Deus nos ama com amor gratuito, e sem limites

Texto completo das palavras do Papa antes de rezar o Angelus neste domingo

Por Redacao

ROMA, 15 de Março de 2015 (Zenit.org) – O Santo Padre Francisco, da janela do escritório do Palácio Apostólico, rezou a oração mariana do Angelus, como todos os domingos, com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.  Estas foram as palavras do Papa ao introduzir a oração mariana:

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje nos oferece as palavras pronunciadas por Jesus a Nicodemos: “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único” (Jo 3, 16). Ao ouvir esta palavra, dirigimos o olhar do nosso coração a Jesus Crucificado e sentimos dentro de nós que Deus nos ama, nos ama de verdade, e nos ama muito! Esta é a expressão mais simples que resume todo o Evangelho, toda a fé, toda a teologia: Deus nos ama com amor gratuito, e sem limites. É assim que Deus nos ama.

Deus demonstrou este amor, sobretudo, na criação, como proclama a liturgia, na Oração Eucarística IV: “fizestes todas as coisas para cobrir de bênçãos as vossas criaturas e a muitos alegrar com a vossa luz”. Na origem do mundo está apenas o amor livre e gratuito do Pai. Santo Irineu, um santo dos primeiros séculos, escreveu: “Deus não criou Adão porque precisava do homem, mas para ter alguém para cumular com os seus benefícios” (Adversus haereses, IV, 14, 1). Assim é o amor de Deus.

Assim prossegue a Oração Eucarística IV: “E quando pela desobediência perderam a vossa amizade, não os abandonastes ao poder da morte, mas a todos socorrestes com bondade, para que, ao procurar-vos, vos pudessem encontrar”. Ele veio com a sua misericórdia. Como na criação, também nas etapas sucessivas da história da salvação ressalta a gratuidade do amor de Deus: o Senhor escolhe seu povo não porque este mereça, e diz-lhe assim: Eu o escolhi, precisamente porque é o menor entre todos os povos. E quando chegada ‘a plenitude dos tempos’, apesar dos homens não terem cumprido mais uma vez a aliança, Deus, em vez de abandoná-los, estreitou com eles um novo vínculo, com o sangue de Jesus, o vínculo da nova e eterna aliança, um vínculo que nada poderá romper nunca.

São Paulo nos lembra: “Mas Deus, que é rico em misericórdia – não se esqueça nunca, é rico em misericórdia- impulsionado pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em consequência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo” (Ef 2,4). A Cruz de Cristo é a prova suprema do amor de Deus por nós: Jesus nos amou “até o extremo” (Jo 13,1), isto é, não só até o último momento de sua vida terrena, mas até o limite extremo do amor. Se na criação o Pai nos deu a prova de seu imenso amor dando-nos a vida, na Paixão de seu Filho nos deu a prova das provas: Ele veio para sofrer e morrer por nós. E fez isso por amor. Quão grande é a misericórdia de Deus, porque nos ama, nos perdoa com sua misericórdia, Deus perdoa tudo e Deus perdoa sempre.

Maria, Mãe de misericórdia, coloca em nosso coração a certeza de que somos amados por Deus. Esteja perto de nós nos momentos de dificuldade e dai-nos os sentimentos de seu Filho, para que o nosso caminho quaresmal seja experiência de perdão, aceitação e caridade.

O chicote do Senhor é a misericórdia

Papa Francisco convida a abrir a porta para Cristo fazer uma limpeza. E fala especialmente a todas as mulheres que constroem uma sociedade mais humana

Por Salvatore Cernuzio

ROMA, 08 de Março de 2015 (Zenit.org) – “O Senhor sente-se verdadeiramente em casa na minha vida? Permito-lhe fazer uma “limpeza” no meu coração e expulsar os ídolos, ou seja, aquelas atitudes de ganância, ciúme, mundanidade, inveja, ódio, aquelas atitudes de bisbilhotice?”.

Questão crucial que Papa Bergoglio lançou hoje diante dos numerosos fiéis reunidos na Praça de São Pedro para o Angelus. Questão inspirada no Evangelho de hoje, onde Jesus – refere João- “fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas”.

Cristo vem, portanto, fazer uma “limpeza” no templo. Nesta passagem, explica o Papa, temos “o primeiro anúncio da morte e ressurreição de Cristo: seu corpo, destruído na cruz pela violência do pecado, se transformará na Ressurreição no lugar de encontro universal entre Deus e os homens”.

Mas “o verdadeiro templo” mencionou o Messias é sua “humanidade”, disse o Pontífice, o lugar “onde Deus se revela, fala, se faz encontra”. Por isso, acrescenta, “os verdadeiros adoradores de Deus não são os guardiões do templo material, os detentores do poder e do saber religioso”, mas aqueles que adoram a Deus “em espírito e em verdade.”

E todos os cristãos, neste tempo quaresmal de preparação para a Páscoa, são chamados a adorar a Deus “em espírito e em verdade”. “Caminhamos no mundo como Jesus e fazemos de toda a nossa existência um sinal do seu amor pelos nossos irmãos, especialmente os mais fracos e os mais pobres”, exorta o Santo Padre.

Desta forma, “construiremos um templo para Deus nas nossas vidas” e tornaremos Cristo “acessível” para muitas pessoas que encontramos no nosso caminho. “Se nós somos testemunhas de Cristo vivo, muitas pessoas encontrarão Jesus em nós, em nosso testemunho”, reafirma o Papa.

