psicólogo que a mulher não tem “condições psicológicas” — seja lá o que isso signifique — de ser mãe, o aborto legal seria autorizado.

Editorial: Tarados morais aproveitam surto criminoso de microcefalia para defender a legalização do aborto

Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
fonte: Arquivo/JP

“De todos os fanatismos que conheço, o pró-aborto parece ser o mais desmedido”, diz Reinaldo Azevedo

De todos os fanatismos que conheço, o pró-aborto parece ser o mais desmedido. Talvez resida nisso uma nesga de consciência culpada. Como as pessoas sabem, ainda que não o admitam, que estão defendendo a morte de inocentes, procuram reforçar a sua escolha com uma convicção que não admite nem apartes nem reservas porque, assim, buscam convencer a si mesmas de que abraçaram uma boa causa.

Chega a ser chocante, embora não surpreendente, que esses fanáticos vejam os milhares de casos de microcefalia — o resultado da incúria do Poder Público, muito especialmente do governo federal — como mais uma janela de oportunidades para defender, então, a descriminação ou a legalização do aborto.Temo, sim, o caráter de um sujeito que olha para um bebê com microcefalia, com toda a carga de dor e sofrimento que isso implica para a própria vítima e para a sua família, e veja ali apenas um aborto que deveria ter acontecido.

Que tipo de raciocínio ou de falha moral induz alguém a olhar para o humano — notem que vou preferir tirar Deus desse debate, embora seja legítima, é evidente, a abordagem religiosa — nessas circunstâncias e decidir, então, como o Juiz Supremo, que aquela é uma vida que não merece ser vivida; que aquela é uma vida que não reúne as condições aceitáveis para estar entre nós; que aquela é uma vida que sobreviveu a um mau juízo?

Digamos que haja uma forma intelectualmente honesta de defender o aborto — e trabalho com essa hipótese apenas porque ela é importante para apontar um desvio de caráter. Havendo essa possibilidade, esta seria justamente a hora de o grupo que defende a legalização ou a descriminação se calar em vez de falar. Acirrar agora a campanha é de um oportunismo espantoso. Essa gente não faz isso em nome das mães, dos direitos da mulher ou, é evidente, em benefício dos bebês: pensa única e exclusivamente em aproveitar a oportunidade para ver triunfar uma tese. Usa a tragédia de milhares para fazer o proselitismo da morte.

Quando o Supremo, abusando de um direito que não tem, que é o de legislar, excluiu do crime o aborto de ditos anencéfalos — emendando, na prática, o Código Penal, sem que tenha sido eleito para isso –, observei aqui que se tratava apenas de um primeiro passo. Em breve, escrevi, haveria a reivindicação para que a interrupção não-criminosa da gravidez se desse também para outros casos de malformação do feto.

A incúria, a incompetência e o descaso transformaram a gravidez numa escolha de risco no Brasil, epicentro de um problema de saúde pública mundial que levou a OMS a fazer um de seus raros alertas globais. Não obstante, lá estão os feticidas fanáticos a sentir o cheiro do sangue fresco. E eles não têm limites porque é de sua natureza não tê-lo.

Em fevereiro de 2012, um dupla de acadêmicos italianos chocou o mundo ao escrever no “Journal of Medical Ethics” um artigo intitulado “After-birth abortion: why should the baby live?” – literalmente: “Aborto pós-nascimento: por que o bebê deveria viver?” À época, escrevi um post a respeito.

No texto, a dupla — Alberto Giublini e Francesca Minerva — sustenta não haver grande diferença entre o recém-nascido e o feto. Alguém poderia afirmar: “Mas é o que também sustentamos, nós, que somos contrários à legalização do aborto”. Calma! Minerva e Giublini acham que é lícito e moralmente correto matar tanto fetos como recém-nascidos. Acreditam que a decisão sobre se a criança deve ou não ser morta cabe aos pais e até, pasmem!, aos médicos.

Para esses dois grandes humanistas, NOTEM BEM!, AS MESMAS CIRCUNSTÂNCIAS QUE JUSTIFICAM O ABORTO JUSTIFICAM O INFANTICÍDIO, cujo nome eles recusam — daí o “aborto pós-nascimento”. Para eles, “nem os fetos nem os recém-nascidos podem ser considerados pessoas no sentido de que têm um direito moral à vida”. Não abrem exceção: o “aborto pós-nascimento” deveria ser permitido em qualquer caso, citando explicitamente as crianças com deficiência. Mas não têm preconceito: quando o “recém-nascido tem potencial para uma vida saudável, mas põe em risco o bem-estar da família”, deve ser eliminado.

