Sem Vida de Oração é impossível chegar à santidade

Os Santos Padres e os grandes mestres da vida espiritual estão todos de acordo em proclamar a eficácia santificadora, verdadeiramente extraordinária, da oração. Sem oração — sem muita oração — é impossível chegar à santidade.

Os testemunhos que se poderiam apresentar são inúmeros [1]. A título de exemplo, porém, reuniremos aqui apenas alguns.

São Boaventura. — “Se queres sofrer com paciência as adversidades e misérias desta vida, sê homem de oração.

Se queres alcançar virtude e fortaleza para vencer as tentações do inimigo, sê homem de oração.

São Boaventura.
Se queres mortificar tua vontade própria com todas os seus gostos e apetites, sê homem de oração.

Se queres conhecer as astúcias de Satanás e defender-te de seus enganos, sê homem de oração.

Se queres viver alegremente e caminhar com suavidade pelo caminho da penitência e do trabalho, sê homem de oração.

Se queres afugentar da tua alma as moscas importunas dos vãos pensamentos e cuidados, sê homem de oração.

Se a queres sustentar com a gordura da devoção e trazê-la sempre cheia de bons pensamentos e desejos, sê homem de oração.

Se queres fortalecer e confirmar teu coração no caminho de Deus, sê homem de oração.

Finalmente, se queres desenraizar da tua alma todos os vícios e plantar em seu lugar as virtudes, sê homem de oração: porque nela se recebe a unção e a graça do Espírito Santo, que ensina todas as coisas.

Além disso, se queres subir à altura da contemplação e gozar dos doces abraços do esposo, exercita-te na oração, porque este é o caminho por onde a alma sobe à contemplação e gosto das coisas celestiais.” [2]

São Pedro de Alcântara. — Citando um outro autor, escreve:

Na oração, purifica-se a alma dos pecados, apascenta-se a caridade, certifica-se a fé, fortalece-se a esperança, alegra-se o espírito, derretem-se as entranhas, pacifica-se o coração, descobre-se a verdade, vence-se a tentação, renovam-se os sentidos, repara-se a virtude enfraquecida, despede-se a tibieza, consome-se a ferrugem dos vícios, e saltam as centelhas vivas de desejos do céu, entre as quais arde a chama do divino amor. Grandes são as excelências da oração, grandes são seus privilégios. A ela estão abertos os céus, a ela se descobrem os segredos, e a ela estão sempre atentos os ouvidos de Deus. [3]
Santa Teresa. — Para a grande mestra da vida espiritual, a oração é o tudo! Não há outro exercício no qual insista tanto, em todos os seus escritos, e ao qual conceda tanta importância santificadora como à oração. Parece-nos inútil citar textos: basta abrir ao acaso qualquer um dos seus livros. Segundo ela, a alma que não faz oração está perdida; jamais chegará à santidade. De igual modo pensava São João da Cruz, tão identificado com a insigne reformadora do Carmelo.

A alma que não faz oração está perdida; jamais chegará à santidade.
São Francisco de Sales. — “Pela oração falamos a Deus e Deus reciprocamente nos fala, aspiramos a Ele e respiramos n’Ele, e Ele nos inspira e respira sobre nós.

Mas de que tratamos nós na oração? Qual é o assunto da nossa conversação? Nela, Teótimo, não se fala senão de Deus; porque de que mais pode falar e se entreter o amor senão do amado? Por isso, a oração e a teologia mística são uma mesma coisa. Chama-se teologia porque, assim como a teologia especulativa tem a Deus por objeto, também a teologia mística não fala senão de Deus, mas com três diferenças:

aquela trata de Deus enquanto Deus, e esta fala de Deus enquanto sumamente amável; isto é, aquela considera a Divindade da Suma Bondade, e esta a Bondade da Divindade;
a especulativa trata de Deus com os homens e entre os homens; a teologia mística fala de Deus, com Deus e em Deus;
a especulativa tende ao conhecimento de Deus, e a mística ao amor, de modo que aquela torna seus alunos sábios, doutos e teólogos; enquanto esta os torna ardentes, afeiçoados e amantes de Deus.” [4]
Os textos poderiam multiplicar-se com abundância, mas não é necessário. Todas as escolas de espiritualidade cristã concordam em proclamar a necessidade absoluta da oração e sua extraordinária eficácia santificadora.

À medida que a alma intensifica a sua vida de oração, aproxima-se mais de Deus, em cuja perfeita união consiste a santidade. A oração é a frágua do amor, onde se acende a caridade e se ilumina e abrasa a alma com suas labaredas, que são luz e vida ao mesmo tempo. Se a santidade é amor, união com Deus, o caminho mais curto e rápido para que a alcancemos é a contínua e ardente vida de oração.

Referências

Remetemos o leitor à preciosa obra do P. Arintero, Cuestiones místicas, principalmente à questão 2, artigos 4-5, onde se pode encontrar um verdadeiro arsenal de testemunhos dos Santos Padres e místicos experimentais.
Citado ou comentado por São Pedro de Alcântara: Tratado de la oración, p. 1.ª, c. I. Esta pequena obra, como se sabe, é uma recopilação da que, com o mesmo título, foi publicada pelo Frei Luís de Granada.
Tratado de la oración, p. 1ª, c. I.
Tratado do Amor de Deus, l. 6, c. 1.
Notas

Traduzido e adaptado de Teología de la Perfección Cristiana. Madri: BAC, 2015, pp. 636-638, n. 481.

O que significa a palavra “amém”?

Seu significado é tão concreto e especial que não tem correspondência exata em outros idiomas

PE. HENRY VARGAS HOLGUÍN
19 DE OUTUBRO DE 2015

“Amém” é uma palavra cujo uso na língua hebraica é muito antigo. Do ponto de vista etimológico, “amém” deriva do verbo “aman”, usado para reforçar ou confirmar algo. Basicamente, significa “que conste”, “em verdade”.

Esta palavra não tem equivalência exata nas línguas ocidentais. O seu significado tem de ser entendido como uma resposta de confirmação a algo que é considerado firme, estável, imutável. É por isto que a tradição judaico-cristã manteve esta palavra inalterada, sem traduzi-la: qualquer tradução empobreceria o sentido original da palavra, que, em sentido estrito, só pode ser dita em referência a Deus.

Estendido ao cristianismo, o termo “amém” é muito usado na Bíblia para afirmar que algo “tem de ser”. A palavra é também uma das aclamações litúrgicas mais frequentes como fórmula para encerrar as orações, significando “assim seja”.

