“O Senhor nos olha com misericórdia

Palavras do Papa Francisco durante o Angelus

CIDADE DO VATICANO, 09 de Junho de 2013 (Zenit.org) – Publicamos aqui as palavras que o Santo Padre pronunciou às 12h de hoje aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro  antes da habitual oração do Angelus.

[Antes do Angelus]

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O mês de junho é tradicionalmente dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, a mais alta expressão humana do amor divino. Precisamente sexta-feira passada, de fato, celebramos a Solenidade do Sagrado Coração de Cristo, e esta festa dá o tom para todo o mês. A piedade popular valoriza muito os símbolos, e o Coração de Jesus é o símbolo por excelência da misericórdia de Deus; mas não é um símbolo imaginário, é um símbolo real, que representa o centro, a fonte de onde jorrou a salvação para toda a humanidade.

Nos Evangelhos encontramos várias referências ao Coração de Jesus, por exemplo, na passagem onde Cristo mesmo diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados ​​e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração “(Mt 11, 28-29). Chave, então, é a narração da morte de Cristo segundo João. Este evangelista de fato testemunha o que viu no Calvário, ou seja, que um soldado, quando Jesus já estava morto, perfurou o seu lado com a lança e daquela ferida saiu sangue e água (cf. Jo 19, 33-34). João reconheceu naquele sinal, aparentemente aleatório, o cumprimento das profecias: do coração de Jesus, Cordeiro imolado na cruz, jorra para todos os homens o perdão e a vida.

Mas a misericórdia de Jesus não é apenas um sentimento, é uma força que dá vida, que ressuscita o homem! É o que nos diz também o Evangelho de hoje, no episódio da viúva de Naim (Lucas 7, 11-17). Jesus, com seus discípulos, está chegando em Naim, uma aldeia da Galiléia, no exato momento em que acontece um funeral: é o enterro de uma menino, filho único de uma mulher viúva. Jesus fixa o olhar na mãe que chora. O evangelista Lucas diz: “Vendo-a, o Senhor foi movido de grande compaixão por ela” (v. 13). Esta “compaixão” é o amor de Deus pelo homem, é a misericórdia, ou seja a atitude de Deus em contato com a miséria humana, com a nossa indigência, o nosso sofrimento, a nossa angústia. O termo bíblico “compaixão” lembra o útero da mãe: a mãe, de fato, experimenta uma reação toda particular diante da dor dos filhos. Assim nos ama Deus, diz a Escrituta.

E qual é o fruto deste amor, desta misericórdia? É a vida! Jesus disse à viúva de Naim: “Não chores”, e, em seguida, chamou o menino morto e o despertou como de um sono (cf. vv 13-15.). Achamos que isso é bonito: a misericórdia de Deus dá vida ao homem, o ressuscita da morte. O Senhor nos olha sempre com misericórdia; não esqueçamos, nos olha sempre com misericórdia, nos espera com misericórdia. Não tenhamos medo de aproximar-nos Dele! Tem um coração misericordioso! Se nós lhe mostramos as nossas feridas interiores, os nossos pecados, Ele sempre nos perdoa. É pura misericórdia! Vamos a Jesus!

Voltemo-nos à Virgem Maria: o seu coração imaculado, coração de mãe, vivenciou ao máximo a “compaixão” de Deus, especialmente na hora da paixão e da morte de Jesus. Que Maria nos ajude a ser mansos, humildes e misericordiosos com os nossos irmãos.

[Depois do Angelus]

Queridos irmãos e irmãs,

hoje em Cracóvia são proclamados Beatos duas religiosas da Polônia: Sofia Czeska Maciejowska que na primeira metade do século 17 fundou a Congregação das Virgens da Apresentação da Santíssima Virgem Maria; e Margarida Lucia Szewczyk, que no século 19, fundou a Congregação das Filhas da Beata Nossa Senhora das Dores. Com a Igreja em Cracóvia, demos graças ao Senhor!

Saúdo com afecto todos os peregrinos presentes hoje, grupos de igrejas, famílias, escolas, associações, movimentos. Saudações a todos!

Saúdo os fiéis de Mombai, na Índia.

Saúdo o Movimento do Amor Familiar de Roma; as confrarias e os voluntários do Santuário de Mongiovino, na Perugia; a Juventude Franciscana da Umbria; a “Casa da Caridade” em Lecce;  os fiéis da província de Modena, que incentivo a reconstrução; e aqueles de Ceprano. Saúdo os peregrinos de Ortona, onde se veneram as relíquias do apóstolo Tomé, que percorreram o caminho “de Tomé a Pedro”: obrigado!

Hoje não nos esqueçamos do amor de Deus, o amor de Jesus: Ele nos olha, nos ama e nos espera. É todo coração e todo misericórdia. Vamos com confiança em direção a Jesus, Ele nos perdoa sempre.

