Com objetivo de buscar informações sobre a ideologia de gênero, que vem sendo discutido em todo país, com objetivo de que seja incluída nos planos municipais de educação, a Câmara de Vereadores de Petrópolis, recebeu na quarta-feira, o Bispo Diocesano de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, OSB, que falou sobre o tema aos vereadores.
Em sua explanação, o bispo deixou claro alguns pontos essenciais para a discussão sobre a ideologia de gênero, como: não se trata de uma discussão sobre a acabar com o preconceito contra a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais), mas uma estratégia com objetivo de desconstruir o patrimônio universal que é a família, levando as pessoas a acreditarem que ninguém nasce homem ou mulher.
No inicio de sua colocação, Dom Gregório Paixão (ouça a palestra do bispo clicando aqui) disse que falava como representante da Igreja Católica em Petrópolis, mas também como antropólogo e pesquisador, ressaltando que sua formação em mestrado e doutorado na Holanda. “Estudei num dos países mais liberais do mundo e que a minha formação foi em antropologia cultural e o único que professava alguma fé na minha turma era eu e mais quatro e o restante eram ateus. Aquilo que falo é resultado de um pensamento antropológico e que está ligado a ciência, história, sociologia. Falo também como educador que sou, pois durante 15 anos foi diretor do Colégio São Bento e da Faculdade em Salvador”.
Ao entrar propriamente no tema – ideologia de gênero, o bispo ressaltou que entre outros pontos que é preciso respeitar as diferenças, frisando que não é este o tema central desta ideologia, mais a negação de que o ser nasce homem e mulher.
“Não é uma discussão sobre a homossexualidade, uma questão ligada a heterossexualidade, não é o desejo de nós discutirmos sobre o respeito que nós temos que ter com as diferenças, pois é uma questão que não se pode questionar. Nós precisamos respeitar as pessoas que são diferentes. Não podemos imaginar que num colégio se vá ensinar que se deve apedrejar, chincar, zombar de uma pessoa só porque ela é homossexual ou porque tem esta ou aquela tendência. A questão aqui é sobre uma ideologia que procura encobrir o fato dos seres humanos se dividirem em dois sexos, isto é, masculino e feminino, homem e mulher” afirma o bispo.
Dom Gregório Paixão esclareceu que, se acordo com os pensadores desta ideologia, ser homem ou mulher é o pensamento imposto por uma construção social. “Ou seja, sou homem ou mulher, não porque sou homem e mulher, mas porque a sociedade me impôs e me fez acreditar que sou homem ou mulher. Nisso nós caímos no âmbito da Filosofia, no nominalismo que vai dizer que das coisas nós só conhecemos a ideia e os nomes foram imposto pela sociedade”.
Outro ponto fundamental que está por trás desta ideologia, segundo o Bispo de Petrópolis é a negação da existência de Deus, que também seria uma criação do ser humano. “Segundo esta ideologia, Deus, que foi criado pelos homens, impede a minha liberdade e por essa ideia divina. Acreditar em Deus significa me impor algo que é contra minha natureza. Eu não sou homem e nem mulher, mas me foi imposto pela sociedade e pelos meus pais. Este pensamento é por causa da afirmação de Simone Beauvior, que dizia, não se nasce mulher, fazem-na mulher. Afirmando que ela era mulher que lhe foi imposto pela sociedade”.
O bispo ressaltou ainda que negar a biologia e a psicologia é negar a ciência, frisando que quando se olha um ser humano quando ele nasce é fato que se distingue claramente quem é homem e quem é mulher. Outros argumentos foram apresentados pelo bispo, frisando que o papel da escola é ajudar o aluno a achar a verdade e não ensinar ideologia.