Tomei conhecimento da notícia de que Jane Fonda e seu irmão, Peter Fonda, são sobreviventes do aborto. Sua mãe, que foi abusada sexualmente por um afinador de piano quando criança e que também foi abusada fisicamente por seus dois maridos, George Brokaw e Henry Fonda; teve nove abortos antes de Jane nascer e, finalmente, tirou a própria vida.
Em um de seus livros e em um evento no mês passado, a senhora Fonda disse que, ao saber dos abusos sexuais que começaram quando sua mãe era apenas uma criança, foi capaz de perdoá-la pelo suicídio que a deixou sem mãe aos 12 anos de idade.
A senhora Fonda tem menos entendimento do que pensa sobre os nove abortos, exceto para reconhecer o papel que eles desempenharam no ato final de desespero de Francis Fonda.
Talvez seu quase-silêncio sobre os abortos de sua mãe podem ser explicados pelo apoio vocal de Jane Fonda ao aborto ao longo das últimas décadas. Se ela está defendendo o acesso livre e aberto para a mesma coisa que contribuiu para o suicídio de sua mãe, isso é uma clara indicação de que ela está em negação.
Pró-abortistas amam dizer que não há ligação entre o aborto e o suicídio, e apesar de terem jogado a pesquisadora Priscilla Coleman sobre as brasas quando esta descobriu um vínculo substancial, o fato não pode ser escondido para sempre.
Em um estudo de 2010, pesquisadores do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia – que trabalha lado a lado com os Institutos Nacionais de Saúde – constatou que o aborto foi associado a um aumento da probabilidade de diversos transtornos mentais, incluindo a ansiedade, o abuso de substâncias, o pensamento suicida e a tentativa suicídio.
Porém, para além da ligação entre aborto e suicídio, os abortos múltiplos de Francis Fonda têm muito provavelmente alimentado os problemas que Jane Fonda experienciou e tem discutido frequentemente: a baixa auto-estima, a pobre imagem corporal, os distúrbios alimentares e outros problemas.
Dr. Philip Ney, um psiquiatra canadense, que é especialista na síndrome do sobrevivente após o aborto, escreveu que as crianças sobreviventes – incluindo aquelas que sabem intuitivamente que perderam irmãos pelo aborto – podem desenvolver uma mentalidade de “desejados” que faz com que eles se vejam como objetos e não como pessoas. Eles se tornam posses, e, como tais, são esperados para atender as expectativas dos que os rodeiam. Estas crianças estão tentando ser o filho perfeito, a fim de provar o seu valor para os seus pais.
O ativismo pró-aborto de Jane também pode ser um resultado direto dos nove abortos de sua mãe e do subsequente suicídio. Pesquisadores do aborto há muito tempo sugerem que a alta taxa de abortos de repetição é um resultado pós-traumático de reencenação, isto é, um mecanismo de enfrentamento inconsciente que leva as pessoas a repetir uma experiência, mesmo que isso seja terrível, como uma maneira de justificá-lo, ou de normalização do ato.
Talvez uma forma que Jane tentou para dar sentido ao passado torturado de sua mãe foi tentar normalizá-lo, defendendo o aborto como uma coisa boa, como um direito de que toda mulher esta autorizada.
Reflexões recentes de Jane Fonda, incluindo um blog que ela mantém em seu site, indicam que, conforme envelhece, Jane se torna mais introspectiva. Ela pediu desculpas por seu encontro polêmico com soldados norte-vietnamitas durante a guerra do Vietnã e até defende a abstinência sexual em seu livro “Being a Teen“. Talvez podemos esperar pelo dia em que Jane mudará sua visão pró-aborto e honestamente discutir qual foi a sensação ao saber que ela não era uma de dois filhos, mas uma de 11.
Quando ela estiver pronta para dar esse passo, espero que busque por cura e, finalmente, encontre a paz que a eludiu.
Texto retirado do site The Catholic View for Women.