Bom domingo e um bom almoço!

Tradução Thácio Siqueira

Diante dos cinco pães, Jesus pensa: eis a Providência!

Palavras do Papa Francisco durante o Angelus

ROMA, 02 de Junho de 2013 (Zenit.org) – Apresentamos as palavras do Papa Francisco pronunciadas da janela do Palácio Apostólico,  neste domingo, aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de Sao Pedro para a tradicional oraçao mariana do Angelus.

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Quinta-feira passada comemoramos a festa de Corpus Christi, que na Itália e em outros países foi transferida para este domingo. É a festa da Eucaristia, Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo.

O Evangelho narra o milagre da multiplicação dos pães (Lucas 9,11-17); gostaria de deter-me sobre um aspecto que sempre me impressiona e me faz pensar. Estamos à beira do lago da Galiléia, a noite se aproxima; Jesus se preocupa com as pessoas que há tantas horas estão com Ele: são milhares, e eles estão com fome. O que fazer? Os discípulos levantam a questão, e dizem a Jesus: “Despede a multidão”para que possa ir aos povoados e campos vizinhos procurar hospedagem e comida. Mas Jesus diz: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (v. 13). Os discípulos ficam confusos, e respondem:“Só temos cinco pães e dois peixes”,como dizer: apenas o suficiente para nós.

Jesus sabe bem o que fazer, mas quer envolver os seus discípulos, quer educá-los. A reação dos discípulos é a atitude humana que procura a solução mais realista, que não crie muitos problemas: Despede a multidão – dizem – cada um cuide de si mesmo como pode, de resto já fez muito por eles: pregou, curou os doentes … Despede a multidão!

A atitude de Jesus é completamente diferente, e é ditada por sua união com o Pai e compaixão pelo povo, a piedade de Jesus para com todos nós: Jesus ouve nossos problemas, as nossas fraquezas, as nossas necessidades. Diante dos cinco pães, Jesus pensa:eis a Providência! A partir deste pouco, Deus pode dar o necessário para todos. Jesus confia totalmente no Pai celeste, sabe que para Ele tudo é possível. Por isto diz aos discípulos para fazer as pessoas se sentarem em grupos decinquenta. E não é por acaso pois isto significa que não são mais uma multidão, mas se tornam comunidade, nutrida pelo Pão de Deus. E depois toma os pães e os peixes, levanta os olhos ao céu e abençoa – é uma clara referência a Eucaristia -, depois os parte e começa a dar aos discípulos, e os discípulos os distribuem….e os pães e os peixes não acabam,não acabam! Eis o milagre: mais que uma multiplicação é uma partilha, motivada pela fé e pela oração. Todos comeram e vai mais além: é o sinal de Jesus, pão de Deus para a humanidade.

Os discípulos viram, mas não entenderam bem a mensagem. Eles foram tomados, como a multidão, pelo entusiasmo do sucesso. Mais uma vez seguiram lógica humana e não a de Deus, que é a do serviço, do amor e da fé. A festa de Corpus Christinos convida a convertermos afé na Providência, saber partilhar o pouco que somos e temos e não nos fecharmos nunca em nós mesmos.

Peçamos a nossa Mãe Maria para nos ajudar nesta conversão, para seguir verdadeiramente, sempre mais, este Jesus que adoramos na Eucaristia.

“Tudo se perde com a guerra. Tudo se ganha com a paz”

Papa Francisco faz apelo pela paz 

ROMA, 02 de Junho de 2013 (Zenit.org) – Após a oração do Angelus, antes de saudar os peregrinos presentes na Praça de São Pedro, o Papa Francisco apelou à paz na Síria. Apresentamos a seguir as palavras pronunciadas pelo Pontífice.

Queridos irmãos e irmãs,

Sempre viva e sofrida é minha preocupação pela persistência do conflito que há mais de dois anos incendeia a Síria e atinge principalmente a população indefesa, que deseja uma paz na justiça e na compreensão. Esta atormentada situação de guerra leva consigo trágicas consequências: morte, destruição, danos econômicos e ambientais como também a chaga dossequestrosde pessoas. No deplorar estes fatos, desejo assegurar minha oração e minha solidariedade pelas pessoas raptadas e por seus familiares, e faço apelo à humanidade dos sequestradores para que libertem as vítimas. Rezemos sempre por nossa amada Síria.

No mundo existem tantas situações de conflito, mas também sinais de esperanças. Gostaria de encorajar os recentes passos realizados em vários países da América Latina para a reconciliação e a paz. Acompanhamo-vos com a nossa oração.