Antes de levá-lo aos outros, é bom “organizar” um pouco por dentro. Ou seja, perguntar-se realmente se permitimos que Jesus faça essa “limpeza” de todo o comportamento contra Deus, contra os outros e contra nós mesmos. “Cada um responda para si, em silêncio, em seu coração”, disse Francisco.

E insiste: “Eu permito que Jesus faça um pouco de ‘limpeza’ no meu coração? Oh padre, eu tenho medo de que me ‘batam’… “. Mas “Jesus nunca bate … Jesus vai limpar com ternura, com misericórdia, com amor. A misericórdia é a sua maneira de limpar”.

Agora, sem nenhum medo – encoraja o Santo Padre – “deixemos que o Senhor entre com a sua misericórdia – não com o chicote! Com a sua misericórdia para limpar os nossos corações. O chicote de Jesus para conosco é a sua misericórdia. Vamos abrir a porta para que Ele faça uma “limpeza”.

“Jesus sabe o que está em cada um de nós, e conhece bem o nosso maior desejo: ser habitados por Ele”. E cada “Eucaristia que celebramos com fé nos faz crescer como templo vivo do Senhor, graças à comunhão com o seu Corpo, crucificado e ressuscitado”, disse o pontífice.

O convite é para deixar Cristo entrar “em nossas vidas, em nossas famílias, em nossos corações”. Ao lado de Maria “morada privilegiada do Filho de Deus”: a Virgem – reza o Papa – “nos acompanhe e sustente no itinerário quaresmal, para que possamos redescobrir a beleza do encontro com Cristo, que nos liberta e nos salva”.

Depois da oração mariana, Francisco cumprimentou os fiéis de Roma e os peregrinos de várias partes do mundo: Curitiba (Brasil), Treviso, Genoa, Crotone, L’Aquila e Domodossola e os rapazes de Garda, que receberam o Crisma. E convidou a todos, especialmente durante esta Quaresma, a estarem mais próximos das pessoas que estão a viver momentos de dificuldade: próximos com o afeto, a oração e a solidariedade.

O pensamento mais bonito, o Papa dirigiu às mulheres, por ocasião da festa de hoje, 8 de março: “Saudação a todas as mulheres que em cada dia procuram construir uma sociedade mais humana e acolhedora. Um obrigado fraterno também àquelas que em mil modos testemunham o Evangelho e trabalham na Igreja”, disse Bergoglio.

E espontaneamente, em meio aos aplausos dos fiéis, acrescentou: “Esta é uma oportunidade para reafirmar a importância das mulheres e a necessidade da sua presença na vida. Um mundo onde as mulheres são marginalizadas é um mundo estéril, porque as mulheres não apenas trazem a vida mas nos transmitem a capacidade de olhar mais além”.

As mulheres, continuou o Santo Padre, “nos transmitem a capacidade de entender o mundo com olhos diferentes, de sentir as coisas com um coração mais criativo, mais paciente, mais terno”. E invocou então “uma oração e uma bênção especial para todas as mulheres aqui presentes na Praça e para todas as mulheres”, e terminou como habitualmente, desejando a todos “um bom domingo e bom almoço”.

No coração de Cristo se encontram a sede humana e a sede divina

As palavras pronunciadas pelo Papa no Angelus deste domingo 25 de janeiro

Por Redacao

CIDADE DO VATICANO, 25 de Janeiro de 2015 (Zenit.org) – Aqui estão as palavras pronunciadas pelo Papa Francisco hoje ao meio-dia (horário local) antes de recitar a tradicional oração do Angelus na Praça de São Pedro.

Depois do Angelus, o Papa lançou um apelo pela paz na Ucrânia.

(Antes do Angelus)

Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

Evangelho de hoje apresenta o início da pregação de Jesus na Galiléia. São Marcos sublinha que Jesus começou a pregar: “depois que João [Batista] foi preso” (1,14). Precisamente quando a voz profética do Batizador, que anunciava a vinda do Reino de Deus, é silenciada por Herodes, Jesus começa a percorrer as estradas da sua terra para levar a todos, especialmente aos pobres, ‘o Evangelho de Deus’(ibid.). O anúncio de Jesus é semelhante ao de João, com a diferença substancial que Jesus não indica outro que deve vir: Jesus é o próprio cumprimento das promessas; Ele é a “boa notícia” a acreditar, a acolher e comunicar aos homens e às mulheres de todos os tempos, para que também eles confiem a Ele a sua existência. Jesus Cristo em pessoa é a Palavra viva e eficaz na história: quem o ouve e segue entra no Reino de Deus.

Jesus é o cumprimento das promessas divinas, porque é Aquele que dá ao homem o Espírito Santo, a “água viva” que sacia o nosso coração inquieto, sedento de vida, de amor, de liberdade, de paz: sedento de Deus. Quantas vezes sentimos o nosso coração com sede! Ele mesmo se revelou à mulher samaritana, encontrada no poço de Jacó, para quem disse: “Dá-me de beber” (João 4,7). Precisamente estas palavras de Cristo, dirigidas à samaritana, foram o tema da anual Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que termina hoje.