Num dos momentos mais abjetos do texto, a dupla lembra que uma pesquisa num grupo de países europeus indicou que só 64% dos casos de Síndrome de Down foram detectados nos exames pré-natais. Informam então que, naquele universo pesquisado, nasceram 1.700 bebês com Down, sem que os pais soubessem previamente. O sentido moral do que diz a dupla é claro: soubessem antes, poderiam ter feito o aborto; com essa nova leitura, estão a sugerir que essas crianças com Down poderiam, então, ser mortas logo ao nascer.

O texto gerou tal escândalo que acabou sendo retirado da publicação.

Cito o caso dessa dupla para evidenciar duas coisas: 1) a defesa do aborto encerra, entendo eu, uma fronteira moral. Ultrapassada, tudo passa a ser mera questão de gosto; o máximo que se vai fazer é decidir a partir de que mês se pode ou não matar o feto. 2) Em segundo lugar, lembro: a Itália tem uma legislação bastante lassa em relação ao aborto, que deixou de ser crime em 1978. Os hospitais públicos podem fazer o procedimento meramente volitivo até o terceiro mês de gravidez. O limite é ampliado em caso de risco de morte da mãe, malformação do feto etc. Ao médico é garantida objeção de consciência.

Em tese, um abortista poderia se dar por satisfeito. Nada disso. Giublini e Minerva querem mais: já que um bebê recém-nascido, de fato, não é assim tão diferente de um feto, por que não reivindicar também o direito ao infanticídio — ou ao aborto pós-nascimento, como a dupla decidiu chamar?

Vocês acham que esses que agora olham para bebês com microcefalia e pensam logo numa cureta — em vez de pensar numa política pública de saúde decente e em um governo eficiente — são diferentes moralmente daquele dois?

Afinal, o que esquenta a sua causa é justamente a certeza de que essas crianças não deveriam ter nascido. E eles a utilizam para defender a morte dos que também não portam microcefalia.

Não consigo sentir outra coisa: só repúdio intelectual e nojo físico.

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Causa da Microcefalia não é Zika Vírus, pode ser as vacinas em gestantes; diz estudo

Autor do estudo: Dr. Plínio Bezerra dos Santos Filho, PhD. Realizou estudo e assinou denúncia junto ao Ministério Público. Vale a pena conferir.

“Microcefalia em Pernambuco e Brasil. Acabo de fazer uma denúncia assinada junto ao Ministério Público Federal. Ver abaixo:

Denúncia de Crime contra a população brasileira, uma sequência de erros e procedimentos grosseiros, realizados pelo Ministério da Saúde, SUS, seus institutos associados e suas autoridades constituídas, que provocaram e continuam provocando a atual crise de MICROCEFALIA (MC) em todo o Brasil. Análise mais detalhada e específica de dados e fatos referentes ao Estado de Pernambuco.

Autor: Dr. Plínio Bezerra dos Santos Filho, PhD
Pós-doutor pelas universidades americanas de Harvard, Washington University em St. Louis e North Carolina State University; Doutor pela Washington University em St. Louis; Mestre e Bacharel em Física pela UFPE; Áreas de atuação: Ressonância Magnética, com trabalhos em neurologia, próstata, Física do Estado Sólido, entre outros.

RESUMO DESTA DENÚNCIA

A crise de Microcefalia (MC) que surgiu no Estado de Pernambuco, com um pico máximo de casos em novembro de 2015, não se deve ao vírus ZIKV e nem é uma epidemia. Quatro fatos-causa principais existem e claramente explicam os dados, números de casos e períodos das notificações.

Os dados que aqui reporto e analiso estão sob o domínio público, na imprensa e Ministério da Saúde, podendo ser verificados. Não fui permitido acesso a dados mais completos e precisos oficiais, o que, ao meu ver, tornariam esta denúncia ainda mais evidente, por recuar o pico máximo da Microcefalia em Pernambuco para trás no tempo em um mês ou mais. Me atenho ao Estado de Pernambuco, em grande parte desta denúncia, pois é o que possui dados divulgados ao público de forma mais completa e também é o marco inicial da notificação compulsória da MC no Brasil.