Esta manhã, celebrei a Missa com alguns militarese parentes de alguns mortos nas missões de paz,que visam promover a reconciliação e a paz nos paísesonde ainda se espalha tanto sangue fraterno em guerras que são sempre uma loucura. “Tudo se perde com a guerra. Tudo se ganha com a paz”. Peço orações pelos falecidos,feridos e suas famílias.

Vamos juntos, agora, em silêncio, em nossos corações – todos juntos –rezar pelos falecidos, feridos e suas famílias. Em silêncio.

Saúdo com afeto os peregrinos presentes hoje: as famílias, os fiéis de tantas paróquias italianas e de outros países, associações e movimentos.

Saúdo os peregrinos vindos do Canadá, da Croácia e da Bósnia Herzegovina, assim comoo grupo do Piccolo Cottolengo de Génova, da Obra de Don Orione.

Saúdo todos. A todos um bom domingo e bom almoço!

“Oremos para que estes mafiosos se convertam a Deus e louvemos ao Senhor pelo luminoso testemunho de Pe. Giuseppe Puglisi”

Palavras do Papa durante a oração do Angelus de hoje na praça de São Pedro

CIDADE DO VATICANO, 26 de Maio de 2013 (Zenit.org) – De regresso da visita pastoral à Paróquia romana dos santos Elizabete e Zacarias, às 12h, o Santo Padre Francisco apareceu na janela do seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano para recitar a oração do Angelus com os fieis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. Publicamos a seguir as palavras do Papa antes da oração

Queridos irmãos e irmãs!

Bom dia! Esta manhã eu fiz a minha primeira visita a uma paróquia da Diocese de Roma. Agradeço ao Senhor e vos peço para orar pelo meu serviço pastoral na Igreja de Roma, que tem a missão de presidir a caridade universal.

Hoje é o domingo da Santíssima Trindade. A luz do tempo Pascal e de Pentecostes renove a cada ano em nós a alegria e o esplendor da fé: reconhecemos que Deus não é algo vago, o nosso Deus não é um Deus “spray”, é concreto, não é abstrato, mas tem um nome: “Deus é amor”. Não é um amor sentimental, emocional, mas o amor do Pai, que é a fonte de toda a vida, o amor do Filho que morreu na cruz e ressuscitou, o amor do Espírito que renova o homem e o mundo. E pensar que Deus é amor nos faz muito bem, porque nos ensina a amar, a nos doar uns aos outros como Jesus se doou a nós e caminha conosco. Jesus caminha conosco na estrada da vida.

A Santíssima Trindade não é produto do raciocínio humano, é o rosto com o qual Deus mesmo se revelou, não do alto de um trono, mas caminhando com a humanidade. É Jesus que nos revelou o Pai e nos prometeu o Espírito Santo. Deus caminhou com seu povo na história do povo de Israel e Jesus caminhou sempre conosco e nos prometeu o Espírito Santo que é fogo, que nos ensina tudo o que não sabemos, que dentro de nós nos conduz, nos dá boas ideias e boas inspirações.

Hoje louvamos a Deus não por um mistério particular, mas por Ele mesmo, “por sua imensa glória”, como diz o hino litúrgico. Louvamos a Ele, rendemos graças a Ele porque Ele é amor e porque nos chama a entrar no abraço da sua comunhão, que é a vida eterna.

Confiamos o nosso louvor às mãos da Virgem Maria. Ela, a mais humilde entre as criaturas, graças a Cristo já alcançou a meta da nossa peregrinação terrena: já está na glória da Trindade. É por isso que Maria, nossa Mãe, a Virgem Maria, resplandece para nós como um sinal de esperança segura. É a Mãe da esperança, em nosso caminho, Ela é a Mãe da esperança. É também a Mãe que nos conforta, a Mãe da Consolação e a Mãe que nos acompanha na caminhada. Agora rezemos todos juntos à Nossa Senhora, a Mãe que nos acompanha em nossa jornada.

Oração do Angelus

Palavras do Papa após o Angelus

Queridos irmãos e irmãs,

Ontem, em Palermo, foi beatificado Pe. Giuseppe Puglisi, sacerdote e mártir, morto pela máfia em 1993. Padre Puglisi foi um sacerdote exemplar, dedicado especialmente à pastoral juvenil. Ensinando as crianças segundo o Evangelho, as retirava do submundo e por isso este tentou derrotá-lo matando-o. Na realidade, porém, ele que venceu, com Cristo Ressuscitado.

Eu penso nas dores de tantos homens e mulheres, mesmo as crianças, que são explorados por muitas máfias, que os exploram obrigando-os a fazer um trabalho que os torna escravos, com a prostituição, com tantas pressões sociais. Por trás destas explorações, desta escravidão, existem as máfias. Oremos ao Senhor para que converta o coração dessas pessoas. Não podem fazer isso! Não podem fazer de nós, irmãos, escravos! Devemos orar ao Senhor! Oremos para que estes mafiosos se convertam a Deus e louvemos ao Senhor pelo luminoso testemunho de Pe. Giuseppe Puglisi e valorizemos seu exemplo!

