Na homilia de hoje o Papa Francisco exorta a ser corajosos em meio à fraqueza para continuar seguindo a estrada de nosso Senhor
Por Luca Marcolivio
ROMA, 02 de Julho de 2013 (Zenit.org) – Fugir do pecado, deixando-o para trás sem “saudades”: foi em torno a este assunto difícil que o papa Francisco articulou a homilia desta manhã, na Casa Santa Marta.
Participou da missa um grupo de sacerdotes e funcionários do Tribunal da Penitenciaria Apostólica, um grupo da Pontifícia Academia Eclesiástica e, como concelebrantes, o cardeal Manuel Monteiro de Castro e dom Beniamino Stella.
Nas situações “difíceis” ou “de conflito”, explicou o papa, as atitudes recorrentes são quatro: a primeira é a da “lentidão”, encontrada hoje em Lot, o protagonista da primeira leitura (cf. Gn 19,15-29).
Quando o anjo o aconselha a deixar para trás a sua cidade destruída, Lot obedece, mas com bastante hesitação: ele sofre “a incapacidade do desapego do mal e do pecado”. Por esta razão, começa até a negociar com o anjo.
Embora as situações de pecado sejam muitas vezes difíceis de superar, nosso Senhor sempre nos diz: “Fuja! Você não consegue lutar ali, porque o fogo e o enxofre vão matar você”.
Quem seguiu à risca este princípio foi Santa Teresinha do Menino Jesus, que reconhecia que, em determinadas tentações, “nós somos fracos e temos que fugir”: mas é uma fuga “para frente, para avançar no caminho de Jesus”, disse o Santo Padre.
O anjo disse a Lot: “Não olhes para trás”. Pediu-lhe vencer “a saudade do pecado”, na qual tinha caído o povo de Deus no deserto quando sentiu “saudades das cebolas do Egito”, esquecendo-se que aquelas cebolas eram servidas “à mesa da escravidão”.
É preciso, portanto, vencer a tentação da “curiosidade”, que, em situações de pecado, “não nos serve de nada”, mas apenas “nos prejudica”, advertiu o papa.
Uma terceira tentação a vencer, depois da “lentidão” e da “saudade” do pecado, é a do “medo”, que assalta os apóstolos durante uma tempestade no mar de Tiberíades (cf. Mt 8,23-27). Em pânico, eles exclamam: “Senhor, salva-nos, que perecemos!”. Ter “medo de avançar no caminho do Senhor” também é uma “tentação do diabo”. O medo “não é um bom conselheiro”, o que Jesus deixa claro diversas vezes, observou o Santo Padre.
A quarta atitude diante do pecado é virtuosa: é “a graça do Espírito Santo”. Diante da lentidão para combater o pecado, diante da saudade do pecado e diante do medo de avançar, devemos nos voltar para Deus e admitir: “Senhor, eu tenho essa tentação. Eu quero continuar nessa situação de pecado. Senhor, eu tenho a curiosidade de conhecer essas coisas. Senhor, eu tenho medo”.
O que nos salva é sempre “a maravilha do novo encontro com Jesus”, disse o papa Francisco. Mesmo na nossa fraqueza, “não somos cristãos ingênuos nem mornos, somos valentes, corajosos”, observou ele.
Mantendo-nos “corajosos em meio à nossa fraqueza”, devemos perseverar, não nos deixar levar pela “saudade ruim” nem pelo medo, olhando sempre para Deus, finalizou o papa.