Hoje à noite, com os fiéis da diocese de Roma e representantes das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais, nos reuniremos na Basílica de São Paulo Fora dos Muros para rezar intensamente ao Senhor para que fortaleça o nosso compromisso com a plena unidade de todos os cristãos. Que coisa feia que os cristãos estejam divididos! Jesus nos quer unidos: um só corpo. Nossos pecados, nossa história, nos dividiram, e por isso temos de rezar muito, para que o Espírito Santo nos uma novamente.

Deus tornando-se homem, fez sua a nossa sede, não só de água material, mas, sobretudo, a sede de uma vida plena, livre da escravidão do mal e da morte. Ao mesmo tempo, com a sua encarnação Deus colocou a sua sede – porque Deus também tem sede – no coração de um homem: Jesus de Nazaré. Deus tem sede de nós, do nosso coração, do nosso amor, e colocou essa sede no coração de Jesus. Assim, no coração de Cristo se encontram a sede humana e a sede divina. E o desejo de unidade dos seus discípulos pertence a esta sede. Encontramos isso frequentemente na oração ao Pai antes da Paixão: “Para que todos sejam um” (Jo 17,21). O que queria Jesus: a unidade de todos! O diabo – nós sabemos – é o pai das divisões, é aquele que sempre divide, que sempre faz guerra, faz muito mal.

Que esta sede de Jesus torne-se cada vez mais, a nossa sede! Continuemos, portanto, a rezar e a nos comprometer pela plena unidade dos discípulos de Cristo, na certeza de que Ele mesmo está ao nosso lado e nos sustenta com a força do seu Espírito, para que tal objetivo se aproxime. E confiamos esta nossa oração à materna intercessão da Virgem Maria, Mãe de Cristo e Mãe da Igreja.

“A oração é a raiz da paz”

Texto completo. O Santo Padre convida a redescobrir o dom recebido no Batismo e a saudar a Virgem como Mãe de Deus

Por Redacao

ROMA, 01 de Janeiro de 2015 (Zenit.org) – Queridos irmãos e irmãs, bom dia e feliz ano novo!

Neste primeiro dia do ano, no clima de alegria – embora frio – do Natal, a Igreja nos convida a fixar o olhar de fé e amor na Mãe de Jesus. Nela, humilde mulher de Nazaré, “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”(Jo 1,14). Por isso, é impossível separar a contemplação de Jesus, o Verbo da vida que se tornou visível e tangível (cf. 1 Jo 1.1), da contemplação de Maria, que lhe deu seu amor e sua carne humana.

Hoje ouvimos as palavras do apóstolo Paulo: “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher” (Gl 4,4). Aquele “nascido de mulher”, diz de forma essencial, e portanto, ainda mais forte, a verdadeira humanidade do Filho de Deus. Como afirma um Padre da Igreja, santo Atanásio: “o nosso Salvador foi verdadeiramente homem e disso veio a salvação para toda a humanidade” (Carta a Epiteto: PG 26).

Mas São Paulo também acrescenta: “nascido sob a lei” (Gl 4,4). Com essa expressão enfatiza que Cristo assumiu a condição humana libertando-a da fechada mentalidade legalista. A lei, de fato, privada da graça, se torna um peso insuportável, e em vez de fazer-nos bem nos faz mal. Jesus dizia: “O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado. Eis então o motivo pelo qual Deus manda o seu Filho sobre a terra para tornar-se homem: uma finalidade de libertação, mais ainda, de regeneração. De libertação “para resgatar aqueles que estavam sob a lei” (v. 5); e o resgate aconteceu com a morte de Cristo na cruz. Mas, especialmente, de regeneração: “para que recebêssemos a adoção de filhos” (v. 5). Incorporados Nele, os homens tornam-se verdadeiramente filhos de Deus. Esta passagem maravilhosa acontece em nós com o Batismo, que nos enxerta como membros vivos em Cristo e nos atrai para a sua Igreja.

No início de um novo ano nos faz lembrar o dia do nosso Baptismo: redescobrimos o dom recebido naquele sacramento que nos regenerou para uma nova vida: a vida divina. E que, por meio da Mãe Igreja, que tem como modelo a Mãe Maria. Graças ao Batismo fomos introduzidos na comunhão com Deus e não estamos mais à mercê do mal e do pecado, mas recebemos o amor, a ternura, a misericórdia do Pai celeste. Pergunto-vos novamente: “Quem de vocês lembra o dia em que foi batizado? Para quem não se lembra da data de seu batismo, dou um trabalho para fazer em casa: buscar tal data e guarda-la bem no coração. Vocês também podem pedir a ajuda dos seus pais, do padrinho, da madrinha, dos tios, dos avós… o dia em que fomos batizados é um dia de celebração! Lembrem-se ou procurem a data do vosso Batismo, será muito bonito para agradecer a Deus pelo dom do Batismo.