Saúdo com afeto os peregrinos, famílias, grupos paroquiais vindos da Itália, Espanha, França e muitos outros países. Saúdo em particular a Associação Nacional São Paulo dos Oradores e dos Círculos Jovens, nascida há 50 anos a serviço dos jovens. Queridos amigos, São Felipe Néri, que hoje recordamos, e o Beato Giuseppe Puglisi apoiem seus esforços. Saúdo o grupo de católicos chineses aqui presente, reunido em Roma para rezar pela Igreja na China, invocando a intercessão de Maria Auxiliadora.

Dirijo um pensamento àqueles que promovem o “Dia do Alívio”, em favor dos doentes que vivem a reta final de sua caminhada terrena, bem como a Associação Italiana de Esclerose Múltipla. Obrigado por seu compromisso! Cumprimento a Associação Nacional Arma de Cavalaria e os fiéis de Fiumicello, perto de Pádua. Bom Domingo a todos e bom almoço!

Último Angelus de Bento XVI: “O Senhor me pede para subir ao monte”

Meditando no Evangelho da Transfiguração, o Pontífice explica que a própria renúncia não significa “abandonar a Igreja”, mas serví-la “com uma dedicação mais adequada às minhas forças”

CIDADE DO VATICANO, 24 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) – Às 12h horas de hoje o Santo Padre Bento XVI saiu pela janela do seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano para rezar o Angelus com os fieis e os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. Publicamos a seguir as palavras do Papa antes da oração mariana.

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Queridos irmãos e irmãs!

No segundo domingo da Quaresma, a liturgia sempre nos apresenta o Evangelho da Transfiguração do Senhor. O evangelista Lucas coloca especial atenção no fato de que Jesus foi transfigurado enquanto orava: a sua é uma profunda experiência de relacionamento com o Pai durante uma espécie de retiro espiritual que Jesus vive em um alto monte na companhia de Pedro, Tiago e João , os três discípulos sempre presentes nos momentos da manifestação divina do Mestre (Lc 5,10; 8,51; 9,28). O Senhor, que pouco antes havia predito a sua morte e ressurreição (9,22), oferece a seus discípulos uma antecipação da sua glória. E também na Transfiguração, como no batismo, ouvimos a voz do Pai Celestial: “Este é o meu filho, o eleito; ouvi-o” (9, 35). A presença de Moisés e Elias, representando a Lei e os Profetas da Antiga Aliança, é muito significativa: toda a história da Aliança está focada Nele, o Cristo, que faz um novo “êxodo” (9,31) , não para a terra prometida, como no tempo de Moisés, mas para o céu. A intervenção de Pedro: “Mestre, é bom para nós estarmos aqui” (9,33) representa a tentativa impossível de parar esta experiência mística. Santo Agostinho diz: “[Pedro] … no monte… tinha Cristo como alimento da alma. Por que deveria descer para voltar aos trabalhos e dores, enquanto lá encima estava cheio de sentimentos de santo amor por Deus e que inspiravam-lhe uma santa conduta? “(Sermão 78,3).

Meditando sobre esta passagem do Evangelho, podemos tirar um ensinamento muito importante. Primeiro, o primado da oração, sem a qual todo o trabalho do apostolado e da caridade é reduzido ao ativismo. Na Quaresma aprendemos a dar o justo tempo à oração, pessoal e comunitária, que dá fôlego à nossa vida espiritual. Além disso, a oração não é um isolar-se do mundo e das suas contradições, como Pedro quis fazer no Tabor, mas a oração traz de volta para o caminho, para a ação. “A existência cristã – escrevi na Mensagem para esta Quaresma – consiste num contínuo subir o monte do encontro com Deus, para depois descer trazendo o amor e a força que provém dele, a fim de servir os nossos irmãos e irmãs com o mesmo amor de Deus “(n. 3).

Queridos irmãos e irmãs, sinto essa Palavra de Deus especialmente dirigida a mim, neste momento da minha vida. O Senhor me chama para “subir o monte”, para me dedicar ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja, pelo contrário, se Deus me pede isso é para que eu a possa continuar servindo com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual fiz até hoje, mas de um modo mais adequado à minha idade e às minhas forças. Invoquemos a intercessão da Virgem Maria: que ela sempre nos ajude a seguir o Senhor Jesus, na oração e nas obras de caridade.

Nas tentações o que está em jogo é a fé, porque está em jogo Deus

As palavras de Bento XVI no I Domingo da Quaresma

 

CIDADE DO VATICANO, 17 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) – Queridos irmãos e irmãs!