Pronunciar a palavra “amém” é proclamar que se tem por verdadeiro o que acaba de ser dito, com o objetivo de ratificar uma proposição ou unir-se a ela. No âmbito do culto religioso, significa que a assembleia “está de acordo” com o que é celebrado e afirmado.

A expressão é usada pelo próprio Jesus nos evangelhos para iniciar um discurso, dando-lhe a conotação de solidez e contundência. É por isso que Jesus diz: “Em verdade, em verdade vos digo”.

13 dicas para ler a Bíblia de forma libertadora

“Quando oramos, falamos a Deus. Quando lemos as Sagradas Escrituras, é Deus quem nos fala.”

Você tem 7 chaves que abrem o seu coração para ler a Bíblia de forma libertadora, agradável e correta. Estas chaves são fáceis de se encontrar, pois elas estão simbolizadas em seu próprio corpo.

Com as “Sete Chaves”, você encontra a Palavra de Deus que está na Bíblia e na vida e entenderá melhor o sentido escondido atrás das palavras.

Veja só:

1) Pés: Bem plantados na realidade.

Para ler bem a Bíblia é preciso ler bem a vida, conhecer a realidade pessoal, familiar e comunitária do país e do mundo. É preciso conhecer também a realidade na qual viveu o Povo da Bíblia. A Bíblia não caiu do céu prontinha. Ela nasceu das lutas, das alegrias, da esperança e da fé de um povo (Ex 3,7).

2) Olhos: Bem abertos.

Um olho deve estar sobre o texto da Bíblia e o outro sobre o texto da vida. O que fala o texto da Bíblia? O que fala o texto da vida? A Palavra de Deus está na Bíblia e está na vida. Precisamos ter olhos para enxergá-la.

3) Ouvidos: Atentos, em alerta.

Um ouvido deve escutar o chamado de Deus e o outro escutar o seu irmão.

4) Coração: Livre para amar.

Ler a Bíblia com sentimento, com a emoção que o texto provoca. Só quem ama a Deus e ao próximo pode entender o que Deus fala na Bíblia e na vida. Coração pronto para viver em conversão.

5) Boca: Para anunciar e denunciar.

Aquilo que os olhos viram, os ouvidos ouviram e o coração sentiu a palavra de Deus e a vida.

6) Cabeça: Para pensar.

Usar a inteligência para meditar, estudar e buscar respostas para nossas dúvidas. Ler a Bíblia e ler também outros livros que nos expliquem a Bíblia.

7) Joelhos: Dobrados em oração.

Só com muita fé e oração dá para entender a Bíblia e a vida. Pedir o dom da sabedoria ao Espírito Santo para entender a Bíblia.

Leia mais: Tudo o que você precisa saber sobre: a leitura espiritual

Mas como usar estas 7 chaves? Seguindo estas outras 6 regras de ouro para ler a Bíblia:

8) Leia-a todos os dias.

Quando tiver vontade e quando não tiver também. É como um remédio, com ou sem vontade tomamos porque é necessário.

9) Tenha uma hora marcada para a leitura.

Descobrir o melhor período do dia para você e fazer dele a sua hora com Deus.

10) Marque a duração da leitura.

Estabeleça quantos minutos ao dia você vai dedicar à leitura da Bíblia e respeite sempre esta duração.

11) Escolha um bom lugar.

É bom que se leia no mesmo lugar todos os dias. Deve ser um lugar tranquilo, silencioso que facilite a concentração e favoreça a criação de um clima de oração. Se, num determinado dia, não se puder fazer o trabalho na hora marcada e no lugar escolhido, não faz mal. Em qualquer lugar e em qualquer hora devemos ler. O importante é que se leia todos os dias.

12) Leia com lápis ou caneta na mão.

Sublinhe na sua Bíblia e anote no seu caderno as passagens mais importantes,tudo o que chamar a sua atenção, as coisas que Deus falou ao seu coração de modo especial. Isto facilita encontrar as passagens quando precisar delas.

13) Faça tudo em espírito de oração.

Quando se lê a Bíblia, faz-se um diálogo com Deus; você escuta, você se sensibiliza, você chora. É um encontro entre duas pessoas que se amam.

“Quando oramos, falamos a Deus. Quando lemos as Sagradas Escrituras, é Deus quem nos fala.”

(Fonte: Shalom)

A Santidade acontece em nossa vida, na caminhada

santidade é a meta de todo cristão, mas é necessário de nossa parte, disposição, e a graça da parte de Deus.

Se nos consideramos cristãos, somos chamados a viver como Jesus, aderir uma proposta que nos foi sugerida: “Vem segue-me”(Mt 9,9).

Este caminho deve ser percorrido, devemos nos colocar a caminho, em uma vida espiritual, ou seja, de intimidade com Deus.

Esta intimidade se dá pela vida de oração, mas não só de parar para conversar com Deus, mas que nosso dia a dia, nas pequenas coisas ( do acordar, trabalhar e dormir), seja uma oração continua de louvar à Deus.

Lendo outro dia um texto sobre o crescimento espiritual, o autor nos sugeria, como lembretes:

– Primeiro: lembre-se de que o crescimento neste hábitos é como um programa de exercícios físicos, uma academia, uma dieta, ou seja, é um trabalho de processo gradual. Não tente fazer tudo desde o começo; trabalhe um a um, e vá acrescentando mais hábitos ao longo do tempo.

– Segundo: Procure viver estes hábitos como um firme propósito, mas contanto sempre com a ajuda do Espírito Santo e dos seus intercessores especiais, para fazer dos hábitos de santidade uma prioridade na sua vida.

– Terceiro: Viver os hábitos não é uma perda de tempo. Muito pelo contrário: com eles, você ganha tempo. Nenhuma pessoa que os vive diariamente vai ser menos produtiva em seu trabalho, nem vai comprometer sua vida familiar ou social. Deus sempre recompensa aqueles que o colocam em primeiro lugar.( Aleteia).

   Precisamos ter hábitos, rotinas para nossa vida espiritual, como foi colocado acima. As vezes temos o maior cuidado em nossa saúde física, com alimentação adequada, com atividade física, sempre em vista de uma meta. A pergunta é: e como estamos “alimentando e exercitando” nossa alma? Quais as nossas metas, em relação a nossa vida eterna?

Tenho certeza que o seu desejo é o céu, a sua meta é o céu, tendo como caminho a configuração com Jesus. Mas para isto precisaremos nos programar, nos preparar para ele o caminho , os “exercícios espirituais” já estão todos prontos para colocarmos em prática.

