Cantora concedeu entrevista coletiva nessa sexta-feira, em Florianópolis, onde participou de evento católico em defesa do Estatuto do Nascituro.
Elba Ramalho — Foi há 28 anos, quando eu convenci uma amiga grávida a não abortar o bebê, que veio a ser minha afilhada Maria. Ela estava na mesa de cirurgia quando entrei. Um tempo atrás, fui convidada por um grupo que defende a vida para ir a Brasília, mas não sabia exatamente do que se tratava. Foi quando conheci o Movimento Brasil sem Aborto.
Você já fez um aborto e se arrependeu. Em que circunstância aconteceu e como você lida com isso?
Elba Ramalho — Quando fiz o aborto, era jovem e não tinha informação, achava que era livre e podia tudo. Devagar fui tomando consciência do que tinha feito, do que era o aborto. Considero a mesma coisa que matar uma pessoa. Consegui me reerguer pela minha fé, mas isso me destruiu por dentro por muito tempo, e acredito que nenhuma mulher que comete esse ato passa impune. Fica para sempre uma ferida aberta no coração.
Você é contra o aborto em qualquer situação, inclusive nos casos em que já é permitido no Brasil (feto anencéfalo, risco de morte da mulher e estupro)?
Elba Ramalho — Sou sempre a favor da vida. Quando a mulher já sofreu uma violência é muito triste, mas tirar uma vida por causa disso não vai mudar. Se ela não quiser o filho, deixa nascer e dá para adoção. No casos dos anencéfalos, levamos um vídeo para os ministros do Supremo na época que eles foram discutir, chamado “A Vitória”, que mostra uma menina que viveu dois anos, mesmo com anencefalia. A mãe nunca pensou em abortá-la.
Eu sou mãe de quatro filhos, e se tivesse que escolher entre a minha vida e a deles, não tenho dúvidas de que preferiria morrer.
Você é contra as mulheres que realizam aborto?
Elba Ramalho — Não estou julgando quem faz, mas sei por experiência própria e pelo trabalho que faço que as mulheres não se perdoam. Hoje, conseguimos ajudá-las a recuperar a autoestima e o auto perdão. Em muitos situações eu choro junto com meninas que me contam e peço a misericórdia de Jesus.
Como é o seu trabalho?
Elba Ramalho — Viajo pelo Brasil voluntariamente prestando auxílio e levando informação em eventos como o de hoje e em comunidades carentes. Também financio a vida de 130 meninas cujos filhos ajudei a salvar. Até ameaçada de morte eu já fui por feministas, mas elas precisam entender que eu defendo a vida das mulheres.
Você é contra a pílula do dia seguinte? E outros métodos contraceptivos?
Elba Ramalho — Considero a pílula do dia seguinte um aborto, pois a vida já se formou. Existem vários métodos contraceptivos em que a mulher pode saber sobre a sua ovulação, o que acho mais adequado. Considero melhor se prevenir do que abortar depois.
Que mensagem você quer passar?
Elba Ramalho — Falta amor no mundo. Considero um infanticídio legalizado o que está acontecendo na humanidade, uma cultura de morte que está sendo disseminada. Quando comecei a pesquisar sobre o assunto, descobri que por trás do aborto existe uma grande indústria que financia isso, e as pessoas precisam saber.