Na última quarta-feira, com o tradicional Rito das Cinzas, entramos na Quaresma, tempo de conversão e penitência em preparação para a Páscoa. A Igreja, que é mãe e mestra, chama todos os seus membros a renovar-se no espírito, a reorientar-se decididamente para Deus, renegando o orgulho e o egoísmo para viver no amor. Neste Ano da Fé a Quaresma é um tempo propício para redescobrir a fé em Deus como critério-base da nossa vida e da vida da Igreja. Isso comporta sempre uma luta, um combate espiritual, porque o espírito do mal naturalmente se opõe à nossa santificação e busca fazer-nos desviar do caminho de Deus. Por isso, no primeiro domingo da Quaresma, todos os anos é proclamado o Evangelho das tentações de Jesus no deserto.

Jesus, de fato, depois de receber a “investidura” de Messias – “ungido” de Espírito Santo – no Batismo no Jordão, foi conduzido pelo mesmo Espírito no deserto para ser tentado pelo diabo. Ao iniciar o seu ministério público, Jesus teve que desmascarar e repelir as falsas imagens de Messias que o tentador lhe propunha. Mas essas tentações são também falsas imagens do homem, que em todos os momentos insidiam a consciência, trasvestindo-se de propostas convenientes e eficazes, ou até mesmo boas. Os evangelistas Mateus e Lucas apresentam três tentações de Jesus, diversificando-as apenas na ordem. O núcleo central consiste em instrumentalizar Deus para os próprios interesses, dando mais importância ao sucesso ou aos bens materiais. O tentador é astuto: não impele diretamente em direção ao mal, mas a um falso bem, fazendo crer que as verdadeiras realidades são o poder e aquilo satisfaz as necessidades primárias. Dessa forma, Deus torna-se secundário, reduz-se a um meio, torna-se definitivamente irreal, não importa mais, desvanece. Em última análise, nas tentações o que está em jogo é a fé, porque está em jogo Deus. Nos momentos decisivos da vida, mas, vendo bem, a qualquer momento, estamos numa encruzilhada: queremos seguir o eu ou Deus? O interesse individual ou o que realmente é bem?

Como nos ensinam os Padres da Igreja, as tentações fazem parte da “descida” de Jesus à nossa condição humana, ao abismo do pecado e das suas consequências. Uma “descida” que Jesus percorreu até o fim, até a morte de cruz, até os infernos do extremo distanciamento de Deus. Desse modo, Ele é a mão que Deus estendeu ao homem, à ovelha perdida, para reconduzi-la a salvo. Como ensina Santo Agostinho, Jesus tirou de nós a tentação, para nos dar a vitória (cf. Enarr  Psalmos em, 60,3:. PL 36, 724). Portanto, também nós não tememos enfrentar o combate contra o espírito do mal: o importante é que o façamos com Ele, com Cristo, o Vencedor. E para estar com Ele voltemo-nos para a Mãe, Maria: Invoquemos com confiança filial na hora da provação, e ela nos fará sentir a potente presença de seu Filho divino, para repelir as tentações com a Palavra de Cristo, e assim recolocar Deus no centro da nossa vida.

Obrigado a todos!

(Após o Angelus)

Um caloroso saúdo aos peregrinos de língua italiana. Obrigado a todos! O brigado por virem tão numerosos! Obrigado! A presença de vocês é um sinal do afeto e da proximidade espiritual que vocês estão me manifestando nestes dias. Saúdo, em particular, a administração de Roma Capital, conduzida pelo prefeito, e com ele saúdo e agradeço a todos os habitantes dessa amada Cidade de Roma. Saúdo os fiéis da diocese de Verona, de Nettuno, de Massanninziata e da paroqeuia romana de Santa Maria Janua Coeli, como também os jovens de Seregni e Brescia.

A todos auguro um bom domingo e um bom caminho de Quaresma. Esta tarde inicia a semana de exercícios espirituais: continuemos unidos na oração. Boa semana a todos. Obrigado!

“O amor tem a sua verdade”

As palavras do Papa Bento XVI durante o Angelus

CIDADE DO VATICANO, 03 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) – Publicamos a seguir as palavras do Papa, hoje, às 12hs, durante a oração do Angelus na Praça de São Pedro.

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[Antes do Angelus]

Queridos irmãos e irmãs!