Essa proximidade de Deus à nossa existência nos dá verdadeira paz: o dom divino que queremos implorar especialmente hoje, Jornada Mundial da Paz. Estou lendo ali: “A paz é sempre possível”. Sempre é possível a paz! Temos que busca-la… e por ali leio: “Oração na origem da paz”. A oração está realmente na raiz da paz. A paz é sempre possível e a nossa oração está na raiz da paz. A oração faz germinar a paz. Hoje, Jornada Mundial da Paz, “Não mais escravos, mas irmãos”: eis a Mensagem desta Jornada. Porque as guerras nos tornam escravos, sempre! Uma mensagem que nos envolve a todos. Todos somos chamados a combater toda forma de escravidão e construir fraternidade. Todos, cada um de acordo com a própria responsabilidade. E lembrem-se bem: a paz é possível! E na raiz da paz, está sempre a oração. Rezemos pela paz. Existem também aquelas bonitas escolas de paz, escolas para a paz: temos que seguir adiante com essa educação para a paz.
A Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, apresentamos nossas boas resoluções. Pedimos-lhe para colocar em nós e em todos os dias do ano novo o manto de sua proteção maternal, “Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas na nossa prova, e livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita”.

E eu convido todos vocês hoje a saudar a Virgem como Mãe de Deus. Saudá-la aquela saudação:. “Santa Mãe de Deus!”. Como tem sido aclamada pelos fiéis da cidade de Éfeso, no início do cristianismo, quando na entrada da igreja gritavam os seus pastores esta saudação dirigida à Maria: “Santa Mãe de Deus!”. Todos juntos, três vezes, repitamos: “Santa Mãe de Deus.”

Com Jesus a alegria é de casa

“Queridos irmãos e irmãs, queridos filhos e jovens, bom dia.

Durante duas semanas o Tempo do Advento nos convidou à vigilância espiritual para preparar o caminho para o Senhor, o Senhor que vem. Neste terceiro domingo a liturgia nos propõe outra atitude interior para viver a espera do Senhor, ou seja, alegria. A alegria de Jesus, como diz esse cartaz, a alegria de Jesus é de casa. Ou seja que nos propõe a alegria de Jesus.

O coração do homem deseja alegria, todos nós aspiramos a alegria, cada família, cada povo aspira à felicidade. Mas qual é a alegria que o cristão está chamado a viver e testemunhar? É aquela que vem da proximidade com Deus, da sua presença na nossa vida. Uma vez que Jesus entrou na história com seu nascimento em Belém, a humanidade recebeu a semente do Reino de Deus como uma terra que recebe a semente, promessa de colheita futura. Não há necessidade de procurar em outro lugar! Jesus veio para trazer alegria para todos e para sempre.

Não é só uma alegria esperada ou deslocada para o paraíso, ‘aqui na terra estamos tristes, mas no paraíso estaremos alegres’, não, não é isso. Mas, de uma alegria já real e que já é possível sentir agora, porque o mesmo Jesus é nossa alegria, é nossa casa.

Como dizia esse vosso cartaz, ‘Com Jesus a alegria está em casa’, repitamos isso, novamente: ‘Com Jesus a alegria está em casa’, e sem Jesus existe alegria? Não! Jesus está vivo, é o ressuscitado, e obra em nós, especialmente com a palavra e os sacramentos.

Todos nós batizados, filhos da Igreja, estamos chamados a acolher sempre novamente a presença de Deus no nosso meio e ajudar os outros a descobri-la, ou redescobri-la se a tivessem esquecido. É uma missão muito bonita, semelhante a de João o Batista: orientar as pessoas à Cristo – não a nós mesmos – porque Ele é a meta para a qual tende o coração do homem quando busca a alegria e a felicidade.

Mais uma vez São Paulo na liturgia de hoje nos indica as condições para ser “missionários da alegria”: orar sem cessar, sempre dar graças a Deus, seguir o seu Espírito, buscar o bem e evitar o mal. Se este será o nosso estilo de vida, então a Boa Nova poderá entrar em muitas casas e ajudar as pessoas e famílias a descobrir que em Jesus está a salvação. Nele é possível encontrar a paz interior e a força para enfrentar cada dia as diversas situações da vida, até mesmo as mais pesadas e difíceis.

Nunca se ouviu falar de um santo triste ou de uma santa com cara fúnebre, nunca se ouviu, seria uma contradição.O cristão é uma pessoa que tem o coração cheio de paz, porque sabe colocar a sua alegria no Senhor, até mesmo quando passa por momentos difíceis na vida.Ter fé não significa não ter momentos difíceis, mas ter a força para enfrentá-los sabendo que não estamos sozinhos. E esta é a Paz que Deus dá a seus filhos.Com o olhar voltado para o Natal está próximo, a Igreja nos convida a testemunhar que Jesus não é um personagem do passado: Ele é a Palavra de Deus que hoje continua a iluminar o caminho do homem, seus gestos, os sacramentos, são a manifestação da ternura, do consolo e do amor do Pai a cada ser humano. A Virgem Maria ‘causa de nossa alegria’ nos torne sempre alegres no Senhor, que vem libertar-nos de tantas escravidões interiores e exteriores”.A oração é a respiração da alma: é importante encontrar momentos durante o dia para abrir o coração a Deus, também com simples e breves orações do povo cristão. Por isso pensei dar-lhes um presente, a todos os que estão aqui na praça, uma surpresa, um presente. Um pequeno livrinho de bolso que traz algumas orações, para os diversos momentos do dia e para as diversas situações da vida. É isso. Alguns voluntários o distribuirão. Cada um pegue um e levem-no com vocês, como ajuda para viver todo o dia com Deus.

