Homilia do Papa Francisco na missa celebrada na capela da Casa Santa Marta
Por Salvatore Cernuzio
ROMA, 06 de Junho de 2013 (Zenit.org) – A missa desta manhã na capela da Casa Santa Marta foi concelebrada pelo arcebispo de Curitiba, José Vitti; Juan Segura, de Ibiza, Espanha; Chirayath Anthony, de Sagar, Índia. Participaram alguns funcionários da Biblioteca do Vaticano, acompanhados pelo vice-prefeito Ambrose Paizzoni e um grupo de leigos da Universidade Lateranense junto com o Vice-Reitor, Mons. Patrick Valdrini.
O Papa, como todos os dias, apresenta em seu sermão argumentos extraídos do Evangelho da liturgia diária. Refletindo sobre a passagem de Marcos, o Santo Padre falou sobre a figura do escriba que foi até Jesus e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?”. A questão aparentemente inocente, de acordo com o Papa, esconde um desejo de “testar” o Messias, se não “fazê-lo cair na armadilha”.
Isso é demonstrado pela resposta de Jesus: “Tu não estás longe do reino de Deus”. Uma maneira implícita, de acordo com o papa Francisco, com a qual Jesus gostaria de dizer ao escriba: “Você sabe a teoria”, mas “ainda te falta certa distância do Reino de Deus”, isto é, você tem que caminhar para transformar “em realidade esse mandamento”.
“Não basta dizer: “Mas eu acredito em Deus, Deus é o único Deus ‘”, disse o Pontífice. “Tudo bem, mas como você vive isso no caminho da vida? Porque podemos dizer: “O Senhor é o único Deus, não há outro, mas viver como se Ele não fosse o único Deus, e ainda ter outras divindades à nossa disposição “.
O perigo é a idolatria. Essa “é trazida até nós com o espírito do mundo. E Jesus foi claro: o espírito do mundo, não! Pede ao Pai que nos defenda do espírito do mundo, na última ceia “, porque” nos leva à idolatria”.
“A idolatria é sutil”, enfatizou Bergoglio, insinua-se na alma do homem. Nós também “temos nossos ídolos ocultos”. “Descobri-los”, procurá-los e “destruí-los” é a única maneira de avançar e “não estar longe do reino de Deus”.
Deus, então, “pede-nos para afastar os ídolos” que “estão escondidos em nossa personalidade, em nosso modo de viver” e “impedem-nos de amar a Deus”.
Isso explica por que o apóstolo Tiago, quando diz que quem é amigo do mundo, é inimigo de Deus, começa dizendo: Adúlteros. Nos condena, mas com o adjetivo: Adúlteros ” .Por que, disse Bergoglio, “quem é” amigo “do mundo é um idólatra, não é fiel ao amor de Deus! A estrada para não estar muito longe” e “avançar no Reino de Deus, é uma estrada de fidelidade que se assemelha a do amor conjugal”.
O amor do Senhor, no entanto, é um amor ainda maior, que apesar das “pequenas ou não tão pequenas idolatrias que possuímos”, é impossível não ser fiel. O Santo Padre exortou a rezar nos momentos em que somos invadidos pela fraqueza e não somos capazes de viver a fidelidade total a Deus, pedindo a Jesus: “Senhor, você é tão bom, ensina-me o caminho para estar sempre perto de Deus e afastar sempre todos os ídolos. É difícil, mas temos que começar, porque eles nos tornam inimigos de Deus”.