O Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado (Lei 13.005, de 25 de junho de 2014) foi aprovado sem referências à “Ideologia do gênero”. Essa foi retirada graças à mobilização popular. Muitos se manifestaram aos deputados que foram eleitos legitimamente pelo povo. Esses acolheram o pedido dos seus eleitores e excluíram a dita “ideologia” do Plano Nacional de Educação. O dia 24 de junho de 2015 é a data limite para que Estados e municípios apresentem metas e estratégias para a educação local para os próximos 10 anos na forma de planos de educação. ”.
Ao analisar friamente e com uma mentalidade científica os textos dos divulgadores da “Ideologia do gênero”, pode-se constatar que a mesma não passa de uma teoria pseudo-científica, que pretende explicar a sexualidade humana e redefinir o comportamento social, mas está cheia de incoerências e contradições. Em outras palavras, é uma teoria que carece de lógica, de fundamentação científica e apresenta uma base ideológica discutível: a visão marxista do mundo, a qual pretende gerar um “pensamento único” e obrigatório. Apresentamos a seguir algumas das contradições extraídas das obras dos autores principais da dita “Ideologia do gênero”.
1- Afirmam: não existe “homem” e “mulher”. “Sexo” seria biológico e “gênero” seria construído socialmente. Sendo assim, não poderia nem mesmo existir o conceito de “homossexual” ou “heterossexual”, que supõe um sexo básico pelo qual a pessoa é atraída. Logo, a “ideologia do gênero” destrói os mesmos direitos dos “homossexuais” e combate os que lutam pelos direitos deles.
2- Para defender a “identidade homossexual”, a “Ideologia do gênero” destrói toda possível identidade. Afirma, simplesmente, que a pessoa é sexualmente indefinida e indefinível.
Isso impossibilita a promoção dos direitos do “homem”, da “mulher”, dos “homossexuais” etc. A dita ideologia quer ser uma reivindicação de novos direitos, mas acaba destruindo a possibilidade de se reivindicar qualquer tipo de direito.
3- O “movimento gay” dos anos 70 afirmava que a família era algo repressivo e burguês. Queriam uma sociedade onde reinasse o “amor livre”, como nas comunidades hippies. A atual Ideologia do gênero diz que é preciso dar o “direito ao matrimônio” e à “família” a todos, de todos os “gêneros” possíveis.
4- Apresentam-se como “defensores das mulheres”. Mas negam que existam as “mulheres”. Para eles, os sexos “masculino” e “feminino” ou a “identidade sexual” é meramente biológico (físico, corporal), e não representa nenhuma “identidade”.
5- Dizem que o “gênero” é construído arbitrariamente e individualmente, não sendo, pois, uma categoria coletiva. Com isso, não poderia existir “gay” ou “transexual”, algo que já seria coletivo e imposto pela sociedade. Essas noções implicariam uma identidade inicial que pode ser modificada. Dizem, portanto, que não podem existir “gays” e “transexuais” e se afirmam defensores dos direitos dos “gays” e “transexuais”;
6- Afirmam não existir os “sexos”; Dizem que existem cinco “sexos”. Rebecca J. Cook: “os sexos não são mais dois, mas são cinco: as mulheres heterossexuais, mulheres homossexuais, homens heterossexuais, gays e bissexuais”.
Qual seria a diferença entre “mulheres homossexuais” e gays? E qual seria a diferença entre “homens homossexuais” e gays?
7- Lutam para inserir na linguagem popular e nos sistemas jurídicos a expressão “gênero”; afirmam que a democracia, para ser justa, deve nos libertar dos “gêneros”.
“Se quisermos salvar a menor lealdade para com nossos ideais democráticos, é essencial distanciar-nos do gênero. Parece inegável que a dissolução dos papéis de gênero contribuirá para promover a justiça em toda a nossa sociedade, fazer da família um lugar muito mais apto para que as crianças desenvolvam um senso de justiça” (Susan Moller Okin, Change the Family, Change the World, Utne Reader, Marzo/Abril 1990, p. 75).
8- Ninguém nasce “homem” ou “mulher” (ninguém é 100% uma só coisa); O gay nasce gay; O heterossexual não nasce heterossexual;
9- O “gay” não pode mudar de orientação; o heterossexual pode e deve mudar de orientação sexual.
Tudo isso nos faz ver que a “Ideologia do gênero” é uma teoria absurda, cheia de incoerências e contradições. Não pode ser considerada uma teoria científica e por isso mesmo não pode ser ensinada nas escolas. Se a dita ideologia fosse aprovada nos planos municipais e estaduais de educação, seria imposta por meios legislativos, sem respeitar a justiça, a democracia e a mesma razão humana.
Parece que os promotores da “Ideologia do gênero” pretendem transformar as crianças em cobaias de experiências e conhecimentos pseudocientíficos, cheios de contradições e incoerências. Aprová-la significa, na prática, um retorno ao paganismo grego e romano, no qual as crianças não tinham nenhum direito, a não ser o de satisfazer os prazeres dos adultos.
Para mais informações sobre o tema, veja o programa de TV no qual falamos por 45 minutos sobre a “ideologia do gênero” e os planos municipais de educação. Tratamos o tema como um assunto de democracia; como um assunto jurídico, relacionando a dita ideologia e o Direito nacional; e como um assunto de razão.