A Primeira coisa que devemos fazer é: Pedir a Deus a graça do Seu Espírito Santo, para nos levar a sua intimidade, a acreditarmos e acolhermos o Amor do Pai por cada um de nós.

A nossa vida deve ser uma oração em louvor à Deus. Desta forma, tudo que fizermos deverá para levar o Amor Misericordioso a todos os homens.

Colocaremos abaixo um roteiro, lógico que sugestões, que nos ajudarão nesta caminhada.

1-Ao acordar, pela manhã:

Lançar um olhar para o céu, e agradecer por mais um dia, pelo belo céu, e pedir que o Espírito Santo venha sobre você, que te inunde com seu amor.

Em seguida entregue todo o seu dia, todo o seu ser a Ele, para que te conduza, segunda a vontade de Deus, e se realize o sonho de Deus, em tua vida.

2-Escolha um horário, separe, consagre à Deus para estudo da Palavra e Oração Pessoal

Este deve ser o momento mais esperado do seu dia, pois você encontrará com o Amado de sua Alma. É um diálogo com Aquele que te olha com amor.

Pode iniciar com 15 minutos, mas depois vá deixando que o Espírito Santo te conduza, até chegar em 01 hora.

Geralmente sugerimos a Liturgia da Igreja, que teremos uma Leitura e o Evangelho. Escolha uma delas, lei atentamente, primeiro para entender o que diz a Palavra,depois você vai colocando a mesma em relação a sua vida, o que esta configurado a Ela e o que não esta.

Neste momento, você já vai conversando com Jesus, e colocando suas dúvidas, dificuldades para seguí-Lo, segundo a leitura daquele dia.

Também vai colocando tudo que você trás em seu coração, mas não esqueça que é um diálogo, entre duas pessoas, sendo preciso ouvir á Deus.

No final, louvar á Deus por tudo, pois tudo é d’Ele.

 

3-Meditação do Terço Mariano

Durante o seu dia, separe um momento para meditar os mistérios da vida de Jesus, pelo e com o olhar da Virgem Maria, que acreditou nos planos de Deus para sua vida e os acolheu , com a certeza que Ele sabia o que era melhor para ela.

4-Adorar Jesus, em espírito e em verdade

Dentro do possível, passe em um sacrário, e adore Jesus. Se poder ficar mais tempo, pode até fazer suas orações lá.

Quando adoramos Jesus na Santa Eucaristia, nos unimos com a Igreja celeste, em uma união escatológica.

Que possamos crer, adorar, esperar e amar Jesus, por todos os que não creem , não adoram , não esperam e nos O amam( oração do Anjo de Portugal).

Não esquecendo que devemos adorar Jesus em espírito , diante do sacrário, em verdade, com a nossa vida, até nos pequenos gestos.

5-Terço da Misericórdia

Em nosso dia a dia, que possamos rezar o terço da misericórdia, as 15:00hs, como Jesus pediu a Santa Faustina, pedindo com salvação de todos os pecadores. É uma oração de súplica à Misericórdia de Deus, no momento que Jesus deu a vida por nós.

6-Participar da Santa Missa e Comungar

É o momento mais importante do nosso dia, pois encontramos Jesus, em corpo e sangue, alma e divindade. Ele adentrar em nossos corações e ali faz morada.

Cada um que se esforce para participar diariamente da Missa, pois não existe graça maior.

7-Completas

A Igreja nos proporciona a oração das horas, que tem como finalidade santificar nosso dia, com a Palavra.

Entre elas esta as Completas. É realizada antes de dormirmos, onde realizamos um exame de consciência, e depois oramos com salmos, com a Palavra, terminando com oração a Nossa Senhora.

 

Que o Senhor Jesus, em sua infinita misericórdia, nos conduza a santidade. Amém.

 

Janet Melo de Saboia Alves

Membro Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia

Os 25 segredos da luta espiritual que Jesus revelou a Santa Faustina

Como proteger-se dos ataques do demônio

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Em Cracóvia, no dia 2 de junho de 1938, o Senhor Jesus ditou a uma jovem Irmã da Misericórdia um retiro de três dias. Faustina Kowalska registrou minuciosamente as instruções de Cristo em seu diário, que é um manual de mística na oração e na misericórdia divina.

Este diário guarda as revelações de Cristo sobre o tema da luta espiritual, sobre como proteger-se dos ataques do demônio. Estas instruções se tornaram a arma de Faustina na luta contra o maligno inimigo.

Jesus começou dizendo: ” Minha filha, quero instruir-te sobre a luta espiritual”. E estes foram seus conselhos:

1. Nunca confies em ti, mas entrega-te inteiramente à Minha Vontade.

A confiança é uma arma espiritual. Ela é parte do escudo da fé que São Paulo menciona na Carta aos Efésios (6, 10-17): a armadura do cristão. O abandono à vontade de Deus é um ato de confiança; a fé em ação dissipa os maus espíritos.

2. Na desolação, nas trevas e diversas dúvidas, recorre a Mim e ao teu diretor espiritual; ele te responderá sempre em Meu Nome.

Em tempos de guerra espiritual, reze imediatamente a Jesus. Invoque seu Santo Nome, que é muito temido pelo inimigo. Leve as trevas à luz contando tudo ao seu diretor espiritual ou confessor, e siga suas instruções.

3. Não comeces a discutir com nenhuma tentação; encerra-te logo no Meu Coração.

No Jardim do Éden, Eva negociou com o diabo e perdeu. Precisamos recorrer ao refúgio do Sagrado Coração. Correr até Jesus é a melhor maneira de dar as costas ao demônio.

4. Na primeira oportunidade, conta-a ao confessor.

Uma boa confissão, um bom confessor e um bom penitente são a receita perfeita para a vitória sobre a tentação e a opressão demoníaca. Isso não falha!

5. Coloca o amor-próprio em último lugar, para que não contagie as tuas ações.

O amor próprio é natural, mas precisa ser ordenado, livre de orgulho. A humildade vence o diabo, que é o orgulho perfeito. Satanás nos tenta no amor próprio desordenado, que nos leva à piscina do orgulho.

6. Com grande paciência, suporta-te a ti mesma.

A paciência é uma grande arma secreta que nos ajuda a manter a paz da nossa alma, inclusive nas grandes tempestades da vida. A paciência consigo mesmo é parte da humildade e da confiança. O diabo nos tenta à impaciência, a voltar-nos contra nós mesmos, de maneira que fiquemos com raiva. Olhe para você mesmo com os olhos de Deus. Ele é infinitamente paciente.