Os 4 fatos-causa que explicam o comportamento temporal do gráfico que apresento são:

A) O pico máximo do número de casos em Pernambuco corresponde a um primeiro trimestre de gestação entre janeiro e abril de 2015 com nascimentos microcefálicos. Isso deve-se à vacinação de mulheres em período fértil contra o sarampo com a vacina tríplice, que contém o virus vivo da rubéola. No Ceará, esta vacinação contra o sarampo em mulheres no período fértil com a vacina tríplice continuou até meados de abril;

B) O alarmante número de casos, que começam a aparecer em agosto-outubro de 2015, provoca a compulsoriedade, pelo Ministério da Saúde, de notificação de Microcefalia em todo o país. A obrigatoriedade de notificação pelo Ministério da Saúde aumenta o pico e alarga a curva gráfica em torno do seu máximo;

C) A causa que provocou o pico máximo de casos de microcefalia em novembro de 2015, nos dados para Pernambuco, fica rarefeita e é substituída, na atualidade, por um outro fato-causa que embora presente nas notificações iniciais, era pouco evidente. Em novembro de 2014, o Ministério da Saúde inclui a vacinação contra Difiteria, Tétano e Pertussis no protocolo pré-natal de gestantes no último trimestre de gestação, a partir do sexto mês de gravidez.; e

D) O pico máximo de casos de Dengue no Estado de Pernambuco é entre 20 de março e 10 de abril de 2015 e isso requereria, por associação, desde que temos o mesmo mosquito vetor, um pico máximo no gráfico de Microcefalia entre final de dezembro e início de janeiro de 2016 e não em novembro de 2015 como tivemos. Isso, por si só, colocaria possíveis efeitos do ZIKV como causador de Microcefalia em importãncia menor e não como o principal causador da Microcefalia.

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS GÁFICOS ANEXOS

É necessário lembrarmos que uma gravidez humana tem em média 9 meses.
O gráfico da Microcefalia em Pernambuco, notificação-a-notificação no tempo, mostra um evento com máximo em cerca de 20 novembro de 2015, curva VERMELHA; a totalidade dos casos notificados é apresentada na curva AZUL.
As curvas são baseadas em estatística muito simples, como as usadas para análise de epidemias. O número de casos é associado ao seu instante de notificação no tempo.

Três retângulos coloridos registram, no gráfico, regiões de interesse:

i) O retângulo vermelho, de 20 de setembro de 2015 a 18 de janeiro de 2016, marca a região da curva com notificações de Microcefalia em Pernambuco;

ii) Tomando-se o centro do retângulo vermelho e recuando todo este retângulo vermelho 9 meses no tempo, uma gestação, temos o retângulo violeta. O retângulo violeta corresponde à região no tempo de 1 de janeiro a 30 de abril de 2015. Um nascimento de microcefálico na curva do retângulo vermelho tem, necessariamente, um início de gestação no retângulo violeta, data em média 9 meses anterior;

iii) O retângulo amarelo, de 8 de novembro a 31 de dezembro de 2015, corresponde à vacinação contra sarampo em Pernambuco pelo SUS. Devido possivelmente à Copa do Mundo de Futebol, muitos estados e em sua maioria no Nordeste, apresentaram sarampo em forma quase epidêmica, entre 2013 e 2014;

iv) A curva vermelha e fina entre 15 de fevereiro e 30 de junho de 2015, com o seu máximo no início de abril, registra, para completude desta denúncia, a epidemia de Dengue em Pernambuco para 2015.

FATOS-CAUSAS, de A a D, acima:

A) VACINA TRÍPLICE: As chamadas públicas e oficiais para vacinação contra sarampo em Pernambuco, pelo Ministério da Saúde e SUS, foram de de 8 de novembro a 31 de dezembro de 2014. Isso foi devido às centenas de casos de sarampo em PE e CE.

No Ceará, a vacinação foi estendida até meados de abril de 2015 e inclusive com visitação para vacinação a domicílio. Nas chamadas oficiais, o convite é feito para a vacinação de mulheres em período fértil contra o sarampo. Se a mulher em período fértil engravidar em até 3 meses após a vacinação ou se estiver grávida, no início da gestação e não o souber, os efeitos do Rubella Virus da vacina tríplice são devastadores ao feto e são conhecidos há décadas. Problemas encefálicos, visuais ou cardíacos no feto/recém-nascido podem ser facimente encontrados na literatura deviso à rubéola.

