Vanderlei de Lima | Set 03, 2019
Rezemos continuamente pela vida e contra a cultura da morte que ronda nossa sociedade
Quase 90% dos brasileiros defendemos a vida inocente e indefesa no ventre materno.
Ora, um dos pontos muito levantados pelos defensores do assassinato de inocentes no ventre materno é o de que (absurdo!) o nascituro ainda não tem vida. Daí à luz da ciência e da fé, tratarmos do assunto neste e no próximo artigo, tentando, apesar do uso de termos da Filosofia e da Biologia, ser simples e acessível aos nossos leitores.
É certo que não basta apenas saber que há vida a ser defendida desde a concepção, mas é preciso agir, dentro da lei e da ordem, para que essa vida seja respeitada, acolhida e amada até o seu fim natural, como nos têm lembrado os Papas São João Paulo II, Bento XVI e Francisco. Passemos, pois à reflexão a que nos propusemos no início deste texto.
O nascituro é um ser vivo: Para iniciar, é preciso dizer – com os Dicionários – que “vivo” é definido como “tendo vida” (Clowes, Brian. Os fatos da vida. Brasília: Pró-Vida Família, 1999, p. 201).
Portanto, todo ser que tenha vida, obviamente, está vivo. Daí ser preciso, embora não fosse necessário, definir o que se entende por vida e dar provas de que o aborto direto é HOMICÍDIO, pois tira uma vida inocente e indefesa.
A vida é “a soma de propriedades pelas quais um organismo cresce, reproduz, e se adapta ao seu ambiente; a qualidade através da qual um organismo difere de corpos inorgânicos ou organicamente mortos”.
Detalhemos cada afirmação contida na definição acima, a fim de melhor entender a vida intrauterina valendo-nos de E. Bettencourt, em seu Curso de Filosofia. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 1994, p. 71.
A “soma de propriedades”: é um conjunto de ingredientes ou características próprias de um ser, sem as quais ele não seria o que é (seria outra coisa e não a vida). “Pelas quais um organismo cresce, reproduz e se adapta ao seu ambiente”: o conjunto de ingredientes que faz a vida ser vida (e não outra coisa) se demonstra em três ações principais que são o crescer, o reproduzir-se e o adaptar-se. Vejamos cada uma delas:
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Crescer: todo ser vivo alimenta-se retendo o que lhe é útil e rejeitando o que lhe é nocivo. Com o que é útil a um ser vivo, ele cresce, desenvolve-se até tornar-se um organismo completo, característico de sua espécie: um vegetal, um animal irracional ou um animal racional (ser humano).
Reproduzir: todo ser vivo, por uma série de atividades complexas, mas organizadas entre si, elabora sementes capazes de se desenvolver em indivíduos da mesma natureza.
Adaptar-se: todo ser vivo, ao ser provocado por algum estímulo externo, reage de maneira a defender e a ajudar o seu organismo.
Essa defesa e ajuda se realizam por uma série de movimentos (contrações, secreções, reflexos etc.), que são destinados a manter e a aumentar o seu bem-estar, segundo leis da Física e da Química.
O vivente tem, portanto, uma imagem (Gestalt) interior que assegura a sua centralização e a estruturação de suas atividades, o que lhe proporciona a defesa contra inimigos internos e externos, restaura-lhe as partes lesadas e restabelece as funções prejudicadas em sua luta contínua pela sobrevivência.
Na matéria não viva isso não ocorre. Veremos isso mais detalhes em nosso próximo artigo, se Deus quiser.
Rezemos continuamente pela vida e contra a cultura da morte que ronda nossa sociedade.