7. Não descuides as mortificações interiores.

A Escritura nos ensina que alguns demônios só podem ser expulsos com oração e jejum. As mortificações interiores são armas de guerra. Podem ser pequenos sacrifícios oferecidos com grande amor. O poder do sacrifício por amor desaloja o inimigo.

8. Justifica sempre em ti, o juízo das Superiores e do Confessor.

Cristo falava a Santa Faustina, que morava em um convento. Mas todos nós temos pessoas com autoridade sobre nós. O diabo tem como objetivo dividir e conquistar; então, a obediência humilde à autoridade autêntica é uma arma espiritual.

9. Foge dos que murmuram, como se da peste.

A língua é uma poderosa embarcação que pode causar muito dano. Estar murmurando ou fazendo fofoca nunca é de Deus. O diabo é um mentiroso que gera acusações falsas e fofocas que podem matar a reputação de uma pessoa. Rejeite as murmurações.

10. Deixa que todos procedam como lhes aprouver; age tu antes como estou a exigir-te.

A mente da pessoa é a chave na guerra espiritual. O diabo é um intrometido que tenta arrastar todo mundo. Procure agradar Deus e deixe de lado as opiniões dos outros.

11. Observa a Regra o mais fielmente possível.

Jesus se refere à Regra de uma ordem religiosa aqui. Mas todos nós já fizemos algum tipo de voto ou promessa diante de Deus e da Igreja e precisamos ser fiéis a isso: promessas batismais, votos matrimoniais etc. Satanás nos tenta para nos levar à infidelidade, à anarquia e à desobediência. A fidelidade é uma arma para a vitória.

12. Se experimentares dissabores, pensa antes no que poderias fazer de bom pela pessoa que te faz sofrer.

Ser um canal da misericórdia divina é uma arma para fazer o bem e derrotar o mal. O diabo trabalha usando o ódio, a raiva, a vingança, a falta de perdão. Muitas pessoas já nos ofenderam. O que devolveremos em troca? Responder com uma bênção destrói maldições.

13. Evita a dissipação.

Uma alma faladeira será mais facilmente atacada pelo demônio. Derrame seus sentimentos somente diante do Senhor. Os sentimentos são efêmeros. A verdade é sua bússola. O recolhimento interior é uma armadura espiritual.

14. Cala-te quando te repreenderem.

Todos nós já fomos repreendidos em algum momento. Não temos nenhum controle sobre isso, mas podemos controlar nossa resposta. A necessidade de ter a razão o tempo todo pode nos levar a armadilhas demoníacas. Deus sabe a verdade. Deixe-a ir. O silêncio é uma proteção. O diabo pode utilizar a justiça própria para nos fazer tropeçar também.

15. Não peças a opinião a todos, mas do teu diretor: diante dele sê franca e simples como uma criança.

A simplicidade da vida pode expulsar os demônios. a honestidade é uma arma para derrotar Satanás, o mentiroso. Quando mentimos, colocamos um pé no terreno dele, e ele tentará nos seduzir mais ainda.

16. Não te desencorajes com a ingratidão.

Ninguém gosta de ser subestimado. Mas quando nos encontramos com a ingratidão ou com a insensibilidade, o espírito de desânimo pode ser um peso para nós. Resista a todo desânimo, porque isso nunca vem de Deus. É uma das tentações mais eficazes do diabo. Seja grato diante de todas as coisas do dia e você sairá ganhando.

17. Não indagues com curiosidade os caminhos pelos quais te conduzo.

A necessidade de conhecer e a curiosidade pelo futuro são tentações que levaram muitas pessoas aos quartos escuros do ocultismo. Escolha caminhar na fé. Decida confiar em Deus, que o leva ao caminho do céu. Resista sempre ao espírito de curiosidade.

18. Quando o enfado e o desânimo bateram à porta do teu coração, foge de ti mesma e esconde-te no Meu Coração.

Jesus entrega a mesma mensagem pela segunda vez. Agora Ele se refere ao tédio. No começo do Diário, Ele disse a Santa Faustina que o diabo tenta mais facilmente as almas ociosas. Tenha cuidado com isso, porque as almas ociosas são presa fácil do demônio.

19. Não tenhas medo da luta: a própria coragem muitas vezes afasta as tentações, que não ousa então acometer-nos.

O medo é a segunda tática mais comum do diabo (a primeira é o orgulho). A coragem intimida o diabo; ele fugirá diante da perseverante coragem que se encontra em Jesus, a rocha. Todas as pessoas lutam, e Deus é nossa provisão.

20. Combate sempre com a profunda convicção de que eu estou contigo.

Jesus pede a Santa Faustina que lute com convicção. Ela pode fazer isso porque Cristo a acompanha. Nós, cristãos, somos chamados a lutar com convicção contra todas as táticas demoníacas. O diabo tenta aterrorizar as almas, mas precisamos resistir ao seu terrorismo. Invoque o Espírito Santo ao longo do dia.

21. Não te guias pelo sentimento, por que ele nem sempre está em teu poder, porem todo o mérito reside na vontade.

Todo mérito radica na vontade, porque o amor é um ato da vontade. Somos completamente livres em Cristo. Precisamos fazer uma escolha, uma decisão para bem ou para mal. Em que lado vivemos?

22. Nas mínimas coisas sê sempre submissa às superioras.

Aqui, Jesus está instruindo uma freira. Todos nós temos o Senhor como nosso superior (representado também pelos padres, confessores, diretores espirituais). A dependência de Deus é uma arma de guerra espiritual, porque não podemos ganhar por nossos próprios meios.

23. Não te iludo com perspectivas da paz, e de consolos, mas prepara-te antes para grandes batalhas.

Santa Faustina sofreu física e espiritualmente. Ela estava preparada para grande batalhas, pela graça de Deus. Cristo nos instrui claramente na Bíblia a estar preparados para grandes batalhas, para revestir-nos da armadura de Deus e resistir ao diabo (Ef 6, 11).

24. Fica a saber que estás atualmente em cena e que toda a Terra e o Céu inteiro te observam.

Estamos todos em um grande cenário no qual o céu e a terra nos olham. Que mensagem estamos dando com nossa forma de vida? Que tonalidades irradiamos: luz? Escuridão? Cinza? A forma como vivemos atrai mais luz ou escuridão? Se o diabo não conseguir nos levar para a escuridão, tentará nos manter na categoria dos medíocres, do cinza, que não é agradável a Deus.