O que atualmente se divulga como sendo ZIKV é facilmente associado à rubéola. E tivemos sim uma grande vacinação com a vacina tríplice em Pernambuco no final de 2014. Segundo o gráfico de Microcefalia para Pernambuco, Fig. 1, o máximo da curva corresponde e pode ser associado à vacina tríplice usada para o sarampo. A microcefalia é então o efeito colateral do componente de rubéola da vacina tríplice para Sarampo, Cachumba e Rubéola. Este erro é grotesco e houve.

É preciso, também, ter em mente que o vírus da rubéola provoca, quando não o aborto, a síndrome da rubéola congenita e a microcefalia é apenas uma manifestação da tríade clássica: microcefalia, catarata e surdez.

Ver a fala do secretário de saúde de Pernambuco na época:

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2014/11/08/interna_vidaurbana,541564/dia-d-de-campanha-de-vacinacao-contra-poliomielite-e-sarampo.shtml

Esta chamada foi feita pelas várias secretarias de saude pelo nordeste, sob recomendação do Ministério da Saúde.
Devido à vacina tríplice em mulheres no período fértil, os casos de Microcefalia vão continuar até nove meses depois do término desta vacinação, mais o período inicial de atuação desta vacina no corpo da jovem, o que nos dá um total efetivo de pelo menos 12 meses após a vacina ter sido tomada.

Como um outro fato exemplo, aqui está uma das chamadas para vacinação de sarampo no Ceará:
http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/04/ceara-ja-tem-100-casos-de-sarampo-confirmados-em-2015-segundo-sesa.html

OBSERVAÇÃO
Não é o caso de vacinação com a vacina tríplice em mulheres grávidas. Isso pode até ter acontecido, erro grosseiro, mas não acredito ter sido a norma. Eu me refiro às mulheres que engravidaram após se vacinarem.

Temos as nossas grandes festas culturais de final de ano de 2014 e o carnaval de 2015. Os gráficos apontam para inicio de gravidez entre janeiro a abril de 2015 em Pernambuco. E o efeito da vacinação de rubéola dura meses e estes estariam associados ao primeiro trimestre de gestação.

Também, não estou me referindo a vacinas vencidas ou contaminadas, neste caso da vacinação contra o sarampo com a tríplice. Afirmo que a vacinação foi efetiva e de grande alcance nos postos de saúde de Pernambuco.

A Microcefalia que se apresenta 9, 10, 11 ou 12 meses depois de uma jovem fértil ter sido vacinada com a tríplice é devido à componente da rubéola na vacina.

EXEMPLO
Por favor, notem este possível diálogo entre uma atendente em um posto de saúde e uma mulher jovem que foi tomar vacina de sarampo:
— Vim tomar a vacina de sarampo. Um conhecido meu está com sarampo.
Você está grávida?

— Não.

A sua carteira de vacinação… etc.

A jovem engravida nos próximos 3-4 meses e temos um percentual bem alto de casos de acometimento do sistema nervoso central do feto, devido a contaminação do feto no primeiro trimestre de gestação.
Nada mais claro do que isso para explicar como é que em Pernambuco a Microcefalia aparece com números descabidos em novembro de 2015, do litoral ao sertão, ao mesmo tempo.

A vacinação de sarampo foi oficialmente satisfatória no estado, segundo a Secretaria de Saúde Estadual.

A explosão da Microcefalia em Pernambuco provoca o próximo fato-caso:

B), abaixo.
B) NOTIFICAÇÃO COMPUSÓRIA: O alarmante número de casos, que começam a aparecer em agosto-outubro de 2015, provoca a compulsoriedade, pelo Ministério da Saúde, de notificação de Microcefalia em todo o país. A obrigatoriedade de notificação aumenta o pico máximo da curva no gráfico e a alarga em torno do seu pico para Pernambuco.

Aqui em Pernambuco existiam obstáculos consideráveis, mesmo para médicos, para se aprofundar nos dados de microcefalia existentes na Secretaria Estadual de Saúde. A SES recebia a Declaração de Nascido Vivo (DNV) de todo estado para digitalizar e assim centralizava os dados. Acontece que a DNV não contém o dado antropométrico de perimetro cefálico, somente peso ao nascer, idade gestacional e Índice de Apgar.

A notificação de defeito congenito (incluindo microcefalia) ficava dependente da observação do declarante (em geral um pediatra). Portanto, a única forma fiel de acessar dados sobre microcefalia era fazer uma busca ativa nos registros das maternidades.

Provavelmente devido a isso, o Ministério da Saúde torna compulsória a notificação de casos de microcefalia em todo o Brasil no final de outubro de 2015. Mas, não está claro neste momento se todos os estados notificam a totalidade dos seus casos.