Não há nenhum limite para a misericórdia de Deus

Francisco comentou a passagem do Evangelho que narra a ressurreição de Lázaro

CIDADE DO VATICANO, 07 de Abril de 2014 (Zenit.org) – Antes de rezar a oração do Angelus com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro neste domingo, 06 de abril, o Papa Francisco comentou a passagem do Evangelho que narra a ressurreição de Lázaro. Eis a íntegra do texto:

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste domingo de Quaresma nos narra a ressurreição de Lázaro. É o ápice dos “sinais” prodigiosos feitos por Jesus: é um gesto muito grande, muito claramente divino para ser tolerado pelos sumos sacerdotes, os quais, sabendo do fato, tomaram a decisão de matar Jesus (cfr Jo 11, 53).

Lázaro já estava morto há três dias, quando chega Jesus; e às irmãs Marta e Maria Ele disse palavras que ficaram gravadas para sempre na memória da comunidade cristã. Jesus diz assim: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11, 25). Sobre esta Palavra do Senhor nós acreditamos que a vida de quem crê em Jesus e segue o seu mandamento depois da morte será transformada em uma vida nova, plena e imortal. Como Jesus ressuscitou com o próprio corpo, mas não retornou a uma vida terrena, assim nós ressurgiremos com os nossos corpos que serão transfigurados em corpos gloriosos. Ele nos espera junto ao Pai e a força do Espírito Santo, que O ressuscitou, ressuscitará também quem está unido a Ele.

Diante do túmulo lacrado do amigo Lázaro, Jesus “exclamou em voz forte: Lázaro, vem para fora”. O morto saiu, atado de mãos e pés com os lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano (vv. 43-44). Este grito peremptório é dirigido a cada homem, porque todos estamos marcados pela morte, todos nós; é a voz Daquele que é o Senhor da vida e quer que todos “a tenham em abundância” (Jo 10, 10). Cristo não se conforma com os túmulos que construímos para nós com as nossas escolhas do mal e da morte, com os nossos erros, com os nossos pecados. Ele não se conforma com isso! Ele nos convida, quase nos ordena, a sair do túmulo em que os nossos pecados nos afundaram. Chama-nos com insistência para sairmos da escuridão da prisão em que nos fechamos, contentando-nos com uma vida falsa, egoísta, medíocre. “Vem para fora!”, noz diz, “Vem para fora!”. É um belo convite à verdadeira liberdade, a deixar-nos agarrar por estas palavras de Jesus que hoje repete a cada um de nós. Um convite a deixar-nos livrar das “ataduras”, das ataduras do orgulho. Porque o orgulho nos faz escravos, escravos de nós mesmos, escravos de tantos ídolos, de tantas coisas. A nossa ressurreição começa aqui: quando decidimos obedecer a esta ordem de Jesus saindo para a luz, para a vida; quando da nossa face caem as máscaras – tantas vezes estamos mascarados pelo pecado, as máscaras devem cair! – e nós reencontramos a coragem da nossa face original, criada à imagem e semelhança de Deus.

O gesto de Jesus que ressuscita Lázaro mostra até onde pode chegar a força da Graça de Deus e também até onde pode chegar a nossa conversão, a nossa mudança. Mas ouçam bem: não há limite algum para a misericórdia divina oferecida a todos! Não há limite algum para a misericórdia divina oferecida a todos! Lembrem-se bem desta frase. E possamos dizê-la todos juntos: “Não há limite algum para a misericórdia de Deus oferecida a todos”. O Senhor está sempre pronto para levantar a pedra do túmulo dos nossos pecados, que nos separa Dele, a luz dos vivos.

“A alegria do cristão está em descobrir que é acolhido e amado por Deus”

Texto completo das palavras do Papa Francisco. Em uma praça de São Pedro sob chuva, abençoou as imagens do Menino Jesus para os presépios

Por Redacao

ROMA, 15 de Dezembro de 2013 (Zenit.org) –

Obrigado!

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje é o terceiro domingo do Advento, dito também domingo Gaudete, isso é, domingo da alegria. Na liturgia, ressoa várias vezes o convite à alegria, a alegrar-se, por que? Porque o Senhor está próximo. O Natal está próximo. A mensagem cristã se chama “evangelho”, isso é, “boa notícia”, um anúncio de alegria para todo o povo; a Igreja não é um refúgio para o povo triste, a Igreja é a casa da alegria! E aqueles que estão tristes encontram nessa a alegria, encontram nessa a verdadeira alegria!

Mas aquela do Evangelho não é uma alegria qualquer. Encontra a sua razão no saber-se acolhido e amado por Deus. Como nos recorda hoje o profeta Isaías (cfr 35, 1-6.8ª.10), Deus é aquele que vem para nos salvar, e presta socorro especialmente aos desanimados de coração. A sua vinda em meio a nós nos fortalece, torna sãos, dá coragem, faz exultar e florir o deserto e o estepe, isso é, a nossa vida quando se torna árida. E quando a nossa vida se torna árida? Quando está sem a água da Palavra de Deus e do seu Espírito de amor. Por mais que sejam grandes os nossos limites e os nossos desânimos, não nos é permitido sermos fracos e vacilantes diante das dificuldades e das nossas próprias fraquezas. Ao contrário, somos convidados a robustecer as mãos, a firmar os joelhos, a ter coragem e não temer, porque o nosso Deus nos mostra sempre a grandeza da sua misericórdia. Ele nos dá a força para seguir adiante. Ele está sempre conosco para nos ajudar a seguir adiante. É um Deus que nos quer tanto bem, nos ama e por isto está conosco, para nos ajudar, para nos robustecer e seguir adiante. Coragem! Sempre avante! Graças à sua ajuda nós podemos sempre começar de novo. Como? Começar de novo? Alguém pode me dizer: “Não, padre, eu fiz tantas coisas…Sou um grande pecador, uma grande pecadora…Eu não posso recomeçar!”. Você está errado! Você pode recomeçar! Por que? Porque Ele te espera, Ele está próximo a você, Ele te ama, Ele é misericordioso, Ele te perdoa, Ele te dá a força de recomeçar! A todos! Então somos capazes de reabrir os olhos, de superar tristeza e choro e entoar um canto novo. E esta alegria verdadeira permanece também na prova, também no sofrimento, porque não é uma alegria superficial, mas desce no profundo da pessoa que se confia a Deus e confia Nele.