25. Luta como valorosos cavaleiros, para que eu possa recompensar-te; e não temas, porque não estás sozinha.

As palavras do Senhor a Santa Faustina podem se transformar em nosso lema: “Lute como um cavaleiro!”. Um soldado de Cristo sabe bem a causa pela qual luta, a nobreza da sua missão, conhece o Rei ao qual serve; e luta até o final, com a abençoada certeza da vitória.

Se uma jovem polonesa, sem formação, uma simples freira, unida a Cristo, pode lutar como um cavaleiro, um soldado, todo cristão pode fazer o mesmo. A confiança é vitoriosa.

* * *

Para guardar as palavras de Jesus:

“Minha filha, quero instruir-te sobre a luta espiritual. Nunca confies em ti, mas entrega-te inteiramente à Minha Vontade. Na desolação, nas trevas e diversas dúvidas, recorre a Mim e ao teu diretor espiritual; ele te responderá sempre em Meu Nome. Não comeces a discutir com nenhuma tentação; encerra-te logo no Meu Coração e, na primeira oportunidade, conta-a ao confessor. Coloca o amor-próprio em último lugar, para que não contagie as tuas ações. Com grande paciência, suporta-te a ti mesma. Não descuides as mortificações interiores. Justifica sempre em ti, o juízo das Superiores e do Confessor. Foge dos que murmuram, como se da peste. Deixa que todos procedam como lhes aprouver; age tu antes como estou a exigir-te.

Observa a Regra o mais fielmente possível. E, se experimentares dissabores, pensa antes no que poderias fazer de bom pela pessoa que te faz sofrer. Evita a dissipação. Cala-te, quando te repreenderem; não peças a opinião a todos, mas do teu diretor: diante dele sê franca e simples como uma criança. Não te desencorajes com a ingratidão; não indagues com curiosidade os caminhos pelos quais te conduzo; quando o enfado e o desânimo bateram á porta do teu coração. Foge de ti mesma e esconde-te no Meu Coração. Não tenhas medo da luta: a própria coragem muitas vezes afasta as tentações, que não ousa então acometer-nos.

Combate sempre com a profunda convicção de que eu estou contigo. Não te guias pelo sentimento, por que ele nem sempre está em teu poder, porem todo o mérito reside na vontade. Nas mínimas coisas sê sempre submissa às superioras. Não te iludo com perspectivas da paz, e de consolos, mas prepara-te antes para grandes batalhas. Fica a saber que estás atualmente em cena e que toda a Terra e o Céu inteiro te observam. Luta como valorosos cavaleiros, para que eu possa recompensar-te; e não temas, porque não estás sozinha.” (D.1760)

Fonte: Aleteia

Meditação sobre o nascimento de Jesus 2014

Estes dias meditava sobre esta grande festa que é o nascimento, a encarnação de Jesus, o nosso salvador, e os meios os quais, Deus quis trazer seu Filho ao mundo.

O primeiro ponto que gostaria de abordar é: será que ao pensarmos no Natal vemos como algo distante, que aconteceu, muito belo, mas histórico?

O Natal, além do significado da palavra, local do nascimento, para nós cristãos, é o cumprimento da promessa de Deus, de sua fidelidade e amor a cada homem, feita no momento do pecado original.

Mas precisamos trazer para hoje o Natal, pois Jesus Cristo está vivo, e continua nascendo no coração de cada homem que ouve a sua voz, o acolhe , adere a sua proposta de vida nova. O Natal nos trás esta esperança de mundo novo, vida nova, transformada por Jesus. Mas assim como aconteceu há mais de 2000 anos, Jesus precisou encarnar no seio de uma Mulher, de uma virgem, chamou um homem justo e orante para tomar conta deles, de um jumentinho, de um estábulo, de uma manjedoura, de uma estrela para guiar povos pagãos, de camelos para levá-los, de estrada para ser percorrida, de anjos para anunciar, de pastores para acreditar…

Da mesma forma que aconteceu naquele tempo, Jesus deseja nascer e  ser apresentado ao mundo, por pessoas que O acolhem como Salvador, que escutam a Palavra de Deus, que não se acham dignos de recebê-Lo (mas o Senhor escolhe quem Ele quer), homens e mulheres que, ao ter tido uma experiência com o Amor Misericordioso de Deus, respondem com generosidade ao seu chamado.

Ao meditar com cada personagem ou figura do nascimento de Jesus, o que mais o Senhor me chamava a atenção é que todos, sem exceção, ouviram a voz de Deus,  na Humildade, acreditaram na Obediência e acolheram a missão que lhes foi confiada.

Pergunto agora: e você? Quem o Senhor te chama neste ano de 2015 a ser, para colaborar com os seus planos de salvação para o mundo de hoje?

Colocaremos abaixo algumas características de cada um dos personagens e figuras, e você poderá rezar ou, se o fizerem em grupos, podem sortear, e cada um reza com o personagem que lhe couber. Deixe que o Senhor realize a obra de santificação em sua vida e história, para que o sonho de Deus se realize na sua vida, e desta forma, você possa ser um servo da misericórdia, que apresentará Jesus, para todos os homens, o nosso Salvador, que acolhe o homem como ele se encontra e o ama.

