Redação da Aleteia | Set 26, 2019
Cardeal Parolin, Secretário de Estado, detona manipulação de termos como “saúde sexual e reprodutiva” para disfarçar promoção do aborto
Continuando a bater de frente com as ideologias de relativização da vida humana e com as pseudociências que tentam negar a natureza humana do embrião desde a concepção, o Vaticano reforçou na sede da ONU em Nova Iorque a posição oficial da Igreja Católica em defesa da vida do nascituro em quaisquer circunstâncias e, por conseguinte, a sua explícita rejeição ao aborto.
O discurso de parte do Vaticano foi feito pelo Secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, que denunciou o uso estratégico, em documentos da ONU, de termos que permitem interpretações favoráveis à ampliação generalizada do acesso ao aborto como prática corriqueira. Ele citou especificamente as expressões “saúde sexual e reprodutiva” e “direitos reprodutivos“, usadas exaustivamente pelos promotores do aborto como eufemismos enviesados para dar ao aborto uma “cara” mais “suave”.
Parolin declarou:
“A Santa Sé rejeita a interpretação que considera o aborto ou o acesso ao aborto, aborto seletivo, aborto de fetos diagnosticados com problemas de saúde, a gestação por substituição (também chamada barriga de aluguel) e esterilização, como dimensões desses termos”.
Ele recordou as reservas já manifestadas pela Santa Sé no tocante a esses mesmos termos na Conferência Mundial das Mulheres de Pequim, em 1995, e na Conferência da População do Cairo, em 1994. Em 2015, as chamadas “metas de desenvolvimento sustentável para 2030”, também da ONU, incluíram o “compromisso” de garantir o “acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva”.
O Vaticano também denuncia que as políticas ideológicas da ONU a respeito do aborto têm adotado o viés de praticamente obrigar os países-membros a legalizarem a prática.
A respeito do real cuidado da saúde, o cardeal Parolin afirmou com clareza:
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“Entende-se que a saúde das pessoas deve ser cuidada em todas as etapas do desenvolvimento. Ele está essencialmente vinculado ao direito à vida e nunca pode ser manipulado como desculpa para exterminar ou dispor de uma vida humana em qualquer ponto da sua existência, desde a concepção até a morte natural”.
Defesa da família
Representantes dos Estados Unidos também apresentaram uma declaração, assinada por outros 18 países, em defesa da família, que é definida pelo texto como “instituição fundamental da sociedade”, a ser “apoiada e fortalecida”.
Assinaram o documento, junto com os EUA, as seguintes nações, por ordem alfabética: Arábia Saudita, Bahamas, Bielorrússia, Brasil, Egito, Emirados Árabes Unidos, Guatemala, Haiti, Hungria, Iêmen, Iraque, Líbia, Mali, Nigéria, Polônia, República Democrática do Congo e Rússia.