A alegria cristã, como a esperança, tem o seu fundamento na fidelidade de Deus, na certeza de que Ele mantém sempre as suas promessas. O profeta Isaías exorta aqueles que perderam o caminho e estão no desânimo a terem confiança na fidelidade do Senhor, porque a sua salvação não tardará a irromper nas suas vidas. Quantos encontraram Jesus ao longo do caminho, experimentam no coração uma serenidade e uma alegria da qual nada e ninguém poderá privá-los. A nossa alegria é Jesus Cristo, o seu amor fiel e inesgotável! Por isso, quando um cristão se torna triste, quer dizer que se afastou de Jesus. Mas então não é preciso deixá-lo sozinho! Devemos rezar por ele e fazê-lo sentir o calor da comunidade.

A Virgem Maria nos ajude a apressar o passo rumo a Belém, para encontrar o Menino que nasceu para nós, para a salvação e a alegria de todos os homens. A ela o Anjo disse: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1, 28). Ela nos ajude a viver a alegria do Evangelho na família, no trabalho, na paróquia e em todo lugar. Uma alegria íntima, feita de admiração e ternura. Aquela que experimenta uma mãe quando olha para a sua criança recém-nascida e sente que é um dom de Deus, um milagre pelo qual só agradecer!

O tempo do Advento nos restitui o horizonte da esperança

As palavras do papa Francisco durante o Angelus

CIDADE DO VATICANO, 01 de Dezembro de 2013 (Zenit.org) – Eis as palavras pronunciadas pelo Papa Francisco aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro hoje, às 12h00 (hora local), durante a recitação da oração do Angelus.

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Iniciamos hoje, Primeiro Domingo do Advento, um novo ano litúrgico, isso é, um novo caminho do Povo de Deus com Jesus Cristo, o nosso Pastor, que nos guia na história para o cumprimento do Reino de Deus. Por isto, este dia tem um encanto especial, nos faz experimentar um sentimento profundo do sentido da história. Redescobrimos a beleza de estar todos em caminho: a Igreja, com a sua vocação e missão, e toda a humanidade, os povos, as culturas, todos em caminho pelos caminhos do tempo.

Mas em caminho para onde? Há uma meta comum? E qual é esta meta? O Senhor nos responde através do profeta Isaías, e diz assim: “No fim dos tempos acontecerá/ que o monte da casa do Senhor/ estará colocado à frente das montanhas/ e dominará as colinas./ Para aí correrão todas as gentes,/ e os povos virão em multidão:/ “Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor,/ à casa do Deus de Jacó:/ ele nos ensinará seus caminhos,/ e nós trilharemos as suas veredas”” (2, 2-3). Isto é aquilo que nos diz Isaías sobre a meta para onde vamos. É uma peregrinação universal para uma meta comum, que no Antigo Testamento é Jerusalém, onde surge o templo do Senhor, porque dali, de Jerusalém, veio a revelação da face de Deus e da sua lei. A revelação encontrou em Jesus Cristo o seu cumprimento, e o “templo do Senhor” tornou-se Ele mesmo, o Verbo feito carne: é Ele o guia e junto à meta da nossa peregrinação, da peregrinação de todo o Povo de Deus; e à sua luz também outros povos possam caminhar rumo ao Reino da justiça, rumo ao Reino da paz. Diz ainda o profeta: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a guerra” (2, 4). Permito-me repetir isto que nos diz o Profeta, escutem bem: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a guerra”. Mas quando acontecerá isto? Que belo dia será, no qual as armas serão desmontadas, para se transformar em instrumentos de trabalho! Que belo dia será aquele! Que belo dia será aquele! E isto é possível! Apostemos na esperança, na esperança da paz, e será possível!

Este caminho não está nunca concluído. Como na vida de cada um de nós, há sempre necessidade de começar de novo, de levantar-se, de reencontrar o sentido da meta da própria existência, assim, para a grande família humana é necessário renovar sempre o horizonte comum rumo ao qual somos encaminhados. O horizonte da esperança! Este é o horizonte para fazer um bom caminho. O tempo do Advento, que hoje começamos de novo, nos restitui o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude porque é fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não desilude, simplesmente porque o Senhor não desilude nunca! Ele é fiel! Ele não desilude! Pensemos e sintamos esta beleza.