PERSONAGENS E FIGURAS PARA MEDITARMOS

  1. MARIA SANTÍSSIMA: Maria estava em oração quando ouviu o anuncio do Anjo, que seria a Mãe do Salvador. Como judia, tinha muitos planos e desejo de ter muitos filhos, mas foi humilde quando acreditou na Palavra e obediente quando acolheu a vontade de Deus (Lucas 1,26-38). O Senhor nos chama a imitar Maria, na vida de oração e contemplação, descobrindo a nossa vocação, responder com generosidade, deixando planos pessoais para fazer a vontade de Deus. Que você possa pedir ao Senhor esta graça, e como Maria Santíssima, sair apressadamente para anunciar a Boa Nova do Reino, independente das “regiões montanhosas” que teremos que percorrer, e o mais interessante, comecemos anunciando com a vida, em nossas famílias (Lucas 1,39ss).
  2. ISABEL: Isabel era prima de Maria, que já na idade avançada, ficou grávida, e ao receber Maria, ficou cheia do Espírito Santo. Ela acolheu e acreditou, e desta forma ficou cheia de Graça. O Senhor nos chama também a sermos como Isabel, que mesmo nos locais da vida ou história, que se encontravam estéreis, acreditou que Deus podia fazer uma obra nova, transformar terra seca em terra fértil. Que devemos acolher aqueles que o Senhor encaminha, para anunciarmos a Salvação, e quando acolhemos com alegria, os frutos dos  Espírito Santo serão abundantes. Que você possa pedir a graça de ser como Isabel, mulher que acolheu Maria em sua casa, para ajudá-la, que acolheu a saudação, a pregação, o amor de sua prima.
  3. JOSÉ: A Palavra nos diz que José era um homem justo, que logo que soube da gravidez de Maria, e como não tinham coabitado juntos, pensou  em repudiá-la em segredo. Enquanto decidia, um Anjo lhe apareceu e lhe disse que não tivesse medo, pois Maria estava grávida do Salvador, e ele a acolhe como esposa. José era um homem orante, pois só desta forma, no momento tão difícil de sua vida, se recolhe em oração, e o Senhor lhe revela os seus planos, e prontamente ele acredita e acolhe a vontade de Deus. Você que foi chamado a pedir a graça das virtudes de José, pai de Jesus: ele era justo, orante, e na dificuldade e duvida, recorre a oração. Acolhe a vontade de Deus, é o protetor da Palavra e de Maria Mãe. Somos chamados a acolhemos a Palavra, protegê-la; acolher a Mãe Igreja e protegê-la com nossas orações e fidelidade ao nosso Carisma.
  4. MAGOS: sábios astrólogos, que podem ter vindo da Pérsia ou Babilônia ou Arábia do Sul, que estudaram as estrelas e ali viram uma mensagem: nasceria o Rei dos judeus. E se organizaram e partiram para homenageá-Lo. Estes eram homens sábios, mas acreditaram e acolheram, e tomaram o caminho. Um caminho montado em camelos, no deserto, com calor e sol. Pedras, sede, e para completar, ao chegarem à Jerusalém foram ao palácio, pois se nasceria um Rei, seria este o local esperado. Mas para sua surpresa não era lá. Encontraram com o Rei Herodes que pediu que descobrissem o lugar do nascimento do menino e voltassem para avisá-lo. E estes seguiram caminho, seguindo a estrela. Ao chegarem lá, viram o Menino e prostraram-se diante Dele, e abriram os seus cofres, colocaram suas riquezas a serviço de Jesus.
    Muito bem, você que tirou os Magos é chamado a pedir a graça que foi dada a eles: seguir os sinais que o Senhor te dá, ter vida de oração, e alegremente caminhar, na perseverança, pois o sol será forte, o calor também, as pedras, os Herodes, mas quem escuta a voz de Deus não desiste, nem nos seus “desertos”, nem nos que são impostos pela vida e situações. Se alegra a cada encontro com o Senhor, e abre todos os seus “cofres”, dons e tesouros que trazemos, e colocamos a sua disposição. Nos prostramos diante de Jesus, e com alegria e liberdade, nos tornamos seus servos. Somos chamados a sermos os Magos de hoje, que testemunham na vida esta entrega total ao Amado de nossa alma.
  5. ESTRELA DE BELÉM: a Palavra em Lucas 2,9 nos relata que havia uma estrela que guiava os Magos. Estrela que não falava, mas brilhava, resplandecia a luz do nascimento de Cristo. Somos chamados no mundo de hoje a sermos estas estrelas, que não precisam falar muito, ou diria, nada, mas sermos testemunhas que servem de sinal para todos aqueles que ainda não conhecem o Amor Misericordioso de Jesus. Sinal que brilha para os homens e mulheres de hoje, de humildade, paciência, amor, compaixão, perdão, intercessão, esperança e alegria. O mundo precisa urgente das “estrelas de Belém”, que não tem outra finalidade na vida, a não ser mostrar o caminho seguro para que todos possam chegar a Jesus.
  6. CAMELOS: Os camelos são animais com grande resistência ao deserto, tanto servem para conduzir pessoas como mantimentos. Fiquei imaginando os magos sem camelos, caminhando à pé. Não teriam chegado ao seu destino.
    Quando o Senhor nos chama para sermos os “camelos”, ele nos dá de beber, de sua água viva, nos enche de fortaleza, força e coragem , de não só caminharmos no deserto para vermos Jesus, mas ainda servir de ajuda, levar nas costas aqueles que precisam de auxilio e ajuda. Os camelinhos de Jesus, também levam mantimentos, que alimentam os irmãos na caminhada: amor, esperança, oração, coragem, fortaleza e ALEGRIA. Peçamos ao Senhor a Água Viva, que nos abastecerá na caminhada para o céu, e que possamos ser auxilio e amparo para levar os irmãos para terem uma experiência pessoal com Jesus.
  7. CIDADE DE BELÉM: aqueles que não conheciam a Palavra pensavam que Jesus iria nascer em Jerusalém, mas Deus quis nascer na pequena cidade, podemos dizer até insignificante de Belém. Terá que acolher Maria, José e Jesus. Ser Belém hoje é ser terra pequena e pobre diante de Deus, mas que foi chamada(o), escolhida(o), separada(o), para ser o local do nascimento de Jesus, o Salvador do mundo. Às vezes, aos olhos do mundo, sem muitas qualidades ou beleza, mas aos olhos de Deus, filha(o) preciosa(o) e escolhida(o), para ser terra de salvação. Ser Belém de hoje é deixar-se ser escolhida(o) por Deus, acolher o Senhor na terra do seu coração e deixar que faça morada, que nasça, e deixar que todos possam descobri-Lo através de sua vida e testemunho, e desta forma possa ser coração de acolhimento e oração para toda a humanidade.
  8. ESTÁBULO: é a casa ou local onde animais domésticos, como gado bovino ou cavalos são recolhidos para dormirem e se alimentarem. De um estábulo tornou-se casa para o nascimento do Salvador da humanidade. Às vezes nós estamos em nossa vida como verdadeiros estábulos, que só acolhemos situações ou vivemos como animais ou simplesmente passivos, vamos apenas existindo como local de abrigar criaturas. Mas o Senhor nos chama hoje, a passarmos de estábulos onde as pessoas só encontram ou vêem em nossa vida, situações como a de um estábulo, e a limparmos tudo e nos tornarmos casa do nascimento de Jesus.
    Fiquei meditando sobre quantas vezes as pessoas entram em nossa vida e encontram “comida de animal, palhas e mal cheiro (cheio de mágoas, ressentimentos, etc). Mas Jesus veio exatamente para mudar estas situações, e nos chamar para acolhê-Lo em nosso estábulo, e não se preocupe, basta dizer: Vem Jesus nascer em mim. E Ele não só vem, como faz uma mudança geral em nossa vida, deixa nosso coração cheio de sol, alegria, e amor. E todos aqueles que agora adentrarem em nossa vida, ao invés de estábulo de animais, irão encontrar Jesus. Deixemos Jesus nascer em nossos corações, e peçamos a graça do Espírito Santo, que faz nova todas as coisas.
  9. LAMPARINAS: Naquele tempo, quando chegava a noite, quem iluminava a casa, no presente caso, o estábulo, eram as lamparinas. Que graça deve ter sido, todos aqueles que percorriam as estradas, e ao chegarem no estábulo para ver Jesus, encontrarem tudo iluminado pelas lamparinas.
    Vamos agora pensar um pouco sobre como uma lamparina consegue iluminar um local: é colocado um querosene ou outro material inflamável, e este é aceso, através de um pavio, e contemplamos uma bela chama que ilumina todo o local em que se encontra, e quanto mais alto, mais espaço terá acesso a mesma. Mas para que a chama continue acesa é necessário que se consuma dia após dia, e seja abastecida. Se ficar apagada para não gastar o querosene, não irá iluminar, se deixar acabar e não abastecer ficará tudo no escuro.
    Muito bem, você que foi escolhido(a) para ser lamparina, luz para que todos aqueles que estão nas suas noites escuras (do pecado, cegueira, por não conhecerem o Amor de Deus, etc), é preciso se abastecer na vida de oração, da Eucaristia, Confissão e Oração Comunitária. Este é o “Querosene”, o combustível das “lamparinas de Jesus”. Outra coisa importante, é preciso deixar-se queimar, consumir de Amor, dar a vida pela sua missão, para que todos vejam através da luz que resplandece de sua vida, a Verdadeira LUZ: CRISTO JESUS.
  10. MANJEDOURA: Local de nascimento de animais, no estábulo, foi neste local que Maria colocou Jesus. O Senhor procura no mundo manjedouras para o nascimento de Seu Filho Jesus. A manjedoura precisa se dispor inteiramente para que o Menino Deus possa reclinar sua cabeça, descansar. Ela é simples e humilde, deixa-se ser colocada onde o Senhor achar melhor, e quando acolhemos Jesus em nossos corações, se tornando manjedoura, seremos aqueles que O apresentarão a todos, que são guiados pela estrela ou chamados pelos anjos, para que possam adorá-Lo. Manjedoura, que mesmo com suas “palhas”, acolhe a vontade de Deus, a Palavra de Deus em sua vida, se torna aquele(a) que apresenta Jesus, seja na oração, acolhimento, aconselhamento, liturgia, música, intercessão… para que possa ser adorado. Sejamos Manjedouras em nossos ministérios e serviços.
  11. PASTORES: os pastores são aqueles que estavam cuidando de suas ovelhas, dia e noite, cuidando para que os lobos não as devorassem, que estavam em seu trabalho, sua vida tranquila. Naquela noite, os Anjos lhes apareceram e lhes contaram que nascera em Belém o Salvador, e contemplaram os Anjos do céu louvando a Deus. Quando os Anjos voltaram ao céu, eles resolveram ver o que o Senhor lhes tinha dado a conhecer (Lucas 2,8-20). Os pastores tinham sua vida tranquila, trabalhando para sustento de sua família, e cuidando do que era seu para que não fosse roubado ou comido pelos lobos. Mas o Senhor tinha outros planos para aqueles pastores. Ele se fez conhecer, nos diz a Palavra, e os chamou a contemplarem a Jesus, a Salvação e saírem a anunciarem a todas as nações. Deus também chama a nós, homens e mulheres, que trabalham, cuidam de suas coisas pessoais (que é lícito), a sermos estes anunciadores desta Boa Nova, a todos os povos, deixando a nossa vida tranquila, com tudo resolvido, para irmos além. Pastorear o rebanho do Senhor, agora através da nossa vida e testemunho, oração e contemplação.