O Evangelho de hoje – retirado do quarto capítulo de São Lucas – é a continuação daquele do domingo passado. Estamos ainda na sinagoga de Nazaré, a cidade onde Jesus cresceu e onde todos o conhecem e à sua família. Agora, depois de um período de ausência, Ele voltou diferente: durante a liturgia do sábado lê uma profecia de Isaías sobre o Messias e anuncia o seu cumprimento, dando a entender que aquela palavra se refere à Ele, que Isaias falou dele. Este fato chocou os nazarenos: por um lado, “todos estavam maravilhados das palavras cheias de graça que saiam da sua boca” (Lc 4:22); São Marcos relata que muitos diziam: “De onde lhe vêm estas coisas? E que sabedoria é essa que lhe foi dada?” (6,2). Por outro lado, no entanto, os  seus vizinhos o conhecem muito bem: é um como nós – dizem -. A sua pretensão só pode ser uma presunção (cf. A infância de Jesus, 11). “Não é este o filho de José?” (Lc 4, 22), como se dissesse: um carpinteiro de Nazaré, que aspirações pode ter?

E é conhecendo isso, que confirma o provérbio “nenhum profeta é bem recebido na sua pátria”, que Jesus dirige às pessoas, na sinagoga, palavras que soam como provocação. Cita dois milagres realizados por grandes profetas Elias e Eliseu em favor de pessoas não israelitas, para demonstrar que às vezes existe mais fé fora de Israel. Nesse ponto, a reação foi unânime: todos se levantam e o expulsam, e até tentam jogá-lo no precipício, mas Ele, com calma soberana, passa pelo meio das pessoas furiosas e vai embora. Neste ponto surge a pergunta: por que que Jesus quis provocar esta ruptura? A princípio as pessoas estava admiradas por ele, e talvez poderia ter conseguido certo consenso… Mas, o ponto está justamente aqui: Jesus não veio para procurar o consenso dos homens, mas – como dirá no final à Pilatos – para “dar testemunho da verdade” (Jo 18, 37). O verdadeiro profeta só obedece a Deus, e se coloca à serviço da verdade, pronto para pagar pessoalmente. É verdade que Jesus é o profeta do amor, mas o amor tem a sua verdade. Na verdade, amor e verdade são dois nomes da mesma realidade, dois nomes de Deus. Na liturgia de hoje ecoam também estas palavras de São Paulo: “A caridade… não se ensoberbece, não se enche de orgulho, não é desrespeitosa, não busca seus próprios interesses, não fica com raiva, não leva em conta o mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade “(1 Cor 13,4-6). Crer em Deus significa renunciar aos próprios prejuízos e acolher o rosto concreto no qual Ele se revelou: o homem Jesus de Nazaré. E esta via leva também a reconhecê-lo e a servi-lo nos outros.

Nisto é iluminador a atitude de Maria. Quem melhor do que ela teve a familiaridade com a humanidade de Jesus? Mas nunca se chocou como os moradores de Nazaré. Ela guardava no seu coração o mistério e soube acolhê-lo sempre mais e sempre de novo, no caminho da fé, até a noite da Cruz e à plena luz da Ressurreição. Que Maria também nos ajude a percorrer com fidelidade e alegria este caminho.

“Que o natal não seja só uma festa exterior”

Durante o ângelus dominical, Bento XVI centrou-se nas virtudes de São João Batista

CIDADE DO VATICANO, domingo, 9 de dezembro de 2012 (ZENIT.org) – Publicamos a seguir as palavras do Papa Bento XVI no ângelus desta manhã. O Santo Padre apareceu às 12hs na janela do seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano, cumprimentando os peregrinos e os fieis reunidos na Praça de São Pedro.

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Queridos irmãos e irmãs!

No tempo do Advento a liturgia enfatiza, de modo  particular, duas figuras que preparam a vinda do Messias: a Virgem Maria e João Batista. Hoje São Lucas nos apresenta este último, e o faz com características diferentes dos outros Evangelistas. “Todos os quatro Evangelhos colocam no início do ministério de Jesus a figura de João Batista e apresentam-no como o seu precursor. São Lucas colocou antes a conexão entre as duas figuras e as suas respectivas missões […] Já na concepção e no nascimento, Jesus e João colocaram-se em relação entre si” (A infância de Jesus, 23).

Essa configuração ajuda a entender que João, enquanto filho de Zacarias e Isabel, ambos de famílias sacerdotais, não é apenas o último dos profetas, mas representa também todo o sacerdócio da Antiga Aliança e por isso prepara os homens ao culto espiritual da Nova Aliança, inaugurado por Jesus (cf. ibid. 27-28). Lucas também afasta qualquer leitura mítica que às vezes é feita dos Evangelhos e coloca historicamente a vida do Batista: “No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador […] enquanto eram sumos sacerdotes Anás e Caifás” (Lc 3, 1-2). Dentro deste quadro histórico reside o verdadeiro grande evento, o nascimento de Cristo, que seus contemporâneos não vão perceber. Para Deus os grandes homens da história formam o pano de fundo para os pequenos!