C) VACINA DTP APÓS SEXTO MÊS DE GESTAÇÃO: Não fosse o “erro” operacional devido à vacinação de jovens no período fértil contra sarampo no Nordeste, dificilmente saberiamos do efeito da vacina DTP que está provocando Microcefalia em todo o Brasil presentemente.

Em novembro de 2014, o Ministério da Saúde inclui a vacina dTpa contra Difiteria, Tétano e Pertussis no protocolo pré-natal de gestantes no último trimestre de gestação, i. e., a partir do sexto mês de gravidez. A causa que provocou o pico máximo de casos de microcefalia em novembro de 2015, em Pernambuco, fica rarefeita e é substituída, na atualidade, por este outro fato-causa que embora presente nas notificações iniciais, era pouco evidente.

Em 2014, grande divulgação pública foi feita quanto à utização da vacina dTpa (o a significa acelular) como parte do protocolo pré-natal nacional de gestantes. Foi veiculado um acordo entre o MS-SUS para repasse da tecnologia de fabricação da dTpa no Brasil, com o apoio técnico do laboratório GlaxoSmithKline Pharmaceuticals (GSK).

O instituto Butantan, que só produzia e ainda produz a DTP ou DTPw (com bactéria viva Bordetella Pertussis, da coqueluche atenuada) para o programa nacional de imunização, passaria a produzir a vacina sem a bactéria viva a vacina dTpa, usada no primeiro mundo.

A vacina DTP deixou de ser fabricada pela maior parte das indústrias farmaceuticas do mundo. O SUS ainda usa a DTP para vacinar as crianças de 2 meses a 7 anos. Foi também anunciado, em 2014, que o Ministério da Saúde adquirira a dTpa no mercado internacional, 4 milhões de doses, ao custo de R$ 87,2 milhões, que cobririam as 2,9 milhões de gestantes e adultos em 2015, mas que progressivamente substituiria a DTP pela dTpa para todos.

http://www.blog.saude.gov.br/34736-ministerio-da-saude-disponibiliza-no-sus-vacina-contra-coqueluche-para-gestantes.html

O problema com a vacina DTP ou DTPw (atenuada), que parou de ser usada nos EUA em 1995, é que ela causa, entre outras patologias, a microcefalia. É aqui que aparece o problema:

a) em meados de 2015, o Ministério da Saúde anuncia que não consegue comprar a dTpa no mercado internacional, pois está em “falta” e anuncia a sua troca pela vacina penta-valente, fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan.

Isso é bastante estranho, pois na rede privada de saúde do Brasil, uma gestante pode tomar, pagando, a dTpa que não se encontra em falta.

Pergunto onde foram parar as 4 milnões de doses de dTpa para as gestantes e pessoal de saúde e que seriam usadas em 2015?

Por que em 2105 toda e qualquer menção ao acordo de transferência de tecnologia para a produção de dTpa com a GSK somem no Brasil?

Também, a própria vacina dTpa não é recomendada para uso em gestantes pelos laboratórios que as fabricam, e isso está escrito nas bulas destas vacinas.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2015/10/30/interna_cidadesdf,504482/tres-tipos-de-vacinas-estao-com-estoque-zerado-no-df.shtml

D) O ZIKV: Uma causa e efeito devido ao ZIKV, necessariamente, acompanharia a epidemia causada pelo mosquito vetor. Não é o que a curva AZUL, Fig. 2, apresenta.

Neste momento, e desde após o pico em Pernambuco, a curva tende a uma constante de casos por dia, o que requer, em qualquer estudo de epidemias, uma causa diária constante de contaminação.

O mosquito vetor, Aedes Aegypti, é o mesmo para Febre Amarela, Dengue, Chikungunya e ZIKV. É razoável considerar, ao menos em primeira ordem, que o período de uma epidemia de dengue estaria associada a uma epidemia de ZIKV no tempo. É o mesmo mosquito. O período de incubação da dengue no homem varia de 4 a 10 dias, sendo em média de 5 a 6 dias; após este período surgem os sintomas de dengue; para o ZIKV isso está em estudo no momento. Mas o número de casos por dia é muito alto e se apresenta como uma constante, uma média de 15 casos dia desde o final de novembro de 2015.