Que Nossa Senhora, Mãe da Divina Misericórdia, interceda por nós, e nos ensine a gerar Jesus em nossos corações e levá-los ao mundo inteiro. Amém.

Janet Melo de Saboia Alves
Cofundadora da Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia

Vida de Oração (Parte 2)

1. Oração Pessoal

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“A oração é um trato de amizade, estando, muitas vezes, a sós, com Quem sabemos que nos ama”.

Como a própria palavra nos diz, é uma oração da pessoa, sozinha, com Deus. É o momento do encontro com o nosso Amigo, nosso Amado, como costumo chamá-lo. Encontro primeiramente de amor, onde eu deixo-me seduzir pela sua voz, e com o coração inflamado de desejo de esta com Jesus, vou ao seu encontro.

É importante fazermos uma programação de horário do nosso dia para este grande encontro, onde teremos, em nossa agenda, aquela hora destinada ao encontro com Deus. Momento de dialogo, ou seja, conversa entre duas pessoas. Onde me coloco diante de Deus e coloco tudo que trago em meu coração, e ouço a sua opinião, os seus conselhos, as suas exortações.

Momento de graça, pois se fomos feitos a imagem e semelhança de Deus, é n’Ele que irei encontrar o meu verdadeiro eu, a minha identidade e dignidade. Ao mesmo tempo, irei perceber que existe muitas coisas em minha vida que não condiz com minha filiação de filho(a) de Deus. E ali já peço que Deus retire todas as “máscaras”, “roupas velhas”, “adereços” que fui colocando ou colocaram em mim, que desfigura a minha verdadeira imagem. Por isso que deveremos ter antes de tudo, quando vamos a oração pessoal, uma disposição de deixar Deus fazer o que Ele desejar, do contrário, iremos até nos encontrar com Deus, mas em nossa liberdade, optamos em continuarmos a pessoa velha.

A oração é uma resposta de amor que se fundamenta, na fé, no amor e na confiança. E a iniciativa é sempre do Amigo. A oração é um ato humano, todas as pessoas rezam, sejam em louvor, com pedidos, ação de graças, mas a qualidade da oração depende da fé e da consciência que temos do nosso interlocutor, Deus.

Mas a oração, como diálogo, nós falamos, mas devemos escutar o que Deus tem para nos falar, pois Ele deseja falar conosco, quer nos dizer o quanto nos ama e como nos ama, quer manifestar a sua vontade e o que devemos fazer.

“Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e Amor no meio da provação e da alegria; enfim, é algo de grande, de sobrenatural, que me dilata a alma e me une a Jesus” (Santa Teresinha)

Santa Teresa D’Ávila nos fala que a oração é a entrada no castelo interior, que irá nos conduzir ao átrio do mesmo, e lá encontramos com Jesus.