João Batista se define como a “voz que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Lc 3, 4). A voz proclama a palavra, mas, neste caso, a Palavra de Deus precede, enquanto que é ela mesma que desce sobre João, Filho de Zacarias, no deserto (cf. Lc 3, 2). Ele, então, desempenha um grande papel, mas sempre em relação a Cristo. Santo Agostinho comenta: “João é a voz. Do Senhor ao contrário se diz: “No princípio era o Verbo” (João 1, 1).

João é a voz que passa, Cristo é o Verbo eterno, que existia no princípio. Se tiras a voz da palavra, o que é que resta? Um som fraco. A voz sem palavra atinge o ouvido, mas não edifica o coração” (Sermão 293, 3).

Nosso objetivo é dar hoje ouvido à essa voz para conceder espaço e acolhida no coração à Jesus, Palavra que nos salva. Neste Tempo de Advento, preparemo-nos para ver, com os olhos da fé, na humilde Gruta de Belém, a salvação de Deus (cf. Lc 3, 6). Na sociedade dos consumos, em que se busca a alegria nas coisas, o Batista nos ensina a viver de uma forma essencial, para que o Natal seja vivido não só como uma festa exterior, mas como a festa do Filho de Deus que veio para trazer aos homens a paz, a vida e a alegria verdadeira.

À materna intercessão de Maria, Virgem do Advento, confiamos o nosso caminho de encontro com o Senhor que vem, para estarmos prontos para acolher, no coração e em toda a vida, o Emanuel, o Deus-conosco.

(Trad.TS)

A unidade inseparável entre a fé e a caridade

As palavras de Bento XVI no Angelus

CIDADE DO VATICANO, domingo, 11 de novembro de 2012(ZENIT.org) – Apresentamos as palavras proferidas pelo Papa Bento XVI no Angelus recitado hoje ao meio dia da janela de seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano, juntamente com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

Queridos irmãos e irmãs!

A liturgia da Palavra deste domingo nos apresenta como modelo de fé as figuras de duas viúvas. E nos apresenta em paralelo: uma no Primeiro Livro dos Reis (17,10-16), a outra no Evangelho de Marcos (12, 41-44). Ambas as mulheres são muito pobres, e nestas condições demonstram uma grande féem Deus. Aprimeira aparece no ciclo das narrações sobre o profeta Elias. Este, durante o tempo de carestia, recebe do Senhor a ordem de ir para perto de Sídon, ou seja, fora de Israel, em território pagão. Ali se encontra com esta viúva e pede água para beber e um pouco de pão. A mulher responde que restava a ela apenas um pouco de farinha e algumas gotas de óleo, mas depois que o profeta insiste e promete que, se ela o escutasse, farinha e óleo não faltariam, ela o escuta e é recompensada.

A segunda viúva, a do Evangelho, é percebida por Jesus no templo de Jerusalém, precisamente junto ao cofre, onde as pessoas colocavam as esmolas. Jesus vê que esta mulher joga no cofre duas moedas; então, chama os discípulos e explica que a sua esmola é maior do que a dos ricos, porque, enquanto esses deram o que tinham em abundância, a viúva ofertou “tudo o que tinha, tudo o que tinha para o seu sustento” (Mc 12, 44).

A partir destes dois episódios bíblicos, sabiamente combinados, é possível obter um precioso ensinamento sobre a fé. Essa aparece como a atitude interior daqueles que fundamentam a própria vida em Deus, na sua Palavra, e confia plenamente Nele. A viuvez, na antiguidade, era em si mesma uma situação de grande necessidade. Por isso, na Bíblia, as viúvas e os órfãos são pessoas de quem Deus cuida de modo especial: eles perderam seu apoio terreno, mas Deus continua sendo o Esposo deles, os Pais deles. Todavia, a Escritura diz que a condição efetiva de necessidade, neste caso o fato de ser viúva, não é suficiente: Deus pede sempre a nossa livre adesão de fé, que se expressa no amor por Ele e pelo próximo. Ninguém é tão pobre que não possa dar alguma coisa.

De fato, as viúvas de hoje demonstram sua fé realizando um gesto de caridade: uma para com o profeta e a outra dando esmola. Assim, testemunham a unidade inseparável entre a fé e a caridade, entre o amor a Deus e o amor ao próximo – como nos recordava o Evangelho de domingo passado. O Papa São Leão Magno, cuja memória celebramos ontem, afirma: “A balança da justiça divina não pesa a quantidade dos dons, mas o peso dos corações. A viúva do Evangelho depositou no cofre do templo duas moedas e superou os dons de todos os ricos. Nenhum gesto de bondade perde sentido diante de Deus, nenhum ato de misericórdia permanece sem fruto”. (Sermo de jejunio dec.mens., 90, 3).