O modelo desta atitude espiritual, deste modo de ser e de caminhar na vida é a Virgem Maria. Uma simples moça do campo, que leva no coração toda a esperança de Deus! Em seu ventre, a esperança de Deus tomou carne, fez-se homem, fez-se história: Jesus Cristo. O seu Magnificat é o cântico do Povo de Deus em caminho, e de todos os homens e mulheres que esperam em Deus, no poder da sua misericórdia. Deixemo-nos guiar por ela, que é mãe, é mãe e sabe como guiar-nos. Deixemo-nos guiar por ela neste tempo de espera e de vigilância ativa.

A todos desejo um bom início de Advento. Bom almoço e até mais!

(Tradução: CN notícias)

Não há pecado que possa cancelar da memória e do coração de Deus um filho

Papa Francisco recorda que Jesus é misericordioso e nunca se cansa de perdoar

CIDADE DO VATICANO, 03 de Novembro de 2013 (Zenit.org) – Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de Lucas deste domingo nos mostra Jesus que, em seu caminho rumo a Jerusalém, entra na cidade de Jericó. Esta é a última etapa de uma viagem que resume em si o sentido de toda a vida de Jesus, dedicada a procurar e salvar as ovelhas perdidas da casa de Israel. Mas quanto mais no caminho aproxima-se da meta, mais em torno de Jesus forma-se um círculo de hostilidade.

No entanto, em Jericó, acontece um dos eventos mais alegres narrados por São Lucas: a conversão de Zaqueu. Este homem é uma ovelha perdida, é desprezado, é um “excomungado”, porque é um publicano, antes, é o chefe dos cobradores de impostos da cidade, amigo dos odiados ocupantes romanos, é um ladrão e um explorador. Bela figura, não é? É assim.

Impedido de aproximar-se de Jesus, provavelmente por motivo de sua má fama, e sendo baixo de estatura, Zaqueu sobe em uma árvore para poder ver o Mestre que passa. Este gesto exterior, um pouco ridículo, exprime, porém, o ato interior do homem que procura colocar-se sobre a multidão para ter um contato com Jesus. O próprio Zaqueu não sabe o sentido profundo de seu gesto; não sabe por que faz isto, mas o faz; nem sequer ousa esperar que possa ser superada a distância que o separa do Senhor; conforma-se em vê-Lo somente de passagem. Mas Jesus, quando chega próximo àquela árvore, chama-o pelo nome: “Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa” (Lc 19, 5). Aquele homem baixo de estatura, rejeitado por todos e distante de Jesus é como perdido no anonimato; mas Jesus chama-o, e aquele nome Zaqueu, naquelas línguas daquele tempo, tem um belo significado cheio de alusões: “Zaqueu” de fato quer dizer “Deus recorda”. É belo: “Deus recorda”.

E Jesus vai àquela casa de Zaqueu, suscitando as críticas de todo o povo de Jericó. Porque também naquele tempo se fofoca muito, né? E o povo dizia: “Mas como? Com todas as bravas pessoas que há na cidade, vai hospedar-se justamente na casa de um publicano?” Sim, porque ele estava perdido; e Jesus diz: “Hoje entrou a salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão” (Lc 19, 9). Na casa de Zaqueu, a partir daquele dia, entrou a alegria, entrou a paz, entrou a salvação, entrou Jesus.

Não existe profissão ou condição social, não há pecado ou crime de qualquer gênero que possa cancelar da memória e do coração de Deus um filho sequer. “Deus recorda”, sempre, não esquece nenhum daqueles que criou; Ele é Pai, sempre à espera vigilante e amorosa de ver renascer no coração do filho o desejo de retornar à casa. E quando reconhece este desejo, mesmo que simplesmente manifestado, e tantas vezes quase inconsciente, imediatamente põe-se a seu lado, e com o seu perdão lhe torna mais leve o caminho da conversão e do retorno. Mas olhemos para Zaqueu hoje na árvore: é ridículo, mas é um gesto de salvação. E eu digo a você: se você tem um peso na consciência, se você tem vergonha de tantas coisas que cometeu, pare um pouco, não se desespere, pense que Um te espera, porque nunca deixou de se lembrar de você, de pensar em você. E este é o teu Pai, é Deus, é Jesus que te espera! Suba, como fez Zaqueu; sai sobre a árvore da vontade de ser perdoado. Eu te asseguro que não te decepcionarás. Jesus é misericordioso e nunca se cansa de perdoar. Lembre-se bem, sim? Assim é Jesus.

Irmãos e irmãs, deixemo-nos também nós sermos chamados pelo nome por Jesus! No fundo do coração, escutemos a sua voz que nos diz: “Hoje devo parar na tua casa; eu quero parar na tua casa e no teu coração”, isso é, na tua vida. E vamos acolhê-Lo com alegria: Ele pode mudar-nos, pode transformar o nosso coração de pedra em coração de carne, pode livrar-nos do egoísmo e fazer da nossa vida um dom de amor. Jesus pode fazê-lo. Deixe-se olhar por Jesus.

(Trad.: Jéssica Marçal/CN noticias)

Como os Apóstolos, digamos ao Senhor Jesus: “Aumentai a nossa fé!”

Pontífice reforça pedido de oração pelas pessoas que perderam suas vidas em Lampedusa

 

CIDADE DO VATICANO, 06 de Outubro de 2013 (Zenit.org) – Apresentamos as palavras do Papa Francisco pronunciadas neste domingo, 6 de outubro, diante de uma multidão de fieis reunidos na Praça de São Pedro para rezar o Angelus.