A causa de efeito constante, os casos de microcefalia, requer uma contaminação constante. A VACINA DTP, a versão usada pelo MS-SUS é esta causa, pois todas as grávidas devem se vacinar após o sexto mês de gestação. Temos aqui uma constante que não existia antes de novembro de 2014 e isso explica o porque de todo o Brasil est´å apresentando casos de microcefalia.

Para ZIKV a curva estaria aumentando, acompanhando o aumento do aedes, como temos na propaganda oficial massiça neste momento. Mas o comportamento do gráfico requer uma causa CONSTANTE! A dengue em Pernambuco foi entre 15 de fevereiro ao final de abril. Isso significaria, se fosse o ZIKV, que é o mesmo aedes da dengue, uma grande contaminação neste período. Acontece que isso deslocaria a curva da microcefalia para meados de janeiro de 2016 e esta não seria em novembro de 2015!

O pico da dengue que está em 15 de abril, provocaria uma região de casos centrados em 15 de janeiro como temos aqui!

Dengue em PE 2015
http://www.coren-pe.gov.br/novo/wp-content/uploads/2015/09/Informe-epidemiol%C3%B3gico-Dengue-SE-01-a-34-1-1.pdf

Questiono, também, um dos marcadores usados para a identificação do ZIKV, o IgG, que aparece em contaminações pela rubéola/rubella, o que o torna inespecífico, exigindo, assim, uma procura pelo DNA do ZIKV, ou um marcador específico e único, para validar os testes de presença do ZIKV nas amostras provenientes de bebês com microcefalia.

CONCLUSÃO
Pelo que demonstro, as causas que provocaram e provocam o grande número de casos de microcefalia em Pernambuco estão associadas a 2 vacinas:

a) a vacina tríplice erroneamente administrada a jovens no período fértil e b) a vacina usada para coqueluche no Brasil pelo MS-SUS. Pernambuco teve, acredito, 60 municípios com sarampo em 2014. Foi recomendação oficial da Secretaria de Saúde do estado de Pernambuco que a vacinação de sarampo fosse feita em toda a população vunerável nestes municípios e em quem teve algum contato com os acometidos nestes municípios. Só esta constatação explica porque a microcefalia aparece por todo o estado de Pernambuco ao mesmo tempo. Mas isso é somente o pico máximo inicial da curva de microcefalia para PE. A largura do pico tem a ver com a notificação se tornar compusória. As notificações atuais não mais tem a ver com a vacina tríplice. O estado atual de 15 casos por dia de microcefalia em Pernambuco está relacionado com a vacina DTP, DTPw (e suas outras siglas) para difiteria, tétano e pertussis, administrada a “todas” as grávidas a partir do sexto mês de gravidez.

RECOMENDAÇÕES

Parar toda e qualquer vacinação de grávidas ou jovens no período fértil em todo o Brasil!
É muito fácil verificar o que apresento aqui:
1) Basta analisar as carteiras de vacinação das mães com crianças com microcefalia, por exemplo;
2) Fazer o cruzamento dos dados do posto de vacinação municipal, nos 60 municipios de PE com a ocorrência de microcefalia com a vacinação de sarampo;

3) Com dados oficiais completos, todo e qualquer estado da federação pode ter curvas de causa-efeito plotadas para microcefalia;

4) Apurar as responsabilidades de todas as instituições e suas autoridades, nas pessoas dos seus representantes contituídos, pelos erros e procedimentos que estão provocando este grande número de casos de microcefalia em todo o País; e

5) Acabar com esta aparente farça que pretende singularizar o ZIKV pelos casos de microcefalia no País, quando temos duas causas gritantes que explicam o porque da quantodade absurda de casos de microcefalia no Brasil.
OBSERVAÇÃO FINAL

Me coloco à disposição do MPF para maiores esclarecimentos e para a transferência da grande quantidade de documentos, matérias e artigos científicos que pesquisei, para auxiliar as investigações.”

Dr. Plínio Bezerra dos Santos Filho.
22 de janeiro de 2016.

LEIAM TAMBÉM O ARTIGO: Microcefalia e Zika a história não revelada. –  http://quiteriachagas.com/2016/01/29/microcefalia-e-zika-a-historia-nao-revelada/

PDF c/todas informações da vacina DTpa – Tdap: https://www.gsksource.com/pharma/content/dam/GlaxoSmithKline/US/en/Prescribing_Information/Boostrix/pdf/BOOSTRIX.PDF

LEIAM: Os Riscos da vacinação na gravidez, analisem! –
http://quiteriachagas.com/2016/01/31/os-riscos-da-vacinacao-na-gravidez-analisem/