A Virgem Maria é exemplo perfeito de quem oferece todo o seu ser confiando em Deus; com esta fé disse ao Anjo o seu “Eis- me aqui” e acolheu a vontade do Senhor. Maria ajude também a cada um de nós, neste Ano da Fé, a reforçar a confiança em Deus e na sua Palavra.

Após o Ângelus, antes de saudar os peregrinos em várias línguas, Bento XVI disse:

Queridos irmãos e irmãs!

Ontem, em Spoleto, foi proclamada Beata Maria Luisa Prosperi, que viveu em meados do século XIX, monja e abadessa do mosteiro beneditino de Trevi. Juntamente com toda a Família beneditina e a Comunidade diocesana de Spoleto-Norcia, louvamos ao Senhor por esta sua filha, que quis associar de modo particular à Paixão de Cristo.

Hoje na Itália celebra-se o “Dia do Agradecimento”. No contexto do Ano da fé, o tema da jornada – “Confia no Senhor, faz o bem e habita a Terra” (Sal 37,3) – reforça a necessidade de um estilo de vida enraizado na fé, para reconhecer com alma agradecida a mão criadora e providente de Deus, que alimenta seus filhos. Saudações e parabéns a todos os agricultores!

(Trad. MEM)

A unidade inseparável entre a fé e a caridade

As palavras de Bento XVI no Angelus

CIDADE DO VATICANO, domingo, 11 de novembro de 2012(ZENIT.org) – Apresentamos as palavras proferidas pelo Papa Bento XVI no Angelus recitado hoje ao meio dia da janela de seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano, juntamente com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

Queridos irmãos e irmãs!

A liturgia da Palavra deste domingo nos apresenta como modelo de fé as figuras de duas viúvas. E nos apresenta em paralelo: uma no Primeiro Livro dos Reis (17,10-16), a outra no Evangelho de Marcos (12, 41-44). Ambas as mulheres são muito pobres, e nestas condições demonstram uma grande féem Deus. Aprimeira aparece no ciclo das narrações sobre o profeta Elias. Este, durante o tempo de carestia, recebe do Senhor a ordem de ir para perto de Sídon, ou seja, fora de Israel, em território pagão. Ali se encontra com esta viúva e pede água para beber e um pouco de pão. A mulher responde que restava a ela apenas um pouco de farinha e algumas gotas de óleo, mas depois que o profeta insiste e promete que, se ela o escutasse, farinha e óleo não faltariam, ela o escuta e é recompensada.

A segunda viúva, a do Evangelho, é percebida por Jesus no templo de Jerusalém, precisamente junto ao cofre, onde as pessoas colocavam as esmolas. Jesus vê que esta mulher joga no cofre duas moedas; então, chama os discípulos e explica que a sua esmola é maior do que a dos ricos, porque, enquanto esses deram o que tinham em abundância, a viúva ofertou “tudo o que tinha, tudo o que tinha para o seu sustento” (Mc 12, 44).

A partir destes dois episódios bíblicos, sabiamente combinados, é possível obter um precioso ensinamento sobre a fé. Essa aparece como a atitude interior daqueles que fundamentam a própria vida em Deus, na sua Palavra, e confia plenamente Nele. A viuvez, na antiguidade, era em si mesma uma situação de grande necessidade. Por isso, na Bíblia, as viúvas e os órfãos são pessoas de quem Deus cuida de modo especial: eles perderam seu apoio terreno, mas Deus continua sendo o Esposo deles, os Pais deles. Todavia, a Escritura diz que a condição efetiva de necessidade, neste caso o fato de ser viúva, não é suficiente: Deus pede sempre a nossa livre adesão de fé, que se expressa no amor por Ele e pelo próximo. Ninguém é tão pobre que não possa dar alguma coisa.

De fato, as viúvas de hoje demonstram sua fé realizando um gesto de caridade: uma para com o profeta e a outra dando esmola. Assim, testemunham a unidade inseparável entre a fé e a caridade, entre o amor a Deus e o amor ao próximo – como nos recordava o Evangelho de domingo passado. O Papa São Leão Magno, cuja memória celebramos ontem, afirma: “A balança da justiça divina não pesa a quantidade dos dons, mas o peso dos corações. A viúva do Evangelho depositou no cofre do templo duas moedas e superou os dons de todos os ricos. Nenhum gesto de bondade perde sentido diante de Deus, nenhum ato de misericórdia permanece sem fruto”. (Sermo de jejunio dec.mens., 90, 3).

A Virgem Maria é exemplo perfeito de quem oferece todo o seu ser confiando em Deus; com esta fé disse ao Anjo o seu “Eis- me aqui” e acolheu a vontade do Senhor. Maria ajude também a cada um de nós, neste Ano da Fé, a reforçar a confiança em Deus e na sua Palavra.