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Antes de tudo, gostaria de agradecer a Deus pelo dia que vivi em Assis, antes de ontem. Foi a primeira vez que eu fui a Assis e foi um grande presente fazer esta peregrinação justamente na festa de São Francisco. Agradeço ao povo de Assis pela calorosa acolhida: muito obrigado!

Hoje, a passagem do Evangelho começa assim: “Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta-nos a fé!’” (Lc 17, 5-6). Eu acho que todos nós podemos fazer nossa essa invocação. Nós também, como os Apóstolos, digamos ao Senhor Jesus: “Aumentai a nossa fé!”. Sim, Senhor, a nossa fé é pequena, a nossa fé é fraca, frágil, mas nós a oferecemos assim como ela é, para que o Senhor a faça crescer. Parece bom repetir isto juntos: “Senhor, aumenta a nossa fé!” Façamos? Todos: Senhor, aumenta a nossa fé! Senhor, aumenta a nossa fé! Senhor, aumenta em nós a nossa fé! A faça crescer!

E o Senhor, o que nos responde? A resposta é: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá” (v. 6). A semente de mostarda é muito pequena, mas Jesus disse que basta ter uma fé pequena, porém verdadeira e sincera para realizar as coisas humanamente impossíveis e impensáveis. E é verdade! Todos nós conhecemos pessoas simples, humildes, mas com uma fé fortíssima, que realmente move montanhas! Pensemos, por exemplo, em certas mães e pais que enfrentam situações muito difíceis ou em alguns doentes até mesmo terminais que transmitem serenidade para aqueles que vão visitá-los. Essas pessoas, por causa de sua fé, não se vangloriam do que fazem, aliás, como diz Jesus no Evangelho, elas dizem: “Somos servos como quaisquer outros. Fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17, 10). Quantas pessoas entre nós tem essa fé forte, humilde e que faz tanto bem!

Neste mês de outubro, especialmente dedicado às missões, pensemos nos missionários, homens e mulheres que para anunciar o Evangelho superaram obstáculos de todos os tipos, deram realmente a vida, como São Paulo diz a Timóteo: “Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho” (2 Tm 1, 8). Isso, no entanto, aplica-se a todos: cada um de nós, na própria vida cotidiana deve testemunhar Cristo, com a força de Deus, a força da fé. A fé muito pequena que temos, mas que é forte! Com esta força, dar testemunho de Jesus Cristo, ser cristãos com a vida, com o nosso testemunho!

Como obtemos essa força? De Deus, na oração. A oração é a respiração da fé: numa relação de confiança, num relacionamento de amor, não pode faltar o diálogo e a oração é o diálogo da alma com Deus. Outubro é também o mês do Rosário, e neste primeiro domingo é tradição recitar a Súplica a Nossa Senhora de Pompeia, Beata Virgem Maria do Santo Rosário. Unamo-nos espiritualmente a este ato de confiança em nossa Mãe e recebamos de suas mãos o Rosário. O Rosário é uma escola de oração, o Rosário é uma escola de fé.

Depois do Angelus

Queridos irmãos e irmãs,

Ontem, em Modena, foi beatificado Rolando Rivi, um seminarista daquela região, Emilia, que foi morto em 1945, quando tinha 14 anos, de ódio por sua fé, culpado apenas por vestir uma batina naquele período de violência desencadeada contra o clero, que levantava a voz para condenar em nome de Deus, os massacres do pós-guerra. Mas a fé em Jesus vence o espírito do mundo! Damos graças a Deus por este jovem mártir, testemunha heróica do Evangelho. Quantos jovens de 14 anos, hoje, têm diante de si este exemplo: um jovem corajoso, que sabia para onde deveria ir, conhecia o amor de Jesus em seu coração e deu a sua vida por Ele. Um exemplo bonito para os jovens.

Gostaria de recordar-me com vocês das pessoas que perderam suas vidas em Lampedusa, na quinta-feira passada. Vamos todos rezar em silêncio por estes nossos irmãos e irmãs: mulheres, homens, crianças… Deixemos chorar nossos corações. Rezemos em silêncio.

Saúdo com afeto os peregrinos, especialmente as famílias e os grupos paroquiais. Saúdo os fiéis da cidade de Mede, aqueles de Poggio Rusco, e os jovens de Zambana e Caserta.

Um pensamento especial para a comunidade peruana de Roma, que trouxe em procissão a imagem sagrada do Señor de los Milagros. Eu vejo daqui a imagem, ali, no meio da praça. Saudemos todos ao Señor de los Milagros, ali, na praça! Saúdo os fiéis do Chile e o grupo Bürgerwache Mengen da diocese de Rottenburg -Stuttgart, na Alemanha.

Saúdo o grupo de mulheres que vieram de Gubbio, a chamada “Via Francigena Franciscana”; saúdo os líderes da Comunidade de Santo Egídio em vários países asiáticos – são bons, estes de Sant’Egidio! Saúdo os doadores de sangue da ASFA de Verona e os de AVIS Carpinone; o do Conselho Nacional AGESCI, o grupo de aposentados do Hospital Santa Ana em Como, o Instituto das Canossianas de Brescia e a Associação “Missão Effatà”.

Desejo a todos um bom domingo. Bom almoço e adeus!

Tradução: ZENIT/ Com informações da Rádio Vaticana