Adentrar no castelo interior, passar pelas suas várias moradas, encontrar-se com o Rei, não é, não ter mais pecados, mais é caminho de conversão, de desejar fazer a vontade de Deus, diariamente, e configurar-se a Cristo. A cada encontro o próprio Deus irá realizar a sua obra salvífica em nós. Somos chamados a acreditar e acolher a vontade de Deus, na humildade e obediência como Maria Santíssima.

Já Santa Teresinha de Lisieux nos diz que a oração é como tirar água de um posso, e temos, no decorrer da nossa vida de oração, degraus a percorrer. Ela fala de quatro degraus da vida de oração:

1º grau: “Os que começam a ter oração, podemos dizer que são os que tiram água do poço, o que dá muito trabalho, e que se hão-de cansar em recolher os sentidos…”

No início da nossa caminhada na vida de oração fazemos um esforço muito grande, utilizando a nossa inteligência e sentidos.

2º grauFalemos agora do segundo modo de tirar água… “para que, com o engenho de um torno e alcatruzes, o jardineiro tire mais água e com menos esforço, e assim possa descansar mais sem estar sempre a trabalhar.”

E o grau onde iremos para oração, mas o esforço não é mais tão humano, já conseguimos uma quietude diante de Deus. Diferente do primeiro grau, que ainda tenho necessidade de demonstrar muitas coisas ao Senhor.

3º grauVamos falar agora da terceira água com que se rega esta horta, que é água corrente do rio ou de uma fonte, com a qual se rega mais com menos trabalho, ainda que dê algum com o encaminhar da água. Quer o Senhor aqui ajudar o hortelão, de forma que Ele se torna o hortelão e o que faz tudo…”

Podemos comparar a uma plantação que utilizaremos motor para retirar a água do poço e levá-la com canos de irrigação. Nós ainda utilizamos nossa inteligência no encontro com Jesus, mas não fazemos quase nenhum esforço humano.Lembrando sempre que a terra a ser irrigada é o nosso coração.

4º grau“Pode-se regar com o muito chover, que o rega é Senhor sem nenhum trabalho nosso, e é sem comparação muito melhor do que tudo o que fica dito… Falando desta água que vem do céu, para com a sua abundância encher e fartar toda esta horta de água, e se nunca deixar de dar tudo ao Senhor… nunca lhe faltarão flores e frutos…”

Percebemos que todas as graças de nossa vida de oração vem de Deus, e quanto mais nos lançamos em confiança em seus braços e deixamos que Ele guie a nossa oração e vida, mais frutos de amor e misericórdia contemplaremos em nossa vida. É a maturidade na vida de oração. É ser crianças nos braços de Deus. A alma apenas deixar-se amar pelo Amado. Deixa que Ele adentre o mais profundo do seu ser, como um mergulhador nas profundezas do oceano que vai revelando os tesouros ali escondidos. É deixar que entre nos túmulos presentes em nosso ser, e nos pegue pelo punho, e nos ressuscite com Ele.

Na vida de oração devemos nos deixar modelar nas mãos de Deus, como um barro nas mãos do oleiro.

Janet Alves
Formadora Geral da Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia

Vida de Oração (Parte 1)

“Por isso, eu mesmo a seduzirei, conduzirei ao deserto e lhe falarei ao coração” (Os 2,16).

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A vida de oração é este caminho, no qual o próprio Senhor irá nos seduzir, nos levando aos seus átrios e nos falando ao coração. É um encontro de amor, entre nossa alma e o Esposo.

O homem é um ser orante, ou seja, ele tem necessidade de relacionar-se com seu Criador. Basta lermos as histórias das civilizações e as escavações. Em todas elas iremos encontrar traços de religiosidade.

Acreditamos que, ao criar o homem, Deus colocou nele um desejo, uma saudade, que só poderá ser saciada ao encontrar-se com Ele. Pois é em Deus que o homem encontra o verdadeiro sentido de sua vida.

Santo Agostinho nos diz:

“Criaste-nos para ti e o nosso coração não encontra descanso enquanto não repousar em ti”.

O coração do homem só descansará em Deus.

O nosso caminho e a nossa vida inteira consiste na busca de Deus, reencontrar-nos com Ele, redescobrir o nosso “cordão umbilical”, que nos mantém sempre unidos ao Senhor. A oração é exatamente este “cordão” que nos une ao Criador, pelo qual somos alimentados pelo seu Amor Misericordioso.

Mas é necessário que saibamos que a oração é um dom de Deus, que devemos pedi-lo com insistência. Sem esta graça especial podemos fazer orações, ter devoções, multiplicar palavras, como fazem os pagãos, mas não teremos uma verdadeira oração, um diálogo de amor filial com Deus, nosso Pai. Porque a oração é um diálogo com uma Pessoa: Deus. Um diálogo que nos leva ao encontro com Deus e conosco. É o lançar um olhar para o céu e ouvir a voz do Amado, e deixar-se amar, plasmar, formar, podar por Ele, para que seja sempre um encontro fecundo, que nos leve a santidade. Apesar da oração ser um dom de Deus, é também fruto do esforço humano. Como Oséias nos falou em sua palavra, Deus mesmo irá nos seduzir e nos levar ao seu encontro, mas é necessário um desejo nosso de aderirmos ao seu chamado.

“A oração pode ser uma empresa fracassada de antemão, para quem não a encare com vontade decidida de colocar sua vida interior à tona, reconstruindo-a pelos alicerces” (Frei Patrício Sciadini).

Santa Tereza d’Ávila nos diz que “A oração é a arte de Amar”. É “Olhar para quem te olha com amor”, como nos dizem os nossos escritos¹.

Precisamos nos deixar amar por Jesus, e o único que pode realizar esta obra no coração do homem é o Espírito Santo. É Ele quem nos leva a nos relacionarmos com o Pai e nos configurarmos com o Filho. Por isso devemos pedir diariamente o seu auxílio, a sua graça.

Iremos encontrar, basicamente, os seguintes tipos de oração:

  1. Oração Pessoal;
  2. Estudo da Palavra (Leccio Divina);
  3. Oração Comunitária: Missa, Grupo de oração, etc.

Cada uma delas deverá ser vivenciada por nós, pois se complementam, e nos levam a Deus.

Que Nossa Senhora, Mãe da Divina Misericórdia, nos acompanhe e ensine a termos uma vida de oração e fé, aderindo a vontade de Deus, na humildade e obediência.

 

Janet Alves
Formadora Geral da Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia

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1 Escritos da Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia